sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Capítulo 70


Em uma certa noite o Afonso chegou novamente drogado , eu estava na sala assistindo o show ao vivo do Luan que passava , enquanto ele entrava batendo em todo canto. Gritava , falava palavrão e até queria discutir comigo.
Infelizmente não deu para ver o show completo do Luan como eu tinha prometido a ele , não queria discutir com o Afonso e acontecer algo ali comigo. Como só na televisão da sala passava o canal o qual o Luan estava , desliguei e fui para o meu quarto.
Chorei muito e decidi mandar uma mensagem para o meu pai em partes, dizendo o que estava acontecendo. E que se continuasse daquele jeito , eu deixaria o Afonso naquela casa e iria morar em outro lugar. Meu pai não me respondeu naquele dia.
Mas no dia seguinte me ligou :
- Oi pai – disse sonolenta tinha acabado de acordar.
- Jéssica , que história é essa de que o Afonso esta usando drogas ?
- Pai é verdade , já foram duas noites que ele chega assim desse jeito. Ele começa a bater nas coisas , a gritar , chamar palavrões. Eu não aguento mais.
- Me dá esse telefone , Fagner – pedia Ana Paula. – Jéssica ?
- Oi , Ana eu sinto muito. Não estou inventando isso , não tem porque eu inventar essas coisas. Eu só tinha que comunicar a vocês sobre isso.
- Meu filho ? Não é possível , ele te fez algum mal ?
- Não , não. Quando ele chegou eu logo entrei em meu quarto.
- Não acredito – ela chorava do outro lado da linha , meu pai pegou o telefone.
- Filha , converse com ele sobre isso. Não podemos sair da Bolívia agora.
- Eu conversar com ele , pai ? Você só pode tá louco.
- Tente pelo menos.
- Tudo bem , vou tentar.
Fiz minhas necessidades e sai do quarto já encontrando o Afonso fazendo a sua vitamina , ele me deu bom dia e eu apenas sorri :
-  Precisamos conversa e é sério ...
- Tudo bem , agora ?
- Sim agora – nos sentamos e enquanto ele tomava a sua vitamina eu começava a falar. – Sobre o que anda acontecendo , Afonso. Primeiro você me aparece com uma mulher que provavelmente nem conhece , você trás ela aqui pro nosso apartamento , transa com ela na sala , deixa roupas largadas e até camisinha.
Segundo , você me aparece drogado – ele me olhou com os olhos arregalados.
- Jéssica vamos ...
- Vamos sim , parar com isso. É a segunda vez que você me chega drogado aqui , porque você anda fazendo isso , Afonso ? Você vai acabar com a sua vida.
- Não ... se intromete.
- Claro que me intrometo. Você chega aqui batendo em tudo , falando alto , chamando palavrões ou você para com isso , ou eu vou ter que fazer alguma coisa.
- Fazer o que ?
- Pedirem pra te internar , algo que te faça sair desse vicio. Isso é pro seu bem , você se envolvia com isso na Bolívia ? – ele ficou calado. – Me fala !
- Não , eu não ...
- Meu Deus ! Você frequenta que lugar ?
- Boates aqui perto , apenas.
- Você não vai sair ...
- Você não manda em mim.
- A partir de hoje irei mandar , você não vai sair desse apartamento.
- Vamos ver então ...
- Tudo bem , vamos ver  - sai da cozinha e logo tranquei a porta e peguei as chave o Afonso me imprensou na parede e tentava pegar a chave da minha mão. – Para !
- Você não vai me deixar aqui dentro ...
- Vou sim , me solta.
- Não vou soltar você. PARA , ME DÁ A CHAVE !
Consegui me soltar dele e corri para o meu quarto , mas ele me seguiu , me prendendo na cama , segurando minhas mãos eu tinha escondido as chaves no bolso do short que eu estava. E ali não aconteceu uma briga , como seria.
Aconteceu uma brincadeira retardada , de ‘’irmãos’’ vamos dizer assim :
- Aí , Jéssica – ele disse no momento que eu segurei com minhas unhas o seu braço.
- Me larga , não toca em mim.
- Você vai ver ... Vou te amarrar aqui.
- Afonso para com isso – ele me tocava diferente. Empurrei ele , o tirando do meu quarto. Me joguei na cama respirando fundo , não poderia prendê-lo ali , mas se ele voltasse drogado novamente , eu não ficaria mais ali.
Coloquei a chave na porta novamente. E na tarde foi até divertido , fizemos o almoço juntos e ele me prometeu que não iria mais entrar naquelas coisas. No meio da tarde , ele conversava com um amigo brasileiro , que estava na Bolívia :
- Ela é gata ... – disse o menino , quando me viu ao lado do Afonso.
- E comprometida – disse mandando beijo para o rapaz e fui assistir novela da tarde.

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