domingo, 20 de dezembro de 2015

16
Eu não estava afim de ir. Queria ficar com o Guilherme o resto do dia.
Guilherme: Vamos, amor!? – Ele me olhou com aquela carinha. Foi irresistível. Eu assenti com a cabeça e ele me puxou.
Arrastei Flávia e Felipe pra jogaram também. Nós entramos no quarto. Lua e Gabriel entraram atrás da gente. Formamos um círculo bem grande e Samuka rodou a garrafa e na primeira rodada Jack perguntava pra Isabela.
Isabela: Eu quero desafio.
Jack: Masturba o Samuka.
O negócio começou intenso. Eles não estavam brincando quando falaram que não ia ser coisa pra criança. Samuka tirou a própria calça junto com a cueca, Isabela sentou-se ao seu lado e começou a masturba-lo. Não demorou nada e o pau dele estava totalmente duro.
Jack: Chega. – Samuka olhou meio bravo pra ela. – Não é pra fazê-lo gozar.
Bruna olhava triste pro Samuka. Mas foi a unica reação dela. Olhar. Queria que ela tomasse alguma atitude. Fizesse alguma coisa. Mas não fez absolutamente nada. Só olhou.
Segunda rodada. Felipe perguntava e Gabriel respondia. Gabriel escolheu desafio.
Felipe: Dá um beijo na Lua. – Felipe era dos meus.
Ele estava sentado do lado da Lua, virou-se de frente pra ela e sorriu. Ela estava toda alegre. Ele olhou pra mim antes de beija-la. Guilherme percebeu o olhar e me abraçou. Lua e Gabriel começaram a se beijar. Ela puxou-o e eles deitaram no chão.
Felipe: O sexo vocês deixam pra um lugar mais privê. – Todo mundo riu. Eles pararam de beijar e voltaram a sentar-se em seus lugares.
Samuka: Eu desafio todos vocês a virarem doses de tequila. Pra dar uma animada nisso aqui.
Todo mundo topou e ele trouxe a tequila junto com um copinho. Ele deu a dose um a um e chacoalhava a cabeça da pessoa depois que ela tomava a dose. Quem quis, ele deu uma segunda dose. Eu topei. Fiquei muito sonsa e bêbada com as duas doses. Era meio fraca pra bebida.
Guilherme: Chega, Manu. – Eu não deixei ele continuar. Coloquei a mão na boca dele e depois, o beijei. Paramos de nos beijar como Samuka pigarreou.
O jogo continuou. Terceira rodada. Lua perguntava pra Amanda.
Amanda: Desafio.
Lua: Hm... – Ela pensou um pouco. – Te desafio a falar o motivo de tu não gostar de Manu e depois, fazer algo que você sempre quis fazer nela. – Por que me envolver? O que eu tinha a ver com isso? Eu estava bêbada e fiz uma cara emburrada pra Lua.
Amanda: Não gostar? Da Manu? – Ela estava pior do que eu. Muito mais bêbada. Ela aproximou-se de mim. – Eu amo a Manuela. Eu te amo, Manuela. – Ela me olhou. Tudo girava e eu enxerguei duas dela na minha frente.
Manuela: Pirou?
Amanda: To pirada pra você. Foda-se tudo. Eu vou falar a real. Eu sou lésbica. Eu amo a Manuela. Sempre amei. Desde a primeira vez que a vi. Ela é linda e é incrível. Eu to apaixonada. Manu, te tratava mal porque eu não sabia como lhe dar os meus sentimentos. Era confuso pra mim. O único jeito que eu encontrei de me aproximar de você, foi pedindo ajuda com o Guilherme. Mas eu não gosto dele. Eu gosto de você.
Todo mundo parecia chocado. Eu fiquei chocada.
fiquei sem reação. Olhava meio chocada pra ela. Ela chegou perto de mim. Muito perto. Parecia que ia me beijar. Minha cabeça girava mais do que antes.
Guilherme: Amanda, véi, não sei se é brincadeira ou não, mas vai pro teu lugar. Tu não vai beijar a Manu.
Ela olhou brava pra ele, ele me puxou e me abraçou apertado. Eu achei fofo e sorri. Ela saiu da sala pisando duro.
Samuka: Isso sim que é revelação. – Todo mundo riu. Guilherme me abraçava. Eu dei um selinho nele e o jogo continuou.
Próxima rodada. Henrique perguntava e eu respondia. Não queria fazer nenhum desafio, por isso, perdi verdade.
Henrique: Pensei que você fosse mais corajosa. – Mostrei o dedo do meio pra ele. – É verdade que você vai me beijar hoje? – Olhei estranhamente pra ele. Porra! Tinha esquecido que ele me pediu um beijo. Droga!
Manuela: Claro que não. Ta louco?
Henrique: Não foi o que tu me disse na escola.
Guilherme: O que ele quis dizer com isso, Manuela? – Ele me fitava. Eu fiquei nervosa. A bebida não ajudou muito.
Manuela: Ele é louco. Eu jamais beijaria ele.
Henrique: Não mente, Manuzinha. Tu disse que queria me beijar. – Canalha!
Manuela: Para de mentir, Henrique.
Samuka: Po, vamos ajeitar isso. Manuela, por que tu não beija ele agora?
Guilherme: Só se quiser sair com a cara deformada daqui.
Samuka: Sem draminha, Guilherme. Vocês entraram no jogo, agora aguentem.
Manuela: Isso não faz parte do jogo. Eu pedi verdade, não desafio. Já respondi o que me perguntaram. Passa pra próxima rodada.
Samuka: Sem drama tu também, Manuela. Bora continuar essa merda.
Na rodada seguinte caiu em Regina perguntar pra Bruna.
Bruna: Desafio.
Regina: Mostra tuas agulhas com droga dentro.
O clima esquentou. Bruna olhou sério pra ela e depois olhou inconformada.
Manuela: Tu é muito baixa mesmo.
Guilherme: Não se mete. – Ele me puxou mais pra perto dele e disse baixinho só pra que eu ouvisse.
Regina: Então, Surfista, mostra aí.
Bruna: Eu vou mostrar um murro na sua cara, cadela. – Eu levantou e correu na direção da Regina.
Elas começaram a se bater. Bruna subiu em cima da Regina e batia nela. Todos olhavam a briga, mas ninguém fez nada. Regina virou a Bruna de posição e ficou por cima dela. Começou a bater sem dó. Parecia que a Bruna perdeu as forças dela e deixou a Regina bater ainda mais.
Eu não me controlei. Mesmo meio bêbada, eu me levantei e tirei a Regina de cima da Bruna.
Manuela: Não se mete com ela. – Regina estava toda descabelada e arranhada. Ela chamou a Isabela e elas saíram do quarto.
Henrique: Manu, tu não podia ter acabado com isso. Ia ser demais.
Ignorei ele e ajudei a Bruna levantar. Levei-a pro banheiro com a ajuda do Guilherme.
Manuela: Tu ta legal?
Bruna: Por que você se preocupa tanto comigo? – Ela me olhava.
Manuela: Não sei te responder isso.
Bruna: Obrigada. – Ela me abraçou. Começou a chorar em seguida.
Manuela: Ei, ei... Não chora. Não chora. Eu to aqui. Vou te ajudar. Se tu quiser ajuda, eu vou ajudar.
Bruna: Eu quero ajuda. – Ela dizia entre soluços. – Ma-mas ta difícil.
Manuela: Calma! Calma! A gente vai resolver. Eu vou te ajudar. 
Ela chorava feito uma criança. Fiquei um tempo tentando acalma-la e depois ela me deixou pra deixa-la sozinha.
Guilherme ficou esperando a gente no lado de fora do banheiro e quando eu sai ele me puxou pra um canto mais reservado.
Guilherme: Aquela história do Henrique querer um beijo teu ta mal contada.
Manuela: Ah, não... Sério!? – Olhei meio decepcionada pra ele. Coloquei as duas mãos no rosto dele e o encarei. – Eu amo você, Guilherme. Eu pedi a ajuda dele e ele me disse que em troca, queria me beijar. Mas eu jamais faria isso com você. E outra, não precisei da ajuda dele. Não devo nada pra ele.
Guilherme: Po, fiquei bolado. – Eu sorri e dei vários beijos pelo rosto dele.
Manuela: Não sacou que eu quero só você?
Guilherme: Tu podia ser menos bonita, gostosa e desejável, né!?
Manuela: Aí você não ia me querer.
Guilherme: Ia te querer de qualquer jeito.
Manuela: Te amo. – Nos beijamos. Um beijo calmo e com carinho.
Guilherme e eu voltamos pro jogo. Nos informamos sobre o que já tinha rolado. Isabela já tinha beijado o Henrique e uma menina do primeiro ano tinha pego nos peitos da Jack. Uns estranhos também fizeram alguns desafios.
Na rodada seguinte caiu em Flávia perguntar e eu responder.
Manuela: Quero desafio. Pega leve, amiga. – Eu ri e ela também.
Samuka: Nada de pegar leve só porque são amiguinhas. Isso não é jogo pra criancinhas, já avisei.
Flávia: Ta bom, chato. – Ela olhou pra mim depois que respondeu o Samuel. – Amiga, tu vai ter que dançar no colo do Guilherme. Deixa-lo louquinho.
Manuela: Que fácil, amiga. – Nós rimos e Guilherme me olhou com um sorriso sacana. Ele tinha gostado da ideia.
Samuka pegou uma cadeira e Guilherme sentou. Isabela e Regina voltaram pro quarto naquele instante. Sentaram-se em seus lugares. Eu dei um beijo em Guilherme e sentei de costas no colo dele. Empinei bem a bunda e comecei a dançar. Ele colocou a mão na minha cintura e me direcionava pra onde dava mais tesão nele. Aquilo foi ótimo. Senti o pau dele começando a ficar duro. Eu rebolei com mais força e vontade. Ele inclinou a cabeça e sorriu.
Samuka: O nome disso é sorte, minha gente. – Os meninos presentes riram.
Flávia: Pode parar já, viu, amiga!? Deixa o Guilherme passando vontade. – Eu sai do colo dele. Virei de frente pra ele e inclinei o corpo. Dei um beijo nele e apertei o pau dele por cima da calça.
Manuela: Depois dou um jeito nisso. – Ele sorriu e fez uma carinha triste por eu tê-lo deixado naquele estado.
Guilherme: Obrigado, Flávia. – Falou ironicamente. Ele levantou-se e o volume na calça era aparente. Todos riram, menos ele.
Nós nos sentamos nos nossos lugares e o jogo continuou. Samuka perguntava e Isabela respondia.
Isabela: Desafio.
Samuka: Chega na Manu e diz tudo, porque tanta rixa com ela.
Isabela: Com prazer. – Ela veio na minha frente, eu me levantei e nós ficamos cara a cara.
Samuka: Desembucha, Isabela. – Ele parecia ansioso.
Isabela: Eu te acho incrivelmente vadia. Das bem baratas ainda. Não fui com a tua cara desde o primeiro dia que tu pisou nessa escola. Eu odeio a forma com que todo mundo puxa o seu caso. Odeio o fato de você ser amada por todos. Todos "admiram" o que você faz, como se você fosse digna de admiração. Você é só mais uma que acha que é alguma coisa. Mas é só uma pobre coitada querendo atenção. – Eu não interrompi-a. Deixei-a falar. – Eu tenho nojo de você. Tenho dó do Guilherme por gostar de uma guria como você. Você não merece que ninguém te ame. Você não é digna disso. Fico impressionada com a capacidade que você tem de ser tão dissimulada. Além de ter dó do Guilherme, tenho dó do Gabriel. Ele não merece gostar de alguém como você. É, pois é, ele gosta de você. Quem é que não sabe? Até a pobrezinha da Lua sabe. Ela finge que não sabe, mas sabe. Ele é louco por você. E é isso que eu tenho mais ódio. Como alguém consegue te amar? Você é o que? Mais um rostinho bonitinho?
Henrique: Não só o rostinho. O corpinho inteiro.
Isabela: Cala essa boca. – Ela não virou o rosto pra responde-lo. Continuou olhando pra mim. – Você acha que engana quem? Nem a si mesma. E não venha querer se fazer de superior pra mim. Eu vejo no teu olhar o medo, a desilusão. Você não é perfeita como todo mundo pensa. É mais uma garotinha com medo. Uma garotinha que chegou na hora errada no colégio errado. Isso aqui não é seu reinado. Nunca vai ser.
Samuka: Conta pra ela porque você fez ela quebrar o pé, já que está jogando tudo na lata.
Isabela: É isso aí. – Ela disse orgulhosa. – Eu te fiz quebrar o pé. Queria que tivesse consequência maiores, mas infelizmente, foi só uma quebradinha. – Vagabunda. Piranha. Vaca. Pensei todos os xingamentos do mundo. Ela continuou: – Mas aí, como sempre, você teve ajuda de todos. Todos te paparicando e querendo te ajudar. Até o Gabriel. O Gabriel era pra ser meu. Meu. Mas aí você apareceu. Toda perfeitinha. Pena que eu vejo quem você realmente é. Você não me engana. Os outros caem fácil no seu teatrinho. Mas olha aí. Tu é fraca. O medo nos teus olhos estão tão aparentes que chega até dar dó, sabia!? – Ela foi irônica. Eu engoli a seco. Já não estava mais aguentando ficar quieta. As palavras dela mexeram comigo de alguma forma. Me deu vontade de chorar, mas eu segurei o máximo que pude. – Você é mais uma que eu vou pegar. – Ela levantou a mão e fingiu colocar algo na mão, mas não tinha nada. Fechou a mesma com força. – Mais uma que eu vou esmagar. – Ela apertou a mão que estava fechada. Parecia que ela ia me dar um murro na posição que estava. – E depois, vou mandar direto pro lugarzinho de onde você veio. – Ela abriu a mão e olhou pro chão, como se tivesse deixado algo cair no chão. – Pum! Caiu. – Ela sorriu satisfeita.
Manuela: Belo teatro. Acabou? – Eu olhei-a com ódio. Minha maior vontade era voar no pescoço dela e enforca-la. Fazê-la engolir tudo o que tinha me dito.
Isabela: Acabei de falar. Só falta acabar com você.
Manuela: Boa sorte. Vai ter um trabalho enorme. – Eu sorri ironicamente. Todos nos olhavam e esperavam que nós brigássemos. Eu achei que ela fosse me bateu, mas ela não fez nada.
Eu ia soca-la até deixa-la deformada, mas minha vingança ia ser diferente. Algo que ia feri-la sentimentalmente falando.
Samuka: Podem brigar, se quiserem.
Guilherme: Cala a boca, véi.
Bruna voltou pro jogo. O braço estava roxo. Eu olhei decepcionada pra ela. Ela tinha acabado de me pedir ajuda e se drogou de novo.
Samuka deu mais duas doses de tequila pra cada um. Foi o ápice pra mim. Eu estava totalmente animada. Guilherme estava meio sóbrio, só ria por qualquer bobagem. Flávia estava louca de tão bêbada. Os outros também.
Mais uma rodada. Henrique perguntava pra Flávia.
Flávia: Eu quero desafio. Desafio-o-o. – Ela estava totalmente bêbada.
Henrique: Paga um boquete pro Felipe.
Flávia: Porra, ele é meu namorado. Você acha que a gente faz o que juntos? Joga peteca? – Ela arrancou risos de todos.
Henrique: Ô, bêbada, sabemos o que vocês fazem em quatro paredes. Mas queremos ver.
Manuela: Tu é muito tarado.
Samuka: Aprendeu com o melhor.
Manuela: Belo ensinamento.
Felipe ficou de pé e tirou a calça junto com a cueca. Flávia ajoelhou-se na frente dele. Ela segurou no pau dele e passou a língua na cabeça do pau do Felipe.
Ela dava linguadas por toda a extensão do pau dele. Ele mordeu o lábio inferior e colocou uma mão no meio dos cabelos da Flávia. Ela olhava pra ele e enfiou o pau dele inteiro na boca. Fez garganta profunda e tudo mais.
Deixou ele louco e chupou-o até ele gozar. Ele gozou na boca dela e depois eles se beijaram. Ela ria que nem idiota.
Manuela: Gostosa!
Guilherme: Fica quieta, Manu. – Fiz uma cara brava pra ela e ele me abraçou.
Samuka: Po, que delicia.
Manuela: Segura o tesão aí, Samuka. E cuidado, ejaculação precoce é perigoso. Procura um médico.
Samuka: Cala a boca, Manuela.
Guilherme: Eu avisei pra ficar quieta. – Eu sai do abraço do Guilherme e me sentei dois centímetros afastada dele. Cruzei os braços.
O jogo continuou. Regina perguntou pra mim.
Manuela: Desafio.
Regina: Beija o Gabriel.
Guilherme: Vai te fuder, Regina. Ela não vai beijar ele.
Regina: Vai sim. Ela quis participar do jogo e vai ter que beijar.
Samuka: Regras do jogo, meu amigo. – Ele estava bem alterado também.
Manuela: Amor. – Eu segurei o rosto dele. Via tudo embaçado. Ele segurou os meus pulsos e me olhou meio triste.
Guilherme: Não vai. – Ele disse baixinho e eu beijei-o.
Manuela: Não posso beijar o Gabriel. Inventa outra coisa.
Samuka: Ta afim de pagar o castigo? Vai ser pior.
Gabriel: Me beijar é tão ruim assim?
Manuela: Não! – Eu falei alto. – Não é isso. Não é isso. – Eu estava bêbada. Mal sabia o que falava.
Regina: Tu escolhe o castigo ou eu, Samuel?
Samuka: Eu. – Ele pensou um pouco. – Paga um boquete pro Henrique.
Manuela: Não! – Eu disse brava. – Não vou fazer isso.
Guilherme: Não da pra inventar algo normal? Que merda!
Samuka: Que caralho! – Ele disse irritado. – Beija a Flávia então.
Felipe: De novo essa história de fazer vocês duas se beijarem... – Ele disse pra Flávia, mas todo mundo ouviu.
Manuela: Isso eu faço. – Eu dava risada feito retardada. – Pode, amor? – Falei pro Guilherme. Ele parecia emburrado, mas assentiu com a cabeça.
Flávia estava distante de mim na roda. Eu fiquei de quatro e engatinhei até ela.
Samuka: Muita tentação pra uma guria só.
Henrique: Gostosa! Delícia! 
Guilherme: Porra, Manu! – Ele disse bravo. Eu virei pra trás e mandei um beijo pra ele.
Cheguei até a Flávia e me ajoelhei na frente dela.
Manuela: Oi, amiga. – Eu disse alto e totalmente descompassado. Bem bêbada mesmo.
Flávia: Oi, Manuuuuu. – Ela alongou o "u".
Manuela: A senhorita me permite beija-la? – Nós ríamos.
Flávia: Você tem dúvidas?
Eu dei risada e coloquei os braços em volta do pescoço dela. Passei a língua na boca dela e ela sorriu. Ela colocou as mãos na minha cintura e eu comecei a beija-la.
A atenção estava voltada pra nós. Não tinha ninguém que não estava olhando pra nós naquele quarto.
Eu beijava-a com vontade. Cambaleei e quase caí, mas ela apertou a minha cintura e me manteve ajoelhada. Eu explorei toda a boca dela e ela entrelaçava a língua na minha.
Eu fazia carinho na nuca dela enquanto nos beijávamos. Acabei o beijo com um selinho e fiquei rindo pra ela.
Manuela: Ah, que nojo. Só agora eu saquei que peguei porra do Felipe. – Todo mundo se matou de rir. Eu limpava a boca, como se fosse resolver muita coisa. Voltei pro meu lugar andando e sentei ao lado do Guilherme. Fui pra beija-lo e ele desviou.
Guilherme: Te amo, mas não vou pegar porra do meu amigo e baba da Flávia. – Eu estava bêbada demais pra ficar brava por isso.
Manuela: Chega desse jogo. Eu quero dançar. – Disse já me levantando e puxando o Guilherme.
Flávia: Eu cansei também. Vamos dançar, amiga.
Bruna: Eu vou com vocês.
Manuela: Vamos. – Eu disse animada.
Nós saímos do quarto e fomos pra pista de dança. Estava tocando funk. Eu dancei até o chão. Guilherme não saiu de trás de mim. Eu rebolava no pau dele e nós nos beijávamos com vontade durante as músicas.
Flávia e Bruna vieram dançar comigo e eu deixei o Guilherme conversando com o Felipe.
Nós rebolávamos até o chão e tirávamos os olhares de todos os caras da festa. Bebíamos ainda mais e estávamos bem loucas. Jack se juntou com a gente pra dançar. 
Flávia: Amo vocêeees. – Ela entrelaçou os braços no meu pescoço e no pescoço da Bruna.
Dançávamos assim. Guilherme me olhava de longe. Olhei de longe e vi Lua e Gabriel ficando. Sorri ao vê-los. Pelo menos alguém tinha se dado bem na festa.
Começou a tocar pop e a Bruna desapareceu.
Manuela: Cadê a Bruna?
Flávia: Ela foi por ali. – Ela apontou o lugar e eu segui. Guilherme veio atrás de mim.
Vi a Bruna e o Samuka atrás da casa. Ele estava injetando uma agulha no braço dela. Eu cheguei perto dela. Cambaleava por causa da bebida. Eu estava com tanta raiva do Samuel que ignorei os efeitos do álcool em mim.
Puxei a injeção do braço da Bruna e joguei longe.
Samuka: Que porra é essa, Manuela?
Manuela: Como tu consegue ter tão canalha? – Guilherme estava do meu lado, me segurando pra que eu não caísse. – Ela ta grávida e você ta dando droga pra ela? Cara, qual é o seu problema?
Samuka: Eu não to forçando ela a nada. Ela quer.
Manuela: Você vai ver... – Eu não completei. Minha raiva era tanta que a unica coisa que me veio a cabeça foi bater nele. Eu segurei-o pelos cabelos e comecei a dar chutes nele.
Batia e dava socos. Ele tentava desviar. Guilherme me segurou, me impedindo de bater mais nele.
Guilherme: Sai daqui, cara. Ela vai acabar com a tua raça. Anda, saí. – Ele disse rude.
Samuka: Vocês me pegam. – Ele saiu correndo depois que pegou a mochila dele. Devia estar cheia de drogas.
Bruna: Manu... –Ela começou a chorar. Eu puxei-a pra mim e abracei-a.
Manuela: Calma, calma. Vai ficar tudo bem. Calma.
Dei água pra ela e ela chorou por mais de meia hora. Já estava escurecendo e tinha uns 10 bêbados vomitando na chácara. Eu ainda estava sonsa, mas não estava com vontade de vomitar.
A Bruna caiu no sono e eu tranquei o quarto onde ela dormiu.
Voltamos pra festa e eu não estava mais no clima. Precisa de mais álcool.
Guilherme: Tu não vai beber mais, Manu.
Manuela: Vou sim. – Ele segurou o meu pulso, mas eu me soltei. Peguei mais vodka e fui dançar com a Flávia no meio da pista. Guilherme não vaio atrás de mim. Ficou encostado em um pilar me olhando.
A festa estava perto do fim. Todo mundo já tinha ido. Sobraram poucas pessoas na chácara. O DJ parou de tocar e todo mundo foi embora. Eu sentei exausta em uma cadeira.
Parecia que alguém estava balançando a minha cabeça. Tudo girava. Inclusive o meu estômago. Eu corri pro banheiro e por sorte, deu tempo de eu chegar até a privada e vomitar. Guilherme veio atrás de mim. Parou na frente da porta do banheiro e ficou me olhando.
Guilherme: O que foi que eu te disse?
Manuela: Se disser "eu te avisei", eu juro que te arranco tuas bolas com as minhas próprias mãos. – Ele riu e me ajudou.
Parecia que eu ia vomitar minhas tripas. Mas finalmente vomitei tudo. Eu lavei a boca e saí do banheiro com o Guilherme.
Gabriel: Cadê a Bruna?
Manuela: Ta dormindo lá no quarto.
Gabriel: Qual quarto?
Manuela: Lá do fundo.
Gabriel: Eu acabei de sair de lá. Estava trancado e não tinha ninguém lá dentro. Destranquei pra pegar outra roupa pra mim.
Manuela: Eu tranquei porque justamente ela estava dormindo. – Comecei a ficar preocupada. – Onde essa menina se meteu?
Flávia: Gente! –Ela gritou do fundo da casa. Nós corremos pra lá.
A Bruna estava jogada no chão. Guilherme, Felipe e Gabriel correm pega-la. Levaram-na pro quarto. Eu não sabia o que fazer.
Manuela: Ela vai me matar, mas eu vou procurar um médico.
Lua: Prepare-se pra morte. Porque ela vai te matar mesmo.
Manuela: Ela faz o que quiser depois. Mas eu quero vê-la bem. Só um médico vai ajuda-la.
Foi o que eu fiz. Liguei pra um médico e ele nos mandou leva-la no consultório dele.
Não encontramos a Amanda em lugar nenhum. Ela tinha desaparecido com o carro. Guilherme chamou dois taxis e nós nos dividimos neles. Fomos até o consultório do doutor e só Guilherme e eu entramos com a Bruna.
As enfermeiras dele colocaram a Bruna em uma maca. Eu estava nervosa. Guilherme percebeu e segurou a minha mão.
Guilherme: Calma. – Eu assenti com a cabeça.
O doutor veio nos atender. Olhou a Bruna e começou a fazer perguntas.
Luiz: Faz quanto tempo que a encontraram desmaiada?
Manuela: Uns 15 minutos. Mas ela devia estar desmaiada antes.
Luiz: Certo. Ela ingeriu álcool ou semelhante?
Guilherme: Provavelmente. Álcool é certeza.
Manuela: Ela usou droga injetável. Só não sei qual.
Luiz: Certo. – Ele terminou de examina-la e sentou-se de frente pra nós. – De imediato, vou coloca-la no soro. Vocês sabem se ela é alérgica a algum remédio?
Manuela: Não. Doutor, ela está grávida.
Luiz: Já percebi isto. Fique tranquila. Vou medica-la adequadamente. Se puderem, esperem na sala com os outros. Vou fazer uma série de exames nela. Ela precisa de cuidados mais avançados. Depois a encaminharei pra um hospital. Vou acompanha-la lá.
Assentimos com a cabeça e saímos do consultório. Fomos pra sala de espera.
Lua: Como ela está? – Ela disse preocupada.
Manuela: A mesma coisa ainda. O médico vai fazer uns exames.
O doutor terminou os exames e encaminho a Bruna pro hospital. Eu passei a noite com ela. Quando era de manhã, ela ma chamou.
Bruna: Manu... – Eu acordei. Estava dormindo em uma cadeira dura do hospital, ao lado da cama dela.
Manuela: Oi, Bruna. Precisa de alguma coisa?
Bruna: Tu passou a noite aí?
Manuela: É... Mas não importa. Tu ta bem?
Bruna: O que o médico disse?
Manuela: Nada ainda. Faltam alguns exames ficarem prontos. Ele não quis adiantar nada.
Bruna: Droga.
Manuela: Fica calma. Vai dar tudo certo.
Bruna: Assim espero.
A enfermeira apareceu e deu comida pra ela. Eu voltei pra casa assim que a Lua ficou no meu lugar.
Estava cansada e passei o resto da tarde dormindo. Helen me acordou na hora de ir pra boate. Jack tinha ficado com a Bruna. Helen não gostou muito dessa história. Nós impedimos-a de ver a Bruna. Ela mataria a Bruna se soubesse das drogas e da gravidez. Inventamos qualquer besteira que vez Helen não se interessar por ajudar a Bruna. Foi melhor assim.
Nós fomos pra boate e eu fiz uma boa quantia de programas. Cheguei em casa morta e só queria ver o Guilherme. Entrei no quarto dele e ele não estava lá.
Já era bem tarde. Eu estanhei a ausência dele, mas estava tão cansada que deitei-me na cama dele e dormi ali mesmo. Tive a impressão de ver alguém entrar no quarto no meio da noite, mas voltei a dormir. Acordei no outro dia com o Guilherme me dando um beijo.
Manuela: Que jeito gostoso de ser acordada. – Ele estava em cima de mim, eu coloquei as mãos no rosto dele e ele me beijou mais uma vez. Terminei o beijo em um selinho. – Onde é que tu se meteu ontem a noite?
Guilherme: E-eu? Nenhum lugar. – Ele pareceu meio estranho.
Manuela: Tem certeza? – Ele me olhou e deitou-se do meu lado.
Guilherme: Claro que tenho, amor. Eu tava no banheiro, por isso tu não me viu. Vim pra cama no meio da noite e dormi aqui contigo.
Manuela: Eu ouvi alguém bater a porta depois de entrar...
Guilherme: Como isso, Manu? Eu estava aqui o tempo todo. – Ele me olhou. Falou sério.
Manuela: Sei não... Mas ta. Tu sabe da Bruna?
Guilherme: Não. Não sai do quarto ainda. 
Manuela: Vou ver as meninas sabem. – Dei um selinho nele e sai do quarto com cuidado. Fui pro meu quarto e a Flávia estava se arrumando pra ir pro colégio. – E a Bruna?
Flávia: A Jack acabou de voltar do hospital. Lua trocou de lugar com ela. Bruna pediu pra tu ir lá a tarde, porque o médico vai dar o resultado dos exames. Ela quer tu lá.
Manuela: Obrigada por avisar, amiga.
Nós nos arrumamos e fomos pro colégio. Eu passei a manhã toda preocupada com a Bruna. Vi a Isabela se esfregando no Samuka. Gabriel estava meio cabisbaixo.
Guilherme fazia questão de me beijar cada vez que ele olhava pra mim. Achei desnecessário, mas não contrariei. Não estava no clima pra começar uma briga com ele. Na verdade, eu não estava no clima pra nada. Mal prestei atenção na aula.
Felipe e Flávia estavam num clima meio estranho, mas eu não perguntei nada a ela. Ela parecia meio emburrada.
Nós voltamos pra casa, eu engoli alguma coisa só pro meu estomago não ficar vazio e fui pro hospital.
Lua estava lá ainda.
Manuela: Como ela está? – Bruna estava dormindo.
Lua: Com medo.
Manuela: Ela já te contou?
Lua: Da gravidez? Todas as meninas já sabem lá em casa. Acho que todo mundo da escola desconfia também. Samuel espalhou.
Manuela: Ele é um canalha. Eu tenho vontade de acabar com a raça dele.
Lua: Somos duas.
A Bruna acordou e logo o doutor chegou com os resultados dos exames.
Luiz: Boa tarde, senhoritas.
Manuela: Boa tarde.
Lua: Boa tarde, doutor. E o resultado?
Luiz: Muita calma. Eu preciso de uma maior pra acompanhar a amostra desses exames.
Lua: Eu tenho 18 anos. Posso me responsabilizar por isso.
Luiz: Tudo bem. Vamos até a sala ao lado. Traga seu documento de identidade, por favor. – Ele caminhou e saiu do quarto.
Bruna: Eu não vou poder ir junto? Sou a mais interessada. Qual o problema dele? Eu quero saber esses resultados. Por favor, Manu.
Manuela: Depois a gente vem e te conta tudo.
Lua: A gente? – Ela ergueu uma sobrancelha.
Manuela: Posso ir com você?
Lua: Ta. Vamos logo.
Ela não pareceu muito contente com o meu pedido, mas eu fui com ela. Nós entramos na sala e o doutor apontou a cadeira, para que sentássemos. Foi o que fizemos. A Lua teve que assinar milhões de papéis antes que o doutor mostrasse os resultados dos exames.
Eu estava apreensiva, queria saber logo o que estava escrito naqueles papéis.
Luiz: Senhoritas, o que vocês são da paciente em questão?
Lua: Amigas. Mas atualmente, somos a família dela. Longa história. Precisa do histórico familiar dela pra dar esse resultado?
Luiz: Sem ironias e pressa, senhorita. Não preciso do histórico, só queria fazer umas perguntas aos pais dela.
Manuela: Impossível.
Luiz: Tudo bem... Vamos continuar. Ele abriu os papéis que estavam fechados. Uns já haviam sido abertos.
Manuela: Do que se trata tanto exame, doutor?
Luiz: Realizei diversos exames nela. Um deles foi o teste de drogas. Nele é possível detectar a droga e a quantia ingerida pelo paciente em um certo tempo. Detectamos cocaína nesse exame. – Eu fiquei sem reação. Olhava atordoada pra Lua. Nós continuamos ouvindo o médico. – O teste de gravidez deu positivo, como já era esperado, pelo que a senhorita me disse. – Ele direcionou a fala pra mim. – Como a senhorita me disse que ela tinha usado droga injetável, me preocupei com a realização de mais um exame... – Ele fez uma pausa. Pegou o exame e virou de frente para nós. Li no papel "Teste de HIV". Meu coração quase saltou da boca. – Infelizmente, o teste de HIV da senhorita Bruna deu positivo.
Manuela: Meu Deus. Meu Deus. Meu Deus. – Eu coloquei a mão na boca. Estava chocada. Acho que eu nunca tinha recebido uma notícia tão forte em toda a minha vida. Nem a gravidez dela. Meu Deus, é tanta coisa junta que eu não sei qual é pior. 
Eu comecei a chorar, a Lua também. Eu não sabia o que fazer. Eu queria gritar, gritar muito. Mas só consegui chorar. O médico continuou a falar.
Luiz: Eu realmente sinto muito em dar essa notícia a vocês. É realmente uma fatalidade. Ela vai precisar de muita ajuda. Muita. Vai precisar sair das drogas pra, primeiramente, não fazer nenhum mal ao filho que ela está esperando. Farei um exame de ultrassom pra averiguar quais são as condições do bebê. O uso da cocaína pode ter afetado ele. E de formas bem negativas. Torçam pra amiga de vocês conseguir sair desse vício. Caso contrário, ela perderá o bebê ou ele nascerá com muitos problemas.
Manuela: E o HIV?
Luiz: Ela vai precisar tomar antirretroviral pro resto da vida. Isso é certo. Mas, primeiramente, ela terá que fazer um encaminhamento com um infectologista. Ele sim vai ajuda-la com isso.
Manuela: Como se conta pra alguém que a pessoa está com AIDS?
Luiz: Nossos psicólogos podem fazer esse trabalho. Falar isso com calma é sempre uma boa solução.
Manuela: Calma? Ela precisa se cuidar. Não dá pra esperar o psicológico dela estar preparado. Ela nunca vai estar preparada pra isso. Ninguém nunca vai estar preparado pra uma notícia dessas.
Luiz: Fique calma, senhorita. Eu posso dar a notícia ou vocês. Fica a critério de vocês.
Lua: A gente precisa decidir isso logo?
Luiz: O mais rápido possível, ela vai estranhar se encaminha-la pra um infecto.
Manuela: Amanhã nós falaremos com o senhor. Por enquanto, mantenha isso em confidencial.

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