sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A caminho do Verão 2

Capitulo 3
Faltava mais ou menos duas semanas para a Páscoa, quando eu estava voltando para casa e encontrei o primo do Arthur sentado no banco em frente ao meu prédio. O garoto apenas me olhou com um sorriso malicioso, mas não fez nada. Nos dias seguintes ele estava la, sempre parado me encarando com aquele sorriso. Não tive coragem de contar nada ao Arthur, não queria que ele achasse que eu estava com paranoia,ou brigasse com o primo.
Na semana seguinte, ele voltou a me encarar, da mesma forma estranha. Até que um dia, acho que na quinta-feira, ele estava me esperando no caminho do curso de Vestibular, numa rua meio deserta que eu passava sempre morrendo de medo.
"Lua, não vai falar comigo?" Pergunta o garoto. "Eu estive esperando você à dez dias…"
"O que você quer?" Pergunto, parando de andar.
"O seu perdão." Ele fala.
Nem respondo. Volto a caminhar pela rua, em direção à minha casa. O garoto então me agarra, coloca-me contra a parede, e com uma das mãos segura-me com força e com a outra tenta abrir a minha boca, enquanto a sua boca silencia a minha com um beijo grotesco.
Sinto-me começar a chorar, a perder às forças e os sentidos, e se não fosse uma voz masculina angelical, que gritou “Larga ela seu idiota!” eu estaria perdida.
"Larga ela seu idiota!" Gritou meu amigo paulistano.
O garoto que me agarrava soltou-me e olhou-me, depois olhou o Rodrigo.
"Posso ver que o Arthur já é passado." Ele fala rindo, e sai andando.
Eu teria respondido à ele, se não estivesse completamente sem forças, com o braço latejando de tanta dor e a boca sangrando (eu estava um caos). Sem falar nada, abracei o Rodrigo, eu precisava me sentir segura nos braços de alguém que realmente gostasse de mim.
Andamos junto até a minha casa, onde eu convidei-o para subir, e depois jantar, coisa que ele disse ser desnecessário. O resto da semana, que antecedia a Páscoa e meu aniversário de namoro, resumiu-se em eu passando o dia todo com o Rodrigo, e as noites esperando o Thur entrar no computador, ou responder aos meus emails.
Comecei a suspeitar que estava sendo traída, afinal o Thur nunca estava online. Apenas no dia do nosso aniversário de namoro foi que eu realmente fiquei chateada. Ele não atendeu meus telefonemas, não respondeu minhas mensagens, e quando liguei para casa dele descobri que havia viajado!
Decidi que não ficaria em casa chorando por ele. já havia sofrido o suficiente. Liguei para a Mari, e avisei à ela que iria à festa com ela e com a Ana. Fui ao salão, fiz uma maquiagem linda, comprei um vestido novo e fui para festa, se o Thur pensava que eu passaria a noite chorando, ele estava muito enganado.

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