terça-feira, 5 de janeiro de 2016

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► Narrado pelo Gabriel.

No começo, foi complicado digerir a ideia de ficar sem a Manuela. Ela me decepcionou muito, mas depois eu vi que era algo que não ia dar certo. São vários os motivos, ela mentiu muito pra mim, me escondeu um monte de coisa e inventou muito mais coisa pra sustentar a mentira inicial. Mas nada disso se compara ao jeito que eu simplesmente abandonei-a. Ela estava grávida de mim e ainda por cima, eu fui culpado pela morte do bebê. Eu sei que ela não me culpava de nada, mas eu me culpava 24 horas por dia disso. Outro motivo que não me ajudava em nada, era saber que ela transou com o meu próprio pai. Era demais pra minha cabeça aquilo. Demais mesmo.

Mais relevante do que tudo isso, era saber que ela não me amava. O que a gente viveu foi muito bacana, mas além de não ter passado de um bando de mentira, ela nunca deixou de amar o Guilherme. Eu sei que ela está insegura sobre voltar com ele, ela mesma me disse isso. Eu confesso que imaginar os dois juntos de novo, me dava um certo embrulho no estômago e uma pontinha de ciúmes, mas depois eu vi que se eu algum dia gostava dela, eu podia só desejar a felicidade dela. E com certeza, a felicidade dela não era comigo.
A Bruna entrou na minha vida de um jeito estranho e também foi complicado pra mim, aceita-la como namorada. Quando rolou o primeiro beijo, eu nem tinha certeza do que estava fazendo. E nem sabia se aquilo era o certo. Com o tempo, ela foi me conquistando. A Alice ajudou bastante nisso. Eu amo aquela garotinha e comecei a amar a Bruna.
Ela era exatamente o que eu precisava. Eu nunca mais deixei-a se aproximar das drogas. Os remédios dela, eu mesmo não deixava ela esquecer de tomar umzinho se quer. A carga viral dela estava diminuindo aos poucos e essa era uma ótima notícia. Quanto a AIDS, no começo foi bem foda me acostumar com a ideia de ter que transar só com camisinha, mas depois eu acabei me acostumando com aquilo. Nem me incomodava mais.
As pessoas me julgavam por estar com ela mesmo ela tendo AIDS e eu tinha vontade de dar um murro na boca de cada um que vinha me falar merda do tipo.
O Samuel visitava, as vezes, a Alice e eu não gostava muito dessas visitas. Ele estava cada vez mais drogado e eu tinha medo do que ele poderia fazer pra Alice. Acabei conseguindo colocar a Alice no meu nome e o Samuel concordou em ver a Alice de 15 em 15 dias. Querendo ou não, ele era pai dela.
Fiquei sabendo que a Isabela estava indo pelo mesmo caminho do Samuel. Se metendo em droga e se perdendo na vida.
Essa noite começava o carnaval e depois do carnaval, as aulas na faculdade começavam. Eu estava bem ansioso. Combinamos todos de irmos pra um bloco de carnaval. Recebemos a camiseta do bloco pra irmos bem no clima. A Bruna e eu fomos direto pro bloco e lá encontramos a Manu, Guilherme, Amanda e a nova namorada, Flávia, Felipe, Jack e o Henrique. Estavam todos bem animados e a gente curtiu muito. Dançamos muito e bebemos bastante também. A Jack e o Henrique não se desgrudaram um minuto. Eles estavam namorando firme mesmo e o Henrique prestou vestibular numa faculdade perto da faculdade da Jack, só pra ficar bem pertinho dela. Vi a Regina com o novo namorado dela por lá. As más línguas dizem que o cara só está com ela por causa do dinheiro, o que eu não duvido muito.

Foram mais três dias de carnaval e eu aproveitei demais junto com os meus amigos. Foi muito bom mesmo. No ultimo dia, estava todo mundo se despedindo do Guilherme, porque ele ia se mudar pro Rio do Janeiro no dia seguinte. Na verdade, eu acho que ele ia pra lá pra fazer a matrícula e ia ficar no apartamento dos pais do Felipe. Depois ia procurar um lugar pra ficar. Não sei se eu acabei entendo isso direito.

► Fim da narração do Gabriel.

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