sábado, 26 de dezembro de 2015

29
O Guilherme acompanhou a mãe até o táxi, depois dali, ela não quis que ele fosse mais com ela. Como sempre, cheia de mistérios. Ele aproveitou pra dar uma saída, mas não deu muitos detalhes do que ia fazer.
Já nós, sentamos no sofá e ficamos jogando conversa fora.
Bruna: Eu nem acredito que estamos livres.
Jack: Nem eu. Um mês de folga, que maravilha.
Lua: Quem foi que disse que vocês terão folga?
Flávia: Ah, fala sério, Lua. Ninguém aqui vai te obedecer, vê se você se toca um pouquinho.
Manuela: Faço das tuas, as minhas palavras.
Lua: E vocês estão pensando que vai ser férias? Piraram? Os capangas da Helen virão nos buscar todas as noites aqui. Vai funcionar do mesmo jeito, só que quem vai botar a ordem nisso tudo, serei eu.
Manuela: Sonha mais baixo, queridinha. – Dei um sorriso irônico pra ela. Tinha marcado de sair com o Gabriel daqui a uma hora, então decidi me levantar e começar a me arrumar.
Lua: Onde você pensa que vai? – Ela elevou o tom da voz.
Manuela: Ei, ei... Abaixa esse tom de voz pra falar comigo. Você não manda em mim e nem vai mandar. Quer botar a ordem lá no boate? Problema teu, mas em mim e nas meninas, você não vai mandar. Senão, não me chamo Manuela Bosi.
Lua: Onde você vai, Manuela? – Pareceu que ela simplesmente não ouviu o que eu tinha acabado de falar.
Manuela: Quer mesmo saber? Vou ver o meu gatinho. Quer por sinal, não quis nem sentir mais o teu cheiro, quanto mais te querer de volta. – Ela mereceu ouvir aquilo. Ela já tinha me cansado demais. 
Flávia: Nossa, Lua, tu podia ter dormido sem essa.
Lua: Você me pega... – Ela agiu rápido, pegou um vaso de vidro que estava na mesinha de centro da sala e simplesmente nojou na minha direção. 
Eu me abaixei, mas o vaso se estraçalhou, jogando pedaços de vidro pra tudo quanto foi lado. Eu coloquei a mão na cabeça, pro vaso não me atingir e foi justamente na mão que um pedaço de vidro foi parar. Era um pedaço enorme. Olhei pra minha mão e logo vi o sangue escorrer. Parecia que nunca mais ia parar de sair sangue.
As meninas correram na minha direção e me encheram de perguntas sobre o meu estado.
Manuela: Só machuquei a mão, gente. Calma.
Flávia: Caraca, Lua. Tu realmente machucou ela. Você pirou, cara? – Ela foi até a Lua e começou a discutir com ela.
Lua: Ela me provocou. – A Lua parecia nervosa pelo tom de voz, eu não conseguia vê-la, porque as meninas estavam na minha frente tentando fazer parar de sair tanto sangue da minha mão.
Manuela: Flávia, para de brigar e liga pro Gabriel. Por favor. Pede pra ele vir correndo pra cá pra me levar pro hospital. Ta saindo muito sangue pra um corte de vidro.
Bruna: Não da nem pra tirar o vidro da tua mão, vai te machucar ainda mais.
Flávia: Vou ligar pra ele, calma aí.
Ela ligou pro Gabriel e nós morávamos relativamente longe, em menos de 10 minutos ele apareceu em casa. Eu não podia nem movimentar a mão direito, o Gabriel praticamente invadiu a casa e veio correndo na minha direção quando me viu.
Gabriel: Como você fez isso? – Ele pergunto todo preocupado e tentou estancar o sangue da minha mão, sem muito sucesso.
Manuela: Não contou a ele? – Eu perguntei pra Flávia.
Flávia: Não. Tá louca? Ele já veio correndo com esse carro, imagina se soubesse.
Gabriel: Manu, como tu se machucou? – Ele me olhou totalmente desconcertado. Eu não respondi, fiquei só olhando pra ele. – Vai, me diz.
Lua: Fui eu. – Ela disse com a voz um pouco tremula. – Eu joguei o vaso na direção dela e deu no que deu.
Gabriel: Você ta zuando, né!? – Ele pareceu não acreditar.
Lua: Não. E é uma pena que o vaso não tenha pego na cabeça dela.
A reação do Gabriel foi automática. Ele foi até a Lua e encostou-a na parede com tudo. Pegou o pulso dela e segurou com força, impedindo-a de sair dali.
Gabriel: Você ficou maluca, Lua? Tu podia ter matado ela.
Flávia: Gabriel, solta ela. Você vai machuca-la e vai sobrar pra você.
Lua: Eu queria ter matado ela. Uma pena que o máximo que vai acontecer, é ela perder a mã... – Ele não deixou que ela completasse a frase. Colocou a mão na boca dela impedindo-a de continuar.
Manuela: Gabriel, para com isso. Por favor. Solta ela. Você vai acabar fazendo bobagem. Me leva pro hospital, eu to morrendo de dor na mão. Por favor, por favor.
Eu mal acabei de falar e o Guilherme entrou em casa, ele não entendeu muito bem o que estava acontecendo, mas a Lua começou a berrar mesmo com a mão do Gabriel na boca dela. Saíam uns sons altos, até que ela mordeu a mão do Gabriel e gritou de verdade. O Guilherme correu na direção do Gabriel, fez com que ele soltasse a Lua quando puxou-o pelos ombros. A Lua saiu correndo dali assim que o Gabriel soltou-a. Ela começou a chorar e correu pra cozinha. A Amanda foi atrás.
Os dois começaram uma cena ridícula, começaram a se bater. Ou melhor, a se socar. Gabriel virou um murro na boca do Guilherme e o Guilherme, em sequencia, deu um murro da direção do olho do Gabriel.
Manuela: Pareeeeeeeem. – Eu gritei desesperada. Mal conseguia me mover, porque era difícil esquecer da dor da mão e me lembrar de como era andar. Mas eu me levantei e corri da direção dos dois. Entrei no meio deles e fiquei com os braços esticados, tentando separa-los. – Parem com isso. Por favor. – A Bruna, Jack e a Flávia correram pra me ajudar, mas ninguém conseguiu fazer aqueles dois saírem do lugar.
Guilherme: Sai da frente, Manuela. Esse playboyzinho vai ver o que é bom pra tosse. – Ele foi pra cima do Gabriel de novo, mas eu impedi-o, coloquei as mãos no peito dele e ele me olhou totalmente assustado quando viu uma enorme quantidade de sangue saindo da minha mão. Ele segurou a mesma e viu o vidro enfiado na palma da minha mão. – Tu precisa ir pro hospital agora, Manuela. Ta perdendo sangue demais.
Manuela: Era isso que eu estava tentando pedir. – Disse irritada e com muita dor. O Guilherme tirou a própria camiseta e fez um curativo bem improvisado pra tentar não deixar o sangue escorrer.
Gabriel: Vem, Manu. Vou te levar pro hospital.



O Gabriel estendeu a mão na minha direção. Eu fui pegar a mão dele com a mão que não estava machucada e vi um machucado horrível na sobrancelha dele. Estava sangrando. Acredito que, por eu estar perdendo muito sangue, eu fiquei tonta e ao sentir o Gabriel segurar a minha mão, eu simplesmente desequilibrei. Minha sorte foi que o Guilherme estava atrás de mim e me segurou, me impedindo de cair no chão.
Flávia: Manu do céu! – Ela veio correndo na minha direção. O Guilherme me ajudou a ficar em pé novamente.
Guilherme: Você ta legal? Consegue andar sozinha? – Ele disse segurando os meus braços.
Manuela: Acho que não. – Eu sentia minha cabeça girar.
Gabriel: Eu cuido disso. – Ele veio quase que correndo na minha direção e me pegou no colo. – Flávia, tu pode vir comigo?
Flávia: A Bruna vai. Eu tenho que resolver umas coisas aqui.
Guilherme: Se quiser, eu vou. Ela pode precisar de alguém pra...
Gabriel: A Bruna vai. Fica de boa. – Ele foi grosso. A Bruna correu e abriu a porta da sala.
O Gabriel saiu correndo comigo até o carro. Me colocou no banco traseiro. Logo em seguida, a Bruna entrou e me fez deitar a cabeça no colo dela.
Eu podia perceber o quão rápido o Gabriel chegou no hospital. Ele me tirou do carro e me pegou no colo novamente. Entrou no hospital as pressas e não esperou a realização de nenhuma fixa, me colocou dentro de uma das salas de atendimento.
Enfermeira: Vocês não podem entrar aqui. Precisam fazer a fixa e esperar como todo mundo.
Gabriel: Olha a mão dela. Ela ta perdendo muito sangue, precisa ser atendida. – A enfermeira veio na minha direção e viu a minha mão.
Enfermeira: Faz deitar na maca. Vamos levá-la pra sala de cirurgia, o caco de vidro invadiu áreas muito fundas. Os médicos vão saber o que fazer. Já vou trazer mais enfermeiros para leva-la.
O Gabriel me fez deitar, eu estava tonta e com muita dor.
Manuela: Vai ficar tudo bem, né!? Eu não quero ficar sem a minha mão. – Eu comecei a chorar. O Gabriel começou a fazer carinho na minha cabeça e deu um beijo na minha testa.
Gabriel: Ei, calma. Vai ficar tudo bem. Vai dar tudo certo. – Ele pegou a minha mão com cuidado e olhou-a. – Não estava tão fundo quando eu olhei lá na casa de vocês. – Ele disse pra Bruna.
Bruna: Deve ter afundado mais quando ela impediu que o Guilherme voasse em cima de você.
Gabriel: Aquele desgraçado...
O Gabriel não teve muito tempo pra ficar bravo. Logos os enfermeiros chegaram e me levaram pra sala de cirurgia. Só me lembro de uma movimentação estranha e um liquido ardendo na minha veia do braço direito, o lado onde a mão não estava machucada.
Eu acordei e já estava no quarto. Não sentia dor em lugar nenhum, aliás eu não sentia nada. Olhei pra minha mão e a vi enfaixada. A Bruna me viu acordando e veio na minha direção.
Bruna: E aí, ta bem?
Manuela: Estaria melhor se me trouxessem comida. – Ela riu ao me ouvir.
Bruna: Tu não tem jeito. – Ela chamou uma enfermeira e pediu pra me trazerem comida porque eu já tinha acordado.
Manuela: Cadê o Gabriel?
Bruna: Foi comprar alguma coisa pra comer. Ele está aqui te esperando acordar desde a hora que tu saiu da cirurgia. Não come faz séculos. Obriguei ele ir comer alguma coisa.
Manuela: Fez bem. E a minha mão? Por que precisou operar? 
Bruna: Acho melhor o próprio médico te explicar. – Ela disse olhando pra porta, um médico entrou no quarto.
Dr. Maciel: Olá, senhorita Manuela. Como está se sentindo?
Manuela: To morrendo de fome só, mas do resto, to bem.
Dr. Maciel: Não sente nenhuma dor nas mãos ainda, porque demos algo pra evitar isso. Mas sinto te dizer que vai doer por uns dias. Você vai precisar ficar com a faixa e tomar bastante cuidado pra não ocorrer inflamação. O corte foi feio. Foi muito fundo, por isso nós tivemos que remover o caco de vidro cirurgicamente, pra não ocasionar nenhum corte em veias e tudo mais.
Manuela: Mas agora ta tudo certo, né!?
Dr. Maciel: Sim, só terá que se cuidar mesmo. Mas fora isso, ta tudo bem. – Ele deu um sorriso. – Já vão te trazer a janta. Amanhã bem cedo, você será dispensada. Hoje fica aqui só pra observação mesmo.
Manuela: Ta bom. Muito obrigada.
O médico saiu do quarto e logo o Gabriel apareceu. Junto com ele, a minha comida que uma das copeiras trouxe.
Bruna: Bom, agora eu vou lá embaixo porque a Flávia quer ver como você está. Só podem dois ficarem aqui.
Manuela: Obrigada pela força, Bru.
Bruna: É o mínimo que eu posso fazer por você, Manu. Fica bem. E juízo vocês dois. – Ela riu e saiu do quarto.
Gabriel: Quer ajuda pra comer?
Manuela: Não precisa, Biel. Muito obrigada. – Eu ri, peguei a colher que estava em cima da mesinha que a copeira tinha colocado na minha cama. Comecei a comer com a mão direita normalmente.
A Flávia entrou no quarto e veio logo me abraçar.
Flávia: Tu ta bem? E tua mão? Ai, to morrendo de preocupação.
Manuela: To bem, amiga. Agora to. Vou ter que ficar com essa faixa na mão por um tempo, mas fora isso, ta tudo certo.
Flávia: Ai, que bom. Fiquei tão preocupada que alguma coisa tivesse acontecido.
Manuela: Vira essa boca pra lá. – Nós rimos. Eu continuei comendo.
Flávia: Queria poder passar a noite aqui com você. A Amanda pediu desculpas por não poder ter vindo. Ela ficou tentando acalmar a Lua.
Gabriel: E por que a Lua precisa que alguém a acalme? Ela provocou isso tudo.
Manuela: E ela foi atacada pelo "amor" da vida dela... – Eu disse meio tristinha.
Gabriel: Senti uma pontinha de ciúmes nessa afirmação aí? – Ele abriu um sorriso e eu fiz uma careta pra ele.
Flávia: Tu pode ficar aqui com ela, Gabriel?
Gabriel: Posso, claro.
Flávia: Quero ter 18 anos logo. Nem pra ficar de companhia em um hospital eu posso, por ser menor de idade. saco. – Ela disse brava, Gabriel e eu rimos.
Ela ficou um tempo comigo, a Jack veio me visitar e depois elas foram embora. O Gabriel ia passar a noite no hospital comigo, por sorte pela manhã, eu já ia voltar pra casa. Odeio hospitais.

► Narrado por Guilherme ◄
Depois que a Manuela foi pro hospital, a Lua ficou aos prantos. Só falava o quanto amava o Gabriel e o quanto ela queria se vingar da Manuela. Eu simplesmente sempre achei uma idiotice essa briga das duas. Ódio gratuito, desnecessário. Eu resolvi me trancar no meu quarto e não ficar mais ouvindo das baboseiras que a Lua dizia. Só saí de lá quando ouvi a Flávia voltando do hospital com a Bruna e a Jack.
Guilherme: Como ela está? – Perguntei sem dar a entender que estava totalmente preocupado.
Flávia: Agora ela está bem. Fez cirurgia pra tirar o caco de vidro da mão e volta pra casa amanhã.
Bruna: E aquela ceninha ridícula de você e do Gabriel vez com que o caco de vidro afundasse ainda mais na mão dela. Parabéns. – Ela foi irônica, sempre era.
Flávia: Não adianta colocar a culpa nele agora. Já foi. Nada aconteceria se a Lua não tivesse jogado aquela droga de vaso na Manu.
Guilherme: A Lua precisa de tratamento, cara.
Jack: Nisso eu concordo.
Eu peguei alguma coisa pra comer na geladeira e fiquei sentado na cozinha ali comendo sozinho. Meu celular estava no bolso e não parava um segundo de tocar. Eu peguei-o e vi as 13 ligações perdidas da Regina. Eu não gostava dessa cobrança. Ela era gente boa até, mas eu nunca senti nada a mais por ela. Resolvi atender, quem sabe assim, ela para de me encher um pouco.
Guilherme: Oi, Regina.
Regina: Regina? Que sério, amor. Você ta bem? Não me atende há horas.
Guilherme: To com uns problemas aqui. A Manuela cortou a mão e... – A Regina me cortou, me impedindo de continuar a falar.
Regina: Essa garota de novo, Guilherme? Eu não aguento mais ouvir você falar dela, ta legal!? Eu to de saco cheio disso. Você ta comigo, não ta? Então para de falar dessa garota idiota.
Guilherme: Foi mal.
Regina: Foi péssimo.
Guilherme: Tenho que desligar.
Regina: Te amo, Gui. Desculpa. Eu morro de ciúmes daquela garota. Você sabe e parece que me provoca.
Guilherme: Desculpa, po. Eu não fiz pra te provocar.
Regina: Ta bom. Eu te desculpo. Você vem em casa amanhã depois da aula?
Guilherme: Vou ver se da, aí eu vou.
Regina: Da um jeitinho, amor.
Guilherme: Beleza. Tenho que desligar mesmo agora. Se cuida.
Regina: Te amo, boa noite.
Eu desliguei. Guardei o celular no bolso e voltei pro meu quarto. 
Eu deitei na cama e minha mente não me deixou pensar em outra coisa, a não ser a Manuela. Eu já devia ter superado o fim do nosso namoro, eu já tinha até começo algo com a Regina, mas como se esquece alguém que se amou tanto? Amou não, eu amo ainda. Eu só não me conformo dela simplesmente começar com outro tempos depois de me pedir para espera-la. Eu estava disposto a esperar, eu amo aquela garota e não vou deixar de amar do dia pra noite. Eu peguei no sono com todos esse pensamentos me perturbando, acordei muito mais cedo do que o normal no outo dia. Tomei um banho rápido e coloquei o uniforme do colégio. Engoli o café e peguei um ônibus direto pro hospital. Eu precisava ver como a Manuela estava.
Felizmente, depois de muito insistir, me deixaram entrar pra ver a Manuela. Não estava no horário de visitas e foi realmente difícil convencer a secretária, mas deu um jeitinho. Fui pro quarto indicado e eu ignorei o fato de que o Gabriel devia estar lá. Quer dizer, ela veio pra cá com ele, mas eu esqueci disso. Estava tão preocupado com ela, que não me importei com ele. Até que, coloquei a mão na maçaneta da porta e antes de virar pra abrir, ele me chamou. 
Gabriel: Onde pensa que vai?
Guilherme: Ver a Manu. Acho que isso é meio óbvio.
Gabriel: Vaza daqui, Guilherme. Tu já fez ela sofrer demais. Não cansou ainda?
Guilherme: Ah, ta. Porque com você, ela ta totalmente feliz, né!?
Gabriel: Provavelmente, mais feliz do quando tu decepcionou-a.
Guilherme: Mas não mais feliz do que quando ela estava comigo.
Gabriel: Vai embora daqui.
Guilherme: Eu vou, mas só se você me responder uma coisa. – Ele me olhou meio indiferente, mas eu continuei a falar. – Como foi quando ela disse que te amava? – Algo me dizia que ela nunca tinha dito isto a ele. Eu sabia que o coração dela ainda batia por mim e se a conhecesse como achava que conhecia, eu sabia que ela não ia dizer "eu te amo" assim pra outro. O silêncio do Gabriel foi suficiente pra eu ter certeza do que pensei. – Ela não vai dizer isso tão cedo. Conforme-se, dói menos. É o amor por mim que corre nas veias dela ainda. – Eu dei um sorriso levemente irônico pra ele. Virei-me e abri a porta do quarto dela. Ela estava quietinha na cama, olhando para a mão que estava enfaixada. Eu fechei a porta e o Gabriel ficou do lado de fora.
Guilherme: Bom dia. – Disse me aproximando um pouco da cama dela.
Manuela: Bom dia, Guilherme. – Pra ser bem honesto, eu não gostava muito quando ela me chamava de "Guilherme". Preferia que ela me chamasse de "Gui", ou de "amor". Ah, que saudades de ser chamado assim por ela.
Guilherme: Já ta pronta pra próxima? – Eu sorri e ela deu aquela gargalhada gostosa que ela sempre dava quando achava graça em alguma coisa que eu dizia. Depois ela parava, olhava pra um lado e depois voltava a me olhar. Eu a conhecia tão bem e deixei-a simplesmente escapar das minhas mãos. Como fui tão idiota?
Manuela: Acho que vou ter que esperar um pouquinho pra próxima. Pensei que nem ia dar as caras por aqui.
Guilherme: Fiquei preocupado. A Bruna disse que eu meio que ajudei a ferrar com a tua mão.
Manuela: Ah... Agora entendi tudo. Sentimento de culpa. – Ela me olhou e parecia um pouco chateada.
Guilherme: É... – Que porra! Por que eu tinha que estragar tudo? Por que eu simplesmente não disse a ela que eu estava morrendo de preocupação? Que me importo com ela? Orgulho besta. – Acho que vou ter que ir agora. Seu namoradinho ta aí na frente e quase me proibiu de entrar aqui. Deve estar impaciente já.
Manuela: Ele não é meu namorado. E para de se referir a ele como "namoradinho", como se o diminutivo o desqualificasse. Odeio isso. – Ela falou brava. Ela ficava incrivelmente gata quando estava brava.
Guilherme: Foi mal. – Só isso, Guilherme? Vai, cara. Chega nela e diz que tu se arrepende de ser esse idiota que é com ela. Anda! – Agora tenho que ir, senão me atraso pro colégio. Tu vai ser liberada que horas?
Manuela: Assim que o médico que me atendeu chegar. Eu espero.
Guilherme: Melhoras pra tu. – Eu dei as costas pra ela. Pensei um milhão de vezes em ir até ela e dar um beijo nela. Nem que fosse no rosto, na testa. Mas travei. Só consegui abrir a porta e sair dali. 
O Gabriel estava esperando do lado de fora. Me fuzilou com o olhar, mas não falou comigo. Eu fui rápido pro colégio e por pouco, não perco a primeira aula. Eu me concentrei bem pouco nas aulas. No intervalo, eu mal saí da cantina e a Regina já veio atrás de mim. Aquela vozinha que ela fazia, me irritava demais. No geral, ela era até que uma boa companhia. Mas o real motivo de eu começar algo com ela não tinha nada a ver com provocar a Manuela. Nunca teve. Eu só "aceitei" ficar com a Regina porque ela é oposto da Manuela. Ela não tem nada que a Manu tem e isso me ajuda a não surtar. Eu sinto falta da Manu cada segundo do meu dia. Mas a Regina me distraí. Não sei se isso é pro lado positivo, mas distraí e pra mim, isso é melhor do que ficar pensando 24 horas por dia na Manu.
Regina: Amorzinho, você vai em casa hoje, né!? – Ela disse com aquela voz irritante que ela forçava pra falar comigo.
Guilherme: Rê, para de falar assim. Tua voz é linda, mas quando tu força, me irrita. – Eu disse colocando a mão no queixo dela, alisei o mesmo e dei um selinho nela. Eu não conseguia trata-la mal. Quer dizer, eu aceitei ficar com ela, tinha o dever de pelo menos, ser legal com ela.
Regina: Desculpa. – Ela fez um biquinho e depois me encheu de selinhos. – Mas você vai, né!? Diz que sim, por favor.
Guilherme: Fazer o que lá, Rê? – Eu sabia que ela não tinha em chamado pra estudar. Não sou idiota. Mas o estranho é que apesar da gente já ter se pegado e o clima ter esquentado, ela nunca quis ir pros finalmente. Eu entendia o fato dela ainda ser virgem e por isso, nunca forcei nada. Só não estava afim de ir até a casa dela, ela me provocar, pra depois negar fogo. To a um tempo sem sexo e ela conseguia me deixar excitado facilmente por causa dessa "carência".
Regina: Em casa, eu te conto. – Ela sorriu e eu fiquei imaginando as possibilidades. Nada de convincente me veio a cabeça, então eu resolvi parar de imaginar e terminar de comer o meu lanche.
O resto das aulas passou bem devagar e eu quase dormi em uma delas. Voltei pra casa com as meninas. A Manuela já estava lá quando nós chegamos. Estava com aquele babaca do Gabriel. Ela estava deitada com a cabeça no colo dele e os dois estavam assistindo televisão.
Manuela: Jack, eu to com lombriga da sua comida. Faz pra mim? – Ela fez aquela carinha que era impossível negar alguma coisa que ela pedisse.
Jack: Faço, claro.
Esperei a Jack fazer o almoço e comi meio rápido.
Flávia: Por que essa presa toda?
Guilherme: Vou ter que sair.
Eu peguei um ônibus e logo fui pra casa da Regina. Casa não, mansão. Ela era rica e fazia questão e jogar isso na cara de todo mundo, o que, particularmente, eu achava muito escroto. 
Toquei a campainha e fiquei esperando do lado de fora. Ela atendeu o interfone e perguntou quem era.
Guilherme: Sou eu, Rê.
Regina: Já vou abrir, amor. Entra aqui pela sala e vem pro meu quarto. To aqui te esperando.
Ela abriu o portão automático e eu entrei. A casa era realmente grande. Entrei por onde ela me disse e fiquei imaginando quais da dezena de quartos seria o dela, mas quando andei pelo corredor, pude ver uma calcinha pendurada na maçaneta de uma das portas. Fui até a mesma, peguei a calcinha e entrei no quarto dela.
Guilherme: Isso foi... Criativo. – Disse levantando a calcinha que estava na minha mão. Ela estava deitada na cama, o ar estava ligado e ela estava toda coberta. Ela deu um sorriso quando me ouviu e mordeu o próprio lábio inferior.
Regina: Eu tenho uma surpresa pra você.
Guilherme: Que surpresa? –Eu terminei de falar e ela saiu da cama. Abri a boca ao vê-la com uma lingerie preta. O corpo dela não era de se enlouquecer só de olhar. Acredito que por ser muito novinha e não ter desenvolvido tudo ainda. Mas ela tinha bastante bunda, mais bunda do que peito. Dizem que, depois que a mulher começa a sua vida sexual, as curvas do corpo ficam mais bonitas, mais atraentes. Acredito que a Regina vá se desenvolver ainda. Quem sabe.
Regina: Gostou, amor!? –Ela veio na minha direção, eu segui-a com o olhar conforme ela se aproximava de mim. Ela colocou o dedo indicador no meu peito e deslizou-o pelo meu corpo. 
Eu sorri e assenti com a cabeça. Ela me puxou pela camiseta e me fez deitar na cama. Ela veio por cima de mim e começou a me beijar. Eu correspondi, apesar de que eu não devia. Ela não ia chegar até o final e ia me provocar a toa. Mas a vontade de beija-la foi maior.
Eu levei uma mão pra coxa dela e apertei com vontade, ela soltou um riso durante o beijo. Ela me beijava aceleradamente. Subi a minha mão alisando toda a lateral do corpo dela. Parei na direção dos seios dela e apertei por cima do sutiã. Ela parou de me beijar e ficou me olhando. Achei que ela ia parar agora. Ela sempre parava quando eu tentava avançar. Mas eu me enganei, ela me surpreendeu. Ela inclinou o rosto e começou a dar beijos e chupões por todo o meu pescoço. Eu coloquei a mão livre na nuca dela e alisava enquanto ela beijava o meu pescoço.
Regina enfiou as mãos por dentro da minha camiseta. Alisava a minha barriga e foi subindo os carinhos e fazendo assim, a camiseta subir. Ela parou de beijar o meu pescoço e me ajudou a tirar a minha camiseta. Ela me deu um selinho e voltou a beijar o meu pescoço. Eu fiquei arrepiado. Ela parecia que queria me provocar, queria ir adiante, mas como sempre parava, eu estava esperando por isso.
Ela foi abaixando os beijos. Beijou o meu peito, o meu abdômen até que chegou na calça, onde parou.
Regina ficou me olhando e abriu um sorriso. Desabotoou o zíper da minha calça e começou a abaixa-la. Eu dei uma forcinha. Ela mordeu o lábio inferior e colocou uma mão no meu pau por cima da cueca. Eu realmente estava muito carente e por isso, não demorou muito pra começar a me animar. Ela alisava o meu pau, agora, com as duas mãos. Ela abaixou devagarzinho a minha cueca. Eu observava cada movimento dela. Ela parecia estar bem afim, mas era legal ver a ingenuidade dela. Porque, era a primeira vez dela nisso. Ela segurou o meu pau com uma mão e começou a me masturbar. A mão dela era pequena e ela era um pouco desajeitada nisso, mas eu fui conduzindo até que ela pegou o jeito e conseguiu fazer sozinha. Eu me surpreendi quando senti a boca dela na cabeça do meu pau. Ele já estava um pouco ereto, mas quando ela colocou a boca, foi o ápice para uma excitação. Eu levei as mãos pro cabelo dela e incentivei-a a colocar o meu pau todo na boca dela. Ela tentou, mas sentiu ânsia e tirou o meu pau da boca.
Guilherme: Devagar, Rê. – Ela sorriu pra mim, fechou os olhos e enfiou o meu pau todo na boca de novo. Aquilo era extremamente bom e excitante. Novamente ela sentiu ânsia, mas dessa vez pareceu gostar de me ver excitado com aquilo. Ela não tirava o olho de mim, o que era extremamente bom. Eu alisava o cabelo dela e dava leves puxões as vezes. Ela me chupou e enquanto fazia isso, alisava as minhas bolas.
Ela parou de me chupar e ficou em pé do lado de fora da cama. Tirou o sutiã e deixou o mesmo cair no chão. Os peitos dela eram pequenos, mas eram bem redondinhos e no lugar. Eu sorri e ela veio pro meu colo. Ela sentou bem em cima do meu pau e começou a rebolar. Ela ainda estava com a calcinha. Se ela parasse agora, eu ia pirar.
Beijei-a com vontade enquanto apertava os seios dela. Deslizei uma das mãos pelo corpo dela até chegar na buceta. Comecei alisar a mesma por cima da calcinha. Ela soltou um gemidinho que me animou ainda mais. Virei-a na cama e coloquei os lábios em um dos seios dela. Chupei-o enquanto alisava a buceta dela. Enfiei a mão dentro da calcinha dela e comecei a masturba-la. Ela fechou os olhos, inclinou um pouco a cabeça pra trás e começou a gemer. Eu parei de chupar o seio dela, puxei a calcinha pra baixo e tirei. Abri as pernas dela e abaixei um pouco o corpo. Passei a língua na entradinha na buceta dela. Ela gemeu e eu pude vê-la apertando o próprio seio. Chupei, mordi, brinquei e puxei o clitóris dela, ela gemia muito e me deixava ainda mais louco.
A buceta dela já estava bem molhadinha e então, eu parei de chupa-la. Fiquei olhando pra ela, ela sorria com cara de safada pra mim. Segurei o meu pau e comecei a bater uma. Estava morrendo de vontade de meter nela e pela cara dela, ela também estava. Deitei-me sobre ela e beijei-a. Roçava o meu pau pela buceta dela pra provoca-la. Ela parou de me beijar e ficou me olhando.
Regina: Eu quero, Gui. Eu preciso. Eu escolhi você. Anda logo, me fode. – Eu sorri ao ouvi-la.
Guilherme: Tem certeza?
Regina: Absoluta. Não escolheria alguém melhor do que você pra isso. Mas com proteção, ta!? Eu sei que sem é bem mais gostoso, mas não me sinto segura ainda pra fazer sem. – Ela pegou uma camisinha que estava debaixo do travesseiro e me entregou.
Guilherme: Relaxa, Rê. – Eu abri a camisinha e coloquei-a no meu pau. Ela não tirava os olhos de mim. Bati uma punheta e fui beijando a Regina. Explorei cada canto da boca dela. Fui devagarzinho mirando o meu pau na buceta dela. Pra começar, pincelei o meu pau e fui enfiando só a cabecinha. Ela parou de me beijar assim que sentiu.
Regina: Ai, ai. – Ela colocou as mãos nas minhas costas e segurou firma nela.
Guilherme: Te machuquei? – Olhei meio assustado pra ela.
Regina: Não, meu amor. Foi só uma dorzinha leve.
Guilherme: Quer continuar?
Regina: Quero. Sei que vai ser difícil, mas não desiste. Por favor, meu amor. – Ela me puxou e me beijou de novo. Eu fui enfiando a cabecinha do meu pau na buceta dela. Ela novamente parou de me beijar. Soltou um gemido alto. Eu parei de enfiar e olhei pra ela. – Não para, amor. Não para. Continua enfiando. Eu a obedeci, enfiei mais um pouco do meu pau na buceta dela. Ela se contorceu na cama e soltou um gemido que mais parecia um grito.
Era excitante demais aquilo. Eu já tinha tirado a virgindade de uma garota antes, mas a Regina era muito mais apertadinha e estava sendo um pouquinho mais difícil.
Guilherme: Rê, se eu enfiar de uma vez só, vai doer um pouquinho mais, mas vai ser uma dor só. Depois vem o prazer. – Ela me olhou meio desconfiada. – Prometo. Relaxa um pouquinho. – Eu abri as pernas dela. Molhei o meu dedo e masturbei-a. Ela ficou me olhando e se contorcendo.
Regina: Vai, amor. Enfia tudo de uma vez então. – Eu segurei na cintura dela e obedeci. Enfiei o meu pau de uma vez só. Ela gritou, eu coloquei a mão na boca dela, tampando-a. Comecei a fazer um vai e vem devagarzinho como meu pau dentro da buceta dela. Olhei para o lençol e vi o sangue escorrendo da buceta da Regina e caindo ali. A dor parecia estar passando, porque conforme eu metia ela ia gemendo mais e mais.
Guilherme: Parou de doer? – Ela assentiu com a cabeça. Eu deitei-me totalmente sobre ela e aumentei o ritmo do vai e vem. Ela cruzou as pernas na minha cintura, o que facilitou a penetração. Senti as unhas dela arranhando toda a minha costa. Ela gemia baixinho.
Eu estava completamente excitado. Ela não era boa em sexo, até porque nunca tinha feito. Mas a buceta dela era bem apertadinha e isso era totalmente gostoso. Comecei a meter com bastante rapidez nela. Puxei-a pra beira da cama e me levantei. Meti nela nessa posição. Via os peitos dela balançarem conforme eu penetrava. Ela começou a mover o quadril e a rebolar no meu pau.
Eu inclinei a cabeça pra trás e aproveitei aquilo. Ela tirou o meu pau da buceta dela, me puxou e me fez deitar na cama. Eu deixei-a comandar. Ela veio pra cima de mim, mirou o meu pau na buceta dela e foi sentando bem devagarzinho. Respirei fundo e segurei na cintura dela, a fiz sentar de uma vez no meu pau. Soltei um gemido rouco e ela começou a quicar no meu pau.
Eu fechei os olhos e ouvia os gemidos dela. Ela inclinou o corpo, segurou o meu queixo e me beijou. Coloquei as mãos no cabelo dela e fazia carinho conforme ela me beijava.
Regina: Vou gozar. – Mesmo com camisinha, pude senti-la gozando. Ela gemia e falava besteiras no meu ouvido. Não sei o que me deu e nem porque eu fiz isso, mas quando ela começou a rebolar no meu pau e falar aquelas coisas, eu pirei e minha reação foi involuntária.
Guilherme: Isso, vai, Manu. Desse jeito. Isso... – Eu mal terminei de falar e ela parou os movimentos, parou de me beijar. Eu abri os olhos e só então percebi a merda que tinha feito. Ela me olhava inconformada. Levantou e colocou o roupão que estava pendurado no guarda-roupas.
Regina: Eu não acredito numa coisa dessa, de verdade. – Ela sentou na cama e abaixou o rosto. Eu me levantei correndo, enrolei o lençol no meu corpo e fui até ela. Abaixei-me na frente dela e quando olhei-a, pude vê-la chorando.
Guilherme: Rê, cara, me desculpa. Eu não fiz por querer. Sério. Me perdoa. – Ela não parava de chorar, me olhou com os olhos todos cheios de lágrimas e com uma expressão totalmente triste.
Regina: Sabe o que é pior? É que eu sei que foi sem querer. Eu sei que você jamais faria isso comigo. Mas é isso que me magoa. Por que, Guilherme? Aquela garota não te ama mais. Ta em outra e você fala o nome dela enquanto transa comigo? É a droga da minha primeira vez e você conseguiu estragar tudo. A gente tava num clima tão legal, tão gostoso.
Guilherme: Ei, por favor, me perdoa. Isso acontece. É involuntário. Po, Rê, não queria te magoar. – Eu tentei abraca-la, porque me senti muito culpado, queria conforta-la. Mas assim que me aproximei dela, ela começou a me bater.
Regina: Sai, não toca em mim. Nunca mais. Sai daqui. – Ela gritava feito louca e me batia. Eu me levantei e segurei os braços dela.
Guilherme: Para, Rê. Para. Eu já falei que foi sem querer. Já pedi desculpas. – Ela tentou me bater mesmo comigo segurando-a. Ela conseguiu se soltar e me olhava com raiva.
Regina: Engula tuas desculpas e engole junto a Manuela. Tu merecer ser feito de otário mesmo. – Ela pegou a minhas roupas e jogou em mim. – Troca de roupa rápido e some daqui. Nunca mais quero olhar na tua cara. 
Eu entendi a raiva dela. Então nem tentei me justificar ou pedir mais desculpas. Seria inútil. Fui ao banheiro dela, tirei a camisinha, joguei no lixo e me troquei. Ela deixou o quarto aberto, mas não ficou mais ali. Sai da casa dela sem ao menos me despedir porque ela tinha sumido. Fui direto pra minha casa.
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