quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

12
Otávio: Ta defendendo ela por que? Quer ficar com ela? Com essa piranha? Pra que? Ser feito de otário? – Guilherme olhou pra ele com raiva, mas o deixou terminar de falar. – Ou vai dizer que tu não sabe que ela é uma puta? Uma piranha? Vai dizer que tu nunca desconfiou que nenhuma amiguinha delas tão são? Diz aí, defensor.
Ele terminou o discurso dele e a diretora da escola se manifestou.
Lurdes: O que está acontecendo aqui, Otávio? Essas ofensas todas são pra quem? Pra nossa aluna, a Manuela? – Ela aproximou-se de mim e de Guilherme e me viu amedrontada nos braços dele. – O que aconteceu aqui? – Ele nos olhou assustada.
Guilherme: Esse imbecil tentou forçar a Manu a transar com ele...
Lurdes: Pelo amor de Deus, Otávio, diz que o que esse jovem acabou de me contar é mentira. Por tudo quanto é mais sagrado.
Otávio: Forçar? Essa piranha queria. Ela sempre quer. Sempre.
Lurdes: Chega! Chega! Chega! Isso foi a gota d'água. Já pra minha sala, Otávio. Você, Guilherme, está dispensado junto com a Manuela. Leve-a pra casa e tente acalma-la. Depois tomem a decisão que acharem melhor. Tem meu total apoio se quiserem denuncia-lo pra polícia. – Guilherme assentiu com a cabeça e nós saímos da sala. 
Ele me abraçou, passou os braços por toda minha cabeça, me impedindo de ver as pessoas. Passamos pela aglomeração que tinha na frente da sala. Eu só conseguia chorar e tremer.
Nós chegamos rapidamente em casa. Ele me levou pro meu quarto e eu cai na cama aos prantos. Chorava feito uma criança.
Guilherme: Manuela, cara, não fica assim. Eu não sei o que fazer, como te consolar e não sei o que dizer. Eu não aguento te ver assim. É demais pra mim... Por favor. Olha pra mim. Quer um copo de água com açúcar? Manuela... Por favor, Manu. – Eu fui parando de chorar aos poucos e me sentei na cama. Ele estava ajoelhado ao lado da cama. Olhei fixamente pros olhos dele e solucei. Lágrimas escorriam dos meus olhos.
Manuela: Repete. – Eu disse entre soluços.
Guilherme: O que? Se você quer um copo de água com açúcar?
Manuela: Não essa. A outra.
Guilherme: Qual parte? – Ele me olhou em dúvida.
Manuela: A parte do "Eu não aguento te ver assim. É demais pra mim."
Guilherme: É isso aí, Manu. Não aguento mesmo. É foda te ver assim. E é pior não poder fazer nada pra te ver melhor. 
Manuela: E-eu... – Eu coloquei as mãos no rosto dele devagar e comecei a alisar. Ele colocou as mãos dele em cima das minhas. Eu sorri e solucei mais uma vez. Ele puxou as minhas mãos que estavam coladas nas dele e secou as lágrimas dos meus olhos. Depois, eu voltei as nossas mãos pro rosto dele. Comecei a alisar com um polegar. Eu respirei fundo e soltei o que estava a muito tempo entalado: – Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. Amo. Amo. Amo. 
Ele ficou imóvel, parecia não estar respirando. Eu não sabia o que fazer. Na verdade, eu precisava da reação dele. Precisava saber o que ele ia me dizer depois de ouvir aquilo. Meu coração parecia estar saltando da boca de tanto que batia forte.
Pra minha surpresa, ele não disse nada, só aproximou o rosto do meu e começou a me beijar. Um beijo carinhoso, cheio de amor e eu senti no beijo que, se o mundo acabasse, estaria tudo bem, porque eu não ia morrer sem que ele soubesse o que eu sinto por ele. Só isso já me bastava. Ele foi devagar, parando de me beijar. Deu alguns selinhos em mim e me abraçou. Me abraçou muito forte.
Guilherme: Eu tô sem palavras, Manu. De verdade. E-eu... 
Manuela: Deixa eu te falar uma coisa antes. – Coloquei o dedo indicador nos lábios dele, impedindo-o de terminar. – Eu preciso que você saiba que eu te amo. Eu te amo com todas as forças que eu tenho dentro de mim. Eu suo frio quando você está perto. É difícil me concentrar quando você começa a falar ou então, quando você ri. Eu amo tuas piadas, por mais bobas que as vezes, elas pareçam ser. Eu amo o jeito que tu me trata. Amo o jeito que cuida de mim e o jeito que se preocupa comigo. Eu tentei jogar esse sentimento fora. Tentei, só eu sei como eu tentei.
Guilherme: Com o Gabriel?
Manuela: Isso. Eu tentei de todas as maneiras que eu consegui. Eu sabia que ficar com você era um erro. Mas não é que esse "erro" beija bem? – Ele riu e me deu um selinho, mas me deixou continuar. – Eu cansei de me policiar, de tentar te evitar. Cansei de tentar me enganar falando pra mim mesma que, eu jamais poderia me envolver com você. Que você tinha outra, outras. Sei lá. Eu fiz de tudo. Mas não deu, não deu. – Eu comecei a chorar de novo e ele me cortou.
Guilherme: Não chora, Manu. Não chora. – Ele novamente me deu um selinho e secou as minhas lágrimas. – Tu não faz ideia do quanto eu quis ouvir isso. Do quanto era difícil pra mim, me aproximar de você e perceber que tu tava tentando se afastar. Te ver com o Gabriel foi o fim pra mim, cara. Cada vez que eu via vocês próximos, eu chegava em casa e me enfiava debaixo do chuveiro e gritava ali, pra ninguém ouvir, só pra descontar a raiva. Cada vez que vocês vão pra boate, eu boto musica alta no quarto e não saio de lá até vocês voltarem. Eu me impeço de pensar em você com aqueles caras... – Ele fez uma pausa. – É foda pra mim ver que tu ta nessa porque se não fosse isso, tu taria passando necessidade. Cara, eu já pensei tanto nisso que eu não consigo nem fazer uma aproximação de quantas vezes eu fiz isso. – Foi impossível controlar o choro. – Não chora, Manu. Por favor. Eu sei que deve estar sendo difícil pra tu, ouvir isso, mas não chora. Eu só to desabafando. Eu preciso que você saiba disso tudo. Eu me afastei de você esse ultimo mês, porque é foda pra mim, ouvir a minha própria mãe elogiar e falar quantos clientes a melhor garota de programa dela consegue, sendo que essa garota é a minha garota. É a garota que eu gosto, que eu amo. A garota que devia ser minha, não ser uma garota de programa. – Eu chorava muito enquanto o ouvia. Quebrou o meu coração ouvir tudo aquilo. – Desculpa estar de falando isso, Manu...
Foi muito difícil ouvir tudo aquilo dele. Muito. Mas a pior parte, com certeza, foi vê-lo abaixar a cabeça e chorar. Eu levantei a cabeça dele lentamente e o abracei. Abracei com toda a força que eu tirei de dentro de mim. Ele me abraçou e nós ficamos alguns minutos assim.
Guilherme: Eu te amo, Manuela. Por mais clichê que possa ser, eu te amo como eu nunca pensei que fosse gostar de alguém. Tu mexe comigo de uma forma que nem mesmo eu, consigo explicar. Eu me sinto melhor ao seu lado. Parece que, se você estiver sempre ao meu lado, tudo vai estar sempre bem. E eu não senti isso por ninguém. Eu amo você. Amo. Amo. Amo. – Eu sorri entre todas as lágrimas e enchi ele de selinhos. – Sei que po, se a gente quiser ficar junto, vamos ter que enfrentar coisa pra caralho. Mas eu to afim de quebrar qualquer muro por você, qualquer barreira. Eu não quero mais ter que ficar sem você, velho. Não da mais. Não tenho mais condições de esconder isso. Eu quero te tirar dessa vida. Tu não vai ter que ser garota de programa pra poder viver. Eu não vou mais deixar. Tu vai ser a minha garota. Nós vamos nos casar e ter um time todo de futebol de filhos. Eu quero envelhecer ao teu lado. Quero ser enterrado ao seu lado. Eu não quero viver sem você. – Chorei mais do que antes, mais do que eu já tinha chorado a minha vida toda.
O que o Guilherme disse também era o meu desejo, o meu sonho. Mas eu sabia que, seria impossível. A gente tem uma barreira difícil de ser quebrada entre nós, a própria mãe dele. Como se quebra uma barreira assim? Não dá. Uma mãe que, apesar de ser o que é, sempre fez tudo por ele. Ele jamais a trocaria por mim. Eu não poderia fazê-lo escolher entre ela e eu. Jamais faria isto.
Manuela: Eu queria muito viver ao teu lado até o final dos meus tempos, mas não dá, Gui. Não dá. Nós não podemos. A Helen jamais permitiria um negócio desse. Ela ia arrumar um jeito de acabar comigo ou então, com a minha mãe. Eu sei que é duro pra você, ouvir isso de mim. Mas você sabe que é verdade. É regra explicita da casa que nenhuma das meninas pode, se quer, pensar em ter algo com você. Imagina assumir algo mais sério? Não dá, Gui. Eu não vou arriscar a vida da minha mãe por... – Ele me cortou.
Guilherme: Por mim? Pela gente? Pela tua felicidade?
Manuela: Não fala assim. Por favor. – Segurei o rosto dele fiquei olhando fixamente pra ele. – Não pensa assim. Eu faria tudo pra ficar com você, tudo que não envolvesse a vida da minha mãe. Eu enfrentaria a sua mãe e todos os outros dragões que se colocassem na nossa frente, mas não posso pensar em colocar a vida da minha mãe em risco. Eu te amo e só me imagino sendo feliz ao teu lado, mas vai ter que ser do meu jeito.
Guilherme: Que jeito é esse?
Manuela: Eu tenho um "plano". Eu vou passar no vestibular e me mudar daqui. Vou levar minha mãe junto e a Helen nunca vai sonhar onde nós vamos estar.
Eu distorci grande parte do plano, mas não podia falar que queria fazer a Helen comer na minha mão e depois comer o pão que o diabo amassou pro filho dela.
Guilherme: E eu fico como nessa história?
Manuela: Você vem com a gente. Vamos ser felizes bem longe daqui.
Guilherme: E enquanto você não consegue o seu "plano", vai continuar indo pra boate e se prostituindo?
Manuela: Gui, esse é o único jeito. Sua mãe não me "liberaria". Não tem outro jeito de fazer isso. – Ele, automaticamente, se levantou e chutou com força a cama.
Guilherme: Merda, Manu. Eu quero ficar com você. Eu vou conversar com a minha mãe. Ela faz tudo por mim, vai fazer isso também. Eu aposto.
Manuela: Ela fingiria, Gui. E ia descontar a raiva de mim, na minha mãe. Por favor, Gui. Deixa eu seguir o que eu já tinha planejado.
Guilherme: Não, Manuela. Não. – Ele me olhou bravo e visivelmente abalado. – Não! Eu amo você e não posso mais te ver continuar sendo uma garota de programa. Não dá. Eu não consigo.
Manuela: Não consegue ou não quer? Tem vergonha, né!? – Segurei o choro, apesar de ter sido extremamente difícil.
Guilherme: O que tu acha? – Ele disse olhando fixamente pros meus olhos. Eu não aguentei e chorei. Ele chutou novamente a cama e deu um murro na parede. – Depois a gente conversa.
Ele não me deixou responder, saiu do quarto disparado e eu me afoguei nas minhas lágrimas. Era uma mistura de sentimentos enorme. Estava feliz porque agora, eu sabia que Guilherme correspondia tudo o que eu sentia por ele, mas triste, porque nós não poderíamos ficar juntos. Não agora. Não morando debaixo do mesmo teto da mãe dele.
Eu chorei por horas e depois adormeci. Acordei bem tarde. Era hora de começar a me arrumar pra ir pra boate. Flávia estava no banho. Logo ela saiu.
Flávia: Bom dia, bela adormecida. Tu ta bem depois daquela cena que o Otávio fez?
Manuela: Amiga, eu me "declarei" pro Guilherme.
Flávia: Jura? – Ela veio correndo pra minha cama, sentou-se do meu lado. – E como foi?
Manuela: Ele me fez chorar horrores com as coisas que me disse. O pior foi vê-lo chorar. Ouvir ele dizer: "A garota que devia ser minha, não ser uma garota de programa". Tu não sabe quanto foi bom saber que ele me ama também e que ele precisa de mim, exatamente do mesmo jeito que eu preciso dele. Mas foi péssimo ouvir o resto.
Flávia: E onde ele foi? Não vi ele desde que cheguei da escola.
Manuela: Nós brigamos e ele saiu. Acho que não voltou desde então.
Flávia: Que doido. Bom, amiga, eu vou terminar de me arrumar. Tu devia ir se arrumando também, senão vai se atrasar.
Manuela: Eu preciso ir atrás dele, amiga. A Helen vai me matar, mas eu preciso ir atrás dele.
Flávia: Vai logo, boba.
Eu tomei um banho correndo, engoli alguma coisa e sai correndo pelas ruas a procura do Guilherme. Pensei em milhões de lugares em que ele poderia estar, mas ele não estava em nenhum deles. Aí me veio a cabeça, o dia do terraço. Droga, o terraço. É claro. Como não pensei nisso antes? Burra.
Eu fui o mais rápido que eu pude até o terraço. Ele estava lá, lindo e virado de costas. Exatamente do jeito que nós estávamos sentados quando fomos a primeira vez ali. Eu não disse nada, apenas fiquei olhando pra ele. Ele olhou pra trás e me viu. Levantou devagar e veio na minha direção. Parou na minha frente e ficou me olhando.
Guilherme: Me desculpa pelas coisas que eu te falei. – Ele levou a mão direita pro meu rosto. Começou alisar com o polegar. Me olhava nos olhos. – Eu te amo e... – Eu não deixei ele continuar, o interrompi beijando-o.
Ele correspondeu, segurou a minha cintura com a mão que estava livre e puxou o meu corpo pra colar no dele. Nos beijávamos carinhosamente e com calma. Sem pressa de nada. Como se o mundo pudesse cair nas nossas cabeças que nós não nos importaríamos.
Eu levei a minha mão pra nuca dele e alisava carinhosamente. Nossas línguas entrelaçavam no beijo. Ele apertava a minha cintura devagar e fazia carinho na mesma. 
Guilherme: Eu não posso mais ficar longe de você, Manu. – Ele disse pausando o beijo. Eu sorri e o abracei, entrelaçando meus braços no pescoço dele.
Manuela: Eu também não, Gui. Não quero mais ficar longe de você. – Ele me encheu de selinhos e nós fomos devagar deitando no chão.
Ficamos abraçadinhos, um do lado do outro. Voltamos a nos beijar e o negócio começou a esquentar. Nos beijávamos com desejo.
Eu fui pra cima dele e sentei em seu colo. Nos estávamos envolvidos em um beijo intenso. Ele explorava toda a minha boca com a língua enquanto eu deslizava as mãos nos braços dele. Ele levou a mão pra minha cintura, apertou a mesma e subiu a mão pra a barra da minha camiseta e puxou-a pra cima. Eu levantei o corpo, atrapalhando o beijo e ajudei-o a tirar a minha camiseta, coloquei-a do nosso lado e voltei, com certa pressa, a beija-lo.
Ele aumentou a velocidade do beijo e eu deitei meu corpo sobre o dele. Guilherme levou a mão pra minha coxa e a puxou na altura do quadril dele. Ficou alisando enquanto chupava a minha língua.
Eu apertava os braços dele e beijava-o. Ele me virou com cuidado e me colocou deitada no chão. Apoiou um dos braços no chão pra não descontar o peço do corpo dele, em mim. Nós ficamos nos encarando por alguns segundos, até que eu sorri e ele deslizou a mão pelo meu corpo. Desabotoou o meu shorts e tirou-o. Eu sorria, agora, maliciosamente pra ele. Eu queria aquilo. Precisava daquilo. Precisava sentir ele dentro de mim, como se fossemos um só. Era algo diferente do que eu já tinha sentido por qualquer um. Meu coração estava acelerado. 
Puxei a blusa dele pela barra e tirei-a. Fiquei olhando pro abdômen dele e ele percebeu. Ele soltou um riso e começou a beijar o meu pescoço. Eu fechei os olhos e me deixei levar. Guilherme intercalava os beijos com chupões e mordidas no meu pescoço. Estava completamente arrepiada. Segurei a nuca dele e o fiz olhar pra mim. Mordi e puxei de leve o lábio inferior dele.
Guilherme me beijou de novo, agora num movimento acelerado. Ele mudava a direção do rosto a todo momento e eu fiquei sem fôlego rapidamente. Levei a mão pro abdomen dele. Fui deslizando até chegar no pau dele. Eu sorri maliciosamente durante o beijo e ele riu.
Eu acariciava o pau dele por cima da calça e pude sentir o pau dele começar a se excitar.
Nós nos beijávamos calorosamente. Ele tirou a calça e começou a roçar o corpo dele no meu. Estávamos com roupa intima ainda, o que nos provocou mais ainda. Eu sentia o calor do corpo dele no meu e a respiração dele. Levei a mão pras costas dele e finquei as unhas na mesma. Guilherme ficou de pé e tirou a própria cueca. Eu tirei o meu sutiã e ele começou a apertar os meus seios. Eu segurei o pau dele e comecei a masturba-lo enquanto ele começou a passar a língua no meu seio. Eu levei uma das mãos pro cabelo dele e fui alisando enquanto ele chupava o meu seio. Guilherme tirou a minha calcinha e começou a passar devagarzinho a cabeça do pau dele na minha buceta. Me deixou louca.
Foi carinhosamente, enfiando o pau dele na minha buceta e começou a fazer um vai e vem que me deixou mais louca que anteriormente. Eu gemia alto, porque, apesar de não estar sendo um sexo selvagem, eu estava fazendo amor com o cara que eu amava. O cara que fazia meu coração disparar.
Ele continuou o vai e vem e me beijou, explorei toda a boca dele e comecei a movimentar o quadril pra ajuda-lo. Ele apertava os meus seios enquanto me beijava e chupou a minha língua durante o beijo. Não demorou nada e eu gozei. Ele sorriu ao sentir e começou a aumentar a velocidade do vai e vem pra que ele gozasse. Eu puxei o rosto dele e encostei a boca no ouvido dele. Comecei a gemer bem gostoso e logo senti ele gozar em mim. Nós deitamos um do lado do outro e ficamos olhando pro céu, já escuro e cheio de estrelas.
Nossas respirações estavam ofegantes e nós sorriámos. Olhei pra ele o enchi de beijos. Depois voltei a olhar pro céu. Ele virou-se e me abraçou por trás, ficamos numa conchinha. Estava cansada ainda, ficamos um tempo ali e depois nos vestimos.
Guilherme: Te amo, Manu. Eu vou fazer o que for pra te ter só pra mim.
Manuela: Meu coração já é teu, não ta bom? – Eu sorri e o abracei. Apoiei a cabeça no peito dele e ele ficou alisando o meu cabelo.
Guilherme: Por enquanto, sim. Mas tu vai ser minha. Da ponta do dedão do pé, até o ultimo fio de cabelo.
Manuela: Te amo. – Eu virei o rosto de frente pra ele e dei um selinho demorado nele. – Vamos comer? A gente tem umas coisas pra conversar.
Guilherme: Po, tu só pensa em comida. Que coisas são essas que a gente tem pra conversar?
Manuela: Em comida e em você. – Nós rimos. – Depois que tu me alimentar, a gente conversa. – Ele riu e nós saímos abraçadinhos do prédio abandonado.
Nós fomos pra uma lanchonete próxima e nos sentamos em uma mesa. Nós fizemos nossos pedidos e ficamos conversando enquanto o lanche não ficava pronto.
Guilherme: E aí, Manu, que tu tem pra me falar?
Manuela: Ia ser só depois do lanche, mas como está demorando, vou falar, vai. – Eu virei de frente pra ele e ficamos nos olhando. – Vou ser direta, tá? Sem cerimonias. – Ele assentiu com a cabeça. – O que tu tem com a Regina?
Guilherme: Regina? Nada. Ta louca, Manu?
Manuela: Vocês estão sempre juntos na escola.
Guilherme: Anda me vigiando, amor? – Ele me chamou de amor mesmo? Sério? Eu ouvi direito? Que coisa linda! 
Manuela: Só tomando conta.
Guilherme: Sei. Nada a ver, amor. Ela só fica no meu pé. Fica pedindo pra eu dar uma "chance" pra ela. Doida.
Manuela: Sério que ela pede? Que doida.
Guilherme: Pede. Muito sem noção. Depois que eu fiquei com ela, ela não saiu mais do meu pé.
Manuela: Hum... – O lanche chegou e nós começamos a comer. Parei de comer um pouco pra fazer outra pergunta ao Guilherme: – E a Bruna?
Guilherme: O que tem ela? – Ele me olhou enquanto mastigava um pedaço do lanche.
Manuela: O que tu tem com ela? Por que vocês ficam tão juntos? Na escola, em casa?
Guilherme: Posso pular essa pergunta não? – Ele deu um gole no refrigerante dele e não me olhou.
Manuela: Não. – Falei séria.
Guilherme: Po, Manu, é complicado. É meio sério demais e não é assunto meu.
Manuela: Como assim?
Guilherme: Se eu te explicar, vou ter que te contar tudo e não da.
Manuela: Beleza então. – Eu fiquei irritada. Que diabos ele não podia me contar sobre a Bruna? Que saco! Comi meu lanche super emburrada e não troquei uma palavra a mais com ele.
Guilherme: Ficou brava? – Disse depois de dar um gole no refrigerante.
Manuela: Tu acha?
Guilherme: Sem ironia, Manu. Sério, eu não posso te falar. Não agora. Ele puxou a minha cadeira e me fez ficar de frente pra ele. – Olha pra mim. – Eu olhei, emburrada mas olhei. – Eu juro pra você que eu não tenho nada com ela. Só que eu não posso te falar o que ta rolando. Tu vai ter que confiar em mim se quiser ficar comigo.
Manuela: Quem disse que eu quero? – Disse rindo e o abracei. Segurei o rosto dele e enchi de selinhos os lábios dele. – Vou confiar, mas tu vai ter que me explicar isso direito quando puder.
Guilherme: Mais alguma pergunta ou eu não vou poder perguntar nada também?
Manuela: Tua vez. – Disse abraçada com ele.
Guilherme: E o Gabriel? Não rola nada mesmo?
Manuela: Nada. Eu pensei em ficar com ele, me parecia mais fácil. Mas quem disse que eu gosto do mais fácil?
Guilherme: Entendi. – Ele me deu um selinho, levou as mãos pra minha cintura e apertou.
Manuela: Tenho mais uma pergunta.
Guilherme: Diz, amor.
Manuela: E a menina da sorveter... – Eu fiquei pálida a ponto de nem conseguir terminar a frase. Tinha visto a coisa mais improvável do mundo. A menina da sorveteria apareceu na lanchonete. Meu coração disparou. Minha unica reação foi beijar o Guilherme. Eu queria que ela me visse beijando-o. Infantil? Muito.
Eu beijei o Guilherme e pude ouvir barulho de sapatos batendo no chão e aproximando-se. Eu parei lentamente de beija-lo e a menina estava na nossa frente.
Gabriela: Cara, é você mesmo. Tu sumiu. – Ela disse voltada pra Guilheme. Não olhou nem um segundo pra mim. Ele se levantou e cumprimentou ela. Eu fiquei no meu lugar. Não me movi.
Guilherme: E aí, Gabi. Como tu tá? Sumi mesmo. – Ele voltou a se sentar do meu lado depois de cumprimenta-la. – Senta aí. – Olhei com cara de "hã" pra ele, mas ela se sentou na frente dele. Eu peguei a mão dele e entrelacei os dedos dele nos meus. Fiz questão de colocar em cima da mesa pra que ela visse. – Essa é a Manu.
Gabriela: Oi, Manu. – Ela mal olhou pra mim pra falar o "oi". Eu dei um sorriso como resposta. Ela era linda. O que me deixou ainda mais com ciúmes. Cabelos longos e pretos. O rosto dela era perfeito. Linda mesmo. Droga. Eu to morrendo de ciúmes. – Tu nunca mais me procurou. O destino nos uniu de novo. – Como assim de novo? Do que ela estava falando?
Guilherme: Pois é. Mas e aí, o que tu anda fazendo? – Ele estava mesmo dando "moral" pra ela? Que raiva! Ela estava toda produzida, com salto e uma roupa que parecia ser bem chique. Mexia nos cabelos de meio em meio segundo, já estava me deixando irritada. Estava toda maquiada.
Gabriela: Ah, to por aí, né, Guizinho. – Guizinho? Quem deixou ela chama-lo assim? Que intimidade é essa?
Guilherme: Aprontando, né não, Gabi? – Os dois riram e eu fiquei olhando pra ela.
Gabriela: A gente podia marcar alguma coisa um dia desses, né, Gui? – Ela não tirava os olhos dele.
Guilherme: Complicado, Gabi. To com a Manu agora. – Que? Eles tiveram alguma coisa antes? Que droga!
Guilherme levantou nossas mãos que estavam entrelaçadas e mostrou pra ela. Ela me deu um sorriso pra ela e eu abri o maior sorriso que consegui.
Gabriela: Ah, que pena. Então eu já vou indo. Passei rapidinho ver se um amigo estava aqui, mas acho que ele deve estar em outra lanchonete.
Guilherme: Vai lá, Gabi. – Ela deu um beijo no rosto do Guilherme e um no meu. Ela saiu da lanchonete e eu tirei imediatamente a mão da do Guilherme. – O que foi isso?
Manuela: Eu que o diga. – Cruzei os braços.
Guilherme: Tu fica ainda mais linda com ciúmes. Sabia? – Ele riu e me encheu de beijos, eu tentei evitar virando o rosto, mas não adiantou muito. – Eu não fiquei com ela. Apesar dela ter tentado. E nem sei porque eu não fiquei. Ela é uma gata, né!?– Fiz uma cara de cu enorme pra ele e ele riu. – Tô brincando, amor. Um amigo meu tava afim dela, aí eu não ia furar o olho dele, né!?
Manuela: Só por isso? – Disse brava.
Guilherme: Para com isso.
Manuela: E a Bruna? Tu ficou com ela? Não mente pra mim.
Guilherme: Fiquei. – Olhei decepcionada pra ele. – Po, tu perguntou.
Manuela: Transou com ela?
Guilherme: Ta querendo saber demais...
Manuela: Ah, é? Beleza. – Levantei emburrada e ele levantou atrás de mim, puxou o meu braço e me fez ficar de frente pra ele.
Guilherme: Transei. Ta bom assim?
Manuela: Não.
Guilherme: Mas tu não pediu pra eu falar?
Manuela: Pedi, mas não falei que eu ia gostar da resposta.
Guilherme: Mulheres... Sempre complicadas.
Manuela: Cala a boca.
Guilherme: Cala a minha boca? – Ele riu e me beijou. Foi um beijo rápido, porém bom.
Ele pagou nossos lanches e nós fomos dar um volta pela praça que tinha ali perto. Andamos de mãos dadas e conversamos durante a caminhada.
Manuela: Tu ficou com mais alguém lá de casa?
Guilherme: Fingi namorar a Flávia, transei com a Bruna e agora to contigo.
Manuela: A Bruna é muito sínica. Ficava te xingando e depois ia pra cama contigo.
Guilherme: Não é bem assim, Manu...
Manuela: Mas tu não pode me explicar como é que é, né!? Já sei, precisa repetir não.
Guilherme: É isso aí.
Manuela: Vamos voltar? Tô com sono já. – Eu não estava com sono, mas queria ir pra casa. Precisava ficar quieta no meu canto. Amava a companhia do Guilherme, mas precisava ficar sozinha. 
Guilherme: Já?
Manuela: Por favor, Gui. – Ele me virou de frente pra ele e me deu um selinho. Assentiu com a cabeça e nós voltamos pra casa.
As meninas não tinham voltado da boate ainda e a casa estava vazia. Me despedi do Guilherme e fui pro meu quarto. Deitei na cama e fiquei um tempão pensando em tudo.
Pensei em como era maravilhoso ter o Guilherme ao meu lado. E pensei em como eu ia estragar com o meu plano se a Helen sonhasse que nós estávamos juntos. Quer dizer, ele não me pediu em namoro ou nada do gênero, mas ficou meio subentendido. Decidi que não ia ficar longe dele só porque a Helen podia descobrir. íamos ficar escondido. Na escola onde a Flávia "manda", nós não precisariamos fingir nada a ninguém. Eu finalmente dormi e acordei com a Flávia me chamando pra ir pro colégio. 
Fui meio sonolenta pro chuveiro e tomei um banho rápido. Estava colocando a calça jeans e a Flávia falou comigo.
Flávia: E aí, amiga, como foi com o Guilherme?
Manuela: Nós transamos.
Flávia: Sério? Num motel?
Manuela: Num terraço.
Flávia: Tu é doida. – Ela riu. Eu estava com dificuldade de colocar o sutiã e virei de costas pra Flávia pra que ela abotoasse ele pra mim. Ela assim fez e deu um tapa na minha bunda quando terminou. – Pronto. – Nós rimos.
Manuela: Obrigada, amiga. – Fui pegar a camiseta do uniforme e não achei em nenhum lugar. Estava abaixada procurando na ultima gaveta que não tinha procurado e o Guilherme entrou no quarto.
Guilherme: Bom dia, madames.
Manuela: Eu to só de sutiã, sai daqui. – Taquei um travesseiro nele.
Guilherme: Manu, já te vi pelada. Sério isso? – Eu dei risada e fiz uma cara ironica pra ele.
Flávia: Bom dia, Gui.
Manuela: Já que tu ta aí. – Me levantei e fiquei de frente pra ele. Ele olhou diretamente pros meus seios que quase saltavam do sutiã e riu maliciosamente. – Me ajuda a achar meu uniforme. E para de olhar pros meus peitos.
Flávia: Só pra lembrar, eu to aqui ainda. Se quiserem se pegar, é só pedir que eu saio.
Manuela: Flávia! – Olhei brava pra ela. Guilherme riu.

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