terça-feira, 27 de janeiro de 2015

My first love

Capitulo Especial 5
POV Lua
            Ansiedade era meu nome, antes de abrir o exame já me veio um embrulho no estomago. Um enjoo absurdo devido ao meu nervoso. Corri para o banheiro sem nem mesmo olhar. Enquanto me recuperava ouvir uma batida na porta do consultório, sequei o meu rosto que acabara de lavar e avisei que poderia entrar.
            - Luinha que cara é essa? – Mel me olhava assustada.
            - Cara… Que cara? Nada, não foi nada – tentei parecer o mais normal possível.
            - Amiga, talvez se eu tivesse te conhecido ontem eu acreditaria. Alguma coisa tá acontecendo – Mel me encarava irônica.
            - Alguma coisa que eu comi não me fez bem. Foi só isso. Não precisa se assustar. – falei terminando com uma piada – Se não fosse eu ter certeza da diferença de idade entre você e o seu irmão eu apostaria que eram gêmeos, as mesmas caras, mesmas manias, mesmas suspeitas.
            - Ok, mas eu me preocupo mesmo, além de minha amiga é minha cunhada linda por quem meu irmão seria capaz de morrer. – ela completou sorrindo.
            - Comenta nada com ele não. É capaz de querer me internar. – falei caindo na risada com ela.
            Conversamos mais um pouco, abrir outras abas no computador pra que ela não visualizasse a do laboratório e contava os segundos pra poder ficar sozinha ali. Foi quando ouvimos o bip dela tocando, era algo na emergência, a desejei sorte, e ela logo sumiu pelo corredor do hospital.
            Era agora!
            Ao visualizar aquilo tive um misto de felicidade, ansiedade, realização, emoção, e não sei mais o que era aquilo. Minha vontade era apenas de correr gritando pelos corredores que ia ser mãe, ligar para Arthur e conta-lo logo, mas não. Aquela não era uma noticia pra ser dada dessa forma. Só sentir as lágrimas molhando o meu rosto, lagrimas de felicidade. Não demorei muito pra me recompor, afinal teria que me explicar e não contaria isso pra ninguém por nada.
            Naquele mesmo instante liguei pra casa e pedir pra Lucia, nossa empregada, fazer o prato preferido do Arthur para o jantar, avisei também que assim que tivesse tudo pronto estaria dispensada. Eu precisava fazer uma surpresa pra ele. Assim que acabei meu plantão, corri no shopping que havia no caminho entre o hospital e nossa casa, fui até a primeira lojinha de artigos pra criança que encontrei e queria algo pra poder contar para o Thur. A atendente logo me sugeriu os sapatinhos, achei ótima a ideia, além do mais eu não teria tanto tempo assim pra escolher.
            Cheguei em casa, tomei um banho, verifiquei o jantar, estava tudo certinho. Faltava pouco mais de quinze minutos pras 19:00, horário que ele sempre chegava.
Triste engano, justo hoje ele se atrasou. Passou vinte minutos… Quarenta… 20:30 e nada do Thur chegar. Resolvi ligar pra ele, afinal com tanta violência nos dias de hoje o atraso me deixou preocupada.
            Ao atender o celular vi que estava num lugar com muito barulho, ao perguntar ele me respondeu que estava com meu irmão, o Chay e o Mica comemorando algum contrato que a empresa fechou hoje. Pedi pra que ele voltasse logo pra casa, pois tinha uma surpresa o esperando, e ele me avisou que não demoraria.
            Passou então mais 20 minutos, tempo suficiente do local onde ele disse que estava até minha casa. 22:15 da noite, esse foi o horário que ele resolveu aparecer. Chegou em casa e encontrou todas as luzes apagadas, porem fiz questão de deixar a mesa posta e a pequena caixinha na frente do local que era dele.
            Eu já tinha ido pro quarto, me acabava de chorar. Guardei tanto segredo pra promover a ele a noticia que ele tanto queria e era isso que ganhava, fui trocada por uma comemoração de um contrato da empresa. Eu sei que os hormônios da gravidez já estavam mexendo comigo, e que minha sensibilidade já estava alterada. Mas não me controlava. Ao ver os passos do Thur se aproximando do quarto, só tive a reação de tentar enxugar minhas lagrimas e não parecer tão arrasada quanto estava. Minha vontade era de mata-lo, mas nem isso eu tinha força pra fazer.
            Sentada na minha cama abraçada com os joelhos aonde apoiava o meu rosto eu pude sentir sua presença ao entrar no quarto e apoiar-se com os ombros na porta me encarando. O seu rosto parecia o de um bebê, um sorriso bobo se misturava as lagrimas que escorriam pelo rosto e os olhos, ah os olhos brilhavam como nunca tinha visto antes. Eu não poderia amolecer com isso, não podia.
            - Me perdoa por estragar a melhor surpresa que você poderia fazer por mim? – foi o que ele engasgado conseguiu dizer.


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