sábado, 14 de fevereiro de 2015

A Lucíola moderna

Capítulo 33 (Último capítulo)
Arthur respirou fundo, quando o médico disse-lhe que a Lua estava com um câncer em quase todos os órgãos vitais, e que a cirurgia de emergência seria a melhor opção para ela, mas que mesmo assim sua vida não estava garantida.
Lua sabia que estava com câncer a muito tempo, mas seu medo de médicos impedira que ela tomasse qualquer providência.
O moreno chorou ao ouvir a noticia. Mas, ao dá-la para Anna, manteve-se frio, sem expressar tristeza alguma.
Ele foi forte por eles três, mas quando estava sozinho chorava igual a um bebê.
Lua fez a cirurgia, recebeu doação, e após quase dois meses retornou para casa. Ela estava frágil, mas Arthur sempre manteve-se atento a ela. Cuidando que nada lhe faltasse.
Uma noite, quase cinco anos depois da cirurgia, Lua estava na varanda, deitada nos braços de Arthur, quando lhe disse:
“Promete jamais esquecer que eu te amo?”
“Prometo. Mas você tem que prometer que sempre irá lembrar que amo-a.” Ele respondeu.
“Promete sempre cuidar da Anna?” Ela perguntou.
“Claro que sim. Amo ela como uma filha.” Ele respondeu.
“Promete que vai respeitar o que eu pedir?” Ela perguntou.
“Depen…” Ele começou a falar, mas Lua interrompeu-o.
“Não, ou você responde que sim, ou eu não irei mais olhar para você.” Ela afirmou séria.
“Ok, prometo.” Ele respondeu.
“Arthur, eu estou com câncer novamente. O médico disse que é bem grave, e que radioterapia não é uma opção. Não sei se vou sobreviver, mas quero que prometa que você seguirá sua vida se eu falecer.” Ela pediu, apertando-lhe a mão.
“Ok Lua.” Eu prometo, ele disse, apesar de não acreditar que aquilo fosse ser verdade.
O casal viveu mais vinte anos juntos, Lua jamais recuperou-se completamente do câncer, já que o mesmo ia e vinha. Ela morreu abraçada ao marido, que na época já passava dos setenta anos.
Os dois dormiram juntos até a loira falecer, e depois disso ele jamais voltou a amar ninguém, porém manteve sua promessa e cuidou de Anna até a sua morte.
Anna pode ter a vida que a irmã jamais teve, porém jamais encontrou um amor tão puro e verdadeiro quanto o de Lua e Arthur. O casal que Anna fez questão de contar a história através dessa novela. 
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A Lucíola moderna

Capítulo 32 (Penúltimo Capítulo)
Arthur e Anna discutiam sobre um tema qualquer que passara no jornal, quando ouviram um grande PAFT. 
O moreno saiu correndo até a cozinha, chegando lá encontrou Lua desacordada.
Após pegá-la no colo e levá-la a um local mais ventilado, a mesma acordou.
“Amor estive tão preocupado!” Falou Arthur.
“Não foi nada.” Falou Lua, mesmo sem ter certeza do que havia ocorrido.
“Maninha você tem certeza que está bem?” Perguntou Anna.
“Sim tenho…” Ela respondeu.
Arthur e Anna passaram o resto da semana vigiando a loira. Após um mês sem mais nada ocorrendo, os dois pararam de vigiá-la tanto.
Um dia, enquanto andava na rua do centro do Rio de Janeiro, Lua passou novamente mal.
Arthur estava na escola de natação, dando aula, quando recebeu uma ligação. Lua estava no hospital, havia sido levada para lá após ter perdido a consciência na rua.
O moreno saiu correndo para o local onde ela estava. Chegando lá, o médico pediu para falar com ele a sós.
“Sr. Aguiar?” Ele perguntou.
“Sou eu, o doutor gostaria de falar comigo,não era isso?” Arthur perguntou.
“Isso mesmo. Vou pedir que sente-se, pois a noticia que tenho para lhe dar não é nada boa.” Ele avisou.
Arthur sentiu seu mundo cair, qual fosse a noticia que ele recebesse ele sabia que ficaria com a Lua para o que der e viesse. Mesmo assim, ele não teve como ficar sem se sentir impotente, fraco, incapaz.
Em sua mente, giravam momentos de felicidade, ternura, amor e tristeza, mas principalmente como ele devia ter insistido com a Lua para que ela fosse ao médico, já que a mesma tivera uma grande perda de peso e andava mais cansada a cada dia.

A Lucíola moderna

Capítulo 31
Chegando ao quarto voltaram a se beijar como antes de Anna chamá-los desesperada. Estavam ambos com saudades, desejo e felizes.
Arthur, antes dos dois entrarem no quarto, pegou a loira no colo e levou-a no colo até a cama, onde lhe beijou os lábios e tirou as roupas dela, com cuidado e carinho.
Ela tirou as roupas dele, tomando o cuidado de beijar cada pedacinho do corpo dele, massageando as áreas doloridas pelos treinos de natação.
Lua e Arthur vinham desejando passar a noite juntos por muito tempo. Faziam quase dois meses que eles não acordavam abraçados, que ela não vestia a blusa dele e saia perambulando pela casa, ou que ele sorria apenas por vê-la pacificamente dormindo.
Os beijos deles eram apenas cortados quando um deles estava completamente sem ar, normalmente essa pessoa era a Lua, que não tinha a mesma habilidade do Arthur de segurar o fôlego.
Ela cravou-lhe as unhas nas costas dele, quando chegou ao ápice do prazer.
Após consumarem o amor, Lua falou:
“Arthur, me lembra amanhã de passar maquiagem no meu pescoço. Não quero que a Anna veja o estrago que você fez nele.”
“Claro que lembro, mas agora vem aqui do meu lado e se deita comigo. Estou com saudades de ficar abraçado com você.”
Um dia, Arthur pediu que Lua fosse conhecer a mãe dele. Ela excitou, mas no final aceitou. A sogra dela foi muito carinhosa e receptiva, fazendo-a inclusive chorar.
Quando Arthur e a mãe dele perguntaram o motivo pelas lágrimas, ela explicou:
“Fazia muito tempo que eu não ficava na presença de uma mãe. E você me fez lembrar da minha.” Ela falou olhando a sogra.
A mais velha olhou-a e sorriu, abraçou-a e disse:
“Você agora também é minha filha.”
No mesmo dia, Lua e Arthur, acompanhados de poucos amigos e familiares, foram ao cartório onde casaram-se.
A loira usava um vestido branco simples, mas elegante, enquanto Arthur estava todo charmoso em um Tuxeedo estilo James Bond.
Daquele dia em diante, os dois passaram a dormir sempre juntinhos, agarrados e apaixonados.  Segredos jamais foram mantidos entre eles, nem mesmo mentiras foram faladas. Infelizmente, pouco após Anna formar-se no colégio a grande noticia veio.
Capítulo 30
“Então manda a loirinha me pagar o que deve.”
Lua olhou-o assustada, e respondeu-lhe:
“Mas eu não lhe devo nada.”
O homem então, surpreendendo a todos, colocou-se de joelhos no chão e pôs-se a chorar.
“Eu sempre amei-a, mas você nunca me desejou de verdade, apenas queria saber do meu amor. Você me deve desculpas, desculpas por ter quebrado meu coração.”
Lua  ficou com pena do homem, mas também com muita vontade de rir, pois ela jamais esperara tal atitude de um homem daqueles.
“Sr. Moulain, desculpa por jamais tê-lo amado. Mas, sinceramente, acho que jamais poderia amar você, mesmo querendo. Eu já encontrei a minha alma gêmea, e suspeito que você também, apenas não sabe disso ainda.” Ela falou.
“Eu?” Perguntou o homem intrigado.
“Sim você. Ou esqueceu-se que na sua padaria preferida sempre que a D. Margarida atendia-o os pães eram melhores, e ela dava-lhe presentinhos. Jamais percebeu o jeito que ela olha você? Ou como ela sorri quando vê você entrar? A pobre senhora morre de amores por ti.” Lua falou, enquanto Arthur tirava Anna de perto do homem.
O senhor sorriu, e voltou a chorar. “Ah Lua, desculpa pelo caos que causei-lhe, mas é horrível ser velho, só, e mal amado.” Ele explicou.
Lua sorriu, eles despediram-se e, assim que ele saiu,a  loira soltou um suspiro de alivio.
Arthur olhou-a e disse:
“Como você conseguiu fazer ele ficar tão calmo e contente?”
“Eu tenho esse dom.” Ela falou rindo.
Os dois abraçaram-se, e logo em seguida, Lua virou-se para Anna.
“Anna, esse é o Arthur, meu namorado.”
“Prazer Anna.” Falou Arthur.
“Oi.” Ela falou sorridente.
Depois que a mais nova foi dormir, Lua e Arthur jantaram a luz de velas, e, mais tarde, foram até o quarto dela, onde….

A Lucíola moderna

Capítulo 29
“LUAAAAAAAAAAAA!!!” Gritou uma voz feminina, assustada.
Lua levantou-se ao ouvir essa voz, e correu para dentro de casa, atrás dela vinha Arthur, igualmente preocupado.
Ao entrarem na residência viram Anna, e, atrás dela, ninguém menos que um dos ex-amantes da Lua, pessoa que a mesma odiava e temia.
A menina chorava, desesperadamente, enquanto o homem nojento segurava-a com força e olhava Lua com olhos famintos.
Arthur, sem saber quem era, mas igualmente preocupado, ordenou:
“Largue-a!”
O homem riu e respondeu:


“Então manda a loirinha me pagar o que deve.”

A Lucíola moderna

Capítulo 28
“Você tem certeza que nós temos que acabar?” Ele perguntou à ex-namorada.
Lua então lhe respondeu:
“Você ficar comigo seria um ato de egoísmo. Eu sei que não faria bem a você, e que muito menos o deixaria ser completamente feliz.”
Arthur não falou nada, apenas ficou acariciando os macios cabelos da ex-cortesã.
“Mesmo assim, sei que você já é maduro o suficiente para decidir por si só. Sei que ano sou eu que posso impedi-lo de ficar comigo. Mas, a coisa que eu tenho mais certeza e nojo é que eu sou tão egoísta que não tenho forças suficientes para expulsá-lo da minha vida.”
O moreno, ao ouvir isso, sorriu e beijou-lhe a testa.
“Você não é egoísta. Eu sei que você tem medo de me machucar, mas pode ter certeza que isso não ocorrerá.” Ele avisou-lhe.
Os dois então beijaram-se, e,se não fosse pelo que ouviram a seguir, teriam continuado a beijar-se até que a noite caísse e eles fossem para cama juntos.

A Lucíola moderna

Capítulo 27
“Arthur, vai embora, não quero que você seja mais um que prejudicarei.”
“Só irá me prejudicar se eu não puder ficar aqui com você.” Ele falou.
Lua olhou-o desconfiada.
“Arthur, vai embora, não posso permitir que fique aqui.” Ela pede, mesmo que seu coração diga o contrário.
“Eu irei embora, mas antes me beije. Preciso de um beijo de adeus. “ Ele pediu.
Lua não beijou Arthur porque ele pedira de tal forma irresistível, nem mesmo porque sabia que era a única forma de tirá-lo dali, mas sim, porque ela precisava de beijo dele.
A loira aproximou-se dele, e deixou que ele puxasse-a pela cintura. As mãos dela foram diretamente para nuca dele, acariciando o cabelo escuro dele e puxando-o para mais perto.
O beijo foi uma mistura de prazer incondicional, com um desejo reprimido e uma forte tristeza, pois nenhum dos dois desejava dar adeus ao outro.
Quando eles afastaram-se, Arthur surpreendeu-se, pois Lua puxou-lhe para um novo beijo. Dessa vez mais intenso, mais apaixonado e muito mais significativo. As mãos do nadador ergueram sua amada do chão, e carregou-a nos braços até um dos muitos bancos do jardim da loira.
Eles,depois de beijarem-se, ficaram sentados abraçados, apenas ouvindo o silêncio e aproveitando seus últimos minutos juntos.
“Você tem certeza que nós temos que acabar?” Ele perguntou à ex-namorada.
Lua então respondeu-lhe….

A Lucíola moderna

Capítulo 26
Arthur leu a carta duas, três vezes. Ele, mesmo com o pedido que ela fizera, estava disposto a procurar a amada.
Ligou então para seu amigo, o Guga, e pediu que ele ajudasse a desvendar mais sobre a historia da Lua.
Foi assim que ele descobriu que a mesma estava morando numa antiga chácara, não muito longe do Rio de Janiro.
Ele então saiu a procurá-la, batendo de porta em porta, até descobrir onde ela morava.
Lua esperou Anna chegar, e ao recebê-la novamente em casa, não pode conter suas lágrimas.
“Lua!” Gritou Anna.
“Anninha!” Gritou a loira, abraçando-a.
As duas passaram o final de semana conversando. Lua não revelou a ela sobre seu passado como prostituta, apenas contou sobre seu grande amor com Arthur.
Uma semana depois, enquanto Lua passeava pelo jardim, e chorava ao lembrar-se de Arthur, ela ouviu uma voz chamá-la.
“Lua!” Gritou Arthur.
“Arthur?” Ela falou, sem mecher-se.
“Deixe-me entrar!” Ele pediu.
Lua então falou:
“Arthur, vai embora, não quero que você seja mais um que prejudicarei.”
“Só irá me prejudicar se eu não puder ficar aqui com você.” Ele falou

A Lucíola moderna

Capítulo 25
"A carta da Lua"
Arthur, a Lua que você conhecera morreu. E aqui está a triste historia dela. Mas antes de ler, quero que saiba que deixei de amá-lo, nem mesmo o trai.
Minha história é quase a repetição da historia da minha ancestral. Ela fora uma cortesã no Rio de Janeiro, após arrecadar dinheiro para sua irmã Anna (minha bisa avó) ela faleceu, mas eu sempre ouvi sua história e jurei a mim mesma que nunca teria uma vida iguala  dela.
Quando fiz 15 anos meus pais mudaram-se para São ´Paulo, onde dois de meus irmãos faleceram num acidente de carro. Nessa mesma época minha mãe entrou em depressão, meu pai tornou-se alcoólatra. Sobramos então apenas eu e minha irmã para nos cuidarmos.
No dia que Anna (minha irmã) descobriu que tinha câncer, eu entrei em desespero. Nossa família estava arruinada, minha mãe já não estava mais conosco e meu pai não era mais o mesmo.
Um dia, fui chorar no hall de entrada do meu prédio, precisava de dinheiro, mas ano sabia como arranjar. Nesse mesmo dia, meu vizinho ofereceu-me dinheiro e chamou-me para subir ao seu apartamento.
Eu fui, mesmo com medo, pois o dinheiro para o tratamento da Anna valia mais que tudo para mim. 
Chegando no apartamento dele, ele tentou agarrar-me, sai correndo. Mas ao chegar no térreo lembrei-me da Anna e do meu pai, e com isso corri de volta para o apartamento do nosso vizinho, o Sá.
Ele era um velho nojento, agarrou-me, tocou-me, me fez sentir nojo de mim mesma, mas eu não reclamei, chorei nem mesmo fugi, fiquei lá imaginando o dinheiro que receberia para cuidar da minha irmã e curar meu pai.
Nunca contei nada a ninguém, mas muitos meses depois, quando meu pai já estava bem,  e minha irmã sendo tratada, fui questionada sobre a origem do meu dinheiro.
Meu pai, com nojo de mim, expulsou-me de casa.
Foi assim que, de carona em carona, cheguei ao Rio de Janeiro, onde uma senhora me ofereceu moradia. Essa, cuidou de mim, mas, um ano depois, exigiu que eu servisse aos desejos do filho dela.
Sem opção, cedi às ordens dela, e foi assim que comecei a me prostituir. Juntei uma soma de dinheiro grande o suficiente para pagar a minha liberdade, e mudei-me para Europa.
Antes, porém, falsifiquei minha morte, assim, meu pai não choraria mais de vergonha por mim, mas sim pela filha morta que possuía.
Na Europa, enquanto lia os jornais do Brasil, descobri que minha irmã estava no jornal. Ela estava a procura de um doador compatível. Não pensei duas vezes, retornei ao Brasil, desmanchando o meu contrato como professora de português na Itália.
Chegando ao país, vi de fazer uma doação anônima para minha irmã, que era órfã. E prometi a mim mesma que me prostituiria por mais dois anos, assim, juntaria dinheiro para minha irmã e mudaria a vida dela.
Hoje, dia 5 de março, cumpro minha promessa e preparo-me para recebê-la em meu lar. Vou enviá-la à melhor escola do Rio, vou salvá-la do meu destino.
Por isso, aviso que a Lua que você conheceu morreu, Não existe mais aquela prostituta festeira, mas sim uma menina que vai cuidar da irmã e tentar esquecer que já amou alguém.
Arthur, todos que ficaram perto de mim sofreram, eu amo você demais, Por isso, não quero que me procure. Eu amo demais você para arriscar machucá-lo.
Um beijo,
Da sempre sua Lua Maria Blanco.

A Lucíola moderna

Capítulo 24
De repente, a porta se abre e por ela sai um homem, que carregava um dos muitos vasos de flores que haviam na casa.
“Larga isso!” Gritou Arthur. “Isso não lhe pertence, é da Lua!”
“Calma moço, ela que pediu que eu buscasse.” Afirmou o homem que carregava o vaso de flores com as flores que Arthur mandara para Lua muitos dias atrás.
“Como assim ela que pediu? Onde ela está?” Exigiu Arthur.
“Eu não posso revelar, ordens dela.” Explicou o homem.
“Eu pago para você.” Falou o nadador.
“Desculpa moço, mas sou honesto não vou trair ela.” E com isso, o homem entrou em um carro e foi embora.
Arthur, triste, voltou para casa. Chegando lá, decidiu o que havia dentro da caixa que Lua deixara para ele.
Ao abri-la, ele viu que havia, além do pingente que ele dera a ela, uma carta.
Essa começava da seguinte maneira:
“Arthur, a Lua que você conhecera morreu. E aqui está a triste historia dela. Mas antes de ler, quero que saiba que deixei de amá-lo, nem mesmo o trai.”
Naquele mesmo dia, Lua estava em sua nova casa. A espera de uma pessoa muito especial. Ela andava de um lado para o outro. Sua casa nova era bem iluminada, mas cercada por um enorme jardim que lhe dava muita privacidade.
Todas as lembranças da vida antiga dela foram vendidas, queimadas ou doadas. A única coisa que ela manteve, foram os bilhetes que Arthur enviara a ela e as flores que ele deu a ela.
Arthur, quando pôs-se a ler a carta da amada mal acreditou no que lia. Era tão triste, e ao mesmo tempo tão nobre.

A Lucíola moderna

Capítulo 23
Havia se passado três semanas desde o dia que Arthur e Lua se viram pela última vez. O moreno estava disposto a empenhar-se apenas na natação, esquecendo todo o resto.
Um dia, após o treino, recebeu uma carta, onde nela havia o pedido que fosse até o banco central da cidade.
Ao chegar no local, o homem que atendeu ele foi o mesmo que beijou a mão de Lua no outro dia.
“Sr Aguiar, é um prazer finalmente conhecê-lo. Sente-se.” Ele pediu.
“Obrigada, mas eu realmente quero saber de uma vez o por que de eu estar aqui.” Arthur pediu.
“Bem, como você deve saber, eu sou o gerente da Lua. Controla as finanças dela a anos. E ela pediu, após vender quase todos os pertences ao meu banco, que lhe entregasse isso.” Nesse instante, o funcionário do banco entregou ao nadador uma caixa.
“Desculpa a pergunta, mas você e a Lua não são amantes?” Questionou-o Arthur.
“Claro que não.” Afirmou o homem. “Lua jamais faltara o respeito comigo, assim como eu com ela. Somos apenas conhecidos.” Afirmou.
Arthur, sentindo-se culpado por não ter dado a chance para Lua explicar-se, entrou no primeiro táxi que viu e correu para casa dela.
Aquele dia era atípico, estava frio no Rio de Janeiro, o sol escondido atrás das nuvens, e um vento forte estava presente.
Chegando na casa da amada, ele estranhou. O jardim, que sempre foi cheio de flores, estava descuidado, as janelas (todas) estavam fechadas, e uma luz sequer brilhava naquela casa. De repente, a porta se abre e por ela sai….

A Lucíola moderna

Capítulo 22
Arthur explicou a menina que estava namorando, mas mesmo assim ela insistiu e beijou-o. Ele, por sua vez, empurrou-a.
No dia seguinte, ao voltar para o Brasil, ele passou em sua casa. Beijou sua mãe que parabenizou-o pela vitória e correu para casa da amada.
Naquele dia, para aquela ocasião especificamente, ele escolhera uma calça jeans de lavagem escura, uma blusa preta e um tênis azul com preto.
Lua, naquele mesmo dia, estava sem esperar seu amado, e por isso, tratou de ficar em função de seu segredo.
Quando Arthur chegou na casa da amada, assustou-se. Lua estava sentada num sofá, abraçada com um estranho, logo em seguida o homem beijou-lhe a mão e fez carinho no seu rosto.
Assim, que o mesmo saiu da casa. Arthur entrou esbravejando na casa da pessoa que amava, e disse:
“Fico feliz de ter visto isso, assim não fico a enganar-me mais. Nunca poderemos ficar juntos novamente. Como eu não esperava uma traição vinda de uma…” Nesse instante ele respirou fundo, simplesmente não conseguia continuar a falar, não conseguia falar mal dela, pois ainda amava.
Arthur então retirou-se, sem falar mais nada, ou sequer ouvir o que ela dizia a ele.
Lua, triste por não conseguir se explicar, culpada por ter guardado um segredo do homem que amava, pôs se a chorar.
Ela estava dividida, tinha medo de revelar seu segredo a ele, e que o mesmo a julgasse, mas também não desejava perdê-lo, nem mesmo pô-lo em risco. No final, ela decidiu simplesmente se exilar.

A Lucíola moderna

Capítulo 21
Arthur viajara para os Estados Unidos com a finalidade de competir em um campeonato mundialmente reconhecido.
Ele ficara dividindo o quarto com dois amigos e um desconhecido. Os quatro eram considerados os sortudos, pois na frente do quarto deles ficava o das meninas mais desejadas do campeonato.
Enquanto isso, no Brasil, Lua decidira providenciar as coisas de que necessitava, afinal, alguém com um segredo como o dela precisava estar sempre esperta.
Lua chamara seu gerente do banco, e pedira que ele sacasse todo o seu dinheiro. Pedira que um velho amigo leiloasse todas as suas joias, com exceção de suas preferidas.
A menina pegou o primeiro avião que conseguiu, e foi para São Paulo. Lá ela reencontrou com a pessoa que mais amava. Uma pessoa cuja existência ela escondera de Arthur.
O nadador, após três dias seguidos de competição, conseguiu ganhar medalha de bronze, o que era excelente. A noite ocorreu uma festa.
Ele estava arrumando-se quando ouviu alguém bater na porta. Seu colega de quarto, John, abriu a porta.
“Hi boys!” Falou a loira entrando no quarto.
“Hello” Falou Arthur, sorrindo, assim como os demais.
As meninas traziam com si algumas garrafas de bebidas, e desejavam beber com eles antes da festa. O moreno pensou em resistir, mas desistiu após um tempo. Bebeu com todos, e seguiu para festa.
Na festa, uma ruiva do quarto da frente, que tornara-se amiga dele na viagem, falou:
“Arthur, I think you are so hot! Snogg me sesiless and I’ll let you control me [1].” Ela falou, beijando-o logo em seguida.

[1] Arthur, eu acho que você é tão lindo! Me beije até eu perder os sentidos, e eu deixarei você me controlar

A Lucíola moderna

Capítulo 20
O lugar que Lua considerava sagrado era uma praia.
“É bem bonito aqui.” Comentou Arthur, ao chegar no local.
“Também acho.” Comentou Lua, claramente diferente dos demais dias que estivera junto com o namorado.
“Amor, não compreendo você, um dia está toda animada em vir aqui, mas hoje está toda triste. Ocorreu algo?” Ele questionou-a.
“Arthur, eu sei tanto sobre você, mas você não me conhece bem. Aqui foi o local onde a verdadeira eu viveu,mas não quero contar a você essa historia agora. Vamos apenas curtir o momento e pegar um quarto no hotel.” Ela explicou.
Os dois passaram o dia todo no maior carinho na praia, trocando juras de amor, beijando-se e abraçando-se. Lua, deitara-se no colo do namorado para tomar banho de sol, e ele admirar seu corpo perfeito no biquíni azul celeste.
As mãos dele massageavam as costas dela, depois, ela sentara-se e beijara-o.
A noite, os dois jantaram juntos num restaurante perto do hotel.
“Esse restaurante já foi meu local preferido, meu avô cantava e tocava aqui antes de falecer.” Ela contou.
Arthur, levando a Mao até o rosto da amada, secou uma lágrima que escorria pelo rosto dela, e aperto, com a outra mão, a mão dela.
No quarto do hotel, eles chegaram beijando-se. Os beijos forma tornando-se mais intensos, até que eles caíram sobre a imensa cama de casal.
“Eu te amo, ok? Não esqueça nem duvide disso jamais.” Ela pediu.
“Eu também a amo.” Ele respondeu, puxando o lábio dela com os dentes e selado um beijo apaixonado.
Arthur então começou a tirar as roupas dela, e ela as dele. Seus corpos estavam pressionados um contra o outro, e suas bocas grudadas em um beijo sem fim. Arthur acariciava o corpo dela e enchia-o de beijos, enquanto ela arranhava-o e beijava-o, alternando com caricias.
Por fim, após terem uma romântica noite da amor, os dois partiram. Arthur fora viajar e Lua voltou para casa. Após a viagem, tudo que era bela transformou-se, e verdades foram desvendadas.

