quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Capítulo 30


- Me dá aqui na boca ... – ele abriu a boca e sorriu. Tirei o bombom da embalagem e coloquei em sua boca , ele quase mordia o meu dedo. – (risos) Desculpa !
- Nossa  , que guloso.
Luan ligou o rádio e estava passando uma das música que eu mais gostava de ouvir , olhei para a janela e me veio todo o filme de quando fui enganada pelo o Luan , mas eu não poderia fazer a mesma coisa que ele tinha feito comigo – ou tinha ?
Apertei em um botão onde desligou o rádio :
- Não gosta dessa música ?
- Não me trás boas lembranças.
- Me desculpa , não sabia.
- Fica tranquilo – estacionamos , em frente a minha casa e logo na nossa frente estava o carro onde as meninas saíram e ficou na portaria , nos olhando.
- Você conhece ? – Luan me perguntou apontando para as duas.
- Ah ... são minhas vizinhas.
- Elas moram juntas ?
- Não ... quer dizer moram , mas não é o que você tá pensando.
- (risos) Não pensei nada – ele se virou pra mim , se apoiando bem na cadeira do carro – E quando vamos nos ver novamente ?
Ele passou a mão em meu rosto , mas eu logo tirei :
- Não sei ! Bom , obrigada pelo o jantar. Agora preciso ir , amanhã eu ... trabalho.
- Tá tudo bem , um abraço então.
- Sem abraços , é melhor.
- Beleza – sai do seu carro e corri para a portaria onde subi com as meninas.
- E aí ? Ele não tentou te beijar né ?
- Claro que não e se tentasse iria lhe dá um tapão na cara. Merece !
- Ele tentou todo momento do jantar , pegar na sua mão. Você tirou menina ...
- Me sinto mal quando ele me toca. Mas vamos falar de outra coisa , me leva amanhã de tarde na escola de arte ? Preciso me distrair um pouco.
A escola de arte virou um lugar onde eu realmente esquecia todos os meus problemas , a companhia daqueles idosos me fazia um bem enorme , mostrava para alguns o que eu sabia sobre música , inventava uma coreografia e me divertia com eles. Na tarde do dia seguinte como combinado fui para a escola de arte , enquanto desenhava algo que eu nem mesmo sabia , as lágrimas caíam pelo o meu rosto , não me importei com todos me olhando , continuei pintando , quando a Debóra veio falar comigo , sai correndo para o banheiro , me sentei em um banquinho que tinha ali e não consegui seguras as minhas lágrimas , eliminei no meu choro todo o sofrimento :
- O que aconteceu , Jéssica ?
- Me deixa sozinha , me deixa sozinha.
- Calma , nos conta ...
- Por favor , me deixa sozinha.
Ela saiu do banheiro e eu fiquei olhando para o espelho
enquanto jogava água gelada em meu rosto :
- Jéssica Oliveira Lucena , esquece esse homem menina não é pra você. Dá uma chance para o Eduardo , ele é gente boa e vai te fazer esquecer o Luan – falava pra mim mesma , olhando no espelho.
- Posso dá um conselho pra você ? – me assustei me virando para o lado , era Mabel.
- Claro ... que pode – enxuguei as minhas lágrimas.
- Dê uma chance mesmo para esse Eduardo , já que você acha que não vale a pena arriscar nesse amor com esse tal Luan. Você sofre muito por ele , quem sabe ficando com uma pessoa boa como esse Eduardo aparenta ser , você esquece esse outro rapaz , e não sofre mais ...
- Não é tão fácil esquecer um amor assim , Dona Mabel.
- Eu sei que não é minha linda , mas vá tentando. Você vai conseguir.
- Será que vou mesmo ?
- Se você não fechar o seu coração pra isso , tenha certeza que sim.
- Obrigada , a senhora é tão boa.
- Não precisa me agradecer , eu só não gosto de ver as pessoas sofrendo.
Abracei ela forte e saímos do banheiro , fiquei olhando os outros idosos a desenhar , até chegar a minha hora. Quando estava chegando em casa , indo para o estacionamento vi o carro do Eduardo , buzinei e abaixei a janela :
- Entra aí , vou guardar o carro.
- Beleza – fui para o estacionamento do prédio. Sai do carro , tranquei direitinho e fui encontrar o Eduardo , lhe abracei forte. – Tudo bem ?
- Melhor impossível e com você ?
- Estou ótimo , vim te chamar pra dá uma volta.
- Ah , não quero sair. Fica aqui comigo no apartamento , que tal ?
- Se não for incomodar.
- O que é isso , vamos lá – entramos no elevador e o Eduardo como sempre me fazendo rir , ele me alegrava de um jeito , que nem dava para explicar. Chegamos no meu apartamento , dei passagem para ele quando abri a porta.
- Com licença ...
- Entra vai – entramos juntos coloquei a minha bolsa no sofá.
- Como foi lá na escola de artes ?
- Você sabe ?
- É ... vo-você já me contou esqueceu ?
- Super esqueci , pensei que nunca tinha conversado com você sobre isso.
- Já me contou sim , esquecidinha. Está melada de tinta.
- Preciso de um banho rápido , me espera aqui ?
- Espero sim ... – fui para o banheiro , onde tomei um banho um pouco demorado. Coloquei um short levinho e uma blusa levinha e sai do quarto arrumando o cabelo , Eduardo assistia um DVD de sertanejo , aquele eu não tinha :
- Ué , onde encontrou esse ?
- Trouxe pra você , desculpa tá mexendo assim nas suas coisas.
- Fica a vontade ,tá com fome ?
- Sinceridade ? Estou , vou pedir uma pizza pra nós dois.
- Tudo bem , vou pegar uma fruta quer ?
- Quero uma sim ... – ele foi comigo até a cozinha enquanto peguei uma uva e coloquei em sua boca. Ele ligou para a pizza , quase discutimos pois ele queria de um sabor e eu queria de outro , acabou pedindo metade de uma e metade de outra.
- Você é implicante.
- Eu que sou implicante ? Eu que sou né ? Tá bom ... – ele saiu da cozinha.
- Tô brincando , não precisa ficar bravo – abracei ele por trás e beijei seu pescoço. OPA ! Não deveria ter feito aquilo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário