Manuela: Acho que não vai ser uma boa ideia. – Não pude disfarçar a não vontade de ir pra lá. Ver o pai dele não ia ser legal. Além de ser muito constrangedor.
Gabriel: Por que? – Ele estranhou.
Manuela: Seus pais vão estar lá?
Gabriel: Minha mãe está no clube e meu pai na empresa. Voltam tarde. Teremos tempo.
Manuela: Haha, não se iluda. – Eu disse brincando. – Então, pode ser.
Terminamos de almoçar e fomos pra casa dele. Realmente ninguém estava lá, pra minha sorte. Fomos pro quarto dele e eu fui direto pra cama dele. Estava com muito sono.
Manuela: Vou dormir, tchau. – Disse me aconchegando no travesseiro que estava em cima da cama. Gabriel sentou do meu lado e puxou o meu pé.
Gabriel: Ta brincando que veio pra cá pra dormir? – Ele falou meio bravo. Não resisti e comecei a rir.
Manuela: Acha que eu vim pra cá pra que?
Gabriel: Tinha esperanças de algo a mais. – Ele disse com um tom de voz engraçado e eu comecei a rir. Joguei um travesseiro na cara dele e ele pegou.
Manuela: Deita aqui, dorme e sonha. Sonha bastante. – Ele deitou na cama e ficou cara a cara comigo. – Não era pra levar tão ao pé da letra.
Gabriel: Te amo, Manu.
Manuela: Ei, ei, por favor... – Eu coloquei o dedo indicador nos lábios dele, impedindo-o de falar. Eu mordeu o meu dedo devagar.
Gabriel: Não vou falar mais nada. Prometo.
Manuela: Obrigada. – Eu sorri e coloquei uma mão no rosto dele. Comecei a fazer carinho e ele ficou me olhando. – Não posso mesmo dormir? – Disse quase fechando os olhos.
Gabriel: Tava brincando contigo. Pode sim.
Manuela: Oba. – Disse já com os olhos fechados. Deitei a cabeça no peito dele e ele levou a mão pro meu cabelo. Começou a fazer carinho. Eu cruzei as minhas pernas nas deles, porque o ar condicionado estava ligado e deu um pouquinho de frio.
Não levou muito tempo e eu dormi daquele jeitinho com ele. Acordei com a mãe dele entrando no quarto e chamando-o. Mas estava com tanta preguiça que nem abri os olhos.
Marisa: Gabriel... – Ela parou na porta quando me viu, pelo menos pareceu. Eu não abri os olhos pra conferir.
Gabriel: Xiiiiiiu, mãe. A Manu ta dormindo. – Ele disse me tirando dos braços dele e apoiando a minha cabeça em cima do travesseiro.
Ele se levantou da cama e foi em direção a mãe dele. Podia ouvir os passos. Eu ainda estava sonolenta, mas pude ouvir os dois conversando. Por mais baixo que eles tentassem falar.
Marisa: Seu pai vai surtar quando ver essa menina aqui, Gabriel. Ele te disse que você não devia mais vê-la.
Gabriel: E eu falei que não ia fazer isso. Ele sabe que eu gosto dela e que falta pouco pra ela aceitar a namorar comigo. Não vou desistir agora. Não sei porque ele pegou implicância com ela. A senhor viu como ela é incrível.
Marisa: Eu amei ela. Você sabe disso. Por mim, case-se com ela. Mas o problema é o seu pai. Ele disse que vai tirar o seu carro se você não parar de vê-la.
Gabriel: Que tire. Eu prefiro ficar sem o carro, do que sem a Manu. Mãe, agora eu vou voltar pra cama, tá!?
Marisa: E eu vou pro meu banho. Usem proteção, hein!? Não quero ser avó nessa idade.
Gabriel: Mãe! –Ele disse repreendendo-a. Depois que eles pararam de falar, senti o Gabriel deitando na cama e chegando mais perto de mim. Eu me movi porque não conseguia pegar no sono de novo. – Quer deitar aqui de novo? –Ele perguntou bem baixinho. Eu nem abri os olhos, só assenti com a cabeça e deitei no peito dele mais uma vez.
Dormi assim. Acordei e já estava escuro. Meu Deus, a Helen vai me matar se eu não parecer na boate. Gabriel ainda dormia. Eu acordei-o devagarzinho.
Manuela: Preciso ir. – Disse baixinho.
Gabriel: Sério? Fica aqui comigo hoje.
Manuela: Não dá, sério.
Gabriel: Por que? – Ele disse meio manhoso. Me deu uma vontade enorme de ficar ali com ele.
Manuela: Longa história. Vou pegar um taxi. Pode ficar aí deitadinho. – Dei um beijo na bochecha dele e ele segurou o meu braço.
Gabriel: Vou te prender pra tu ficar.
Manuela: Não posso, Biel.
Gabriel: Liga pra mãe do Guilherme e pede pra ele. Ou liga pra Flávia, ela te ajuda. Ou será que ela é tão bruxa má assim? – Ele riu ainda com os olhos fechados.
Manuela: Ela já passou desse nível. –Disse baixo. – Vou tentar falar com a Flávia. Me dá seu celular aí, esqueci o meu.
Gabriel: Ta em cima da cômoda, pega aí.
Peguei o celular dele e liguei pra Flávia. Ela ia inventar alguma coisa pra eu poder ficar com o Gabriel. Ótimo. Não estava nada afim de ir pra boate mesmo. Fora que eu era quem mais dava lucro, um dia de folga não ia me fazer mal.
Manuela: Ponto pra você. A Flávia vai me dar cobertura.
Gabriel: Que bom. Deita aqui, vai.
Manuela: To com fome.
Gabriel: Tu só pensa em comida?
Manuela: Ei! –Disse brava e ele riu.
Gabriel: Vou pegar fondue. Pode ser? –Ele disse se levantando da cama e abrindo a porta do quarto.
Manuela: Tem dúvidas ainda?
Gabriel: Já volto.
Eu fiquei no quarto dele sozinha. Não demorou muito e ele voltou com o fondue de chocolate e pedacinhos de morangos cortados.
Manuela: Engordei só de olhar. – Nós rimos. Ele botou tudo no chão e nós começamos a comer. – Isso ta muito gostoso.
Gabriel: Obrigado. – Ele disse com a boca toda suja de chocolate. Foi inevitável não rir.
Manuela: Me referia ao fondue, não a você. E ah, ta sujo aqui. –Apontei onde estava sujo nele.
Gabriel: Vem limpar.
Manuela: Que folga!
Gabriel: Vem logo.
Manuela: Ta. – Eu fui té ele e limpei o canto da boca que estava sujo. Eu sabia bem que aquela era uma desculpa pra me agarrar, mas me enganei. Ele me sujou no lugar disso. Dei risada. – Ei!
Gabriel: Minha vez de limpar. – Ele se aproximou de mim, eu fiquei encarando-o. Ele sorriu, parecia que ia limpar a sujeira com o dedo, mas ao invés disso, passou a língua.
Manuela: Que nojo! – Disse rindo. Ele não me deu muito tempo pra pensar. Seguro o meu queixo e me beijou.
No começo, eu queria impedi-lo, mas depois eu me deixei levar. Ele começou a beijar com carinho e com calma. Explorava a minha boca sem a menor pressa. Parecia que queria conhecer cada canto da minha boca.
Naquele momento, um turbilhão de pensamentos invadiram a minha mente. Continuar ou parar? E o Guilherme? Não seria justo com ele. Mas calma, ele também não pensou em mim. Ficou com a nojenta Regina e jogou isso na minha cara ainda. Por que eu não podia ficar com o Gabriel? Ele era incrível. Lindo, carinhoso e sempre fez de tudo por mim. Por que não?
Os pensamentos foram interrompidos quando o Gabriel foi, devagarzinho, me deitando no chão. Ele subiu em cima de mim e encaixou o corpo dele no meu. Eu podia sentir o coração acelerado dele. As mãos dele percorriam todo o meu corpo durante o beijo. Ele ainda me beijava com calma. Levei as mãos pro cabelo dele e fiz carinho no mesmo. Suspirei quando, ao percorrer as curvas do meu corpo, ele apertou a minha coxa. Eu sorri durante o beijo e mordi o lábio inferior dele devagar. Parei o beijo e ele ficou me olhando. Podia ver aquele sorriso lindo e os olhos me fitando.
Gabriel: Queria saber o que você está pensando agora. – Ele sorriu e me deu um selinho. Colocou uma mão no meu rosto e alisou. – Você é fascinante. Tudo em você é um mistério. Daqueles que os piratas são loucos pra descobrir. – Ele sorriu mais uma vez. – Seu rosto é lindo. – Ele alisou o meu rosto. – Tem um formato perfeito que faz todos nunca quererem parar de olhar pra ele. – Eu sorri e deixei-o continuar. – Sua pele... Ah, sua pele. – Ele tocou os meus ombros e foi deslizando a mão pelo meu braço. – Tão macia, tão convidativa. – Ele inclinou a cabeça e colocou a boca no meu pescoço. Dei um beijo no mesmo. – Teu cheiro me deixa louco. – Fazia carinho na costa dele a cada palavra que ele falava. Deixei-o continuar, sem interrompê-lo.
Ele deslizou a mão até a minha cintura, onde apertou e puxou-a um pouco pra cima. Encaixou o meu corpo no dele e depois, soltou a minha cintura. Ele deu beijos e chupões no meu pescoço. Eu fechei os olhos e me entreguei. Esqueci o resto das pessoas e dos meus pensamentos. Me deixei levar. Eu queria aquilo e a unica pessoa que me "impedia" de certo modo, arrumou outro alguém. Então, nada mais me impedia.
Eu segurei o queixo do Gabriel e ele me olhou. Abriu aquele sorriso incrível, eu aproximei a boca da dele e comecei a beijá-lo. Ele correspondeu o meu beijo e aumentou a velocidade do mesmo.
Beijávamos numa sintonia incrível. Ainda estávamos no chão, mas nesse momento, ele se ajoelhou e me puxou. Ele se levantou, ficou com o corpo inclinado ainda me beijando. Segurou na minha cintura e me pegou no colo. Eu cruzei as pernas na cintura dele e ele me segurou pela bunda.
Não paramos um segundo de nos beijar. Ele andou até a cama e devagar, me deitou sobre ela. Ele ficou me olhando, ainda de pé do lado da cama. Eu sorri e mordi o meu lábio inferior. Tirei a minha camiseta e pra provoca-lo, tirei bem devagar o meu sutiã.
Joguei o mesmo pra ele. Gabriel não tirou os olhos dos meus seios e logo subiu em cima de mim.
Gabriel: Sou maluco por você. – Ele colocou as mãos na minha cintura e foi subindo as mesmas até chegar nos meus seios. Ele apertou os mesmos e levou a boca até o biquinho de um deles. Ele chupou o mesmo, enquanto apertava o outro. Eu gemi baixinho, porque aquilo foi extremamente bom. Suspirei e puxei-o pela gola da camiseta dele. Ele veio em minha direção e ficou me olhando.
Eu comecei a desabotoar a camiseta dele, mas ele deu um puxão e fez com que todos os botões saíssem da camiseta. Eu soltei um riso, levei a mão pras costas dele e puxei-o pra mim.
Voltei a beija-lo, agora com ainda mais desejo. Ele começou a roçar o corpo em mim e me deixou louca. Eu já sentia um grande volume na calça dele quando ele roçava o pau dele por cima de toda a roupa que nós usávamos.
Eu resolvei tomar conta da situação. Virei-o na cama e subi em cima dele. Ele ficou todo empolgado. Me ajoelhei e abaixei o meu shorts. Tirei-o e joguei em algum canto no quarto do Gabriel. Sentei no colo dele e comecei a rebolar no mesmo. Ele sorriu e ficou olhando pros meus seios que se moviam, conforme eu rebolava. Eu peguei as mãos dele e levei pros mesmos. Ele apertava com vontade.
Eu fechei os olhos e fiquei ali, curtindo o momento. Senti ele tirar uma das mãos de um dos meus seios e alguns segundos depois, começou a alisar a minha buceta. Eu olhei maliciosamente pra ele. Eu gemi um pouquinho e rebolei ainda mais no pau dele
Inclinei o meu corpo e passei a língua nos lábios dele. Ele chupou a mesma e começou a me beijar. Brincou a minha língua enquanto alisava a minha buceta por cima da calcinha.
Ia rolar, isso é certo. Eu estava afim e ele mais ainda. Apesar de eu estar excitada e com muita vontade de ir até o fim, algo me impediu.
O pai dele girou a maçaneta da porta, mas por ela estar trancada, ele não conseguiu abrir. Então, ele disse: – Gabriel, você está aí!?.
Foi impossível não broxar. Quer dizer, fora a tensão de ele quase nos pegar transando, ou quase transando. Ele era o meu cliente. Isso me deixou totalmente desmotivada de continuar. Fiz uma cara emburrada pro Gabriel e ele me pareceu totalmente bravo com o pai dele. Sai de cima do Gabriel e ele colocou um travesseiro na cara dele, depois tirou e respondeu o pai.
Gabriel: Onde mais eu estaria?
Diogo: Quero conversar com você mais tarde. Quando puder, me chame.
Gabriel: Precisava me falar isso justo agora? – O pai do Gabriel não respondeu. Na verdade, ele pareceu nem mesmo estar mais ali. Gabriel olhou pra mim e fez uma carinha meio triste. – Sem clima pra continuar, né!? – Eu dei risada do jeitinho dele.
Manuela: É...
Gabriel: Droga! – Eu virou de bruços e afundou a cara no travesseiro.
Manuela: Não fica assim. – Eu subi em cima dele e fiquei deitava sobre ele.
Gabriel: Sabe que não vai me ajudar a desistir disso se continuar aí, né!? – Eu ri dele e coloquei uma mão no cabelo dele, comecei a fazer carinho.
Manuela: Ainda ta excitado? – Eu disse quase rindo.
Gabriel: Por que você acha que eu estou nessa posição?
Não aguentei e comecei a rir quando ele terminou de falar.
Gabriel: To sentindo seus seios, Manu. Isso não ajuda muito a minha imaginação. – Ele riu.
Manuela: Ei! – Eu disse repreendendo-o.
Gabriel: Acho que eu vou precisar de um banho pra broxar.
Manuela: Quero ver me tirar daqui. – Disse desafiando-o.
Gabriel: Ta me zuando? – Ele virou e me fez cair do outro lado da cama. – Foi mais fácil do que tirar bala de criança. – Ele olhou pros meus seios e mudou a expressão. – Sério, eu preciso de um banho. Talvez eu demore um pouco lá, tá!? – Eu caí na gargalhada.
Manuela: Bota num outdoor dizendo que vai bater punheta, Biel. – Disse enquanto ele caminhava até o banheiro.
Gabriel: Você podia ser mais legal e não me deixar ainda mais constrangido, né não!?
Manuela: Aí não seria eu! – Ele entrou no banheiro e deixou a porta aberta. Ouvi o barulho do chuveiro ligado e ele continuo conversando comigo. – Não vai nem fechar a porta pra bater punheta, Biel?
Gabriel: Manu! Não vou bater punheta. To tomando um banho frio pra desestimular a criatura em questão.
Manuela: Que jeito fofo de falar do teu pênis. – Dei risada. Eu levantei da cama e coloquei a minha camiseta, sem o sutiã mesmo. Me sentia mais livre assim.
Gabriel: Vou chamá-lo como?
Manuela: Amigo? Nicolau? Sei lá.
Gabriel: Nicolau? – Ele deu aquela gargalhada horrorosa dele. Não me controlei e morri de rir.
Manuela: Para de rir, Biel. Senão, eu não consigo parar também.
Gabriel: Alguém em sã consciência chama o próprio pau de Nicolau? Onde tu viu isso, Manu? – Ele disse ainda no chuveiro.
Manuela: Nunca vi, mas foi o primeiro nome que me veio a cabeça. E rima com pau.
Gabriel: Ótima lógica.
Manuela: Que demora! – Disse reclamando.
Gabriel: Para de reclamar. To quase acabando.
Manuela: Vamos logo. – Eu me levantei e fui até a porta do banheiro. Fiquei olhando ele tomando banho.
Gabriel: Vai mesmo ficar aí? Entra aqui de uma vez.
Manuela: Sonha! – Disse entrando no banheiro e indo na direção do espelho. Comecei a arrumar o meu cabelo e olhar minha pele enquanto o Gabriel tomava banho.
Gabriel: Se eu te disser que de uma escala de 0 a 10, minha vontade de te agarrar agora é 11, tu acredita!?
Manuela: Sim, mas vai ficar só na vontade mesmo.
Gabriel: Vou me vingar.
Manuela: Pago pra ver. – Dei risada e sentei na pia. O Gabriel abriu a porta do box e saiu de lá. Não se importou nem um pouco com a minha presença. Eu não pude deixar de olhar pro pau dele. Era grande, enorme. Mesmo mole, quer dizer, um pouquinho mole. – Vergonha pra que, né!?
Gabriel: Tu já sentiu mesmo, o que tem ver? – Ele disse pegando a toalha e se secando. Depois ele enrolou a toalha na cintura. Aí ele chegou perto de mim e ficou no meio das minhas pernas.
Manuela: Ta fazendo o que, posso saber?
Gabriel: Só te olhando. Nunca vou me cansar de fazer isso. – Ele sorriu, segurou o meu queixo e me deu um selinho demorado.
Manuela: Acho que eu vou pra casa agora. Ta tarde.
Gabriel: Fica aqui. Dorme comigo.
Manuela: Será que você vai me deixar só dormir mesmo? – Ergui uma sobrancelha e ele ficou me olhando sorrindo.
Gabriel: Só se tu quiser. – Ele riu.
Manuela: Eu quero.
Gabriel: Po, Manu. Assim tu corta meu barato. – Ele disse olhando pro espelho e ajeitando o cabelo. Eu passei a mão no mesmo e baguncei. – Ei!
Manuela: Que foi? – Olhei com cara de inocente pra ele.
Gabriel: Porque fez isso? Tinha acabado de arrumar.
Manuela: Fazer o que? – Contei me fazendo de desentendida.
Gabriel: Que falsa. – Eu começou a cutucar a minha barriga e eu comecei a rir sem parar. Pedi pra ele parar, mas não deu muito certo. Ele continuou e eu comecei a me debater. Ele ria e tentava segurar as minhas pernas enquanto me cutucava.
Manuela: Biel, vou te matar. – Ele prensou minhas pernas nas dele e parou de me cutucar. Ficou me encarando até que se aproximou de mim e me beijou. Eu correspondi. Beijei-o com tranquilidade. Alisei a nuca dele enquanto ele apertava a lateral do meu corpo. Parei o beijo com um selinho bem longo e ele ficou me encarando de novo. – Para de me olhar. – Tapei o rosto com as duas mãos.
Gabriel: Me obrigue.
Manuela: Vamos lá pro quarto, vai. – Desci da pia e nós fomos pro quarto. Eu me deitei na cama e ele pegou uma bermuda no guarda-roupas.
Gabriel: E aí, vai ficar aqui comigo?
Manuela: Sei não. Acho que vou arrumar encrenca ficando aqui.
Gabriel: A mãe do Guilherme é brava?
Manuela: Bastante.
Gabriel: Só um dia, po. Tu vai voltar viva amanhã pra lá, de boa.
Manuela: Será? – Disse rindo e ele fez uma careta.
Gabriel: Fica vai. – Ele deixou a toalha cair no chão e colocou a cueca. Depois colocou o shorts e deitou do meu lado na cama.
Manuela: Ta, eu fico. Mas nada de me agarrar no meio da noite.
Gabriel: Prometo me comportar.
Manuela: Acho bom mesmo.
A gente ficou conversando por um bom tempo. Nos beijávamos as vezes, mas só rolou beijo mesmo. Não tinha mais clima pra gente transar. Não hoje. Não com a possibilidade dos pais deles irem no quarto de novo. Joguei video game com ele até tarde e antes de dormir, tomei um banho e ele me emprestou uma camiseta dele pra eu dormir. Deitamos na cama e ficamos um do ladinho do outro. Estava meio friozinho e eu me encolhi na coberta.
Gabriel: Posso pedir uma coisa?
Manuela: O que?
Gabriel: Posso te abraçar? – Eu sorri ao ouvi-lo.
Manuela: Claro que pode. Vem cá. – Ele se aproximou um pouquinho de mim e me abraçou. A gente se beijou de novo e depois eu virei de costas. Ele me abraçou por trás. Sem malícia e sem más intenções.
Dormimos de conchinha. Acordei no outro dia e nós estávamos exatamente na mesma posição que dormimos. Eu virei devagarzinho e acordei-o com beijinhos na boca dele. Ele sorriu quando acordou e abriu os olhos devagarzinho.
Gabriel: Eu morri e um anjo veio me receber, é isso? – Eu dei risada e ele ficou me olhando.
Manuela: Muito pelo contrário. O anjo veio te avisar que se você não levantar agora, vai se atrasar pro colégio. Então, bora pro banho.
Gabriel: Ah, não! – Ele colocou o travesseiro na cara.
Manuela: Anda, Biel. A gente vai se atrasar.
Gabriel: Temos mesmo que ir?
Manuela: Sim.
Gabriel: Fala sério. – Ele tirou o travesseiro do rosto e me olhou. – Mesmo? – Eu assenti com a cabeça e ele fez um carinha triste. – Ta, mãe! – Eu dei risada. Ele levantou da cama e foi direto pro banheiro.
Gabriel tomou um banho rápido e eu fui em seguida. Ele me emprestou uma camiseta do uniforme dele, que por sinal ficou gigantesca em mim. Coloquei minha calça jeans e dei um nó na camiseta pra ela não ficar tão grande assim.
Gabriel: Nossa, que sexy que tu ta com essa blusa. – Ele disse rindo.
Manuela: Muito obrigada! – Bati no ombro dele devagar.
Gabriel: Quer tomar café?
Manuela: Com os seus pais lá embaixo? Nem pensar.
Gabriel: É, também não acho uma boa ideia. A gente para numa padaria e paga alguma coisa correndo.
Manuela: Ótima ideia.
Descemos as escadas e passamos por onde os pais deles estavam tomando café. Por sorte, ele não parou. Só cumprimentou de longe os pais.
Gabriel: Bom dia, família!
Marisa: Bom dia, meu filho.
Diogo: Bom dia.
Manuela: Bom dia! – Disse meio envergonhada. Só a mãe do Gabriel me respondeu. Mas nós logo saímos de lá.
Fomos pro carro do Gabriel e ele parou em uma lanchonete no meio do caminho. Comemos voando e depois fomos pro colégio. Entramos de mãos dadas no mesmo. Todo mundo olho e começou a comentar. Eu podia sentir os olhares de todos e podia vê-los fofocando uns com os outros sobre Gabriel e eu. Fomos até a Flávia, que tinha trazido o meu material. Peguei o mesmo e fiquei num canto com o Gabriel.
Gabriel: 10 reais que eles tão falando que eu sou o cara mais sortudo do colégio.
Manuela: 500 reais que eles tão falando que eu sou uma piranha que acabou de terminar um namoro e já estou com outro. Ou, que eu chifrei o Guilherme, por isso terminamos. – Ele riu, encostou na parede e me puxou pela cintura. Cheguei bem pertinho dele. Ele ficou me olhando.
O sinal tocou justamente quando ele inclinou o rosto pra me beijar, atrapalhando tudo. Nós fomos pra sala e ele sentou do meu lado. A Flávia sentou na minha frente e me encheu de perguntas, como sempre.
Flávia: E aí, rolou?
Manuela: Sexo? Quase. – Nós falávamos baixinho pra ninguém nos ouvir.
Flávia: Depois me conta tudo.
Manuela: Você não vai me dar outra alternativa. – Ela riu baixinho e virou pra frente.
Prestei atenção na aula até o sinal do intervalo bater. Gabriel e eu fomos pra cantina. Compramos lanche e fomos com o pessoal. O Guilherme estava com a Regina do outro lado do colégio. Senti uma raiva enorme, misturado com um ciúmes que eu não devia estar sentindo. Me controlei e resolvi que ia falar com ele naquele momento. Com certeza, aquela piranha ainda não tinha nada. E eu ia dizer. Ah, como ia!
Manuela: Ei, fica aqui um pouquinho, tá!? Preciso falar com o Guilherme. – Disse pro Gabriel.
Gabriel: Não quer que eu vá com você?
Manuela: Melhor não.
Gabriel: Ta. Mas se precisar, só piscar que eu vou correndo pra lá.
Manuela: Obrigada. – Eu o abracei e ele me deu um beijo na testa.
Fui andando na direção de Guilherme. Pude ouvir a Flávia dizendo pro Gabriel: – Ela foi atrás dele? E tu deixou? Isso vai dar merda.
Ignorei-a e continuei andando até ele. Regina estava fazendo carinho no rosto dele quando me viu e ficou pálida.
Regina: Ta fazendo o que aqui, garota? Vaza.
Manuela: Já contou a ele?
Regina: Não tenho nada pra contar pra ele. Por que agora, você não vai cuidar da sua vidinha? Vai lá com o Gabriel. Deixa a gente ser feliz.
Guilherme: Do que ela está falando? – Ele perguntou pra Regina. Ele me olhou friamente e depois voltou a olhar pra ela. Ele se levantou e ela levantou junto. Ficou agarrada no braço dele.
Regina: Ela é maluca, fica inventando coisa e se metendo na vida dos outros.
Manuela: Inventando? Tu não contou mesmo, né!? É uma piranha de quinta categoria.
Guilherme: Ei, ei. Tu chega na maior marra aqui e ainda ofende a guria que ta comigo agora? Qual é a tua, Manu?
Regina: É, garota! Vaza daqui!
Manuela: Cala essa boca. – Disse pra Regina. Nessa hora, tinham muitas pessoas olhando o barraco. Todos concentrados no que falávamos. – Eu não vim aqui pra bater boca contigo. Vim aqui contar o que essa... "Sua" garota fez.
Guilherme: Manda aí, então.
Regina: Manuela, não se mete nisso. Você me paga.
Manuela: Olha, to morrendo de medo! – Dei um sorriso irônico pra ela e olhei diretamente pro Guilherme. – Ela te traiu. Sabe com quem? Com o Samuel.
Guilherme: Que? – Ele pareceu não acreditar. Não olhou pra Regina, não fez nada. Só perguntou aquilo. A Regina começou a chorar feito louca. Demorou uns 20 segundos pra ele ter alguma reação. E foi a reação mais inesperada de todos. – Sério, Manu? Jura que você se rebaixou a esse nível?
Manuela: Rebaixar? Quem se rebaixou foi ela, te traindo. Não eu.
Guilherme: Esperava coisa melhor de você, Manu. Namoral. Por que isso agora? Vai ser feliz, cara. Gente feliz não enche o saco. E quer saber de uma coisa? Eu não acredito em tu. – Ele abraçou a Regina e deu um beijo na cabeça dela, depois começou a fazer carinho. Eu engoli a seco quando vi aquela cena. O choro estava prestes a chegar, mas tentei me controlar. – O que tu quer? Me separar dela? Pra que? Tu já está em outra, por que eu também não posso? Transou com o Gabriel hoje, né!? Não sei isso pelo fato da escola toda estar sabendo, mas olha tua roupa. Ta na tua testa que transaram. Pra que vir até aqui e me encher de mentiras? O que tu ganha com isso? Quer o que? Quer dois nos teus pés? Desacredita disso, Manu. Eu não quero mais saber de você. – Doeu na minha alma ouvi-lo dizer aquilo tudo. Eu não aguentei e comecei a chorar. Eu não sabia o que dizer, como reagir. Essa não era uma especialidade minha, ele sabia disso.
Ele se aproveitou disso e continuou a falar coisas horríveis pra mim.
Guilherme: Some da minha vida, Manuela. Me deixa em paz. Eu não vou mais atrás de você. Eu cansei. Só tenho dúvidas ainda do motivo de tu ter inventado essa merda. A Regina ta me fazendo bem e tu quer estragar tudo. Pra que, Manuela? Pra que? – Nessa hora, a Regina olhou sorrindo pra mim e depois olhou triste pro Guilherme.
Regina: Eu não falei que ela é uma mentirosa? Ela fica se metendo na vida dos outros e além disso, inventa coisas que não são reais. Tudo pra nos separar. Ela quer te ver infeliz. Ela quer que você fique sozinho, livre pra ela.
Manuela: Cala essa boca. –Eu explodi quando ouvi a Regina. – Tu não presta garota. Tu é uma vagabunda. – Eu pulei em cima dela e comecei a batê-la. Puxei os cabelos dela e ela caiu ajoelha no chão. Eu bati na cara dela umas três vezes. Ouvia o Guilherme gritando comigo pra soltá-la, mas só soltei quando senti alguém abraçando a minha cintura e me puxando pra trás.
Gabriel: Para com isso, chega! – Ele me disse firme e não me soltou. Guilherme tirou a Regina do chão e a envolveu em um abraço.
Manuela: Sabe qual é a real, Guilherme? Tu merece ficar com ela. Merece comer o pão que o diabo amassou. – Meu Deus, por que eu disse isso? Ele não merece isso, não merece. – Merece sofrer na mão dessa vagabunda pra ver o que é bom. Vai, continua com ela. Continua. Seja corno. Chifrudo.
Regina: Ele ta acostumado. Você já tinha enfeitado a cabeça dele antes.
Manuela: Sua... – Eu fui pra cima dela de novo, mas o Gabriel me segurou e me impediu de avançar nela.
Gabriel: Chega de cena, Manu. Já deu por hoje. – Ele e a Flávia me tiram dali. Fomos pro banheiro feminino. Ninguém viu o Gabriel entrando e não teríamos problemas com isto.
Eu desabei, pisei no banheiro e comecei a chorar. Eu chorei feito criança. Mal conseguia respirar de tanto chorar e soluçar. A Bruna apareceu e junto com a Flávia e o Gabriel, tentou me consolar.
Flávia: Manu, para. Sério. Você sabia que isso não era da sua conta. Não sei porque foi se meter nisso. Para de chorar, Manu. Pelo amor de Deus. Chorar não vai resolver nada. – Eu estava apoiada com o braços na pia. E a cabeça pra baixo. Não olhei pra ela, nem pra nenhum dos três.
