quarta-feira, 25 de junho de 2014

Capítulo 156

- O que você tá fazendo aqui seu louco ? – perguntei quando vi o Luan ali.
Ele não disse nada mas entrou rápido e fechou a porta , quando eu ia falar mais alguma coisa , o Luan segurou o meu rosto e me deu um beijo , começando com um selinho na verdade , logo depois virou um daqueles beijão que dávamos , quando ainda namorávamos. Nossas línguas se encontraram , e era tão bom aquilo , os nossos lábios se tocando ,me causando um frio na barriga , fazendo o meu filho vibrar dentro da minha barriga , me causando também um arrepio na espinha.
Quando pensei que o nosso beijo estava acabado , ele segurou o meu rosto forte novamente e deu uma mordida em meus lábios , enfim os nossos lábios estavam afastados , eu lhe olhava assustada :
- O-o que vo-você fez ? – gaguejei.
- Acho que o nosso filho precisa saber que eu amo a mãe dele.
- Para,você só tá fazendo isso porque eu disse que estava carente , não precisava ficar com pena e fazer isso.
- Não foi pelo o que você me disse. Quer que eu vá embora ?
- Por favor ... – Luan respirou fundo e foi dando passos para trás , até chegar na porta e saiu dali , correndo. Sentei na cama e coloquei a mão em meus lábios , parecia o meu primeiro beijo , fiquei muito boba.
Tirei a roupa que estava e coloquei a minha camisola , fui para o meu edredom , onde me cobri até o peito , acabei dormindo , mas pensando em tudo aquilo que tinha acontecido. Pensei tanto , naquele beijo.
Abri os meus olhos e encontrei o Luan sorrindo em minha frente , ele não falava nada e eu muito menos , dei um sorriso e passei minhas mãos em seu rosto ,ele pegou a mão e deu um beijo , quanto nossos lábios iam se tocando , eu senti uma forte dor no peito e no pé da barriga.
Percebi que eu estava em um sonho , agora tudo era real , a dor.
Me sentei na cama com pressa e passei a mão em minha barriga , não sei o meu filho se mexer , conversei um pouco com ele e não mexia , como de costume quando escutava a minha voz. Aquilo começou a me desesperar.
Sai da cama com cuidado qualquer movimento que eu fizesse naquele momento , era uma dor tremenda. Tinha lido na internet , quando uma gestante sentisse essas dores , relaxasse em um banho quente.
Peguei a toalha e fui para o banheiro , tomei um banho de cabeça , tentando relaxar , porém as dores foram ficando cada vez maior , não resolvia.
Me enxuguei e coloquei um vestido tomara que caia longo :
- Não é hora filho  , só tem 6 meses e meio – dizia chorosa. Peguei a minha bolsa teria que ir ao hospital. Sai do quarto com a mão em minha barriga , eu não conseguia ficar reta , doía muito , por tanto ficava sempre curvada.
Tudo estava escuro menos o corredor dos quartos , peguei o meu celular e iluminei as escadas , tinha alguém na cozinha conversando ao telefone , era a Bruna , pude escutar mais a sua voz :
- Bru-Bruna ...
- Amanda ? Meu Deus , o que aconteceu ?
- E-eu não sei – senti um liquido correndo em minhas pernas. Levantei um pouco o vestido e vi que estava sangrando. – Eu tô sangrando , meu filho.
- Calma ... MÃE , PAI , LUAAAN ! – ela gritou , uma , duas e na terceira vez o seu pai aparece na escada desesperado.
- O que foi ?
- Pai vamos levar a Amanda no hospital , ela tá sangrando.
- Sangrando ? Calma ...
- Hmm , o que foi ? – perguntou o Luan arrumando o cabelo
bagunçado , e coçando os olhos.
- Amanda , calma ... calma – dizia Marizete descendo as escadas desesperada por me ver sangrando.
- O que aconteceu , gente ?
- Você não tá vendo que ela tá sangrando ...
- Sangrando ? – Luan desceu as escadas correndo , me colocaram sentada em uma cadeira de madeira , e eu chorava , desesperada.
- Calma , Amanda. Já vamos , o Amarildo foi pegar a chave do carro.
- Gente , eu vou perder meu filho  - chorava.
- Calma , você não vai perder o nosso filho. Fica calma ?
- Não tenho como , Luan – já soluçava.
- Eu vou tá com você , não vou te abandonar tá ?
- Meus pais , eles poderiam tá aqui.
- Não é hora de pensar neles , Amanda. Se acalme , pare de chorar isso torna pior as coisas – dizia o Luan , logo eu peguei a mão dele e coloquei
em minha barriga.
- Conversa com ele , Luan. Conversa , quando ele ouve sua vez ele fica agitado , conversa por favor ... Ele não mexe mais !
Luan nervoso se ajoelhou em minha frente :
- Eii pequeno , vamos dá um chute aí pra sua mãe se acalmar. Vamos lá , cara
Tá todo mundo esperando aqui ansioso por você ... Vamos lá !
Meu nervosismo começava a aumentar , ele não chutava :
- E aí ? – perguntou o Luan.
- Nada , ele não quer chutar. Vamos pro hospital , logo gente.
- Ele deve tá quietinho , no seu soninho.
- Vem comigo , Luan. Vem conversando com ele ...
Luan subiu as escada correndo , ia colocar uma blusa já que estava sem camisa e um short , como se fosse uma samba canção. Marizete colocou um pano no banco de trás e eu sentei , o sangue não parava mais. Luan entrou no carro sentando ao meu lado , a Marizete conversou com a Bruna que estava também nervosa , saímos do condomínio indo para o hospital.
Quando cheguei no hospital o Amarildo saiu disparado do carro junto com o Luan , eles entraram no hospital , enquanto eu apertava as minha coxa , doía um pouco minhas costas , o pé da barriga. Me assustava :
- Vem , vou te ajudar – Luan me pegou no colo e me colocou na cadeira de rodas. – Eu vou com vocês.
- Não , fica aqui dentro do carro – o Amarildo ordenou.
- Pai , é o meu filho , é a Amanda.
- Luan , faça o que eu tô te pedindo. Eu trago noticias dela !
Luan me olhou e beijou minha testa , fomos sendo afastados aos poucos , logo eu entrei no hospital e fui atendida por uma enfermeira , quando reparou em mim , logo pegou na cadeira de rodas e entrou comigo em um corredor.
Atrás apenas uma pessoa poderia entrar e quem estava ao meu lado era a Marizete , chegamos em uma sala onde estava uma obstetra :
- O que aconteceu ? – perguntou ela em um tom calmo.
Como ela faz essa pergunta me vendo sangrando ? Ela provavelmente deve tá achando , que eu estava menstruada ? Quero minha médica.
- Ela sentiu algumas dores e logo depois começou a sangrar – dizia a Marizete.
- Vamos fazer um exame ... – comecei a chorar. Exames ? – Fique calma , vai ocorrer tudo bem. Agora vamos agir.
Ela me levou para uma sala ao lado daquela , me deitei na cama , e vejo suas expressões , fiquei mais nervosa e mais preocupada :
- Como tá o meu filho ? – eu só lembro de ter falado isso. Logo depois tudo ficou escuro em minha frente e eu acabei apagando.

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