A Lucíola moderna

Capítulo 19
Enquanto Arthur pensava todas aquelas coisas a respeito da Lua, ela abria a outra caixa de presente. Um bem mais simples, mas que, estranhamente, despertou lágrimas nos olhos dela.
“Arthur, esse é o presente mais lindo que já ganhei.” Ela falou, olhando para o pingente de prata em forma de lua que estava na caixa.
“Lua, você quer me deixar louco?” Questionou-a Arthur.
“Como assim?” Ela perguntou com enorme ingenuidade.
“Eu gasto uma fortuna em um presente que você desprezou, mas o outro presente, que quase não custou-me nada, você chorou de tão emocionada.” Ele explicou a ela.
“EuNaoQueriaQueVoceAchasseQueEuEraGananciosa.” Falou Lua encabulada.
Arthur pediu que ela respondesse, pois a loira havia falado com a cabeça abafada por uma almofada.
“Eu não queria que você acha que eu era gananciosa.Diz que recebi com indiferença esses diamantes! E qual é a causa da minha alegria? Disfarcei porque não queria que pensasse que interessava-me apenas pelo seu dinheiro,além disso, você deve compreender que fico encabulada  em receber um presente que vale muito mais que mereço.” Ela falou, tristemente.
Arthur ficou em silêncio, refletindo sobre o que ocorrera.
“Por favor, não se zangue comigo por isso.” Pediu a loira, fazendo carinho no rosto do amado e beijando-lhe a face.
“Não estou.” Ele afirmou. “Mas quero que sempre me diga a verdade, assim como sempre direi a você.”
Os dois selaram o pacto com um beijo ardente, e com isso, foram ao quarto da moça. Arthur despiu-a e deslumbrou de sua beleza, enquanto ela acariciava seu abdômen definido e olhava-o apaixonada.
Na semana seguinte, Arthur viajaria para competir, e Lua ficaria só em casa. Antes dele viaja ela decidiu surpreendê-lo e levou-o a um local que era “sagrado” para ela.

A Lucíola moderna

Capítulo 18
Arthur, ao chegar na casa da Lua, assustou-se. Não compreendia o que estava acontecendo. Seu sentimento era uma mistura, um turbilhão de coisas.
Lua, por sua vez, sentava-se calmamente num sofá, ereta e elegante. Trajava um vestido preto feito o céu e joias brilhosas feito as estrelas. Seu rosto encontrava-se finamente maquiado, com os lábios pintados, as unhas meticulosamente feitas e os olhos perfeitamente delineados.
 “O que significa tudo isso?” Questionou-se Arthur.
“Você não queria voltar a ver-me comprando coisas?” Perguntou ela.
“Não era isso, eu apenas gostaria que você se sentisse livre.” Afirmou ele.
“Sério? Pois então fique sabendo que eu jamais fui tão livre quanto o dia que conheci você.” Ela afirmou sorrindo.
“Mas, me explique, como você conseguiu mudar todas as peças de móvel da sala sozinha, e ainda assim, manter-se tão bela?” Ele questionou-a.
“Chamei dois amigos para auxiliarem na mudança. Encomendei roupas do meu designer preferido, e pedi que os funcionários do salão viessem para minha casa. Queria mostrar para você que me arrumo apenas para uma pessoa, e essa pessoa é vocÊ. O homem que eu amo.” Ela declarou-se.
Arthur, encantado com a declaração, beijou-a apaixonadamente, e aos poucos, foi deitando-a sob o sofá. As ágeis mãos dele foram abrindo o vestido que ela usava, enquanto as mãos dela livravam-se da blusa dele.
Antes de acontecer qualquer coisa, Arthur levantou-se e sussurrou:
“Meu amor, tenho uma surpresa para você.”
Lua arregalou os olhos, enquanto Arthur tirava de seu bolso um colar de diamantes.
A loira olhou o presente, sem demonstrar grande animação exclamou:
“Obrigada, mas não valho tanto.”
Arthur, ao ouvir isso apenas pensou “Bem que avisaram-me, ela está habituada a presentes muito luxuosos, os quais jamais terei o dinheiro para pagar. Deveria cuspir os beijos que ela me dera por nojo de sua arrogância”

A Lucíola moderna

Capítulo 17
Um dia, Lua recebera um convite para uma luxuosa festa que ocorreria na semana seguinte. Arthur ao ver aquele convite protestou.
“Lua, você tem que ir à essa festa, as pessoas já devem estar se perguntando o que está acontecendo com você. Não é mais vista a passeio nas lojas mais luxuosas, não sai para festas ou com amantes, não sai de casa sequer.” Afirmou Arthur.
“Meu amor, nada disso me interessa, ou sequer interessou-me, eu amo você e sua companhia é a melhor parte do meu dia, o resto jamais passou de uma frágil máscara da verdadeira eu.” Afirmou a loira.
“Tem certeza que não quer ir? Aposto que a festa estará ótima.” Comentou Arthur.
Lua, por sua vez, aproximou-se do moreno e beijou-o com extrema paixão. Ele, encantado por ela e desejando desfrutar mais dela, não esforçou-se para escapar.
“Como posso desejar qualquer coisa a não ser ficar perto de ti meu amor?” Perguntou Lua.
Ao sair da casa da amada, o nadador decidiu que faria uma surpresa à ela. Na manhã seguinte, levando boa parte de suas economias, o moreno foi à uma fina joalheria, onde comprou dois presentes para amada.
Enquanto Arthur estava a fazer seus afazeres, Lua colocou-se a aprontar das suas. Chamou dois homens para irem à sua casa. Um deles era conhecido dela à anos, o outro ela havia sido amasia dele.
Lua apenas fizera o que fez porque Arthur reclamara que ela não saia mais, não comprava mais e nem mesmo exibia-se para os outros com amantes.

A Lucíola moderna

Capítulo 16
Arthur, ao acordar na manhã seguinte, demorou alguns segundo para  situar-se de onde estava. Seu olhar vagou pela sala, até que ele viu a imagem dos sonhos dele.
Lua, de cabelos úmidos do banho, estava pondo a mesa do café da manhã.
“Bom dia.” Ela falou docemente, andando até onde ele estava e beijando-o.
“Bom dia.” Ele falou sorrindo. “O que você está fazendo?”
“Mimando você.” Ela falou, sorridente.
Arthur, todo apaixonado, agarrou sua amada e beijou-a calorosamente.
“Vou ao banheiro, já volto. Não saia daí, nem mesmo se mova.” Ele falou, enquanto beijava o pescoço dela.
Ao retornar para sala, Arthur viu-a belamente parada como uma estatua.
“Você ficou parada esse tempo todo?” Ele perguntou.
“Fiquei, não deveria?”  Ela perguntou, preocupada,
“Ummmm.. Não é isso, é que eu falei brincando.” Ele explicou, estranhando como aquela bela mulher as vezes parecia uma ingênua menina.
Ela sorriu, envergonhada, e perguntou:
“Está com fome?”
“Sempre.” Ele falou.
“Que bom, porque eu também estou sempre faminta!”
Os dois tomaram café da manhã juntos, e nos dias seguintes passaram a tomar café da tarde na companhia um do outro. Arthur passava o final da tarde e o inicio da noite com ela, e nos outros horários ia para casa ou treinava.
Um dia, Lua recebera um convite para uma luxuosa festa que ocorreria na semana seguinte. Arthur ao ver aquele convite protestou.