domingo, 20 de dezembro de 2015

18
Helen: Por que vocês ainda estão acordadas? – Eu travei. Não consegui pronunciar uma palavra. – O que tem o meu filho no meio da conversa de duas prostitutas.
Amanda: A Manuela estava me contando que ela ajudou o Guilherme hoje e vai ajuda-lo amanhã com inglês. Por isso ela não pode me ajudar.
Helen: Guilherme tem muita dificuldade nisso mesmo. Manu, tu sempre sendo um anjo. Assim você vai longe, garota.
Eu sorri e assenti com a cabeça. Ela pegou uma fruta e foi pro quarto dela.
Manuela: Obrigada. – Falei aliviada.
Amanda: Eu faço tudo por você.
Manuela: Não começa de novo, por favor.
Amanda: Perdi a batalha, não a guerra. – Ela não me deixou responde-la, saiu da cozinha rápido.
Eu terminei de comer e voltei pro quarto. Flávia estava toda pensativa.
Manuela: Que foi, amiga?
Flávia: Nada.
Manuela: Sabia que você não me engana, né!?
Flávia: Eu sei. Só respondi "nada", pra ter um tempo pra arrumar uma boa desculpa que te convencesse. – Ela me olhou meio triste.
Manuela: Por que precisa de uma desculpa?
Flávia: Amiga, eu não to aguentando mais isso... – Ela desandou a chorar. Eu corri abraça-la.
Manuela: Flá, por que você ta chorando? Meu Deus!
Flávia: Eu não aguento mais esse inferno. Eu quero sair dessa vida. Eu quero ser feliz com o Felipe. Quero o perdão da minha mãe. Eu quero minha vida de volta.
Manuela: Calma, amiga. Por favor. Eu também quero. Você sabe. Eu to lutando pra isso. Eu só preciso que o destino fiquei ao meu favor, só um pouquinho. Porque se ele me ajudar, a gente destrói a Helen e se livra dela.
Flávia: Eu já pensei em fugir tantas vezes. Mas só de lembrar o que ela fez com a Jack quando ela tentou, me da calafrios.
Manuela: A Jack já tentou fugir?
Flávia: Sim. Bem no começo dela aqui. Helen judiou muito dela. A tratou mal. Mais do que a todas aqui. Você foi tratada como rainha, em comparação as outras. Helen tem uma simpatia estranha por você.
Manuela: Pensei que ela tinha sido assim com todas.
Flávia: A Lua é a mais revoltada pelas maldades que a Helen já fez. Jack, Amanda e eu nos conformamos. Bruna sempre foi estourada. Sempre respondeu a Helen e sempre era castigada. Mas isso foi no começo dela aqui também. Depois a Helen mudou da água pro vinho. Ficou mais generosa, sabe!? Ela nos deixou voltar pra escola e ter uma vida normal.
Manuela: Antes vocês não tinham?
Flávia: Não. Amanda perdeu um ano por isso. Fora que éramos tratadas como escravas quase. Era um horror. Hoje em dia, ela nos da muito mais liberdade. Guilherme mudou com ela também. Eles não eram tão próximos quando ela nos tratava mal. Ele tinha medo dela. Mas aí depois de tudo, eles são carne e unha.
Manuela: Por isso eu tenho que tomar cuidado pra destruí-la. Ele não vai me perdoar se souber que fui eu.
Flávia: Amiga, não vai mesmo. Ele é doido pela mãe dele. É orgulhoso e as vezes, parece que não gosta tanto da mãe, mas não se engane. Ele faria tudo por ela.

Manuela: Disso eu sei. Quem não sabe? Ele defende uma mulher que prostitui seis meninas. Quatro delas ainda são menores de idade. Tenho certeza do amor dele por ela. E não o condeno, eu amaria minha mãe de qualquer modo. Sendo ela, o que fosse.
Flávia: É, amiga... Sinto tanta falta da minha mãe. – Ela voltou a chorar. Eu a abracei de novo.
Manuela: A gente vai sair dessa. Juntas. De cabeça erguida e pisando na Helen. Acredita, amiga.
Nós decidimos ir dormir porque já era tarde.
No outro dia, acordei super bem disposta. Fui tomar café toda alegre. Bruna estava melhorzinha. Era bom vê-la assim.
Manuela: Bom dia, flores do dia. 
Jack: Nossa, que menina feliz. – Eu dei risada ao ouvi-la.
Manuela: To de bom humor hoje.
Guilherme: Viu o passarinho verde, amor?
Manuela: Nossa, essa tu roubou da tua bisavó. Certeza, amor. – Todo mundo riu. Eu me aproximei dele e beijei-o.
Guilherme: E o medo de que minha mãe nos pegue, passou? – Ele interrompeu o beijo pra falar. Eu sorri e mordi o lábio inferior.
Manuela: Ouvi a bruxa má saindo mais cedo. – Ele me olhou feio e todas as meninas riram.
Guilherme: Tua sogra. Vai falar mal dela mesmo? – Eu assenti com a cabeça, querendo dizer que sim. Ele me cutucou e deu risada. – Tu não presta.
Manuela: Mas tu gosta. – Sentei na mesa ao lado de Guilherme.
Bruna: Po, se fosse eu que tivesse xingado tua mãe. Tu tava quase me batendo.
Guilherme: Tem um direito nacional, talvez seja internacional, que permite xingamento na sogra. Não posso interferir nisso. – Nós rimos e Bruna olhava brava pra ele. Ele tacou um pedaço de pão nela e ela mostrou o dedo no meio pra ele. Ele colocou o braço em volta do meu pescoço.
Flávia: Se vocês não me chamarem pra madrinha do casamento. Eu mato os dois. – Eu olhei pra Guilherme e ele entendeu. Ficamos sérios e olhando pra ela.
Manuela: Então, amiga, a gente já convidou outra pessoa...
Guilherme: É, po, o Felipe aceitou ser padrinho junto com a Isabela ou a Regina. Já era. – Prendemos o riso e esperando a reação dela.
Flávia: Vocês tão me zuando, né!? – Ela olhava apreensiva pra gente.
Guilherme: Claro que não. Felipe amou a ideia até.
Flávia: Eu vou matar aquele... – Nós não aguentamos e começamos a rir. Flávia entendeu que era brincadeira e nos bombardeou com xingamentos. – Odeio vocês.
Manuela: Sabemos que não.
Amanda: Bom dia. – Ela tinha acabado de chegar na cozinha.
Flávia: Não vai pra aula, madame?
Amanda: Perdi hora e a Helen não me levou. Não to afim de pegar ônibus e chegar na segunda ou terceira aula. Que se foda. Não preciso de escola mesmo.
Bruna: Eu não diria isso com tanta certeza. – Nós rimos.
Flávia: Nem eu.
Amanda: Se ferrem.
Lua: Ah, o Biel quer vir me buscar aqui. – Ela disse toda empolgada.
Flávia: De carro?
Lua: Óbvio, né. Ele faz 18 esse final de semana e o pai dele já deu um carro pra ele.
Guilherme: E ele já vai dirigir? Espero que a policia pegue ele.
Manuela: Amor... – Eu disse rindo e dei um selinho nele.
Lua: Ele ta sendo tão fofo comigo. Tão maravilhoso.

Guilherme: Calma aí que eu vou lá vomitar e já volto. – Ele disse ironicamente. Nós rimos, menos a Bruna.
Amanda: Que papo chato.
Lua: Isso é inveja. Porque eu tenho ele.
Amanda: Pena que não é bem o que ele quer.
Lua: Pois, é, né, Amanda!? Nem todo mundo tem o que quer. Você, por exemplo, nunca vai ter o que quer. – Ela estava se referindo a mim. As duas brigavam, mas ninguém interferiu.
Amanda: É, pode até ser. Mas o que eu quero, o "seu" Gabriel também quer.
Lua: Vadia. – Ela saiu brava da mesa.
Manuela: Muito obrigada, Amanda! – Disse ironicamente.
Amanda: Foi mal...
Guilherme me olhou meio estranho, eu segurei o rosto dele e enchi de beijos. Nós terminamos de nos arrumar e um carro buzinou na frente de casa. Olhei pela janela da sala e era o Gabriel.
Manuela: Lua, é pra você.
Lua: Eu sei. – Ela foi seca.
Lua saiu com a mochila nas costas e foi em direção ao carro. Fiquei olhando da porta e Gabriel me viu. Lua olhou pra trás e viu Gabriel me encarando. Ele sorriu pra mim e eu sorri em resposta.
Ela entrou no carro e deu um selinho nele. Ele não tirou os olhos de mim.
Gabriel: Manu, vem também. Chama as meninas.
Jack: Eu aceito a carona. – Ela disse aparecendo na porta e indo em direção ao carro.
Flávia: Eu também. Não sou a pé não.
Bruna: Nem eu. – Elas foram pro carro e entraram.
Gabriel: Vem, Manu.
Lua: Gabriel. – Ela olhava brava pra ele.
Guilherme apareceu na porta de casa e eu o abracei.
Manuela: Não tem mais lugar aí. Fica tranquilo, Gabriel. Vou com o Guilherme. Obrigada por oferecer a carona.
Gabriel: Fica pra próxima então.
Manuela: É...
Ele ligou o carro e dirigiu. Eu fiquei olhando pro Guilherme. Ele parecia meio triste.
Guilherme: Não vou com a cara dele.
Manuela: Ele ta com a Lua agora. Você não tem com o que se preocupar.
Guilherme: A Lua parece estar com ele. Ele não. Da pra ver de marte que ele é louco por você.
Manuela: Pena que eu sou louca por você. – Eu o abracei e ele correspondeu.
Nós pegamos nosso material e fomos pra escola a pé. Chegamos e fomos pra sala.
Flávia: Amiga, Gabriel só faltou te pegar no colo e te por dentro do carro.
Manuela: Eu percebi. Guilherme não curtiu muito isso não. –Falávamos baixinho e perto uma da outra.
Flávia: Ele veio o caminho todo falando de você.
Manuela: Perto da Lua? Merda!
Flávia: Falou bem de tu. Lua ficou meio bolada, mas não fez nada. Ela não tem nada pra fazer. Ela sabe que ele tem um amor encubado por você. Todo mundo sabe.
Manuela: Para, amiga. Eles tão juntos e ponto final. Eu não quero ele.
Flávia: Diz isso pra ele então. – Ela riu e o sinal pra aula começar bateu.
As provas finais do primeiro bimestre estavam chegando. Eu tinha estudado bastante, mas precisava me dedicar mais. Chegamos da escola e eu me tranquei no quarto e só sai de lá no final da tarde.
Bruna foi a um médico infectologista e ele passou milhares de medicamentos e exames pra ela fazer. Ela também foi em uma médica para acompanhar a gravidez dela. Ela, provavelmente, estava com um mês e meio de gravidez.

A semana de provas foi cansativa, tirou toda minha atenção e tempo, mas eu tinha ido bem. Pelo menos isso. Guilherme ainda estava com dificuldade em inglês e por isso, eu ajudei ele. Flávia não entendia matemática por nada no mundo. Guilherme e eu tentamos ensina-la, mas ela esquecia de tudo meia hora depois. Bruna tinha ido mal nas provas. Não estudava e não estava preocupada com as notas dela. Eu tentei incentiva-la, mas não funcionou. Ela estava empenhada em se afundar ainda mais.
Meu número de clientes sumiu na boate. Eu era cada vez mais procurada. Isso era ótima. Fiz todo tipo de programa imaginável. Com velhos, novos, gordos, magros. Com caras viciados em sexo e até mesmo, virgens. Um casal pediu um programa comigo. Foi diferente, porque eles eram malucos. Pediram posições loucas. O programa mais estranho foi com uma garota. Ela e eu sozinhas. Foi bem diferente. Eu já tinha feito em três, com a participação de um homem, mas só nós duas foi algo novo. Foi bom, porque ela se preocupou em me dar prazer e não só receber.
Guilherme e eu estávamos cada vez mais próximos. Parecia que nada podia nos abalar. Nada mesmo. Eu pensei que essa calmaria, era bom demais pra ser verdade. Mas era verdade e eu estava feliz. Ele me fazia feliz e eu não acreditava que nada pudesse interferir no nosso relacionamento. Nada a não ser a mãe dele. Mas logo, logo, eu iria acabar com a Helen e ela não seria mais um problema entre nós dois.
Nós sempre nos pegávamos em casa. Helen quase nos flagrou um dia. Foi pro pouco que escapamos. A Lua e o Gabriel estavam definitivamente namorando. Ouvi as meninas dizerem pela casa que Lua "forçou" ele a pedi-la em namoro. Mas Gabriel não faz do tipo que cede tão fácil. Ele deve mesmo estar gostando dela.
Jack andou meio estranha essa semana. Como o Guilherme disse uma vez, parecia ter visto o passarinho verde. Flávia e Felipe tinham reatado e continuaram firme. Estava dez vezes mais grudentos do que antes. Grande novidade.
Amanda me dava umas indiretas que me deixavam sem graça. Guilherme brigava com ela toda vez, mas ela insistia com as indiretas.
Na escola, Samuel nem olhava pra cara da Bruna. Parecia que eles não se conheciam. Ela não deu muita bola. Isabela estava sempre pendurada no pescoço dele e atrás, a vela do casal, a Regina.
Henrique andava estanho também. Tinha se afasto do Gabriel e do Samuka. Vai saber. 
A festa de aniversário do Gabriel seria no sábado. Na quarta-feira, Lua veio nos entregar os convites. Ela entregou o de todos e deixou o meu por ultimo. 
Lua: Estou de entregando porque o Gabriel fez questão. Mas se puder me fazer um favor, nem apareça lá. – Ela disse baixo e só eu pude ouvi-la. Dei um sorriso e assenti com a cabeça depois que ela me entregou o convite.
O convite era todo chique e descolado. A festa seria em uma boate meio longe daqui, mas era uma das melhores e maiores.

Eu nem tinha cogitado a ideia de ir a festa do Gabriel. Mesmo. Não estava afim. Guilherme me chamou pra ir com ele em um lugar, que seria uma surpresa pra mim. Eu aceitei. Ele foi convidado pro aniversário, mas também não fez questão de ir.
Na sexta de manhã no colégio, eu estava voltando do banheiro feminino e Gabriel me parou na metade do caminho.
Gabriel: Manu...
Manuela: Oi, Biel.
Gabriel: Tu vai, né!?
Manuela: Ir onde? – Estranhei.
Gabriel: Na minha festa, po. Faço questão que tu vá.
Manuela: Ah, Biel, não vai dar. De verdade. Queria muito ir, mas tenho outro compromisso.
Gabriel: Não acredito que tu não vai. Po, Manu... – Ele me olhou meio triste.
Manuela: Todos os teus amigos vão estar lá. A Lua vai estar lá. Tu nem vai sentir minha falta. Sério. – Eu sorri. Cheguei mais perto dele, fiquei meio sem graça, mas o abracei. – Parabéns adianto, Biel. Muitas felicidades pra ti. Tu merece.
Gabriel: Eu... – Ele aproximou o lábios na minha orelha direita e falou baixinho: – Eu queria merecer você. – Ele apertou o meu corpo no dele. Eu desviei do abraço e afastei o meu corpo do dele.
Manuela: Bom, vou já vou indo. Guilherme está me esperando.
Gabriel: Vou sentir tua falta. – Eu sorri em resposta e sai dali.
Encontrei todo mundo na cantina. Abracei Guilherme e nós combinamos tudo pro final de semana. Ele não me contou pra onde me levaria, estava mega curiosa.
A aula passou voando depois da realização da ultima prova da semana. Não via a hora de tudo acabar. Nós voltamos pra casa e as meninas foram comprar roupa nova pra ir pro aniversário de Gabriel.
Eu fiquei em casa com o Guilherme. Ele estava jogado no sofá, assistindo televisão. Fui até ele e me sentei no colo dele.
Guilherme: Sai daqui, tu ta gorda. – Ele disse rindo e segurou a minha cintura. Eu mostrei a língua e ele me beijou.
Manuela: Bem tu que gosta dessa gorda. – Disse interrompendo o beijo.
Guilherme: Vou te dizer que gosto um pouco de nada. Bem pouquinho mesmo.
Manuela: Pouquinho quanto?
Guilherme: É tão pouco que eu nem sei falar quanto. – Nós rimos e ele me beijou. 
Deito no colo dele e nós ficamos assistindo televisão. Depois ele me ajudou a dar uma geral na casa. Estava uma bagunça.
Depois nós fomos pro quarto dele e pegamos no sono abraçadinhos na cama. Acordei com os berros da Helen nos chamando pra irmos pra boate.
A noite na boate foi lucrativa. Fiz mais clientes do que o normal. Voltei pra casa exausta e capotei. Acordei com as meninas entrando no meu quarto umas 10 da manhã.
Jack: Me empresta seu rímel, Flá?
Flávia: Falem baixo. Vão acordar a Manu.
Manuela: Já fizeram isso. – Disse tapando a minha cara com o travesseiro.
Elas pegaram o que precisavam e saíram do quarto. Eu me sentei na cama e fiquei olhando a Flávia arrumando as coisas de maquiagem dela.
Manuela: Dez horas da manhã e vocês já começaram a se arrumar? Sério?
Flávia: Óbvio. A gente daqui a pouco vai pro salão. Bora?
Manuela: Eu não vou, amiga.
Flávia: Pro salão de beleza ou pra festa?
Manuela: Ambos.

Flávia: Por que?
Manuela: Longa história. Mas resumindo, vou sair com o Guilherme.
Flávia: Hm... Safadinhos. – Nós rimos.
Ela desceu e eu fiquei no quarto por um longo período de tempo. Fiquei deitada, estava morrendo de preguiça de levantar.
Na hora do almoço, Flávia me empurrou até a cozinha. Todos nós almoçamos. Helen almoçou com a gente. As vezes, ela aparecia e ficava um tempo com o filho dela. 
A Bruna ainda estava com enjoo. Passava a maioria do tempo no banheiro vomitando ou deitada. Helen achava estranho, mas nós dissemos que ela estava desnutrida. Foi a unica desculpa que conseguimos inventar.
As meninas foram pro salão umas 3 da tarde. Amanda ficou, ela não tinha sido convidada, porque não era amiga do Gabriel.
Guilherme saiu, tinha ido preparar a tal surpresa pra mim. Amanda apareceu na sala, onde eu estava assistindo tv.
Amanda: Ta assistindo o que?
Manuela: Bob esponja.
Amanda: Desenho, Manu? – Ela riu. 
Manuela: Eu gosto, ta legal? – Disse prendendo o riso. Continuei prestando atenção na televisão.
Amanda: Ta legal, marrentinha. – Ela disse em um tom estranho e foi sentando no meu lado.
Na mesma hora, Guilherme entrou em casa. Ele veio até o sofá e me deu um selinho.
Guilherme: Ciscando no terreno dos outros, Amanda?
Amanda: Vai que cola. Tenho que tentar. – Ela riu e bateu de leve na cabeça dele. Subiu pro quarto dela.
Guilherme: Essa garota é doida.
Manuela: Jura? – Disse ironicamente e ele sentou-se do meu lado. Eu beijei o rosto dele e nós ficamos assistindo televisão. – Vamos onde hoje, amor?
Guilherme: Acha mesmo que eu vou te dizer assim? É surpresa. – Ele me deu um selinho.
Manuela: Joguei verde, confesso.
Guilherme: Eu saquei. Mas não caí. – Nós rimos e nos beijamos. Subi em cima dele e ele apertou minha cintura. Nós ficamos naquela posição nos pegando por um tempinho. Mas não rolou nada mais do que isso.
As meninas voltaram do salão umas 6 da tarde. Estavam lindas e arrumadas. Colocam as roupas que iriam pra festa e ficaram maravilhosas.
Flávia colocou um vestido curto que deu aquela valorizada no corpão que ela tinha. Jack colocou uma camiseta de cetim e uma saia linda. Bruna colocou um vestido soltinho, mas curto. Lua estava com uma saia curtíssima e uma blusinha mais solta com um decote enorme.
Manuela: Vocês estão lindas.
Flávia: Eu sou linda.
Bruna: Me sinto uma baleia.
Manuela: Você ta linda, Bru. Deixa de bobagem.
Bruna: E gorda. – Todas nós rimos.
Guilherme: É só o começo.
Bruna: Obrigada por aumentar minha auto-estima, Guilherme. – Falou ironicamente.
Guilherme: Não tem de que.
Elas terminaram de se arrumar e Helen levou-as pra festa. Eu fui me arrumar pra sair com o Guilherme. Não sabia como me vestir, ele não tinha me dado nenhuma pista.
Quando terminei de me arrumar, sai na sala e ele estava de terno. Todo lindo e arrumado. Eu estava com o shorts simples e uma camiseta.
Manuela: Eu não to pronta, tá!? Só tenho que me trocar, calma aí. – Disfarcei o máximo que consegui, mas ele me conhecia bem. Começou a rir.

Guilherme: Se arruma logo, amor. É quase 9 horas já. – Ele disse rindo e eu corri pra me trocar. Coloquei um vestido curto, mas era chique. Mais social mesmo. Coloquei um salto maravilhoso que me deixou muito mais alta. Passei perfume de novo e desci. Ele estava depois da escada, me esperando.
Guilherme ficou com a boca aberta ao me ver. Eu sorri em resposta. Ele segurou a minha mão quando eu cheguei no ultimo degrau.
Manuela: Ta bom assim?
Guilherme: Você está maravilhosa. Como sempre. – Eu sorri e ele me deu um selinho. Ele colocou as mão em volta da minha cintura e nós saímos de casa.
Tinha um taxi esperando por nós na frente de casa. Ele abriu a porta de trás pra eu entrar e entrou do outro lado assim que eu entrei.
Ele entregou um papel com o endereço pro motorista. O suspense era enorme.
Manuela: To curiosa. – Fiz um bico e ele sorriu.
Guilherme: Falta pouco. Você aguenta a curiosidade.
Manuela: Será? – Eu ri e ele me abraçou.
Demorou uns 15 minutos para chegarmos ao tal lugar. Eu estava apreensiva. O taxi parou na frente de um edifício enorme e totalmente chique. Eu olhei impressionada pro Guilherme. Ele sorriu, pagou o taxi e nós saímos.
Paramos e ficamos olhando o edifício. Ele percebeu que a surpresa ainda era um incógnita.
Guilherme segurou a minha mão e nós entramos. Tinham pessoas arrumadas elegantemente por toda a parte. Ele foi caminhando pelo salão do edifício e eu caminhava ao seu lado.
Eu admirava cada detalhe do lugar. Nunca tinha visto nada tão luxuoso. Estava tendo um evento no local. Achei que iríamos jantar ali, mas ele passou pelo salão inteiro até que chegou no elevador. Nós entramos e ele apertou o botão do ultimo andar.
Manuela: Onde está me levando?
Guilherme: Não adianta, amor. Não vou te contar. – Ele riu e deu um beijo no meu rosto.
O elevador subiu até o ultimo andar. Abriu quando chegou ao mesmo. Eu fiquei impressionada. O chão estava coberto de pétalas de rosas vermelhas. Fazia um tapete, direcionando pra onde nós devíamos ir. – Pensei. 
Ele continuou andando na direção indicada pelas pétalas. As pétalas acabam nas escada que dava pro terraço.
Manuela: Eu não acredito. – Virei de frente pra ele pra falar. Eu sorri empolgada e colocou a mão na minha cintura.
Guilherme: Pode acreditar. – Ele sorriu e me virou de frente pra escada. Nós subimos a mesma e deu pro terraço Como eu tinha imaginado.
Lá estava a surpresa. A minha surpresa. Eu não podia acreditar que ele tinha feito aquilo sozinho. Era incrível.
Quando eu pisei no terraço, os músicos começaram a tocar violino. Foi lindo. Tinha uma mesa com os talheres pra um jantar a dois. Castiçais e velas acessas. Nós andamos até a mesa e eu sorria encantada.
Guilherme: O que me diz? Aprovado?
Manuela: Tem alguma duvida? – Eu sorri. Ele me deu um selinho.
Guilherme puxou a cadeira para que eu me sentasse. Foi o que eu fiz. Ele sentou na minha frente. Um garçom apareceu e nos entregou o cardápio. 
Guilherme: Vai querer o que, amor?

Manuela: Não sei. – Eu dei uma olhada no cardápio.
Guilherme: O que o senhor nos sugere? – Ele fez a pergunta pro garçom. 
Garçom: Gostam de frutos do mar? – Assentimos com a cabeça. – Então eu sugiro Salmão gratinado com espinafre.
Manuela: Esse que vem acompanhado de mascarpone e pilaf de berinjela com pistache?
Garçom: Esse mesmo.
Manuela: Pode ser.
Guilherme: E pra beber, amor?
Manuela: Se não estou enganada, fruto do mar pede vinho branco. Estou errada? – Direcionei a pergunta ao garçom.
Garçom: Pelo contrário, está certíssima. Já trago a entrada. Só um minuto. – Eu sorri e ele saiu de perto da mesa.
Guilherme: Que menina elegante. Ta sabendo de tudo, né, amor!? – Ele riu e colocou as mãos em cima da mesa. Fez um gesto para que eu colocasse as mãos em cima das dele.
Manuela: Ah, eu vi em um filme. Só por isso eu sei. – Nós rimos juntos e eu coloquei as minhas mão em cima das dele. Ele fez carinho. – Te amo. Você é incrível.
Guilherme: Eu sei. Te amo mais. – Eu fiz uma careta. O garçom trouxe a entrada com os aperitivos. Nós comemos e depois de um tempinho, o prato principal chegou. Estava totalmente luxuoso e cheirando bem. – Dá até dó de comer, né!? – Eu assenti com a cabeça e nós rimos.
O garçom nos serviu e depois saiu. Nós comemos e ficamos conversando durante uma hora quase. Eu já estava cheia, mas o Gui quis pedir uma sobremesa. Eu não neguei.
Manuela: Posso fazer uma pergunta indiscreta?
Guilherme: Você pode tudo.
Manuela: Como vai pagar isso tudo?
Guilherme: Não se preocupa. Eu tenho o dinheiro e é isso que importa.
Manuela: Sua mãe te deu o dinheiro? – Perguntei.
Guilherme: Mas é insistente, não!? – Eu dei risada e dei uma colherada na minha sobremesa. – É, ela me deu.
Manuela: Ela vai amar saber que tu gastou comigo. – Eu ri satisfeita.
Guilherme: Não ri, chata. Po, eu disse que queria fazer uma surpresa pra minha namorada e ela me deu o dinheiro que eu precisava.
Manuela: E quando você pretendo apresentar sua namorada a ela? – Disse em tom irônico. Continuei comendo. 
Guilherme: Só quando ela for só minha. – Eu fiquei sem graça. Limpei a boca e ele comeu a sobremesa dele.
O clima ficou meio chato, até que os músicos começaram a tocar. Guilherme se levantou, veio na minha direção e ofereceu a mão dele para eu por a minha. Ele me ajudou a levantar e nós começamos a dançar com calma.
Parecia que tudo era perfeito. Que minha vida era perfeita. Meus problemas ficaram minúsculos perto daquele momento. Era tudo tão lindo e eu estava com o homem que eu amava. Nada poderia estragar aquilo. Ele parou de dançar e segurou na minha nuca. Eu sorri e ele fechou os olhos. Colocou a língua nos meus lábios, abrindo-os. Começamos a nos beijar com calma. Eu levei as mãos pra nuca dele e ele colocou as mãos na minha cintura. Me puxou mais pra perto dele e fez carinho na mesma.
Ele sorriu durante o beijo. Eu mordi e chupei a língua dele. Queria ficar ali o resto da minha vida. Era um sonho. Um sonho lindo. Mas pra minha sorte, não estava perto do fim.

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