segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

22
Helen me elogiava sempre e me usava de exemplo pras meninas. Meus programas eram os melhores. Eu fazia os homens voltarem todas as semanas. Eu realmente estava me tornando a Puta Profissional que eu pretendia ser.
Eu me empenhei em estudar. Se quisesse passar no vestibular, teria que me esforçar muito. Eu ainda não tinha ideia de que curso escolher. Todos na sala já sabiam. Menos eu.
Guilherme escolheu engenharia mecânica. Flávia queria odontologia. Gabriel queria medicina. Jack resolveu ir pra gastronomia. Lua veterinária. Felipe queria engenharia química.
Na nossa escola, eles meio que "forçavam" essa escolha e nos incentivavam a ir pra uma universidade publica. Eu gostava disso. Mas tinha milhões de dúvidas sobre qual curso eu ia escolher. Por isso, adiei minha escolha.
Eu era uma boa aluna e minhas notas eram uma das melhores da sala. Eu me orgulhava disso. Nunca tive muita dificuldade na escola, porque sempre estudei muito. Minha mãe sempre me incentivou muito a estudar. Ela dizia que meu futuro ia depender disso. E agradeço a ela por isso.
Era um fim de tarde ensolarado de domingo. Gabriel tinha nos convidado pra ir a chácara dele. Nós todos fomos, menos a Lua. Eles não se falavam mais. Amanda não era tão amiga do Gabriel assim e por isso, não foi chamada.
Guilherme e eu estávamos em volta da piscina, abraçados. O resto do pessoal estava na piscina. O sol estava começando a desaparecer.
Manuela: Do que vocês tem medo? – Perguntei repentinamente. Todo mundo olhou meio estranho pra mim e depois riram.
Gabriel: Tenho medo do futuro. De não conseguir por meus "desejos" e "planos" em prática.
Flávia: Tenho medo de ficar longe do meu amor. – Ele disse e abraçou o Felipe dentro da piscina.
Felipe: Tenho medo de não ser ninguém futuramente.
Jack: Tenho medo de baratas. – Nós rimos.
Bruna: Tenho medo do que o futuro está guardando pra mim. Não do futuro em si.
Guilherme: Não sei do que tenho medo. – Ele me olhou.
Manuela: Não tem medo de nada? –Olhei diretamente pros olhos dele e ele sorriu. Deu um beijo no meu rosto em seguida.
Guilherme: Por agora, eu tenho medo de te perder. – Todos falaram "own". Menos o Gabriel. Ele tinha entendido que eu amava o Guilherme, mas achar isso fofo era demais pra ele.
Manuela: Tenho medo de não conseguir um futuro melhor pra minha mãe. Pra mim. Tenho medo de continuar nessa o resto da vida.
Gabriel: Nessa? – Ele estranhou. Eu percebi que tinha falado merda.
Manuela: É... Sem minha mãe. –Consegui contornar a situação. Guilherme me abraçou forte e deu um beijo na minha testa.
Guilherme: Você vai conseguir. –Nós ficamos abraçados por um tempo.
Começou a esfriar e nós entramos pra casa que tinha na chácara. Sentamos na sala e ficamos conversando.
Manuela: Por que seu namorado e o amigo idiota dele não vieram, Jack?
Jack: Eles iam na casa de um outro amigo que eu não conheço. Henrique me chamou pra ir com ele, mas eu nem conheço garoto. Não quis ir.
Manuela: Entendi. –Logo imaginei eles indo atrás de drogas.
Nós pedimos pizza e ficamos a noite toda conversando e dando risada. Eles eram meus verdadeiros amigos. Pessoas que me faziam bem de verdade. Pessoas que eu queria pra sempre do meu lado.
Já estava ficando tarde, mas Gabriel tinha nos convidado também pra dormir lá. Tinham vários quartos na casa. Mas nós decidimos que íamos dormir todos amassados na sala. Jogamos os colchonetes lá e ajeitamos pra cada um dormir em um.
Flávia e Felipe dividiram o mesmo colchonete. Eu fiquei com vergonha de dormir de conchinha de Guilherme. Na verdade, eu pensei no Gabriel. Ele não ia gostar da cena. Guilherme pareceu entender, mas nós colocamos nossos colchonetes um do lado do outro.
Tinha uns dois banheiros na casa. Tomamos uma ducha cada um e colocamos pijama. Como estava meio frio, o pijama não era nada sexy. Tava mais pra festa do pijama infantil. 
Ficamos até tarde conversamos. O outro dia seria feriado. O que nos fez não ter pressa pra dormir. Jack e eu fomos pra cozinha, fazer fondue. Levamos a panela com o chocolate na sala junto com um monte de frutas picadas. 
Gabriel: Que delícia, po. – Ele pegou morango e passou no chocolate.
Manuela: Ta bom mesmo. – Eu sorri e ele ficou me olhando enquanto mastigava. Eu sentei do lado do Guilherme.
Bruna: Isso tá demais, cara.
Guilherme: Para de comer, Bruna. Tu ta enjoada, não pode comer essas coisas. Tem que deixar mais pros outros. – Ele prendeu o riso.
Bruna: Tomar no cu ninguém quer, né!? – Ela tirou a própria pantufa e jogou no Guilherme. Ele pegou e tentou colocar no pé dele.
Manuela: Amor, eu só acho que isso ta meio pequeno pra você. A Bruna é uma anã. Isso não vai servir em você nem nos teus sonhos. – Ele riu e jogou a pantufa de volta na Bruna.
Bruna: Guilherme é um ogro mesmo.
Guilherme: Cala a boca, meio metro.
Nós continuamos comendo, quando acabou tudo, Jack e Bruna levaram pra cozinha.
Manuela: To com sono. – Disse voltada pro Guilherme. Ele me puxou e me abraçou.
Gabriel: Também to. – Ele disse deitando no colchonete e se ajeitando. Fechou os olhos e ficou ali quietinho.
As meninas logo voltaram. Nós estávamos com muito sono já. Decidimos ir dormir. Desligamos todas as luzes e nos ajeitamos nos colchonetes.
Bruna: Sem sexo vocês dois, tá!? – Ela disse e tacou uma almofada na direção da Flávia e Felipe.
Flávia: Ai. – Ela pegou a almofada e jogou na Bruna. Aliás, ela tentou jogar, mas me acertou.
Manuela: Seu senso de direção é ótimo, amiga. – Nós duas rimos.
Flávia: Prometo não gemer muito, Bru. Fica tranquila. – Nós rimos, menos a Bruna.
Bruna: Eu acabo com a raça de vocês dois aqui mesmo. 
Logo todos estavam dormindo. Eu demorei pra pegar no sono. Guilherme me viu acordada e me puxou pro colchonete dele. Começou a me beijar e eu correspondi. O beijo não durou muito. Eu apoiei a cabeça no peito dele e ele colocou o braço nos meus ombros por trás do meu corpo. Logo eu dormi.
Acordei no outro dia com o pessoal conversando meio baixinho.
Manuela: Calem a boca. Eu quero dormir. – Eu disse brincando e me encolhi, ficando mais próxima do Guilherme.
Guilherme acordou e me deu um beijo na testa. Depois me deu um selinho. Não consegui dormir de novo. Eles conversavam alto, o que me impediu de pegar no sono novamente.
Bruna: Ta na hora de acordar, Manuzinha. – Eu senti as vozes deles perto de mim, mas continuei de olhos fechados.
Levei um susto quando a Bruna, Jack, Flávia e Felipe saltaram em cima de mim e fizeram "montinho". Guilherme se levantou correndo e pulo em cima delas. Gabriel entrou na brincadeira e também pulou. Eu estava sem ar já, eles riam muito e eu só conseguia xinga-los.
Quando eles finalmente saíram de cima de mim, eu fui bater um a um neles. Flávia colocou o Felipe na frente dela e me impediu de bater nela.
Manuela: Piranha. – Eu dizia rindo enquanto tentava bater nela.
Deitei a Bruna no colchonete e bati na bunda dela. Todos riam e a Bruna fingia que estava sentindo dor. Eu não bati com força.
Bruna: Vai, gostosa. Bate mais. – Eu ria e bati com força só uma vez. – Ui, essa doeu. Mas eu gosto. Vai, continua.
Eu soltei ele e fui atrás da Jack, bati de leve nela e Gabriel estava do lado. Eu acertei, sem querer, um tapa nele. Ele riu e eu comecei a bater nele. Ele tentava me impedir e depois conseguiu segurar os meus pulsos. Eu fiquei imóvel, porque ele me encarou de um jeito estranho.
Me esquivei e ele me soltou. Fui perto do Guilherme e ele ria de mim tentando bater em todos.
Manuela: Ta rindo do que? Tu vai apanhar também. – Bati bem fraco nele e ele me prendeu num abraço que me impediu de bater mais nele. – Isso é injusto. Todos riam.
Nós tomamos café e ficamos pela chácara o resto do dia. Entramos na piscina e tudo mais.
Uma hora, Guilherme e Gabriel me pegaram no colo. Um pela cabeça e o outro pela perna e me jogaram na piscina. Eu morri de raiva. Sai da piscina depressa e corri bater nos dois. Guilherme ficou atrás de um pilar e correu muito pra eu não pega-lo. Quando eu achei que tinha conseguido, ele me puxou pela cintura e me beijou.
Flávia: Assim não vale. Tem que bater. – Ela gritou da piscina.
Guilherme me beijava com calma. Explorou toda a minha boca enquanto fazia carinho na minha cintura. Eu levei as mãos pro braço dele e comecei a bater nele.
Manuela: Idiota. – Eu ria e ele tentava me impedir de bater.
Depois eu fui atrás do Gabriel. Ele corria rápido e ele me cansou de tanto desviar. Mas eu consegui segura-lo pelo braço. Eu ria feito criança, ele também. Eu fiquei de frente pra ele e meu fôlego era mínimo.
Ele me olhou estranho de novo e eu jurei que ele ia me agarrar, porque se aproximou de mim e ficou me encarando. Mas eu me enganei. Ele me segurou no colo e correu comigo pra piscina.
Pulou comigo no colo. Eu mergulhei pra superfície e joguei muita água nele.
Manuela: Tu me paga. – Disse rindo.
O dia foi ótimo, mas infelizmente, tinha chegado a hora de irmos embora.
Gabriel nos deu uma carona até em casa. A Lua estava em frente de casa, sinceramente, achei que ela ficou nos esperando. Ela encarou o Gabriel e sorriu pra ele quando ele olhou pra ela. Mas ele foi frio, nos despedimos dele e ele saiu com o carro.
Nós sentamos nos sofás da sala. Estávamos mortos de cansaço. Mas dessa vez, não foi ruim estar cansada. Foi ótimo o nosso fins de semana.
Manuela: Quero mais finais de semana como esse.
Jack: Também quero. – Ela disse deitando a cabeça no colo da Flávia.
Flávia: Que folga é essa? – Ela riu e a Jack também.
Manuela: Acho que eu vou dormir um pouquinho. To mega cansada. – Disse já me levantando. Guilherme segurou o meu pulso devagar.
Guilherme: Ah, amor... Fica aqui comigo mais um pouquinho.
Manuela: Amor... Eu to muito cansada. – Inclinei o corpo e dei um selinho nele.
Guilherme: Ta bom, amor. Vai descansar. – Ele fez um biquinho e eu ri.
Fui pro meu quarto e eu estava realmente cansada. Eu capotei. Não tive coragem nem de tirar meu sapato. Dormir com ele mesmo.
Eu só me lembro de acordar desesperada e assustada. Tive um pesadelo horrível. Sonhei que meu pai batia muito em minha mãe. Mais do que o normal. Espancava com um martelo e depois, apareceu com uma faca na minha direção. Eu acordei chorando. Guilherme estava do meu lado e correu me abraçar.
Era estranho ele estar ali, mas não questionei ele na hora. Meu coração estava disparado. Eu não conseguia parar de chorar.
Guilherme: Calma, amor. Calma. Foi só um sonho. – Ele não conseguiu me acalmar só com isso. Flávia ouviu meus gritos e apareceu correndo no quarto.
Flávia: O que aconteceu?
Guilherme: Ela teve um pesadelo. Agora está assim. Pega um copo com água, por favor, Flá.
Flávia: É pra já. – Ela foi em um pé e voltou no outro. Me entregou o copo com água. Minha mão tremia muito. – Gui, segura isso. Ela vai derrubar.
Foi o que ele fez. Ele me deu a água e eu fui me acalmando aos poucos.
Guilherme: Ta melhor?
Manuela: Eu quero salvar a minha mãe daquele monstro. – Eu o abracei de novo. Voltei a chorar.
Guilherme: Você sabe o que tem que fazer pra conseguir isso.
Flávia: Eu vou deixar vocês sozinhos. Se precisarem, me chamem. – Ela saiu do quarto.
Manuela: Você sabe que eu não posso. – Ele me olhava e eu fui afastando do abraço.
Guilherme: Por que não pode? Você pode sim. Você deve. Ele é seu pai e não faz mal só a tua mãe. Ele fez mal a você também. Te obrigou a sair de casa e tu veio parar aqui por culpa dele.
Manuela: Não. Não fala isso. – Eu coloquei o dedo indicador nos lábios dele.
Guilherme: Manu, você sabe que essa é a realidade. Você precisa denunciar esse homem.
Manuela: Não. – Eu gritei. – Não. Não. Ele é meu pai. Ele é um monstro, um infeliz. Um covarde. Mas é meu pai. E eu não posso fazer isso. Não posso. Eu não tenho esse direito. É minha mãe que tem que tomar essa decisão. Da pra me entender?
Guilherme: Você só incentiva aquele cara a ser assim com vocês. Ele continua pela impunidade. Manu, não deixa ele continuar com isso.
Manuela: Você fala isso como se você mesmo não tivesse um exemplo na própria casa. Sua mãe também é um monstro. Ela obriga essas garotas a se prostituirem. Ok, eu entrei aqui pelas minhas próprias pernas, mas sei que agora, eu não posso sair. E não me venha dizer que posso, porque você sabe que não da. Ela acabaria com a minha vida pra que eu não abrisse minha boca.
Guilherme: Manu, não começa... – Eu continuei falando.
Manuela: Não começar? Falar dos outros é fácil, né!? Meu pai é sim um monstro. Fez sim mal a mim e ainda está fazendo a mal a minha mãe. Mas ele não obriga ninguém a se prostituir. Não explora ninguém. E por que você também não toma uma atitude? Sua mãe também merece estar presa. Você sabe disso.
Eu detestava brigar com o Guilherme. Detestava. Nesses meses juntos, nós brigamos pouquíssimas vezes. Todas as vezes que começávamos uma briga, um ou outro tentava evitar. Mas essa briga foi impossível evitar.
Guilherme: Manuela... – Quando ele falava meu nome todo, eu sabia que o negócio era sério. – Estamos falando de você. Não de mim. – Lá estava ele tentando evitar nossa briga. Lindo. Mas eu não queria evitar. Eu queria falar tudo que estava entalado.
Manuela: Por que não podemos falar de você? É a realidade. Você sabe. Todo mundo sabe. Sua mãe também é um monstro e você não gosta do que ela faz. Por que não denuncia ela também?
Guilherme: Porque... – Ele gritou, mas depois amansou a voz quando percebeu que eu olhei assustada pra ele. Ele se levantou nervoso.
Manuela: Anda, fala. Tô esperando.
Guilherme: Porque ela é minha mãe. Minha mãe. Eu não escolhi ser filho dela e não escolhi a profissão dela.
Manuela: Profissão. – Disse sarcasticamente.
Guilherme: Você entendeu. Mas eu não vou denunciar a minha mãe. Ela é minha família. Ela é a unica família que eu já conheci na vida. Não da.
Manuela: É exatamente por isso que eu não denuncio o meu pai. Será que é tão difícil assim de me entender?
Guilherme: É muito difícil. Porque você quer denunciar o seu pai e não faz isso logo.
Manuela: Minha mãe tem que fazer isso. Minha mãe. – Eu gritei o mais alto que eu pude. Ele me olhou meio surpreso. Eu voltei a chorar. Ele me assustou com segurou meus braços contra o meu corpo.
Guilherme: Ele te bate, te maltrata assim como faz com a sua mãe. Você tem todo o direito de denuncia-la. – Ele falou bravo e apertou os meus braços.
Manuela: Me solta, você vai me machucar. – Ele me soltou. Colocou as mãos na cabeça e me olhava assustado.
Guilherme: Desculpa. – Ele mudou de tom de voz. Chegou perto de mim, sentou-se do meu lado e me abraçou bem apertado. – Desculpa, meu amor. Eu não queria te machucar. Me diz que eu não te machuquei. Eu te machuquei? – Ele me olhou todo preocupado. Eu sorri e coloquei a mão no rosto dele.
Manuela: Não, meu amor. Ta tudo bem. – Ele sorrio parecendo aliviado e me envolveu em um abraço apertado.
Guilherme: Eu te amo. Me desculpa mesmo. Você tem razão e não vale a pena brigar por isso. Não vai dar em nada, nós dois sabemos.
Manuela: Eu também te devo desculpas.
Guilherme: Vamos esquecer isso? – Eu assenti com a cabeça. Ele segurou o meu rosto e me beijou.
Nós deitamos na cama e ficamos abraçados um bom tempo. Eu peguei no sono de novo. Acordei o no outro dia e ele não estava mais ali.
Terça-feira depois do feriado. Não estava nada afim de ir pra aula, mas não gostava de faltar. Perdia muita matéria e explicações importantes. Levantei da cama e fui direto pro chuveiro. A Flávia ainda estava dormindo. Tomei um banho frio, pra acordar mesmo. Depois eu coloquei o uniforme. 
Acordei a Flávia e nós descemos pra tomar café assim que ela se arrumou. Dei bom dia a todos. Como sempre, a Lua não me respondeu. Ela achava que assim ia me atingir. Ela ia precisar de mais do que isso pra conseguir. Helen já tinha saído com a Amanda.
Guilherme: Ta melhor, amor? – Ele me deu um selinho.
Manuela: Bem melhor.
Bruna: Fiquei meio preocupado com a tua crise ontem, Manu.
Manuela: Não foi crise. – Eu peguei uma colher e joguei nela sem muita força. – Foi um pesadelo.
Bruna: Fofa! – Ela riu.
Bruna me fazia rir e via tudo na melhor forma possível. Ela não tinha mais aquelas ideias de se matar. Ela queria ter aquele filho e melhorar a própria vida. Eu fiquei feliz por essa mudança. Nós estávamos cada vez mais próximas. Ela era divertida e eu gostei de ter me aproximado dela.
Nós terminamos o café e fomos pra escola. Guilherme foi o caminho todo implicando com a Bruna. Parecia que os velhos tempos tinham voltado. Os dois sempre brigavam. Eu morria de rir.
Flávia chegou na escola e foi logo se atarracando com o Felipe. Nós ficamos sentados no banco esperando o sinal da primeira aula tocar.
Eu vi a Isabela chegar toda estranha na escola. Não estava fazendo um calor de rachar, mas não estava nem um pouco frio. Ela estava com uma blusa que cobria até o pescoço dela.
Manuela: Olha lá. – Disse pra Bruna que estava do meu lado.
Bruna: Eu vi. – Ela me olhou depois que falou.
Henrique chegou e Jack foi logo com ele. Lua ficou conosco. Era estranho ela ali sem a Jack. Ela não era "bem-vinda". A Bruna era amiga dela, mas depois do ocorrido com ela, as duas andavam um pouquinho afastadas.
Lua: Bruna, tu pode vir comigo até o banheiro?
Bruna: Bora lá.
Elas foram. Eu achei estranho, mas fiquei na minha. O sinal finalmente tocou e nós fomos pra sala. As primeiras aulas foram bem difíceis de aguentar porque eu estava morrendo de sono. Confesso que quase dormi em uma delas, mas Guilherme sempre me chamava e me mantinha acordada. 
O sinal pro intervalo bateu e eu fui procurar a Bruna. Tava louca pra saber o que a Lua queria. Como eu não vi nenhuma das duas pela escola, resolvi chamar a Regina, já que ela estava na mesma sala de Bruna.
Manuela: Regina!?
Regina: Ta falando comigo? – Ela apontou pra si mesma e virou dos lados procurando por alguém.
Manuela: Tem outra Regina aqui?
Regina: É... Não.
Manuela: Então é você mesmo. – Eu sorri meio ironicamente e ela também. – Tu viu a Bruna? Ela não saiu da sala ainda?
Regina: Sair? Ela nem entrou.
Manuela: Como?
Regina: Ela não foi pra sala hoje.
Manuela: Ah... Que estranho. Mas obrigada. – Eu sorri e ela saiu de perto. Eu voltei pra onde o pessoal estava.
Guilherme: Achou a Bruna?
Manuela: Ela não foi pra sala desde o começo das aulas.
Guilherme: Como não?
Manuela: Não indo, ué. Regina acabou de me falar.
Guilherme: Estranho. E a Lua?
Manuela: A Jack vem vindo aí, já vou perguntar também.
Jack se aproximou com o Henrique do lado. 
Jack: Ai, que fome.
Flávia: Vai comprar algum lanche, doida.
Jack: To de regime.
Felipe: Pra que? Sumir? – Nós rimos.
Henrique: Já falei que ela não precisa, mas ela fica com essa bobagem na cabeça.
Manuela: Jack, cadê a Lua? – Eu fui direto ao assunto.
Jack: Ela não apareceu na sala até agora. Mas vi ela e a Bruna saindo do colégio logo depois que o sinal pro intervalo bateu.
Manuela: Saindo? O que elas foram fazer?
Flávia: Se a Lua está no meio, boa coisa não é.
Henrique: Não sei pela Lua, mas Samuka estava atrás. Dele vocês não podem esperar muita coisa.
Manuela: O Samuka foi junto? – Eu levantei meio desesperada.
Flávia: Amiga, a Bruna não é um bebê que precisa de cuidados 24 horas. Ela sabe o que pode e o que não deve fazer.
Manuela: E se ela se drogar de novo? – Eu disse olhando meio triste pra Flávia. – Ela estava indo tão bem.
Henrique: Isso eu não sei dizer. Samuka deixou de me informar das coisas quando eu recusei usar drogas junto com ele.
Jack: Meu orgulho. – Ela o abraçou e eles deram um selinho.
Henrique: Linda. 
Eu não consegui pensar em mais nada. Só na Bruna se drogando. Estragando o tratamento dela e principalmente fazendo mal ao filho dela. Isso me torturou o resto do intervalo. 
Nós voltamos pra nossas salas e minha vontade era de seguir aqueles três e saber o que eles estavam aprontando. Eu quase fiz isso, mas o Guilherme me convenceu de ficar quando ele me disse que eu não tinha a menor ideia de pra onde eles poderiam ter ido.
A aula acabou e nós voltamos pra casa. A Bruna não estava lá. Nem a Lua.
Manuela: Onde essas duas podem ter ido?
Flávia: Eu nem posso imaginar.
Jack: Eu posso. – Ela disse firme.
Manuela: Onde? – Eu perguntei curiosa.
Jack: Na boca que tem a umas 6 ou 7 ruas daqui.
Manuela: Acha que eles estão lá mesmo?
Jack: Não tenho como ter certeza. Mas o Henrique me disse que lá era o ponto de "encontro" pra pegar drogas.
Guilherme: Você não vai lá. – Ele disse e olhou bravo pra mim.
Manuela: Eu preciso.
Guilherme: A Bruna não precisa de babá.
Manuela: Não sou a babá dela.
Guilherme: Mas indo atrás dela, vai parecer ser.
Manuela: Não. Eu só vou parecer ser uma amiga preocupada. O que não é mentira. Eu to morrendo de preocupação.
Flávia: Amiga, você não tem que ir lá. É perigoso e outra, a Bruna tem que ter consciência do que pode ou não pode.
Manuela: Ela é uma criança, ela precisa da nossa ajuda. – Eu gritei.
Jack: Nossa, Manu... Calma! – Ela disse me olhando meio estranho. – Daqui a pouco elas aparecem aí. A Lua também é amiga da Bruna. Não ia deixar nada de mal acontecer. Calma.
Eu não me acalmei. Isso era improvável de acontecer. Mas decidi que brigar com eles não ia me ajudar em nada. Fui pro meu quarto e resolvi deitar. Fiquei um bom tempo lá. Pensei em diversas coisas. A maioria envolvia a Bruna com drogas. Logo eu adormeci. Acordei e já era final de tarde. 
Bruna estava no quarto dela, dormindo e a Lua estava na sala. Eu fui logo atrás dela.
Manuela: Pra onde você levou a Bruna?
Lua: Não é do seu interesse.
Manuela: Não me provoca, Lua. Já estou cansada de você. Diz logo.
Lua: Ela foi porque quis. Eu só mostrei o caminho. – Ela disse contente.
Manuela: Tu a levou pra se drogar?
Lua: Aí você vai ter que perguntar pra ela. – Ela não tirava aquele sorrisinho do rosto.
Manuela: Eu vou... – Eu ameacei de ir até ela, mas a Helen abriu a porta naquele instante.
Helen: O que está acontecendo?
Lua: A Manuela ia partir pra cima de mim agora mesmo.
Helen: Isso é sério, Manu? – Ela me olhou.
Manuela: É.
Helen: Então boa sorte, só não destruam minha casa. Senão, eu destruo vocês. – Ela sorriu e passou pela sala. Subiu as escadas e foi pro quarto dela.
Manuela: Salva pelo gongo. Mas eu te pego ainda.
Lua: Mal posso esperar. – Ela mandou um beijinho no ar e eu não resisti, mostrei o dedo no meio.
Eu subi e bati no quarto do Guilherme. Ele não respondeu, mas parecia estar falando com alguém lá dentro. Eu estranhei. Bati mais uma vez e nada. Resolvi tentar abrir a porta e estava aberta. Entrei e ele estava de costas pra porta e voltado pra janelas. Ele falava no celular. Não me viu ou ouvir entrar.
Guilherme: Exato. Fico esperando noticias sobre o que vocês fizeram com ele. – Eu sentei na cama e aí ele me viu. Aliás, ele me ouviu. Virou de frente pra mim e pareceu muito desconcertado. – Ta, ta bom, seu... – Ele não continuou. – Espero sua ligação. Até. Até mais. – Ele logo desligou.
Manuela: Tava falando com quem?
Guilherme: Com um amigo.
Manuela: Que amigo é esse? Estavam falando sobre o que?
Guilherme: Investigação agora, amor? – Ele riu, aproximou-se de mim e me deu um selinho. – É um amigo de longa distância, ele ta pensando em passar um tempo aqui, mas aí ele não sabe o que fazer com o cachorro.
Manuela: Ah, nossa... – Eu disse aliviada, ele percebeu no meu tom de voz isso. Ele riu e deitou na cama. Eu sentei em cima dele.
Guilherme: Sabe que isso não vai dar certo, né!? – Eu sorri e coloquei as mãos no rosto dele.
Manuela: Isso aqui, amor? – Eu disse dando uma reboladinha em cima do pau dele. Ele riu ao sentir e mordeu o próprio lábio.
Guilherme: Não se faz de boba, Manu... – Ele disse com a voz mais firme. Eu continuei rebolando.
Ele levou as mãos pra minha cintura e me fez rebolar mais rápido. Eu sorria o tempo todo. Resolvi tirar a minha camiseta. Ele ficou olhando pros meus seios. Até que levou uma das mãos até um deles.
Eu abri o mesmo e ele puxou as alças, fazendo com que o sutiã caísse no colo dele. Ele colocou o sutiã na cama e colocou as duas mãos nos meus seios. Apertou enquanto eu ainda rebolava no pau dele por cima das roupas.
Eu inclinei o meu corpo e o beijei. Um beijo quente e com desejo. Nós sempre transávamos. Sempre que tínhamos um tempinho. Ele era carinhoso na hora certa e safado na hora exata. Sabia a hora certa de fazer amor e fazer sexo.
Definitivamente, agora, era a hora de fazer sexo. Nós nos beijávamos com desejo, ele chupava a minha língua e explorava toda a minha boca. Eu terminou o beijo e ele puxou o meu corpo mais pra cima. Fiquei com os seios na cara dele e me esforcei um pouquinho o corpo pra continuar rebolando no pau dele.
Abri o zíper da calça dela e coloquei a mão dento da cueca. Comecei a alisar o mesmo e ele sorriu. Ele chupava os meus seios e apertava os mesmos.
Guilherme me virou e me fez ficar deitada na cama. Ele alisava toda a lateral do meu corpo e me olhava cada centímetro do meu corpo. Ele tirou a própria roupa e deitou em cima de mim. Eu fui logo colocando as mãos nas costas dele e alisando a mesma.
Ele começou a beijar o meu pescoço e dar chupões no mesmo. Eu inclinei a cabeça e aproveitei o momento. Fechei os olhos e pude senti-lo descendo os beijos pelo meu corpo. Ele chegou perto do meu shorts e foi abrindo o mesmo enquanto me olhava. Eu levantei um pouco o corpo e ele puxou meu shorts junto com a calcinha.
Ele abaixou o corpo e passou a língua na minha buceta. Guilherme sabia o que estava fazendo e me deixava doida facilmente. Ele enfiou a língua toda na minha buceta e eu gemi. Ele enfiou um dedo na minha buceta e continuou me chupando.
Eu gemia e apertava um dos meus seios. Já estava louca de tesão. Ele se levantou e me puxou pra mais perto dele. Eu fiquei de quatro e fui assim até ele. Ele me olhava com aquela carinha de tesão que me fazia ficar mais louca ainda.
Eu segurei o pau dele e passei a língua só na cabecinha. Olhei pra ele e ele soltou um gemido abafado. Eu comecei a chupar o pau dele com bastante vontade. Chupei até o talo e ignorei qualquer ânsia que senti. Segurava nas bolas dele e depois, chupei as mesmas. O pau dele já estava pulsando, mas eu continuei chupando. Não tirei os olhos dele nem um minuto. Ele tirou todo cabelo do meu rosto, pra ter uma visão melhor do que eu fazia. Depois colocou as mãos na minha cabeça e fez pressão da minha cabeça no pau dele.
