quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

6
Segunda-feira. Primeiro dia de aula. Acordei cedo, tomei um bom banho e me arrumei. Flávia tinha me emprestado uma camiseta do uniforme da escola. Achei o uniforme bem menos feio do que o da minha antiga escola. Acordei a Flávia e ela foi pro banho. Desci e as meninas e as meninas estavam tomando café.
Manuela: Bom dia! – Obtive resposta de todos, menos da Amanda. Guilherme e Helen também estavam tomando café. Flávia chegou um tempinho depois. Toda animada.
Flávia: Bom dia, gente linda!
Helen: Que animação pra ir pra escola é essa?
Flávia: Ver os amigos, só isso.
Helen: Sei! – Helen engoliu o último gole de café e levantou-se da mesa. – Vou resolver umas coisas. Terão que ir a pé a escola hoje. Amanda, se quiser, vem comigo. Tua escola é longe.
Amanda: To indo!
Helen: Anda logo. Não tenho o dia todo. – Amanda se apressou, pegou sua bolsa e seguiu Helen. As duas saíram de casa.
Bruna: Menos duas cobras, amém!
Jack: Surfista. – Jack a repreendeu e olhou pro Guilherme.
Bruna: Ah, é. Foi mal, Gui.
Guilherme: De boa. Só vê se tu não morde sua própria língua. Pode sair veneno também. – Ele falou sério.
Terminei de tomar café, coloquei o meu tênis e peguei minha bolsa. Guilherme veio atrás de mim e me olhou de cima de baixo.
Guilherme: Essa calça apertada faz parte do uniforme de vocês?
Manuela: Como se tu não visse a gente com coisa mais apertada ou então, pequena. – Eu dei um sorriso irônico pra ele.
Guilherme: Tô enchendo o saco. Ta de tpm?
Manuela: Por que vocês homens, nos irritam e quando levam patadas, culpam a tpm? Que coisa chata.
Guilherme: Tava só brincando. Calma, Manuela.
Manuela: Sempre bom te fazer me chamar de Manuela, não de "estranha" – Eu ri e fui até Flávia. – Gata, acaba aí e vamos.
Flávia: To indo, amiga.
Ela terminou de comer e as meninas também. Nos arrumamos e fomos todos pra escola a pé. Caminhávamos devagar e Guilherme conversava com a Bruna. Eles riam e me fez pensar que toda aquelas cenas que os dois faziam não seria um teatro pra disfarçar o "romance" dos dois.
Jack: Cara, nem acredito que esse já é nosso último ano. Graças!
Bruna: Queria tanto estudar junto com vocês.
Flávia: Ninguém mandou ser pirralha. – Nós rimos.
Bruna: Também te amo, viu, Flá!?
Flávia: Beijo na sua bunda, sua linda. – Ela riu e abraçou Bruna. Olhei pras duas e sorri.
Bruna: Não precisa ficar com ciúmes, Manu. Eu soltou a Flávia. – Ela disse me zuando.
Manuela: Tonta. – Eu ri e fiz uma cara feia pra Bruna, zuando ela também.
Guilherme: Senhoritas, lá vamos nós. – Avistamos o colégio depois que o Guilherme terminou de falar.
Era grande e mal pintado, mas não era feio. Não muito. Caminhamos até chegar no mesmo e entramos.
Ao entrarmos no colégio, todos os olhares voltaram-se para nós. Flávia percebeu os olhares e deu um sorriso pra mim.
Flávia: É só o começo, amiga. – Ela deu uma piscadinha pra mim.
Faltavam uns dez minutos pra aula começar. Tinham umas listas coladas em um mural dentro da escola. Fomos ver as listas e nelas estavam as listas de chamadas de todas as salas. Vimos nossos nomes. Guilherme, Flávia e eu estávamos na mesma turma. Jack e Lua caíram juntas no outro terceiro. Bruna estava em uma das turmas do primeiro.
Bruna: Não tem ninguém legal ou gatinho na minha sala. Que bad!
Jack: Aquieta a piriquita, Surfista.
Guilherme: De gato já basta eu. – Ele olhou pra Bruna e deu um sorrisinho. Ela fez uma cara de "hã!?" pra ele. Não sei quem é mais falso. Tenho certeza que eles tem alguma coisa.
Flávia: Na sala dela, Gui. Ta com saudades da Amanda, é!? Ta até imitando a burrice dela. – Nós rimos.
Guilherme: Engraçadona, Flávia. – Ela fez uma careta pra ele e depois ele deu um risinho.
Nós saímos da frente do painel e sentamos em um dos bancos no pátio. O colégio era enorme. Não demorou muito e um menino alto e loiro apareceu na frente da escola. Parou na frente do mural e depois veio na nossa direção. Cumprimentou, primeiramente, o Guilherme.
Felipe: E aí, cara!? Beleza!? – Ele disse apertando a mão do Guilherme e depois dando-lhe um "tapinha" nas costas.
Guilherme: Suave, rapaz. Quanto tempo. Tu sumiu nas férias.
Felipe: Fui pra Califórnia, Guizinho. – Ele deu um sorriso largo e foi na direção de Flávia quando a viu sentada no banco. Ela se levantou e ele a abraçou. – Que saudades de tu, minha branquinha.
Flávia: Lembrou de mim com tantas Californianas gostosas andando de biquíni? – Ela riu, segurou o rosto dele pelo queixo e o beijou.
Ah, esse é o Felipe! Pensei. Eles se beijavam com calma e escola toda olhou pra eles. Essa popularidade toda era algo novo pra mim. Nunca fui popular na minha antiga escola. Eu não ligava pra isso. Ver todos com os olhares voltados pra o que você faz era realmente estranho.
Flávia e Felipe se beijaram por um tempinho e se abraçaram em seguida.
Felipe: Ciumenta linda! – Ele disse pra ela.
Flávia: Não sou ciumenta. Ciúmes é pra mulherzinha.
Felipe: Desculpa aí, machão. – Ele disse rindo, segurou na cintura dela e a beijou novamente.
Guilherme: Ô casal mel, não nos deixe de vela.
Manuela: Deixa eles. – Disse baixo só para que Guilherme pudesse ouvir. Ele assentiu com a cabeça.
O sinal não demorou muito pra tocar e nós fomos pra nossas respectivas salas. Felipe também estava na nossa sala. Entramos e eu sentei do lado do Guilherme e na frente da Flávia. Felipe sentou ao lado dela.
A professora não demorou muito pra chegar. Ela verificou a lista de chamada e pediu para que os 5 alunos novos falassem seus nomes. Chegou a minha vez e aconteceu algo imprevisível.
Professora: Qual é seu nome, querida?
Manuela: Manuela Bosi.
Gabriel: Poxa vida, hein, uou.
Samuel: Ô, Manuela, goze em mim. – Ele fez uma brincadeira com o meu sobrenome. Um trocadilho.
Os meninos iam se manifestando e eu fui me encolhendo na cadeira, olhei pra Flávia e ela sorria satisfeita. Guilherme me olhou bravo e eu não entendi nada.
Henrique: Ô, gostosa!
Professora: Calem a boca agora! – Ela gritou – Que falta de respeito é essa com a colega de vocês?
Gabriel: Viro o namorado dela a hora que ela quiser. Colega é pros fracos. – O grupo riu.
Henrique: Muita areia pro teu caminhãozinho, Biel.
Gabriel: Eu dou duas, três, quantas viagens forem preciso.
Professora: Já chega! Isso é uma tremenda falta de respeito e de senso. Isso não é jeito de tratar uma mulher. Vocês tem muito a aprender ainda. Desculpa por isso, Manuela.
Manuela: Tá tudo certo. Não tem problema.
Umas meninas olharam feio pra mim e os meninos continuaram falam coisas do tipo, mas eu ignorei. A professora começou a aula e eu prestei atenção em tudo. Anotei cada "a" que ela colocava na lousa. Participei da aula o máximo que pude.
A aula acabou e fomos pro intervalo. 
Flávia: O que foi tu respondendo todas as perguntas que a professora fazia lá na sala, amiga?
Manuela: Eu sempre fui uma boa aluna.
Flávia: Ai, que orgulho dessa minha amiga. Além de linda, gostosa, esperta, ainda é inteligente. Ai, me pega, sua linda.
Nós rimos e ela me abraçou. Saímos assim da classe, Guilherme e Felipe vieram do nosso lado conversando. Os meninos que ficaram me "elogiando" na sala, passaram por mim e pararam na minha frente.
Gabriel: Olá, Manuela. Eu sou o Gabriel. – Ele pegou a minha mão direita e deu um beijo na mesma.
Henrique: E eu sou o Henrique. Rick pros íntimos. Mas tu pode me chama de "meu amor", se quiser. – Eu tive que rir, foi realmente engraçado.
Samuel: E eu sou o Samuka. – Ele abriu um sorriso. Ele tinha um sorriso lindo. Meu Deus!
Manuela: Olá, meninos. Eu sou a Manuela, como vocês já sabem. Prazer!
Gabriel: Só na cama, gatinha. Falando em cama, quer ir pra ela comigo? – Eu dei risada.
Manuela: Valeu a proposta, mas agora eu vou comer porque to morrendo de fome. – Foi a melhor saída que eu encontrei pra que eles me deixarem em paz. E deu certo. 
Eles se despediram de mim e a gente foi pra cantina. Flávia abraçou o Felipe e eles caminharam assim até lá. Guilherme veio do meu lado e nós deixamos o casal andar atrás de nós.
Guilherme: Agora aguenta o grude.
Manuela: Por que você não vai lá atrás do seu grude?
Guilherme: Tu ta falando do que? – Ele me olhou com uma cara de dúvida.
Manuela: Esquece.
Guilherme: Doida. – Ele riu.
A gente encontrou as outras meninas na cantina, entramos na fila e logo pegamos nossos lanches. Fomos pro pátio e todos os bancos estavam lotados. Flávia e Felipe pararam na frente de um que tinha umas pessoas sentadas. Flávia falou algo e deu um sorriso pras pessoas. Elas saíram de lá em seguida. Flávia nos chamou com a mão e nós fomos até o banco.
Flávia: Prontinho.
Manuela: Ma-Mas... Co-Como você fez eles saírem?
Flávia: Só pedi educadamente.
Felipe: Como recusar com uma menina linda dessas pedindo? – Ele sorriu e deu um selinho nela.
Sentamos no banco e ficou extremamente apertado, mesmo com Flávia no colo do Felipe. Me levantei.
Flávia: Ah, amiga, senta aqui.
Manuela: Não precisa, Flá. To bem aqui. – Eu comi o meu lanche e pude perceber os olhares de Guilherme pra mim. – Perdeu alguma coisa aqui?
Guilherme: Eu? – Ele apontou pro próprio peito.
Manuela: Não, o papa.
Guilherme: Ah, ta. Pensei que tava falando comigo.
Manuela: Tu me irrita.
Bruna: Ainda bem que alguém me entende. – Ela riu e eu continuei séria. Guilherme deu um sorrisinho pra ela.
Flávia ficou se pegando com o Felipe até que ele e o Guilherme foram pro banheiro. Pedi pra Flávia me acompanhar até a cantina.
Flávia: Quer outro lanche? Tu é magra de ruindade, eu hein.
Manuela: Tonta. – Dei risada. – Não foi por isso que te chamei aqui. Só queria falar um negócio contigo.
Flávia: Fala, amiga.
Manuela: Acho que a Bruna ta pegando o Guilherme.
Flávia: Que? Sério? Mas eles vivem em pé de Guerra.
Manuela: Já pensei nisso também. Acho que é tudo cena.
Flávia: Pode ser, né, amiga!? Vou começar a reparar nesses dois e te conto se eu perceber alguma coisa. Agora vamos voltar porque eu quero beijar o meu gatinho.
Manuela: Ai, que menina apaixonada! – Flávia me mostrou a lingua e nós voltamos por banco com as meninas tinham ficado, Guilherme e Felipe já estavam lá.
O sinal bateu e nós voltamos pra aula. Mais duas aulas de geografia e outra de inglês. O professor de inglês era divinamente lindo. Ele fazia perguntas sobre a matéria toda hora, para que nós respondessemos, mas só eu e mais um outro aluno participamos da aula. Ele era um ótimo professor. Era uma pena os alunos não se sentirem motivados. O final da aula chegou e nós quatro pegamos nossos materiais, Guilherme, Felipe e Flávia foram "correndo" pra sair da sala. O professor me viu saindo da sala, sem pressa. Ele segurou meu braço e eu virei de frente pra ele quando ele falou o meu nome.
Otávio: Manuela!?
Manuela: Sim, professor... – Incentivei-o a continuar.
Otávio: Fiquei muito feliz com a sua participação na aula hoje. A muito tempo eu não vejo uma aluna participando e tão interessada. Além de você ser muito inteligente.
Manuela: Ah, que isso, profess... – Ele me cortou.
Otávio: Me chama de Otávio, Manuela. Se quiser, é claro.
Manuela: Ah, tudo bem, profess... Quer dizer, Otávio. Como eu ia dizendo, eu não acho que eu faça nada que eu não deva fazer. Participar da aula só vai me ajudar.
Otávio: Concordo com você. 
Vi a Flávia na frente da sala com o material nas mãos. Ela fez um gesto com a cabeça, me incentivando a sair da sala. Assenti com a cabeça para que ela pudesse ver.
Manuela: Bom, Otávio, eu preciso ir agora. Até a próxima aula.
Otávio: Mal posso esperar. – Ele deu um sorriso meio estranho, alegre demais pro meu gosto.
Saí da sala e fui caminhando pelos corredores com a Flávia ao meu lado.
Flávia: Arrasando o coração do professor mais gato da escola já, Manuzinha? – Ela riu e eu fiquei meio sem jeito.
Manuela: Que bobagem, amiga. Ele só achou legal eu participar da aula. Só isso.
Flávia: Ah, ta bom... Foi por isso também que ele parou o Kadu pra falar pra ele como a participação dele na aula, foi legal?
Manuela: Kadu? – Estranhei.
Flávia: É... O nerd que tava falando junto contigo na aula. 
Manuela: Ah, ta. Não sabia o nome dele. Chega desse assunto, amiga. Nada a ver. Ele só vai ter alguma coisa comigo, se pagar. – Nós duas rimos e eu me arrependi do que disse meio segundo depois. Ok, eu queria me tornar a puta profissional, mas não precisava exagerar. O professor era realmente um gato.
Flávia se despediu do "namorado" na frente do colégio. Deu um super beijo nele. As meninas logo chegaram e nós ficamos esperamos o pai de Felipe chegar. Depois fomos a pé pra casa.
Guilherme, eu e Flávia estávamos andando um do lado do outro, um pouco pra trás das outras meninas.
Guilherme: Tu é boa no inglês, né não, Manu!?
Manuela: A little bit. – Disse e depois sorri pra ele.
Guilherme: Que que tu falou aí? Tira com a minha cara não, ou.
Flávia: Ela não ta te xingando, Gui. – Ele riu e eu também. – Até eu que sou horrível, entendi.
Guilherme: Fala aí então, espertona.
Manuela: Calma, os dois. Eu falei "um pouco". Não to te xingando, Guilherme. Mas por que tu quer saber disso?
Guilherme: Tu podia me ajudar a estudar e não pegar recuperação de inglês esse ano, né!?
Manuela: Poder eu posso, mas ta no começo do ano, tu tem tempo de conseguir nota antes de ficar de recuperação.
Guilherme: Sou ruinzão em inglês. Nem adianta ter esperança que eu vá conseguir nota antes de pegar rec.
Manuela: Ta – Eu dei risada. – Posso te ajudar, mas vou ganhar o que com isso?
Guilherme: Um bei... – Ele não completou a frase. Olhou pra Flávia e ficou pálido. Pegou o celular e saiu na nossa frente. – Depois falo contigo. – Ele disse já meio distante.
Flávia: Ele acha mesmo que se eu não soubesse, com essa super disfarçada, eu não ia sacar?
Manuela: Vai saber, né, amiga... Mas não fala pra ele que tu sabe, por favor. Se ele te contar, faz cara de surpresa e de chocada. – Eu ri.
Flávia: Ta bom, doida.
Chegamos em casa e nós fomos direto pra cozinha. Guilherme já estava trancado no quarto dele. Almoçamos e depois fizemos a faxina da casa.
Eu estudei o resto da tarde que sobrou. Me tranquei no quarto, coloquei uma música no celular e só sai de lá quando a Flávia veio me avisar que estava na hora de irmos pra boate.
Tomei um banho, me arrumei e coloquei o vestido mais apertado que eu tinha comprado. Ficou lindo em mim. Valorizou tudo que eu tinha. Me maquiei e dei uma arrumada no meu cabelo. Prendi metade pra trás. Peguei um salto enorme e saí do quarto. Desci as escadas e algumas das meninas estavam sentadas na sala.
Jack: Nossa, Manu, que gata que tu ta!
Manuela: Muito obrigada, Jack. Tu ta linda também.
Flávia desceu as escadas e ela estava magnifica.
Bruna: To me sentindo um pedaço de lixo hoje. Vocês estão lindas e gostosas. – Nós rimos.
Guilherme apareceu na escada e ficou um bom tempo me fitando. Dei um sorriso pra ele e ele sorriu de volta. Ele desceu as escadas e sentou no sofá. Secou as meninas o máximo que pode.
Flávia: Vamos sair daqui antes que a gente fique murcha e seque.
Amanda: Não entendi.
Flávia: Quando é que você entende alguma coisa, lindona? – Ela mandou um beijo no ar pra Amanda e nós demos risada.
Ficamos em frente de casa esperando a Helen passar pra nos buscar. Ela tava atrasada.
Bruna: Vou lá dentro pegar meu batom...
Flávia: Tem batom na boate. – Ela olhou estranho pra Bruna.
Bruna: Ah, mas eu quero esse... Já volto. É rápido!
Flávia: Tá legal.
Encostei na parede. Ficamos mais cinco minutos esperando a Helen e nada.
Manuela: Vou sentar no sofá lá dentro porque cansei de esperar aqui.
Flávia: Vai lá, amiga.
Entrei em casa e achei Bruna de frente pro Guilherme, que estava sentado no sofá. Ela estava de pé e segurava o rosto dele. Definitivamente, eu tinha atrapalhado alguma coisa. Eu sabia! Esses dois não me enganavam. Um turbilhões de pensamentos passaram pela minha cabeça. Eu fiquei uns segundos olhando os dois, até que me virei pra sair dali e meu sapato fez barulho quando eu toquei no chão para dar um passo.
Merda! – Pensei.
Manuela: Foi mal! Eu não queria atrapalhar. Eu só vim me sentar aqui porque a Helen ta demorando... Eu não vi nada, relaxem.
Guilherme levantou meio depressa e foi logo se apressando:
Guilherme: Não tem nada pra ser visto mesmo, Manu. Relaxa você.
Manuela: Eu sei o que eu vi, Guilherme. Mas ta tudo certo. Eu não vou me meter. Deixe-me ir.
Bruna: Não fala nada pra Helen. Por favor, Manu. – Cínica, mil vezes cínica.
Manuela: Relaxa, Bruna. Sério... – Eu saí da sala o mais rápido que eu pude.
Meu coração estava acelerado. O sentimento que eu estava desenvolvendo por Guilherme, tinha sido parcialmente interrompido com a minha decisão de não me envolver mais e me tornar a melhor prostituta. Mas aquilo foi demais. Eu tinha minhas desconfianças. Eu sabia disso já. Acho que eu não quis acreditar. Algo me bloqueou disso e quando eu vi a Bruna naquela posição, a ponto de beijar o Guilherme, eu senti como se alguém arrancasse meu coração do meu peito e desse marteladas nele. E depois, colocasse de volta. Era uma dor horrível. Mas eu bloqueei qualquer reação. Utilizei aquilo ao meu favor.
Helen chegou 15 minutos depois. Fomos pra boate e antes das 10 horas, eu já tinha feito 8 programas. Helen me chamou pra fazer um programa com dois caras, ao mesmo tempo. Não pensei duas vezes e topei.
Eles já estavam no quarto, me aguardando. Entrei no mesmo e olhei com cara de puta pra eles.
Manuela: Boa noite, rapazes. – Rapazes era gentileza da minha parte. Eram dois caras que aparentavam ter lá por seus 38 anos.
Sidney: Boa noite, coisinha mais linda. Mal pudemos esperar por vocês.
Manuela: Não seja por isso. Cá estou. 
Parei de frente pros dois, tirei o zíper do meu vestido e deixei-o cair no chão. Meus peitos saltaram porque eu estava sem sutiã. Eu sorri maliciosamente e eles foram sentando na cama.
John: Vem mamar o tio John, vem, cadela. 
Eu me aproximei da cama, fui até ele e comecei a desabotuar a calça dele. O outro homem colocou a mão nos meus seios e começou a apertá-los. Mordo meu lábio e tirei o pau do "John" pra fora. Passei a língua na cabeçinha e ele fez uma cara de tesão. Comecei a mamá-lo enquanto sentia o outro apertar um dos meus seios. Olhei pra ele e ele estava batendo uma punheta. Segurei no pau dele e bati punheta enquanto mamava o outro.
Parei de chupar o pau do John e comecei a chupar o pau do Sidney. John foi tirando a minha calçinha e começou a me tocar. Soltei um gemido. Ele me fez ficar de quatro e começou a lamber a minha buceta. Enfiou a língua na mesma e depois enfiou dois dedos.
Eu continuei chupando o pau do Sidney e John foi logo metendo o pau dele em mim. Eu gemia alto. Ele ficou em pé e me trouxe pro pé da cama. Metia com força na minha buceta. Sidney meteu o pau dele na minha boca e movimentava o quadril pra frente e pra trás, fazendo o pau dele ir até a minha garganta. Logo o John gozou e trocou de lugar com o amigo. 
Não demorou muito para ele gozar de novo e Sidney gozar. Os dois síram e eu tomei uma ducha rápida.
Voltei pro camarim e só Amanda e Flávia estavam lá.
Flávia: Quantos hoje, amiga?
Manuela: Com os dois últimos, 10.
Amanda: Caralho!
Flávia: Nossa, amiga. Só fiz 5.
Amanda: Só fiz 4.
Sorri satisfeita. Esperei as meninas terminarem e nós voltamos pra casa. Deitei exausta na cama e meus pensamentos não me deixaram dormir. Pensei em Guilherme tendo um caso secreto com a Bruna. Aquele teatrinho todo que os dois faziam... Pensei em tudo. Acabei logo dormindo porque não me permiti ligar para aquilo. Guilherme que enfiasse a Bruna no... 
Nós fomos pra a escola no outro dia. Os olhares continuaram voltados para nós. Eu ia demorar pra me acostumar com aquilo.
O intervalo finalmente chegou, estávamos na cantina e uma menina, aparentando estar no primeiro ano, chegou até nós com uns envelopes na mão.
Iasmim: Pra-Pra vo-vocês... – Ela estendeu a mão com 6 envelopes.
Flávia: Que isso? – Ela disse pegando os envelopes da mão da menina.
Iasmim: Convites pra fe-festa da Regina. Ela não entregou antes porque a gente estava de férias.
Flávia: Obrigada, lindinha. Avisa pra ela que a gente vai.
Manuela: Mas... – Não continuei porque a Lua me olhou meio torto. Não entendi nada.
A menina saiu de perto e Flávia distribuiu os convites. Era bonito e tinha o nome da "Regina" destacado. Seria no final da semana. Acho que a Helen não via liberar. Duvido muito. Mas a Flávia já tinha dado certeza. Depois ia perguntar sobre isso pra ela.
O resto da aula foi normal. Esbarrei no professor de inglês quando pedi para ir ao banheiro na troca da penultima pra ultima aula.
Otávio: Bom dia, Manuela.
Manuela: Bom dia, professor. – Dei um pausa e me corrigi logo em seguida. – Desculpe-me. Bom dia, Otávio.
Otávio: Agora ficou melhor, Manuela. – Ele olhou pro meu corpo, o que me deixou bem constrangida. 
Manuela: É... Eu tenho que ir. To atrasada pra ultima aula. Talvez a professora nem me autorize a entrar.
Otávio: Vai lá. Boa aula.
Entrei na sala e Flávia veio logo me interrogando.
Flávia: Tava se pegando com quem no banheiro, amiga?
Manuela: Ai, louca. Não sou dessas. –Nós rimos baixinho pra não atrapalhar a aula. – Amiga, acredita que o professor de inglês me secou agora ali no corredor?
Flávia: Pega ele, boba.
Manuela: Ta louca?
Flávia: O que tem demais? Ele é gato e ta solteiro.
Manuela: E é meu professor.
Guilherme: Dá pras duas ficarem quietas e falar do professorzinho depois? – O que ele fazia prestando atenção na minha conversa com a Flá? Que inconveniente. Ele que vá cuidar da Bruna. Saco!
Manuela: Guilherme, me mama!
Guilherme: Só mais tarde. – Ele disse ironicamente. Fiz uma careta pra ele.
A aula logo passou. As meninas ficaram junto com a Flávia esperando o pai de Felipe. Guilherme me pediu pra ir com ele pra casa. Não entendi o motivo, mas o acompanhei.
Manuela: Por que não chamou sua namorada pra vir com você? – Nós estávamos na rua da frente da escola a essa altura.
Guilherme: Por que tu acha que ela é minha namorada?
Manuela: Por que tu me chamou pra vir com você?
Guilherme: Quanta pergunta!
Manuela: Eu perguntei primeiro, mereço uma resposta.
Guilherme: Ta legal. Não chamei minha "namorada", porque eu não tenho uma namorada.
Manuela: Tão chamando isso de outro nome agora?
Guilherme: Manu, fica quieta e me houve. 
Manuela: Ta. – Concordei, mas fiz uma cara emburrada.
Guilherme: Eu te chamei pra vir comigo, porque queria saber o motivo de tu ter se afastado de mim. Foi do nada. Num dia a gente se beija e ta super amigo. No outro, tu me evita. Queria sacar o que ta havendo. O que eu fiz?
Ah, o que você fez? Fora a menina da sorveteria? A menina do telefonema? A Bruna? Você não fez quase nada. Quase nada... – Pensei. 
Manuela: Nada, Guilherme. Só estou focada em outra coisa.
Guilherme: Posso saber que coisa é essa?
Manuela: É pessoal.
Guilherme: Um namorado? – Olhei com cara de "hã" pra ele.
Manuela: Não. Quer dizer... Prefiro não falar nada agora.
Guilherme: Ta legal. Tu que sabe.
A conversa acabou aí.

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