sábado, 26 de dezembro de 2015

31
Gabriel: Não mesmo. Mas também não eram tão lindas como você e eu não me amarrava tanto nelas.
Manuela: Tu é lindo.
Gabriel: Você supera. – Ele riu e me deu um selinho. – Quer fazer o que agora?
Manuela: Quero ir pra casa e dormir.
Gabriel: Poxa, quer ficar comigo não?
Manuela: Não é isso, Biel. To cansada. Quero minha cama. Tenho que tomar os remédios pra não doer a mão também. 
Gabriel: Ah, é. Tinha até esquecido dessa tua mão. Ta doendo agora?
Manuela: Não, mas já já é hora do remédio.
Gabriel: Vou te levar pra casa então. Amanhã a gente se vê, né!?
Manuela: Vou pensar no seu caso. – Disse rindo e o abracei. Ele me encheu de selinhos.
Gabriel: Posso fazer só mais uma pergunta?
Manuela: Só uma.
Gabriel: Ta. O que tu faz de noite que tem que se justificar quando não pode ir? – Eu gelei. Fiquei pálida, certeza. Será que ele sabia ou desconfiava de alguma coisa? Será que o pai dele contou alguma coisa? Eu matava aquele babaca. Travei. Não sabia o que dizer. – Manu.
Manuela: Desculpa, eu estava distraída.
Gabriel: Percebi. Então, me responde.
Manuela: Não quero falar disso. – Virei o rosto pra ele, ele puxou o meu queixo e me fez olhar pra ele.
Gabriel: Ei, por que não? Não precisa esconder nada de mim. Nada. Eu vou te apoiar em qualquer coisa.
Manuela: Eu me... – Eu ia contar. Ele precisava saber quem eu era afinal. Ele precisava ver que eu não era tão perfeita quanto ele imaginava. Mas eu não consegui. Não consegui contar a verdade. O medo dele me julgar e não olhar na minha cara mais, foi maior. Eu tive medo de perdê-lo, como ficante e como um amigo. Doeria demais perdê-lo. Eu não podia. – Eu trabalho de garçonete em uma boate. Junto com as meninas.
Gabriel: E por que nunca me contou nada?
Manuela: Porque a gente tem vergonha. Todos no colégio tem dinheiro, carrões, mansões. E a gente tem que trabalhar como garçonete se quisermos algum dinheiro e uma casa pra viver.
Gabriel: Ei, Manu.. Isso não é motivo pra se envergonhar. Vocês estão batalhando. Tem um emprego honesto. Vergonha do que, loirinha? Que bobagem. Devia ter me contado antes, eu não ia te fazer faltar tanto. Pensei que não quisesse me ver. – Eu comecei a chorar. Eu detestava saber que estava mentindo pra ele. Mas meu medo maior foi imagina-lo descobrindo toda a verdade. Ele me abraçou bem apertado.
Gabriel: Ei, não chora, Manu. Não fica assim. Se você precisar de qualquer ajuda, eu tenho como te ajudar. Posso te arrumar dinheiro ou então, um bom emprego. – Eu sorri ao ouvi-lo. Ele secou as minhas lágrimas e ficou fazendo carinho no meu rosto. – Não fica assim, ta!? Não tem nada demais nisso. – Ele me deu um selinho. – Quer ir pra casa? – Eu assenti com a cabeça.
Não conseguia falar. Se falasse, ia desabar de tanto chorar. Me encolhi no banco de passageiros. Gabriel me levou pra casa e eu estava realmente muito cansada.
Gabriel parou o carro em frente de casa e ficou me olhando.
Gabriel: Você ta com uma carinha tão pra baixo.
Manuela: To com cólica. – Menti.
Gabriel: Então entra, toma um remédio e vai descansar.
Manuela: Ta bom, amor. – Levei o rosto na direção dele e ele afastou, ficou me olhando meio surpresa. Fiquei confusa. – O que houve?
Gabriel: Tu me chamou de amor?
Manuela: Não pode?
Gabriel: Claro que pode, Manu. Pensei que nunca fosse chamar.
Manuela: Bobo. Agora eu vou mesmo. Se cuida, hein!? Boa noite. – Dei um beijo meio rápido nele e saí do carro.
Entrei em casa e fui direto pro quarto. A Flávia estava desligando a ligação com o Felipe. Eu deitei a cabeça no travesseiro e desabei. Comecei a chorar.
Flávia: Amor, tenho mesmo que desligar. A Manu ta chorando aqui. Amanhã eu te ligo. Te amo e boa noite. – Ela disse pro Felipe no celular. E veio correndo na minha direção. – Ei, ei. O que aconteceu, amiga? Por que tu ta chorando? – Ela sentou-se na cama e colocou as mãos nas minhas costas, sacudiu a mesma, mas eu não me mexi. Só conseguia chorar e chorar. – Manuela. –Ela falou brava, eu me sentei na cama e fiquei olhando pra ela enquanto chorava.
Manuela: Eu não aguento mais essa vida, amiga. – Ela me abraçou assim que me ouviu.
Flávia: Ei, não chora. A gente vai conseguir colocar a Helen na cadeia e vamos acabar com isso. Não fica assim. A gente só precisa descobrir alguma coisa sobre ela. Ele deve ter algum fio solto. Todo bandido deixa rastro, amiga. Alguma prova, testemunha. O que for. Calma, sério.
Manuela: Eu tive que mentir pro Gabriel hoje. Foi horrível. Eu nem imagino a reação dele quando ele descobrir que sou... – A Flávia me cortou.
Flávia: Ei, ele é maluco por você. Tenho certeza que ele vai querer te ajudar. – Eu não conseguia parar de chorar. – E outra, você não escolheu essa vida. Você não tem culpa. Para de chorar, se acalma, por favor. – Alguém bateu na porta e a Flávia disse alto: – Entra, ta aberta.
Guilherme: A Lua ta te chamando lá embaixo, Flá. – Ele disse abrindo a porta e parou de falar quando me viu chorando.
Flávia: Ai, é urgente?
Guilherme: Parece que sim.
Flávia: Tu fica aqui com ela, por favor? Ela não ta em condições de ficar sozinha.
Manuela: Não precisa. Pode ir também. – Eu disse entre soluços e o choro não parava.
Flávia: Cala a boca. Deixa de marra. Olha teu estado. Gui, fica aqui. Volto em cinco minutos, no máximo.
Guilherme: De boa, vai lá.
O Guilherme sentou no puf que tinha no quarto, ficou me olhando. Eu abracei os joelhos e escondi o rosto. Só conseguia chorar e o Guilherme ali, não estava me ajudando muito.
Manuela: Pode ir. Eu invento alguma coisa pra Flávia. – Disse com o rosto escondido.
Guilherme: Por que você ta chorando?
Manuela: Nada.
Guilherme: Te conheço. Tu não ia chorar por nada.
Manuela: Se me conhecesse bem, saberia que eu não faço questão da sua presença aqui.
Guilherme: Disso eu sei, mas sei também que tu ta mal e que não vai adiantar te pedi pra parar de chorar. Tu só precisa desabafar.
Eu parei de chorar, por pouco tempo, eu sabia que não ia durar muito.
Manuela: Vaza daqui, Guilherme. – No fundo, eu não queria isso, mas ele não estava me ajudando ficando ali. Eu só precisava chorar. Ele tinha razão, se eu desabafasse, ia ficar melhor. Mas ia fazer isso com que? Com ele? Nem morta.
Guilherme: Só quando a Flávia voltar.
Manuela: Que saco! – Levantei da cama e caminhei em direção ao banheiro. Passei por ele, ele se levantou e segurou meu braço. Me fez parar no meio do caminho. – Quer o que?
Guilherme: Me diz o que ta acontecendo.
Manuela: Não é nada que tu vai poder resolver. Quer dizer, talvez você possa, né!? Você acha que pode solucionar todos os problemas do mundo. Mas só faz uma merda atrás da outra. – O que eu tava fazendo? Manuela, para de ser idiota.
Guilherme: Tu sabe que o que eu fiz, foi na intenção de te ajudar.
Manuela: Ajudou muito. Obrigada. – Foi irônico, muito irônico. Dei um sorriso "amarelo" pra ele e saí andando. Ele puxou novamente meu braço. Mas dessa vez não me soltou. Me prendou nos braços dele. Eu fiquei cara a cara com ele. Ele podia sentir a minha respiração. – Me solta.
Guilherme: Por que tu é tão orgulhosa? – Ele passou as pontas dos dedos no meu rosto e alisou o mesmo. Eu tentei me controlar, mas era difícil com ele tão perto de mim e me tocando assim. Ele apertou a minha cintura e me fez chegar mais perto dele.
Manuela: Guilherme, por favor. Me solta.
Guilherme: Então olha no meu olho e diz que tu quer sair daqui. – Ele me encarou e colocou os dois braços em volta do meu corpo. Me impedindo de sair dali. Ele aproximou o rosto do meu e eu pude sentir os lábios dele quase encostando nos meus. Ele estava de olhos fechados, por pouco eu não cedi. Mas eu não podia fazer isso. Pelo Gabriel e por mim mesma. O Guilherme não merecia e eu não queria. 
Manuela: Me soltaaa. – Eu gritei e comecei a bater no peito dele. Ele teve que fazer força pra me manter nos braços dele. Eu me debati e ele finalmente me soltou. – Eu não te suporto. Você é um idiota. Eu te odeio. – Ele me irritou, eu não sei porque disse aquelas coisas pra ele, mas tinha uma pontinha da verdade. Eu não odiava ele, mas ele realmente era um idiota.
A Flávia entrou no quarto assim que eu gritei com ele.
Flávia: O que ta acontecendo aqui?
Manuela: Brilhante ideia me deixar com ele no mesmo quarto.
Flávia: O que houve?
Manuela: Pergunta pra esse idiota. – Andei furiosa pelo quarto e saí do mesmo. Fui pra cozinha e tomei uns 3 copos de água.
Me sentei na mesa e desabei de novo. Chorei feito criança, encostei a cabeça na mesa e chorava de soluçar. Por que o Guilherme tinha que fazer isso comigo? Quando eu parecia estar desapegando dele, ele me confundia de novo. Que merda! Ele achava o que? Que pegaria todos no colégio e me teria nas mãos dele a hora que quisesse? Ele estava muito enganado. Muito.
Ouvi passos e tentei controlar o choro, mas não deu certo. A Bruna apareceu na cozinha e me viu chorando.
Bruna: O que houve, Manu? – Ele veio toda preocupada e me deu um abraço.
Manuela: Eu odeio essa vida, Bru. Odeio. – Ela me abraçou forte.
Bruna: Imagina o que eu passo... – Eu olhei meio triste pra ela. Ela sentou na cadeira ao meu lado e foi me acalmando. Ficamos conversando e eu fui parando de chorar devagar.
Manuela: E o bebê? Sua barriga ta bem aparente já, né!? – Eu disse olhando pra barriga dela, ela colocou a mão na barriga e apertou a barriga
Bruna: Já. A minha sorte é que a Helen não está aqui. Nem sei como ela nunca desconfiou. Eu não sei como vai ser quando ela voltar.
Manuela: Vamos ficar do seu lado, ela não vai enfrentar todas nós.
Bruna: Não se sacrifiquem por mim, Manu. Eu não quero e não mereço isso. Fiquem na de vocês. Eu me arranjo caso aconteça alguma coisa.
Manuela: Vou morrer de preocupação.
Bruna: Não pena nisso, não agora. – Ela mudou de assunto. – Tu ficou sabendo o que o Guilherme fez com a Regina?
Manuela: Não e nem sei se quero saber disso, Bru.
Bruna: Tu vai curtir.
Manuela: Fala então.
Bruna: Ele tirou a virgindade dela...
Manuela: Ah, nossa, adorei saber disso, Bruna. – Disse brava e ironicamente.
Bruna: Me deixa terminar de falar, Manuela! – Ela disse com um sorriso no rosto e eu assenti com a cabeça. – E falou teu nome no meio do sexo.
Manuela: Ta brincando? – Eu fiquei meio pasma. Não acreditei de início. Ele jamais confundiria o nomes assim. – Tem certeza disso, Bru?
Bruna: Absoluta. Fonte super segura, a Isabela espalhou. Na verdade, ela contou pro Samuka, aí já viu, né!? Geral já sabe.
Manuela: Eu acho que ia surtar se fosse comigo.
Bruna: Eles andam meio brigados, mas já já ela perdoa ele. Certeza. Ela sempre ficou no pé dele, agora que conseguiu, tu acha mesmo que ela vai desistir assim? Aposto que não.
Manuela: Também acho que não...
Já era tarde e eu decidi voltar pro meu quarto. O Guilherme já não estava mais lá, a Flávia estava digitando no celular, parou assim que me viu entrar.
Flávia: Foi mal ter forçado o Gui a ficar aqui.
Manuela: Relaxa. Ele quem estragou tudo.
Flávia: Me diz, tu já esqueceu ele mesmo?
Manuela: Tenho mesmo que responder?
Flávia: Eu sei a resposta, mas queria saber de você.
Manuela: Ele vai sempre ocupar um espaço no meu coração. Eu to tentando tirar ele daqui, mas ta difícil.
Flávia: Vocês são dois orgulhosos demais. Se amam e ficam nessa de negar um pro outro o sentimento.
Manuela: Tu soube o que ele fez com a Regina?
Flávia: Soube, mas não muda de assunto. – Ela me viu sorrindo e estranhou. – Tu não presta, Manuela. Tu gostou de saber? – Ela jogou um travesseiro em mim.
Manuela: Ah, não foi ruim saber disso. Quer dizer que ele pensa em mim, até na hora do sexo.
Flávia: Foi mancada com a Regina, né!? Ela tava tendo a primeira vez dela e teve que ouvir o nome da ex do Gui. – Ela me olhou meio brava.
Manuela: Não olha assim pra mim. Eu não tenho culpa. A culpa é toda dele.


Nós ficamos conversando e depois resolvemos dormir.
Acordei no outro dia e fui pra cozinha. Estava morrendo de fome. As meninas estavam lá tomando café.
Manuela: Bom dia, flores do dia. – O Guilherme e nem a Lua estavam na mesa.
Amanda: Bom dia, Manuzinha.
Bruna: Bom dia. Viu o passarinho verde?
Flávia: Sei bem o passarinho verde que ela viu.
Jack: Bom dia, Manu.
Manuela: Que mal humor, amiga. – Fui atrás dela e abracei, ela estava sentada. Dei vários beijos no rosto dela.
Flávia: Falo nada pra tu.
Manuela: Cadê a Lua?
Bruna: Ela foi resolver uns problemas da contabilidade da boate. Tens uns números errados e o capanga da Helen veio buscar ela aqui logo cedo.
Manuela: Ih, se fodeu. – Nós rimos. – E o Guilherme?
Amanda: Ta lá em cima. Pegou o café dele e subiu. – Merda! Se ele não estivesse em casa, seria o momento perfeito pra abrir aquela droga da porta do quarto da Helen.
Eu tomei café com as meninas e nós ficamos assistindo televisão a manha toda.
Jack: Vamos tomar sorvete hoje?
Bruna: To morrendo de vontade de sorvete.
Manuela: Não podemos deixar o seu filho nascer com cara de sorvete, Bru. Vamos todas pra sorveteria mais tarde.
O Gabriel me ligou quase no horário do almoço.
Gabriel: Boa tarde, loirinha.
Manuela: Boa tarde, amor. – Falávamos no celular.
Gabriel: Nunca vou me cansar de te ouvir dizer isso.
Manuela: Você é um bobo. E aí, ta bem?
Gabriel: Melhorei agora. E tua mão, ta melhor?
Manuela: Não vejo a hora de tirar essa faixa e esses pontos.
Gabriel: Segunda tu tira, né!?
Manuela: Isso, amor.
Gabriel: Entendi. Quer fazer alguma coisa hoje?
Manuela: Acho que as meninas vão sair hoje e eu vou com elas, amor. Pode ser amanhã?
Gabriel: Queria te ver hoje, mas pode ser. Não quero atrapalhar teu emprego também. Tu entra que horas? – Eu estremeci. Suspirei e tentei disfarçar.
Manuela: Amanhã eu entro lá pelas oito, Biel.
Gabriel: Então tu vai sair a tarde comigo.
Manuela: Depois a gente combina, tá!?
Gabriel: Ta bom. Cuida dessa mão aí.
Manuela: Pode deixar. Beijo.
Desliguei o celular.
Flávia: Por que não chamou ele também?
Manuela: Tive uma ideia ótima. Depois te explico tudo. – Disse meio baixo só pra ela ouvir.
A Jack preparou o almoço. Fez um macarrão divino que eu engordei só de olhar, imagina de comer. Ela cozinhava maravilhosamente bem.
Manuela: Jack, sério, tua comida é a melhor do mundo.
Jack: Obrigada, Manu. Bondade tua.
Bruna: Bondade nada. Isso aqui é comida dos deus.
Flávia: Ta muito bom mesmo. Ta de parabéns, Jack.
Amanda: Mandou super bem, Jack.
Jack: Assim vocês me deixam com vergonha, poxa. Muito obrigada.
Nós terminamos de almoçar, lavamos a louça e demos uma geral na casa que estava uma bagunça. As meninas foram descansar um pouco e eu fiquei na sala, pensando em como abrir aquela maldita porta sem que o Guilherme visse. Tudo ficaria mais fácil se ele saísse de casa. Que droga!
As meninas desceram prontas para irem a sorveteria.
Bruna: Po, Manu, tu não ta pronta ainda?
Manuela: Acabei me distraindo e esquecendo a hora, gente. Vão na frente, já já eu apareço lá.
Amanda: Tu demora séculos pra se arrumar, Manu.
Flávia: Séculos é bondade sua.
Manuela: Engraçada, Flá. Sério, meninas. Podem ir. Encontro vocês lá.
Bruna: Beijo, Manu. Vê se não demora.
Jack: Vem logo, hein, Manu.
Amanda: Estaremos esperando por vocês.
Flávia: Aparece logo, hein, piranha.
Manuela: Você é a mais fofa, Flá. – Dei risada.
Elas saíram pela porta da sala, mas antes da Flávia também sair, eu corri na direção dela e puxei-a.
Flávia: Ei, eu quero tomar sorvete também.
Manuela: Tu vai depois. Tu precisa me ajudar numa coisa.
Flávia: Droga! Eu quero sorvete.
Manuela: Cala a boca, amiga. – Puxei-a até a porta do quarto da Helen.
Flávia: O que tu quer aqui? – Ele cruzou os braços e me olhou.
Manuela: Eu quero abrir essa maldita porta.
Flávia: E acha que se a gente ficar olhando, vamos abri-la? – Eu dei risada ao ouvi-la. Bati no braço dela devagar.
Manuela: Não, idiota. Mas a gente tem que arranjar um jeito de abrir essa droga de porta.
Flávia: O Guilherme ta em casa, sua louca. Se ele ver a gente aqui, a gente se ferra.
Manuela: Ele vai ter que esperar algumas semanas pra contar pra mãe e até lá a gente se livra. Vamos, Flá. Me ajuda.
Flávia: Como, Manu?
Manuela: A gente vai ter que caçar essas chaves das fechaduras pela casa.
Flávia: Pirou? A Helen deve ter levado com ela.
Manuela: Alguma coisa me diz que não. Vamos procurar.
Flávia: Fazer o que, né!? – Ela disse brava. Nós reviramos a casa toda a procura da bendita chave, mas não achamos absolutamente nada. Nem sinal das chaves. Nada. Sentamos nas nossas camas bem chateadas por não ter achado nada. – Eu falei que não íamos achar.
Manuela: Deve ter outro jeito de abrir portas, cara. Os caras nos filmes conseguem tão fácil.
Flávia: O Felipe deve ter alguma ideia, ele vive vendo filmes. Vou ligar pra ele.
Ela ligou e o Felipe deu uma ideia de como poderíamos abrir a droga da porta. Ele disse que grampos seria a opção mais fácil. Pegamos um grampo e tentamos que nem loucas abrir as fechaduras. Nenhuma das três abriam. Nenhumazinha. Fiquei irritada.
Manuela: Que raiva!
Flávia: Não grita. Tu vai acabar atraindo o Guilherme pra cá.
Manuela: Daqui esse grampo, vou tentar de novo. – Ele me entregou e eu tentei abrir a fechadura de cima da porta. Foi difícil e eu tive que forçar a droga do grampo, mas eu escutei destrancando. Olhei toda feliz pra Flávia. – Abriu. Abriu. Nem acredito.
Flávia: Agora tem mais duas. – Ela disse desanimada.
Manuela: A gente vai conseguir. Calma!
Flávia: Se o Guilherme aparecer aqui, eu juro que te mato.
Manuela: Vou abrir a de cima agora. A do meio a gente deixa por ultimo. Calma aí. – Fui até o nosso quarto correndo e peguei um banquinho que tinha lá, coloquei na frente da porta e subi no mesmo.
Flávia: Duas horas tentando abrir cada uma. Que saco, eu quero sorvete.
Manuela: Para de reclamar e me ajuda.
Flávia: Como?
Manuela: Só fica quieta aí, vai. – Tentei abrir a primeira fechadura com o grampo, estava muito difícil conseguir abrir aquela merda. Force o máximo que eu consegui e nada. – Saco! – Disse alto.
Flávia: Isso, grita mesmo. Chama atenção do Guilherme. Brilhante ideia.
Manuela: Eu não consigo abrir essa merda. – Disse brava.
Flávia: Eu falei, eu falei...
Manuela: Ai, vou te bater. – Segurei firme no grampo e tentei mais um vez, com muita força. Abriu. – Abriu. Abriu, porra. Só falta um.
Flávia: Aleluia. Quero tomar sorvete logo.
Manuela: Tu quer ficar de grude no celular com o Felipe, nem inventa.
Flávia: Ainda bem que você me conhece. – Olhei pra ela e dei risada. Tentei abrir a fechadura do meio, mas foi muito mais difícil do que abrir as duas anteriores. Forcei tanto o grampo que ele quebrou. – Ah, que beleza. É um sinal, viu!? Deus não quer que a gente entra aí, vamos pra sorveteria, Manuuuu.
Manuela: Ta louca? Vai pegar outro grampo, eu não saio daqui antes de abrir essa droga de porta.
Flávia: Eu não vou mover um músculo daqui.
Manuela: Que saco, hein!? Eu pego essa bosta. – Saí do banquinho e fui até o quarto de novo. Procurei em todos os lugares e nada de achar a droga de outro grampo. Resolvi ir até o quarto da Bruna. Ela devia ter algum lá. Entrei no quarto e comecei a procurar nas coisas da Bruna, nada de achar um grampo se quer. Resolvi então, procurar nas coisas da Lua.
Guilherme: Ta fazendo o que aqui no quarto da Lua? – Ele parou na porta e ficou me olhando. Eu gelei. O quarto da Helen ficava no final do corredor e se ele olhasse pro lado, ia ver a Flávia e um banco na frente do quarto da mãe dele. Não sabia o que dizer pra simplesmente distraí-lo e fora que ele deve ter pensado que eu tava atrás de algo contra Lua, porque tava mexendo nas coisas dela atrás do bendito grampo.
Manuela: Nada. – Eu engoli a seco.
Guilherme: Não me convenceu.
Manuela: Quem disse que você precisa se convencer ou não? – Me aproximei dele e ele ficou me olhando.
Guilherme: Porque o "idiota" aqui, pode te entregar pra Lua. – Ele disse erguendo uma sobrancelha e cruzando os braços. 
Manuela: Ele não faria isso.
Guilherme: Por que tem tanta certeza disso?
Manuela: Porque ele é louco pela "estranha" aqui. – Sorri pra ele e eu sei que era loucura, mas não me veio nada melhor mais prático e mais rápido a cabeça, a não ser agarra-lo. Eu sabia que ele não ia me impedir. Ele queria. E no fundo, eu também queria. Eu beijei-o e ele correspondeu. Coloquei os braços em volta do pescoço dele e ele me puxou pela cintura, fazendo meu corpo colar no dele.
Meu coração estava acelerado. Na verdade, parecia que meu coração ia sair pela boca. A cada apertão dele na minha cintura, parecia que meu coração acelerava ainda mais. Ele me puxou e me colou totalmente no corpo dele. Eu não pensei em nada e nem em ninguém naquele momento. Beijei-o no mesmo ritmo que ele. Nossas bocas pareciam que tinham um encaixe perfeito. Feito uma pra outra. Ele chupava a minha língua e eu fazia carinho na nuca dele. Não nego, eu gostei daquilo. Eu estava com saudades dele. Saudades do beijo dele, das mãos dele percorrendo o meu corpo.
Mas tive que parar de beija-lo, não por sentimento de culpa, ou algo do tipo, eu precisava achar algum grampo pra abrir aquela maldita porta. Eu não ia desistir tão fácil. Ele ficou me olhando e eu dei uma olhada geral no quarto, na esperança de achar alguma coisa.
Guilherme: Ontem eu era idiota e hoje tu me agarra. Dá pra me explicar isso, Manu?
Manuela: Pra que explicação pro inexplicável? – Ele ainda estava me segurando pela cintura e minhas mãos ainda estavam em volta do pescoço dele. Ele aproximou de mim e me deu um selinho que durou mais do que devia. Continuei de olhos abertos e de longe, vi um grampo em cima da cômoda da Lua. Eu queria correr até lá e pegar, mas o Guilherme ia me questionar e não ia me deixar em paz se eu não explicasse o que ia fazer com aquele grampo.
Eu entrelacei os dedos no cabelo dele e beijo-o novamente. Andei com ele até perto da cômoda e ele me apoiou na parede. Ele aumentou a intensidade do beijo e eu só pensava se ia alcançar pra pegar o grampo.
Guilherme apertou as laterais do meu corpo e eu suspirei durante o beijo. Como eu sentia saudade daquilo. Eu me foquei em pegar a droga do grampo. Puxei-o pela gola da camiseta até a direção da cômoda. Parei de beija-lo e inclinei o rosto dele. Levei a boca pro pescoço dele e comecei a beijar o pescoço dele.
Olhei pra ele e o vi com os olhos fechados, ele alisava o meu cabelo e eu levei a mão pra cima da cômoda. Estiquei o máximo que pude, até que consegui, finalmente, pegar o grampo. Tratei logo de colocar no meu bolso e coloquei a mão no corpo dele, pra ele não desconfiar.
Parei de beija-lo e ele ficou me olhando. Ele colocou as mãos no meu rosto e ficou me olhando.
Guilherme: Senti falta dos teus beijos.
Manuela: Só dos meus beijos? – Eu sorri pra ele e ele me abraçou. Um abraço que eu queria que fosse eterno. Não queria mais sair dos braços dele. Ele me apertou forte contra o corpo dele e nós ficamos um tempinho assim.
Lembrei da Flávia parada lá e me esperando. Decidi que, teria que chegar até ela, sem que o Guilherme suspeitasse de alguma coisa. Beijei-o de novo. Agora com mais vontade e bem mais aceleradamente. Puxei-o pela lateral do corpo, ia andando de costas e sai do quarto assim. Fiz um gesto com as mãos pra Flávia ir pro quarto. Ela correu até lá sem fazer barulho, só sei porque estava de olhos abertos beijando o Guilherme.


Ele me conduziu até o quarto, ele empurrou a porta e foi entrando comigo enquanto me beijava. A Flávia já estava lá e contracenou perfeitamente bem.
Flávia: O que ta acontecendo aqui? – Ela disse parecendo estar inconformada por nós estarmos nos beijando. – Eu não acredito nisso, Manuela. – O Guilherme parou de me beijar e nós olhamos pra Flávia. Eu olhei pra ele parecendo estar insegura. Ele não me soltou, aliás, vez o contrário, me puxou ainda mais pra perto dele.
Guilherme: Flávia, vaza daqui.
Flávia: Vocês não prestam. Nenhum dos dois. O Gabriel não merece isso, Manuela. – Ela disse sério agora. Pelo menos a ultima parte. Me olhou feio e parecia estar dando uma bronca real, não contracenando.
Guilherme: Vaza. – Ele disse e a Flávia começou a sair do quarto pisando duro, mas antes, o Guilherme voltou a me beijar. Eu tirei o grampo do bolso e estendi a mão pra Flávia pegar. Foi o que ela fez a caminho da porta do quarto. Ouvi a porta bater.
Agora eu estava mais tranquila. A Lua parecia que ia demorar na boate, as meninas não iam voltar enquanto a Flávia e eu não aparecêssemos lá. Meu único trabalho seria distrair o Guilherme enquanto a Flávia procurasse alguma coisa no quarto da Helen. Qualquer coisa que pudesse ferrar com ela. Qualquer pista já ia servir pra alguma coisa.
O Guilherme me beijava com vontade e eu correspondia exatamente na mesma sintonia e desejo. Ele apertava as laterias do meu corpo, o que ele sabia, que era meu ponto fraco. Eu me deixei levar. Milhões de coisas me vieram a cabeça, eu confesso. O Gabriel jamais me perdoaria por isto, mas ele sempre soube do que eu sentia pelo Guilherme. Sempre. Eu nunca iludi-o ou então, disse que o amava. Ele ficou comigo sabendo exatamente que o que eu sentia por ele, não passava de amizade. O sentimento foi mudando conforme a gente ficava mais tempo junto, mas não foi forte o bastante pra fazer com que eu amasse-o e esquecesse o Guilherme. E outra, eu não namorava o Gabriel.
Eu arrumei diversas formas de convencer a mim mesma de que eu não estava errada, mas eu sabia que estava. No fundo, eu sabia. Mas era tarde, não tarde o suficiente pra parar o que eu estava fazendo com o Guilherme, mas tarde demais pra eu querer parar.
Guilherme foi me deitando devagar na minha cama e explorava cada canto da minha boca. Eu levei as mãos pras costas dele e alisava a mesma. Ele parou de me beijar e ficou me olhando. Coloco uma das mãos no meu rosto e alisou o mesmo com o polegar.
Guilherme: Eu não sei como aguentei ficar tanto tempo sem teus beijos. Sem os teus toques. Sem sentir o teu perfume de tão perto. Sem sentir o teu corpo no meu.
Manuela: Nem eu. – Eu sorri pra ele e ele inclinou o rosto. Levou a boca pro meu pescoço e começou a beijar o mesmo. Eu fechei os olhos e coloquei a mão nos cabelos dele. Alisava enquanto sentia os beijos, mordidas e chupões que ele dava no meu pescoço.
Guilherme me segurou pela cintura e me deitou mais pra cima da cama. Me ajeitei na mesma e ele deitou-se sobre mim com o braço na cama, pra não descontar o peso em mim. Ele subiu a mão que estava na minha cintura até a minha barriga e vez com que a minha camiseta subisse. Eu apenas fiquei observando cada movimento dele e sentindo cada toque.
Ele ficou me olhando enquanto passava as pontas dos dedos na minha barriga e subia a camiseta. Eu me arrepiei e ele percebeu. Abriu um sorrio que eu correspondi. Eu afastei as costas da cama pra facilitar e ajuda-lo a tirar a minha camiseta. Ele passou a camiseta pelo meu rosto e eu ergui os braços, ele então retirou a minha camiseta. Ele ficou olhando os meus seios por alguns segundos e deslizou as mãos pra eles. Apertou meus seios por cima do sutiã. Eu suspirei.
Cada movimento dele era feito com calma. Não tínhamos pressa de nada. Queríamos aproveitar cada segundo juntos. Fazia muito tempo que não tínhamos um ao outro.
Ele abriu o meu sutiã e tirou o mesmo. Abaixou o corpo e começou a dar beijos pelo meu pescoço até que chegou nos meus seios. Ele apertou os meus seios bem devagar e depois começou a chupar o biquinho de um deles. Eu mordi o meu lábio inferior e curti cada segundo daquilo. Levei uma mão pro cabelo dele e entrelacei os dedos no mesmo. Puxei devagarzinho e depois fiz carinho.
Ele parou de chupar os meus seios e aperto, agora, com força. Eu soltei um gemidinho que o fez sorrir. Ele me beijou mais uma vez. Com mais vontade, mas com menos pressa. Explorava minha boca devagar e brincava com a minha língua.
Guilherme abriu o meu shorts e foi abaixando o mesmo conforme me beijava. Eu ajudei-o a tirar o meu shorts. O corpo dele estava muito colado ao meu e eu comecei a movimentar o quadril devagarzinho. Foi o suficiente pra eu sentir o volume na calça dele. Ele já estava um tanto quanto excitado e roçou o pau dele na minha buceta por cima da roupa.
Ele parou de me beijar e ficou me encarando enquanto roçava o pau dele em mim. Eu gemia baixinho e ele apertava os meus seios. Ele abaixou o rosto e encostou a boca na minha orelha.
Guilherme: Me chupa? – Ele sussurrou no meu ouvido e eu abri um sorriso meio sacana pra ele. Assenti com a cabeça e ele começou a desabotoar a própria calça.
Abaixou a mesma e ficou de joelhos na cama. Eu fiquei de joelhos na direção dele e beijei o queixo dele. Abaixei os beijos beijando o corpo todo, até que cheguei no pau dele. Ele segurou a base do pau dele e bateu a cabecinha na minha boca.
Eu sorri pra ele e tirei a mão dele de lá. Segurei no mesmo lugar e passei a língua por toda extensão do pau dele. Ele sorriu e fechou os olhos, depois abriu e ficou me olhando.
Guilherme: Só tu pra me fazer pirar, Manu. – Eu esbocei um sorriso ao ouvi-lo e ele levou as mãos pro meu cabelo. Rodou o meu cabelo na mão dele e puxou de levinho.
Enfiei o pau dele todo na boca e comecei a chupa-lo bem gostoso. Ele soltava uns gemidos abafados que me deixaram doida.
Eu tirava e colocava o pau dele inteiro na minha boca. Cuspi no mesmo e comecei a masturba-lo nos intervalos do vai e vem que eu fazia com a boca. Ele forçou minha cabeça contra o pau dele e me incentivou a chupar até a base do pau dele.
Parei de chupa-lo e voltei a ficar de joelhos na cama. Olhei pra ele e abri um sorriso safado. Ele me beijou, mas o beijo não durou muito. Eu tirei minha calcinha enquanto ele tirava a camiseta dele. Deitei-me na cama. Ele segurou nas minhas coxas e me puxou na direção dele. Abaixou o corpo e passou um dedo pela extensão da minha buceta. Eu soltei um gemido e inclinei a cabeça pra trás.
Guilherme começou a dar linguadas por toda a minha buceta e chupou o meu clitóris. Eu segurei firme no braço dele e apertava conforme ele me chupava. Ele enfiou dois dedos na minha buceta e chupava com certeza pressa. Coisa que me deixou totalmente louca de tesão.
Ele parou e ficou me olhando. Esboçou um sorriso e eu o vi batendo punheta meio rápido. Ele passou a cabecinha do pau dele na minha buceta e eu mordi meu lábio inferior.
Guilherme: Quer sentir, Manu? Quer? Então pede. – Ele inclinou o corpo e deitou-se sobre mim, ficou me encarando enquanto roçava a cabeça do pau dele na entradinha da minha buceta.
Eu coloquei as mãos nas costas dele e arranhei-a totalmente. Encostei a boca no ouvido dele.
Manuela: Me fode, eu quero te sentir todinho em mim. – Ele sorriu ao me ouvir, deixou a boca dele entreaberta colada na minha e enfiou o pau dele de uma vez só na minha buceta.
Eu senti minhas pernas ficarem bambas. Ninguém me fazia sentir tanto tesão como ele. Talvez o fato de eu ser completamente louca por ele influenciasse nisso, mas ele era sensacional na cama.
Ele começou a fazer um vai e vem rápido e gostoso. Segurou na minha cintura e inclinou o rosto. Beijava, mordia, chupava o meu pescoço. Me arrepiei por completo. Ele notou e deslizou as pontas dos dedos pela minha barriga que estava toda arrepiada. Ele segurou com força os meus peitos e apertava conforme metia em mim.
Eu coloquei as minhas mãos por cima das dele e incentivei-o a apertar ainda mais.
Eu gemia feito louca e gemia muito alto. Segurei a nuca dele e fiz com que ele olhasse pra mim. Fiquei algum tempo olhando pra ele, aproveitando cada segundo daquela visão. Ele sorriu pra mim e me beijou.
Explorei toda a boca dele com a minha língua que ele chupou e depois brincou com ela. Parei o beijo porque ele meteu com muita força e eu gemi. Ele soltou um suspiro que me fez pirar.
Manuela: Vou gozar. – Eu disse colando a boca no orelha dele. 
Ele mordeu o meu queixo e aumentou o ritmo da penetração assim que me ouviu. Eu comecei a gozar e senti ele gozando junto comigo. Minha respiração estava ofegante e a dele também.
Guilherme: Eu te a... – Não deu tempo dele terminar a frase e nem de sair de cima da mim. A Flávia começou a bater desesperadamente na porta.
Flávia: Abram essa droga de porta, abram logo. – Ela batia e gritava.

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