Eu me ajoelhei e comecei a fazer uma espanhola pra ele. Ele fazia um vai e vem com o pau no meio dos meus seios. Eu passava a língua na cabecinha do pau dele.
Nós dois já estávamos bem excitados. Ele me colocou de quatro e começou a passar a cabeça do pau dele na minha buceta. Ele roçava e eu queria sentir o pau dele todo dentro de mim.
Manuela: Me fode logo.
Ele me ouviu e enfiou o pau dele de uma vez em mim. Eu gemi meio alto e ele colocou as mãos na minha bunda. Começou a movimentar o quadril e me fez enlouquecer.
Ele levou uma das mãos pros meus cabelos, enrolou o mesmo na mão e puxou. Fez o meu rosto inclinar e me deu um beijo meio de lado. Ele soltava gemidos roucos e metia com mais força.
Ele me puxou e me fez ficar de joelhos na cama. Continuou metendo e começou a dar beijinhos no meu ombro. Colocou a boca na minha orelha e sussurrou:
Guilherme: Vou gozar.
Eu sorri e tirei o pau dele da minha buceta. Eu fiz com que ele deitasse. Segurei o pau dele e fui sentando no mesmo. Enfiei o pau dele todo na minha buceta. Ele me olhava com tesão e eu sorria maliciosamente. Eu rebolava gostoso e ele colocou as mãos no meu seio. Apertava e puxava de leve. Ele finalmente gozou e eu não aguentei. Gozei junto com ele.
Deitei ao lado dele e eu podia ouvir a respiração ofegante dele.
Guilherme: Te amo. – Eu sorri ao ouvi-lo. Enchi ele de selinhos e ele me abraçou.
Ficamos assim um tempinho e depois eu fui pro meu quarto. 
Estava quase na hora de irmos pra boate. Eu me arrumei e a Helen nos levou. Como sempre, fiz mais programas do que as meninas. Elas nem reclamavam mais disso. Quer dizer, todas, menos a Lua não reclamam disso. Ela queria mais clientes e a Helen sempre respondia a mesma coisa: "Conquiste-os".
Logo nós voltamos pra casa e eu capotei. Dormi até a hora de irmos pro colégio.
Flávia estava se arrumando e eu fui pro chuveiro. Tomei um banho e coloquei o uniforme. Depois nós descemos. Eu ia perguntar a Bruna onde ela tinha se metido ontem, mas achei melhor questiona-la disso em particular.
Manuela: Bom dia, meninas.
Guilherme: Virei uma menina agora? – Ele riu, eu passei por ele e dei um selinho.
Flávia: Só falta agendar a mudança de sexo.
Guilherme: Vai te catar. – Ele disse sério e nós rimos. Peguei pão e leite.
Nós comemos e depois fomos pro colégio. A Bruna estava estranha. Não falou muito e eu não forcei. Ninguém forçou. A Lua chegou no colégio e foi logo atrás do Samuka. Não demorou nada e a Bruna foi atrás. Eu fiquei desconfiada, mas fiquei na minha.
Vi os três saindo do colégio e não resisti. O sinal pra primeira aula já tinha tocado, convenci o Guilherme de que eu precisava muito usar o banheiro pra ele não desconfiar de nada. Conferi que eles foram pras salas e eu saí da escola. Apertei o passo e alcancei os três.
Fui andando atrás deles discretamente. O lugar era meio longe do colégio e mais próximo da casa da Helen. Finalmente eles chegaram. Eu fiquei escondida atrás de um carro velho que estava estacionado. 
Samuel cumprimentou uns caras que estavam fumando. Eles estavam mal vestidos e o cheiro de droga era perceptível de longe. Me deu náuseas. Eu não estava escondida tão longe, podia ouvir tudo que eles falavam. 
Lua: Qual vai ser a de hoje? Quero algo mais forte.
Samuka: A novinha já quer da pesada? Calma lá. Tu vai viciar rápido assim.
Lua: Como se você se importasse...
Samuka: Realmente, não me importo. – Ele riu, passou a mão na cintura dela e tentou beija-la, mas ela virou e ele beijou o pescoço dela.
Bruna: Quero um de sempre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário