quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

8
Ele me deixou descer devagar e eu sai da gangorra. Fui correndo até ele e comecei a bater em seu peito com um pouquinho de força. Ele ria e tentava segurar as minhas mãos pra tentar me impedir de bater nele. Eu continuei tentando bater nele. Ele ia pra trás e finalmente conseguiu segurar as minhas mãos. Ficou me encarando e deu um passo pra trás, porque eu tentei bater nele novamente. Ao dar o passo, ele tropeçou em alguma coisa e caiu no chão. Como ele segurava as minhas mãos, fui pro chão com ele. Quer dizer, eu caí em cima dele. Cara a cara. Corpo a corpo. Eu podia sentir a respiração dele e o coração acelerado também.
Olhei dois segundo pra frente e vi Flávia apontando pra gente, Felipe virou pra nos olhar. Flávia fez um gesto com as mãos e disse: – Beija logo.
Eu olhei pro Guilherme e ele sorria. Colocou uma mão na minha nuca e me beijou. Eu devia levantar, sair correndo e me impedir disso. Mas não consegui. Eu queria estar ali, apesar de saber que depois, seria muito pior.
Nós nos beijávamos, ele segurou na minha cintura e eu levei uma mão pro rosto dele. Alisava enquanto ele apertava a minha cintura. Não ouve malicia no beijo. Meu coração ia acelerando a cada movimento de Guilherme. Eu sorri durante o beijo quando ouvi a Flávia dizer: – Aleluia, irmãos.
Terminei o beijo depois de um tempinho beijando o Guilherme. Fiquei em cima dele por mais alguns segundos, alisei o rosto dele e ele me encheu de selinhos. Eu sorria feito idiota e quando me toquei, sai de cima dele. Dei a mão e o ajudei a levantar. Ele sorria pra mim. Eu olhei pras costas dele e estavam imensamente sujas de areia.
Manuela: Sabe aquele papo de voltar a ser criança? Se tu mãe ver essa sujeira, vai acreditar que tu voltou a ser. – Nós rimos e eu fui pra trás dele, tentei tirar a sujeira, mas não deu muito certo.
Flávia: O casal de pombinhos quer um sorvete?
Manuela: Um pra mim e um pra ele, né!? Não quero dividir. – Fiz um bico e todos riram.
Guilherme: Gorda mesmo! – Me abaixei no chão, peguei um pouco de areia e taquei na roupa dele.
Manuela: Que engraçado!
Ele ficou meio bravo pela areia que eu tinha tacado, mas logo a raiva passou. Fomos comprar sorvete e quando pedi o meu, Guilherme não me deixou nem tirar o dinheiro do bolso, foi logo pagando. Achei bonitinho e Flávia deu um sorrisinho pra mim.
Voltamos pra casa antes de escurecer. Não houveram mais beijos e eu evitei qualquer papo sobre o beijo que rolou. Foi um erro, eu sabia. Mas acho que eu precisava daquilo. Só não sabia direito o motivo.
Nos arrumamos e Helen nos levou pra boate. Eu fiz o show da noite. Além de ter conseguido 15 clientes e uma fila de espera de duas semanas pra conseguir um programa comigo. Helen me elogiou e me deu 10% a mais.
No outro dia, na escola, vi Guilherme conversando com a Regina. Ela estava, literalmente, se oferecendo pra ele. Passou o dedo no peito dele e ele tirou a mão dela de lá. Flávia percebeu que eu estava de olho nos dois.
Flávia: Reapaixonou? 
Manuela: Está totalmente fora de cogitação, amiga. Olha lá. – Apontei discretamente pros dois. – Sem condições de ficar com alguém assim. Fora os outros motivos.
Flávia: Nem me fale. Eu vou morrer quando Felipe descobrir. Morro de medo de ele não querer nem olhar na minha cara. Ficar com raiva de mim.
Nós estávamos sentadas em um banco, no intervalo. Felipe tinha ido buscar nossos lanches. As meninas tinham nos abandonado pra admirar os jogadores, como sempre. O clima com a Lua não estava lá dos melhores.