Bruna: Manu, não adianta chorar. Já era, passou. Se acalma. Não adianta ficar assim.
Gabriel: Ei... – Ele se aproximou de mim e puxou de leve meu braço. Eu ajeitei o meu corpo e fiquei cara a cara com ele. –Sei que não vai adiantar te pedi pra parar de chorar, mas tenta se controlar um pouquinho. Sei que tá doendo e não deve estar doendo pouco, mas o pior, já foi. Sei também que o que ele te disse, deve estar remoendo aí nessa sua cabecinha, mas não fica assim. Por mim, por nós. Por você mesma. Ele não merece isso. Tu se preocupou com ele, tentou avisa-lo e ele não aceitou tua ajuda. Paciência. Ele é um otário, Manu. Não te merece. – Eu fui parando aos pouquinhos de chorar conforme ele ia falando comigo. Respirei fundo pra não voltar a chorar e o abracei.
Ele me apertou no abraço e fez carinho na minha cabeça.
Gabriel: Ele não merece tuas lágrimas, Manu. – Ele afastou um pouquinho o rosto e me olhou. Enxugou as minhas lágrimas com os polegares e deu um beijo no meu rosto. – Tu fica linda sorrindo, então para de chorar e abro um sorriso pra mim. – Eu fiquei sem jeito ao ouvi-lo, dei um sorriso meio bobo. – Isso! É disso que eu to falando. Agora lava o rosto. A Flávia vai pegar um copo de água pra tu e tu vai se acalmar. Depois tu vai sair desse banheiro e mostrar que não liga pra ele. Entendeu, Manu? – Eu assenti com a cabeça. A Flávia buscou água pra mim e eu tomei. Ficamos os 5 minutos restantes do intervalo no banheiro.
Depois, saímos do mesmo. Eu saí abraçada com o Gabriel. Vi Guilherme abraçado com a Regina. Resolvi que ele merecia ver o que eu iria fazer naquele momento. Parei de andar quando cheguei na frente dele. Quer dizer, estávamos longe, mas eu estava exatamente na direção dele. Fiz o Gabriel parar na minha frente. Ele me olhou meio confuso, mas sorriu pra mim. Eu sorri em resposta, coloquei os braços em volta do pescoço dele, inclinei um pouco o rosto e aproximei o meu rosto do rosto do Gabriel. Fechei os olhos e colei meus lábios nos lábios dele. Comecei a beija-lo. Ele levou as mãos pra minha cintura e me puxou pra colar o corpo dele no meu. O beijo não foi muito longo, mas o suficiente pra quando eu parasse de olhar, o Guilherme estivesse olhando pra gente. Cruzei os dedos de uma das minhas mãos nos dedos do Gabriel.
Gabriel: Me usando? – Ele disse curioso no meu ouvido. Eu olhei meio sem graça pra ele e ele riu. – Adorei. – Eu o abracei meio de lado. Ele deu um beijo na minha testa e nós fomos andando assim até a sala.
O resto da aula foi normal. Voltei pra casa com a Flávia e a Bruna. O resto voltou depois. Fazia algum tempo que eu não fazia questão nenhuma da presença do Guilherme. Depois de hoje, foi o ápice.
Eu senti um turbilhão de coisas quando ouvi-lo dizer aquelas coisas. Uma delas foi, com certeza, dúvida. Será que ele está tentando me esquecer e por isso, decidiu me dispensar daquela forma?
Mas ao pensar isto, me vinha a ideia de que aquele não era o Guilherme. Não o meu Guilherme. Não o Guilherme que eu amava. O Guilherme que me protegia e que me amava. O Guilherme que fazia de tudo por mim. Eu simplesmente não conhecia o garoto que me "atacou" hoje. Não atacou fisicamente, mas com palavras. Eu preferia que ele tivesse me espancado, a me dizer aquelas coisas.
Eu fiquei o dia todo remoendo o que ele me disse. Minha mente ficava dando "replay" na cena umas bilhões de vezes. Eu tentei entender o lado dele, mas nenhuma explicação foi considerável. Ele nunca ia me tratar daquele jeito se ainda me amasse. Isso quer dizer que ele me esqueceu?
Meu estômago revirou só de cogitar essa ideia. Sim, eu sou uma idiota. Não devia estar me preocupando com ele, mas não consigo ser diferente. No meu coração ainda há sentimentos por ele.
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