Manuela: Vocês são tão lindos juntos e ele te ama tanto... – Olhei com uma cara triste pra ela.
Flávia: E eu o amo também... Muito. Mas não é algo que eu possa escolher. – Ela me abraçou e chorou baixinho.
Manuela: Não pensa no pior. Não agora. Esquece isso, amiga. – Ela assentiu com a cabeça e Felipe apareceu com os nossos lanches. Guilherme passou o intervalo todo conversando com a menina.
Gabriel veio conversar comigo quando eu estava indo pro banheiro feminino.
Gabriel: Olá, Manu. Nunca mais falou comigo.
Manuela: E aí, Gabriel... Poxa, você que não veio puxar mais papo.
Gabriel: To aqui agora! – Ele sorriu. – Vim te fazer um convite. O que acha da gente sair no sábado?
Manuela: A noite?
Gabriel: Isso.
Manuela: Não posso.
Gabriel: O que acha do próximo?
Manuela: Acho improvável.
Gabriel: Que menina compromissada. – Nós rimos. – Quando tu pode?
Manuela: Nessa sexta, talvez. Mas a tarde.
Gabriel: Certo! Combinado. Depois tu me fala onde tu quer ir. E no sábado, a tarde, tu vai no open, né!?
Manuela: Não sei do que se trata.
Gabriel: Open dos meninos do terceiro que tão fazendo 18 anos. A Flávia disse que vai.
Manuela: Estarei lá então.
Gabriel: Beleza. – Ele deu um beijo no meu rosto. – A gente se vê por aí. – Assenti com a cabeça e ele saiu de perto.
Fui pro banheiro e na volta, Guilherme estava encostado em uma parede, parou na minha frente quando eu passei. 
Guilherme: Tava de papo com o seu namoradinho? – Levantei uma sobrancelha ao ouvi-lo.
Manuela: E se for? Tu não tem nada com isso. Eu não me meto com as tuas namoradinhas.
Ele ficou sério e não falou mais nada. O intervalo acabou e nós voltamos pra sala. A ultima aula era de inglês. O gato do Otávio.
Otávio: Good Morning, class! How are you today?
Manuela: Fine and you, teacher?
Otávio: Completely fine, right now.
Manuela: Good.
Otávio: Ninguém consegue responder o básico do inglês?
Isabela: A Manuela já faz isso pela gente. – Ela falou ironicamente.
Gabriel: Dá pra parar de provocar? Ela não falou nada contigo.
Otávio: Não sei o que ta acontecendo, mas acaba agora. A Manuela é uma ótima aluna e ótima em inglês. Agora chega!
Isabela: Mais um que vai pra lista da Manuzinha?
Manuela: Mais um pra minha lista e mais um que não vai chegar nem perto da sua. – Olhei pra ela e sorri satisfeita.
Flávia: Arrasou. – Ela falou baixinho no meu ouvido.
Otávio não deixou a discussão continuar. Ele deu a aula e ficou a todo momento me chamando pra responder questões. Os outros alunos responderam uma ou outra, mas quando alguém não sabia, ele pedia pra eu responder.
A aula acabou e quando eu sai da sala, Isabela só faltou me fuzilar com o olhar. Fomos pra casa e o dia foi normal.
A noite chegou e nós fomos pra boate. Fiz 13 programas. Tava acabada, mas recebi muito. Helen estava começando a puxar o meu saco, eu estava trazendo muitos clientes pra boate.
No outro dia, o Otávio decidiu dar uma prova oral surpresa. Todo mundo ficou bravo, porque ele não deu tempo de estudar e tudo mais... Mas ele não deu ouvidos e começou a prova. Nos pediu pra montar duplas. Flávia foi com o Felipe.
Guilherme: Sou horrível em inglês, mas tu quer ir comigo, Manu? Não garanto nada.
Manuela: Pode ser, Guilherme.
Terminei de falar com ele e Gabriel apareceu atrás de mim.
Gabriel: Do you wanna be my partner? – Ele disse e abriu um sorriso.
Manuela: Oh, sorry. I can't, because I already have a partner. Next time, right!?
Gabriel: Ok. See you later.
Manuela: G-Bye. – Ele saiu de perto.
Guilherme: O que vocês falaram aí?
Manuela: Ele falou como eu sou linda, gostosa e como beijo bem.
Guilherme: Que cara mentiroso. – Ele prendeu o riso.
Manuela: Haha, idiota! – Eu bati de leve na cabeça dele. – Ele me pediu pra ser o par dele.
Guilherme: Ah, pode ir, Manu. De boa. Quero atrapalhar tu não...
Manuela: Se fosse pra te trocar, nem tinha aceitado ir contigo, né!? – Eu dei risada e o Otávio pediu pra nos retiramos da sala. Ele chamou dupla por dupla pra fazermos o teste.
Chegou a minha vez e de Guilherme. Sentamos na frente com o Otávio.
Otávio: Quero que vocês dialoguem. Manuela vai ser uma garçonete e você, Guilherme, vai ser o cliente.
Manuela: Que machismo. – Eu fiz uma cara brava.
Otávio: Sem reclamações, Manu...
Manuela: Ok, teacher. C'mon... Can I help you?
Guilherme: I wan-want... – Guilherme travou, engasgou e não conseguia mais falar. Eu tive vontade de rir, mas sabia que não ia ajudá-lo assim. Tentei cochichar pra ele, mas ele acabou não entendendo nada. – Droga. Não sei falar inglês. Desisto.
Otávio: Pode se retirar então. Vou continuar o teste com a Manuela. Já que, como você não respondeu nada, sua nota é zero.
Guilherme: Mas, professor...
Otávio: Sem mais. Se retire da sala, se não quiser prejudicar mais sua colega. – Guilherme ia falar alguma coisa, mas não falou. Ele saiu da sala e me olhou até o segundo em que fechou a porta. – Let's go, Manuela!?
Manuela: Yeah. Can I help you?
Otávio: Of course.
Manuela: What do you wanna today?
Otávio: You. – Ele terminou de falar e eu olhei totalmente sem graça pra ele. – Oh, sorry... I wanna a cheeseburger, please.
Terminamos a prova oral, que foi ridiculamente fácil. Otávio ficou sem graça pela resposta que tinha me dado e perguntou o que ele poderia fazer pra eu não comentar aquilo com ninguém. Disse que ninguém ia saber de nada, se ele desse outra chance pro Guilherme. Ele aceitou. Pelo menos, o Guilherme ia ter tempo pra estudar e se dar bem dessa vez.
Fomos pro intervalo e Guilherme me procurar.
Guilherme: Tô até sem graça contigo. Sou uma negação em inglês.
Manuela: Ei, tranquilo... Consegui uma nova chance pra você. – Dei um sorriso pra ele.
Guilherme: Como você fez isso?
Manuela: Longa história que tu não precisa saber. Fique feliz pela chance.
Guilherme: Valeu mesmo, estranha. – Ele riu e me abraçou. Pude sentir o perfume dele e o calor dos braços dele me envolvendo pela cintura, pra me abraçar. Ai, eu não podia ficar muito tempo abraçada com ele. Não ia dar certo. Logo me esquivei do abraço e nós fomos buscar lanche na cantina.
O resto da semana foi cheio de provocações da Isabela, na sala de aula, da Amanda, em casa e da Lua, quando nós nos reuníamos. Estava de saco cheio já. Será que essas meninas vivem em função de homem? Quer dizer, ainda não descobri qual é o problema da Amanda comigo. Ia resolver isso mais tade. Peguei umas duas vezes, Guilherme e Bruna conversando pelos contados da casa. E eu subia cada vez mais meus números de clientes.
Era sexta e Gabriel veio puxar papo comigo no intervalo.
Gabriel: Hoje ta de pé?
Manuela: Claro. Vai me levar pra onde?
Gabriel: Pra onde tu quiser.
Manuela: Me surpreenda. Escolha você! A gente se encontra na praçinha aqui perto, lá pelas 2 da tarde. – Eu dei um sorriso e ele assentiu com a cabeça.
Fui com o Guilherme e o casal. Eles estavam conversando com a Jack, Lua e Bruna. Lua me olhou feio.
Jack: Gente, queria tanto estar na sala de vocês.
Bruna: E eu queria ter aula com o professor de inglês de vocês.
Flávia: Um gato, né!? – Felipe fez uma careta ao ouvi-la. – Ta meio que dando em cima da Manu. – Ela riu e eu olhei meio brava pra ela.
Guilherme: "Meio" é bondade sua, Flá. Ele ta dando em cima dela descaradamente.
Bruna: Quem não da em cima da Manu, não é mesmo!? Ontem ela até pegou um cliente meu.
Felipe olhou com cara de "o que essa louca ta falando?". Flávia só faltou dar tiros na cara da Bruna. Tirou o Felipe de perto. Fiquei imaginado a desculpa que ela usaria pra isso. Bruna era uma vaca mesmo.
Guilherme: Mancada, Bruna. Agora quero ver a Flávia arrumar isso... Minha mãe disse que não era pra abrir a boca.
Bruna: Saiu sem querer.
Manuela: Desculpa pelo "seu" cliente. Mas ele me escolheu, não tenho culpa.
Bruna: De boa. Tu tem razão. – Ela aceitou fácil demais, pra mim, isso pareceu bem falso.
Quando a aula acabou, nós voltamos pra casa e eu fui correndo tomar um banho. Me arrumei e passei um perfume divido que eu tinha comprado. Sai do quarto meio discretamente, porque as meninas estavam na cozinha e eu não queria que elas me vissem saindo. Escapei delas e esbarrei com o Guilherme na sala.
Guilherme: Ta indo aonde toda produzida?
Manuela: Não te inte... – Resolvi não ser grossa. Não dessa vez. – Vou dar uma volta.
Guilherme: Conta outra, Manu... Joga a real. Vai sair com o namorado?
Manuela: Pode ser que sim, pode ser que não. Te deixar na curiosidade, com certeza, vai ser a melhor parte. Beijo, fui. – Joguei um beijo pra ele e sai depressa de casa.
Fui caminhando devagar pelas ruas e finalmente cheguei na praça que tinha combinado de ir entrar o Gabriel.
Não demorou cinco minutos e ele chegou. Estava lindo, usando uma camiseta regata que deixa a mostra as tatuagens dele. Usava uma calça jeans meio rasgada e um vans. Ele era lindíssimo.
Gabriel aproximou-se de mim e me deu um beijo no rosto.
Gabriel: Que bom que você veio, Manuzinha.
Manuela: Por que não viria? – Eu sorri.
Gabriel: Vai saber... – Ele riu e sentou no banco do meu lado.
Manuela: Pra onde vai me levar?
Gabriel: Sabe que eu to meio em dúvida ainda? Não sei qual o tipo de lugar você vai curtir. Não sei o teu "estilo". É complicado surpreender alguém que não se conhece direito.
Manuela: Tem razão, mas não sou tão difícil assim. Só me leve em um lugar que você ia gostar de estar e com certeza, eu curtir. Não só pelo lugar, mas pela companhia. 
Ele sorriu, levantou-se, pego a minha mão e me incentivou a levantar. Chamou um taxi e ele pediu pro taxista nos deixar em um endereço que não conhecia.
Nós chegamos e na placa em frente ao lugar dizia: "Pista de patinação"
Manuela: Eu não acredito. Sempre quis vir numa dessas. – Eu sorria feito criança que acabará de ganhar o presente de natal.
Gabriel: Vem. – Ele segurou a minha mão e me puxou pra dentro do lugar.
Gabriel alugou dois patins e nós fomos pro gelo. Eu tentei patinar, mas fui direto pro chão na primeira tentativa. Gabriel morreu de rir.
Manuela: Para de rir, idiota. – Eu prendi o riso e ele me ajudou a levantar. – Isso é muito difícil. 
Gabriel: Vamos, Manu. É fácil. Para de drama. – Eu fiz uma careta pra ele e tentei novamente, mas assim que patinei, eu cai. Ele riu horrores e se aproximou de mim. Me ajudou, novamente, a me levantar e ele segurou na minha cintura. – Vai, devagar.
O corpo dele não estava colado no meu, mas estava muito próximo, eu sentia a respiração dele no meu pescoço e as mãos quentes na minha cintura. Aquilo me arrepiou, confesso.
Ele me ajudou a patinar e eu quase cai pra trás dessa vez, mas ele me segurou pelos braços, me impedindo de ir pro chão. Eu sorri e parei de frente pra ele. Uma mulher passou patinando depressa do meu lado e me fez desequilibrar, indo direto pro colo do Gabriel. Que me seguro novamente. Eu estava nos braços dele. A respiração dele estava ofegante e a minha também. Nós estávamos nos encarando. Ele me afirmou no chão e continuou me olhando. Não se afastou nem um centímetro. Colocou uma mão no meu rosto, aproximou o rosto do meu e começou a me beijar. Eu correspondi. Não devia, mas correspondi.
Segurei na nuca dele e ia apertando de leve durante o beijo. Ele colocou a outra mão na minha cintura, fez meu corpo ir mais próximo do dele e me "abraçou" pela cintura. Gabriel explorou toda a minha boca com a língua e eu chupava a língua dele. Nós nos beijamos por um tempo e depois eu parei o beijo. Afastei o rosto do dele e ele me encarava. Continuo alisando o meu rosto e sorria.
Gabriel: Não me canso de olhar pra você.
Manuela: Por que? – Fiz um charminho. Dei um passo pra trás e quase cai. Ele riu e me abraçou. Apoiei os braços no ombro dele. Abrecei-o.
Gabriel: Como se não soubesse... Deve ouvir isso umas 10 vezes ao dia.
Manuela: Na verdade, só 9. – Nós rimos e ele me beijou de novo. Foi um beijo mais curto, mas foi bom. Gabriel sabia o que estava fazendo. Ele beijava bem, sem contar que tem uma pegada incrível. – Me trouxe pra cá pra roubar beijos, é!?
Gabriel: O plano era mais ou menos esse, mas posso roubar outras coisas. – Ele terminou de dizer, tirou o meu cabelo do meu pescoço e deu um beijo no mesmo. Eu me arrepiei por completo e ele percebeu. Ele sorriu – Acho que você gostou da ideia.
Manuela: É que-que... – Eu fiquei sem graça e ele percebeu, mas entendeu tudo errado.
Gabriel: Foi mal, Manu. Achei que tu não fosse mais virgem... – Eu dei uma super risada por dentro, mas me segurei.
Manuela: Não. – Eu sorri e o abracei. – Não sou, Biel. Mas acho melhor não.
Gabriel: Sou tão feio assim? – Eu o soltei e encarei-o meio brava.
Manuela: Sabe que não é.
Nós saímos da pista depois dele tentar me ensinar a patinar, o que não deu certo. Ele me levou pra uma lanchonete. Nós pedimos dois lanches e ele se sentou do meu lado.
Gabriel: Te achei linda desde que te vi, Manu.
Manuela: Me conta o que sentiu. – Eu ri e me virei de frente pra ele, ele puxou minha cadeira pra mais perto da dele, eu cruzei as pernas e pude perceber ele olhar pras mesma. Dei um risinho disfarçado.
Gabriel: Ah... Eu te vi entrando na sala com a Flávia, Felipe e o Guilherme. Com aquela calça que te valorizava tudo que tu tem. Eu comentei na hora com o Henrique e Samuka.
Manuela: Achei você bem atrevidinho com aquelas brincadeiras no primeiro dia. Você e teus amigos.
Gabriel: Era brincadeira. Não achei que ia ficar afim da menina gostosa do primeiro dia. – Eu ri e ele ficou me olhando.
Manuela: Está se declarando?
Gabriel: Mais ou menos. Eu esperava um "também to afim de você", pra eu continuar... 
Manuela: Não me apaixono assim tão fácil. – Eu levei a mão pro cabelo dele e comecei a alisar.
Gabriel: Tu tem algo com o Guilherme?
Manuela: Temos mesmo que falar dele?
Gabriel: Só pra garantir.
Manuela: Dar uns beijos não é "ter algo".
Gabriel: Entendi.
Manuela: E o que você tem com a Isabela?
Gabriel: Ela é doida. Fissurou em mim. Já peguei e ela gamou. Não sai do pé. Ela é gata, mas não rola.
Manuela: Por que não? – Perguntei curiosa.
Gabriel: To curtindo uma loirinha marrenta aí.
Manuela: E ela é gata? – Me fiz de desentendida.
Gabriel: Um pouquinho. – Ele riu e me deu um selinho.
Os lanches chegaram e nós comemos. A gente ficou andando pela cidade de mãos dadas. Foi bom passar um tempo com o Gabriel, mas já estava na hora de ir pra boate. Me despedi dele e fui pra casa. Me arrumei correndo e Helen nos levou pra boate. Estava no camarim, esperando um cliente e Flávia também estava lá.
Flávia: Onde você esteve hoje, amiga?
Manuela: Sai com o Biel.
Flávia: Jura? Me conta tudo.
Manuela: A gente se pegou e ele disse que ta "afim" de mim.
Flávia: Investe, boba.
Manuela: E quando ele descobrir que sou garota de programa? E se eu me envolver de verdade e ele não me perdoar por ter mentido?
Flávia: Melhor do que tu se iludir pelo Guilherme. Helen arranca teus órgãos contigo viva e te faz comer um por um.
Manuela: Não tenho medo dela.
Flávia: Devia ter. Ela não vai fazer mal só a você. Vai envolver sua família, sua mãe... – Eu gelei quando ela falou aquilo. Neguei com a cabeça, tentando tirar aquelas imagens da minha mente. Eu jamais deixaria Helen chegar perto da minha mãe. Jamais.
Manuela: Tem razão. Sonhar que eu posso vir a ter algo com o Guilherme é bobagem. Alucinação. Gabriel não vai me fazer perder a vida.
Flávia: Talvez tu tenha que matar a Isabela e queimar, mas aí eu te ajudo. Odeio aquela lá. – Nós rimos muito.
Helen me chamou pra um programa.
Helen: O cara ta tão afim de você que pagou 3.500 reais pra te levar pra um motel de luxo, já que eu falei que vocês não faziam programas fora daqui. 
Flávia: Ta arrasando, hein, amiga!?
Manuela: Eu sou demais! – Dei uma piscadinha pra Flávia.
Helen: Chega de papo. Anda logo, Manuela.
Eu obedeci, coloquei uma roupa apertada e pequena. Fui até o cara. Era um cara aparentando seus 30 anos. Razoavelmente bonito. Na verdade, ele era ajeitado.
Manuela: Boa noite! Posso ajudá-lo?
Beto: Mas é claro que sim. Como é seu nome?
Manuela: Manuela. – Ele pegou a minha mão esquerda e deu um beijo na costa da mesma.
Beto: Um prazer te conhecer. Eu sou o Beto.
Manuela: Prazer. – Me aproximei dele e ele levou as mãos na minha cintura. Apertou de leve e eu dei um beijo suave no pescoço dele.
Beto: Vamos!? – Assenti com a cabeça.
Ele tinha um carro lindo e enorme. Nem tinha ideia de que marca era. Ele abriu a porta pra eu entrar e depois entrou no banco de motorista. Ele parou na frente de um motel 5 estrelas. Era maravilhoso na frente.
Fomos pro quarto e eu admirava cada canto do motel. Era luxuoso demais.
Deite-me na cama e ele ficou me olhando. Tirou o próprio cinto e eu comecei a tirar o meu vestido. Ele me fitava e eu fiquei só de calcinha e sutiã.
Já não era mais uma vergonha pra mim, ficar nua na frente de um cliente. Já estava acostumada com muita coisa.
Ele veio pra cima de mim, começou a me beijar. Eram poucos os clientes que me beijavam. Eu preferia que não me beijassem, mas não evitava beijar nenhum cliente.
Ele beijava bem, colocou as mãos na minha cintura e ia apertando cada canto da lateral do meu corpo. Movimentou o quadril e me fazia sentir o volume na calça dele.
Ele tirou a própria calça, roçava o pau dele na minha buceta por cima da roupa dele enquanto me beijava. Ele me deixou sem fôlego. Apertava os meus seios com delicadeza e depois, desceu o rosto pros mesmo. Começou a mamar e deslizava as mãos pelo meu corpo.
Beto sabia o que estava fazendo e estava começando a me excitar. Coloquei a mão no pau dele e comecei a apertar por cima da calça, ele sorrio maliciosamente e mordeu o lábio inferior. Molhou dois dedos e começou a me masturbar. Eu me arrepiei por inteira e ele enfiou os dois dedos na minha buceta. Senti meu corpo estremecer. Era raro encontrar um cliente que estava preocupado em dar prazer, além de receber. Eu acariciava o pau dele por cima da calça enquanto ele tirava e colocava os dedos na minha buceta. Me masturbou por um tempo e depois tirou a roupa toda.
Ele sentou-se na cama e eu fui na direção dele. Segurei o pau dele e comecei a chupar. Ele tirou todo o cabelo do meu rosto pra poder olhar o que eu fazia. Chupei o pau dele até o talo, senti uma pequena ânsia que me obrigava a tirar o pau dele, mas voltava a chupar e chupei gostoso. Bati uma punheta forte pra ele enquanto olhava maliciosamente pra ele. Ele segurou o meu rosto e me beijou. Chupava a minha língua e eu ia aumentando a velocidade da punheta. Ele sorriu e apertou o meu seio.
Ele foi, delicadamente, me deitando na cama, seguro o pau dele e mirou na minha buceta. Penetrou devagarzinho, o que me excitou ainda mais. Eu gemia muito, mas não era gemido falso. Ele estava realmente me dando prazer. Fazia um movimento de vai e vem rápido e com força.
Eu não aguentei e gozei. Ele ainda não tinha gozado e me pediu pra ficar de quatro. Eu o obedeci e ele enfiou a cabecinha do pau dele no meu cu. Doeu muito. Ele percebeu e passou vaselina. Ele enfiou devagarzinho e finalmente conseguiu. Depois ele meteu gostoso fazendo vai e vem, finalmente gozou.
Ele deitou-se do meu lado e me fez deitar em seu peito. Nossa respiração estava ofegante e estávamos sem ar. Ele fodia muito bem, me deixou bem cansada.
Eu acabei pegando no sono em seu peito e quando acordei, estávamos de conchinha e ele tinha nos coberto. Eu não me levantei, não movi um músculo, mas ele acordou e saiu do meu lado. Encheu a banheira e me convidou pra entrar com ele.
Nós entramos na banheira. Sentei no colo dele e demos uma rapidinha lá. Foi extremamente bom.
Ele me levou de volta pra boate no carrão dele e já era um pouco tarde. As meninas estavam me esperando.
Flávia: E aí, amiga?
Manuela: Me comeu maravilhosamente bem. –Jack, Bruna e Flávia riram. –E disse que vai sempre voltar pra me "buscar". Nada melhor do que um motel cinco estrelas.
Flávia: O cara é rico pra caralho, né!? Tu perguntou a idade dele?
Manuela: Não. Mas parecia ter uns 30, no máximo 35. É ajeitado. Muito melhor do que vários clientes meus.
Lua: "Seus". – Ela riu ironicamente.
Manuela: A culpa não é minha se os teus clientes me preferem. 
Ela olhou brava pra mim, mas não me respondeu porque Helen entrou no camarim e nos chamou pra voltarmos pra casa.
Chegando em casa, eu corri pra deitar na minha cama. Estava exausta e sem sono. Deitar e ficar pensando na vida era um de meus passa-tempos preferidos.
Pensei na tarde que tinha passado com o Gabriel, pensei em como ele era incrível e especial. Como ele era fofo comigo. Mas eu estava tão ligada no Guilherme ainda. Apesar de ter bloqueado qualquer sentimento a mais por ele. Ou tentado bloquear. Meu coração disparava cada vez que eu via Guilherme andando pela casa. Gabriel era livre e se eu ficasse com ele, não colocaria em risco a vida da minha mãe.
Ah, a minha mãe. Estava morrendo de saudade dela. Queria tanto saber como ela estava. Tanto.
Eu dormi um tempo depois que meus pensamentos me permitiram.
Era sábado e nós tínhamos o open dos meninos. Estava animada. Estava fazendo chapinha no cabelo e o Guilherme apareceu na porta do quarto.
Guilherme: Oi, estranha.
Manuela: Olá, Guilherme.
Guilherme: Posso entrar?
Manuela: Contanto que sua mãe não corte o meu dedo por você estar aqui, pode sim. – Ele riu, entrou e fechou a porta.
Guilherme: Ela não faria isso. Não com as meninas de testemunha. – Ele sentou-se na minha cama e ficou me olhando, enquanto eu arrumava meu cabelo.
Manuela: Ta olhando o que?
Guilherme: Não pode olhar?
Manuela: Na verdade, não. – Eu virei pra ele, fiz uma careta e voltei a olhar pro espelho.
Guilherme: Vai encontrar seu namorado no open?
Manuela: Só depois que tu der um oi pra todas as tuas namoradas.
Guilherme: Essa doeu. 
Manuela: Tu fez por merecer. Mas, afinal, o que veio fazer no meu quarto?
Guilherme: Queria bater um papo contigo.
Manuela: Solta o verbo, Guilherme.
Guilherme: Manu...
Manuela: Que foi? – Eu virei de frente pra ele e ele estava me encarando.
Guilherme: Esquece.
Manuela: Ta, né... Diz aí o que tu quer.
Guilherme: Tu ta tendo alguma coisa com o Gabriel?
Manuela: Por que quer saber?
Guilherme: Curiosidade.
Manuela: Não me convenceu.
Guilherme: Isabela me mandou pra perguntar.
Manuela: E agora tu obedece ela? Que maneiro. – Terminei de fazer chapinha no meu cabelo e comecei a me maquiar.
Guilherme: Ela pediu um favor.
Manuela: E você, como bom moço que é, resolver ajudar. 
Guilherme: Eu também queria saber.
Manuela: Por que?
Guilherme: Sei lá.
Manuela: Ótima explicação.
Guilherme: Não vai me responder?
Manuela: Só se tu me responder algo que eu queira saber também.
Guilherme: Fechado. Tu primeiro. Ta pegando ou não o Biel?
Manuela: Sim. E não estou "pegando" ele. Estamos começando a ficar. Agora tua vez. Ta "pegando" a Bruna?
Ele ficou totalmente desconcertado com a pergunta. Totalmente sem graça. Pigarreou e tentou mudar de assunto.
Guilherme: Não tem botão de "next"? 
Manuela: Não.
Guilherme: Não quero falar sobre isso.
Manuela: O.k. – Terminei a maquiagem e virei de frente pra ele. Fui em sua direção. – Bora sair do meu quarto.
Guilherme: Por que essa gentileza toda?
Manuela: Tu combinou algo comigo e não cumpriu. Xô daqui.

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