sábado, 2 de janeiro de 2016

41
Uns dias tinham se passado. O teste de DNA ainda não tinha ficado pronto, que me deixava cada dia mais nervosa e ansiosa. Eu me sentia cada vez mais culpada por mentir pro Gabriel e estava tentando arranjar a oportunidade pra contar toda a verdade pra ele, eu o amava e ele tinha que saber de tudo. E, principalmente, saber por mim.
A Flávia ficou destruída quando ela soube que o Felipe estava com outra. Infelizmente, eu não consegui inventar nada melhor. Ela deu um ataque quando eu contei, surtou e ficou morrendo de ódio do Felipe. Ela chorou por dias, mas depois viu que não valia a pena. Ele não tinha se dado ao trabalho nem de dar notícias, deixou-a morrendo de preocupação, pra no final das contas, estar com outra (pelo menos, era isso que ela imaginava). Ela concluiu que ele não merecia todo aquele sofrimento da parte dela.
Eu levei um baita susto quando a Bruna, grávida e com dificuldades pra andar, apareceu no meu quarto. Eu estava de toalha, porque tinha acabado de tomar banho.
Bruna: Eu queria ser a primeira a te desejar parabéns!
Meu aniversário! Como eu fui e esquecer disso? Era hoje! Ela realmente tinha sido a primeira a lembrar. Abracei-a toda feliz.
Manuela: Ai, que coisa linda. Muito obrigada, Bru. – Logo eu soltei-a, segurei a mão dela e a fiz sentar na minha cama. – Agora senta porque tu não devia nem estar em pé, quanto mais andar até aqui.
Bruna: Você merece um pouquinho de esforço. – Ela entregou uma embalagem não muito grande pra mim. – Parabéns, Manu.
Manuela: Ah, não precisava. – Eu abri o presente e era uma bolsa linda. – Obrigada, amiga. Eu amei! – Abracei ela.
Fiquei conversando um pouquinho com ela e depois eu ajudei-a a voltar pro quarto dela. Nenhuma das meninas me desejou parabéns, nem ao menos a Flávia. Fiquei bem chateada, mas não ia cobrar nada de ninguém. Se nem eu lembrei, imagina elas.
Tinha certeza que o Gabriel ia lembrar, mas ele me ligou e não falou nada. Marcamos de sair a noite, ele ia me levar pra jantar com ele, a gente sempre fazia isso. Achei que ele fosse me levar pra algum lugar especial pra comemorar meu aniversário, mas eu me enganei. Íamos jantar como sempre fazíamos.
Eu recebi umas mensagens de números desconhecidos me desejando parabéns, pessoas que eu nem fazia ideia de quem eram. Pessoas estranhas me falaram parabéns, mas meus amigos e meu namorado não. Fiquei bem triste com isso, mas relevei. Eu tinha 18 anos agora e essa sensação era muito boa.
A Helen ia voltar amanhã, então eu não ia deixar que nada me aborrecesse hoje. Ia curtir até o ultimo minuto do meu dia. Literalmente, meu dia, porque era meu aniversário.
O Gabriel marcou de vir me buscar umas seis horas, eu achei meio cedo o horário, mas não discordei. Eu estava com esse look: http://scontent-a.cdninstagram.com/hphotos-xpf1/t51.2.. Porque o restaurante que iríamos era meio chique e eu tinha que ir mais bem arrumadinha.


O Gabriel estava indo a caminho do restaurante, ele estacionou o carro do nada.
Manuela: O que houve, amor?
Gabriel: Esqueci minha carteira em casa, vou ter que voltar lá pra pegar.
Manuela: Ah, jura?
Gabriel: Vou passar lá rapidinho.
Manuela: Ta bom, amor.
Ele dirigiu até a casa dele, entrou na casa e demorou um tempinho pra voltar com a carteira na mão.
Gabriel: Desculpa a demora, minha mãe não estava muito bem.
Manuela: O que ela tem? – Perguntei preocupada.
Gabriel: Não sei, ela não quis me dizer.
Manuela: Não quer ficar e a gente cuida dela?
Gabriel: Tu se arrumou tão linda assim pra nada? Nem pensar! Nós vamos jantar.
Ele começou a dirigir de novo a caminho do restaurante. Nós chegamos até o mesmo, ele estacionou o carro e nós entramos. O garçom nos levou até uma mesa que o Gabriel tinha reservado. Nós fizemos nosso pedido e conversamos enquanto esperávamos a comida chegar.
Manuela: O que você fez de bom hoje?
Gabriel: Falei com você.
Manuela: Lindo. – Eu sorri toda boba. Como ele podia ser tão fofo assim comigo e esquecer do meu aniversário? Isso é muito injusto. – Ei, tu não ta esquecendo de nada não? – Eu queria muito que ele lembrasse, mas não queria ter que eu mesma falar.
Gabriel: Esquecer? Só esqueci a carteira. – Ele riu. – Mas já peguei. Por que, amor? – Ele perguntou meio sem entender o motivo da pergunta.
Manuela: Ah... – Eu ia contar que era meu aniversário, mas decidi ficar quieta. – Nada. Esquece.
Nós conversamos um tempinho e então a comida chegou. Nós jantamos, pedimos uma sobremesa. Ficamos um bom tempo no restaurante e só então decidimos ir pra outro lugar.
Gabriel: Quer ir pra onde agora, amor? – Ele disse quando nós já estávamos dento do carro.
Manuela: Não sei, escolhe aí, amor.
O celular dele tocou e ele atendeu. Parecia estar falando com a mãe dele e o tom de voz dele mudou, parecia bem preocupado.
Gabriel: Amor, vou precisar voltar pra casa. Eu te deixo na tua casa e vou voar levar minha mãe pro hospital. Ela não ta nada bem.
Manuela: Meu Deus! Eu vou com vocês, não precisa me deixar em casa.
Gabriel: Não dá, amor. Ela está muito mal e não quer te incomodar, ela me pediu pra te deixar em casa antes.
Manuela: Você que sabe então, Biel. – Ele dirigiu até a minha casa e parou o carro na frente da mesma. – Te amo. Me liga pra me contar da tua mãe.
Gabriel: Pode deixar... – Ele fez uma pausa. – Amor, posso entrar só pra ir ao banheiro? To apertado. – Ele riu e eu também.
Manuela: Claro, amor. Vem... – Eu abri a porta do carro e saí. Nós fomos até a frente da minha casa, eu peguei a chave da porta na minha bolsa e abri a mesma devagar.
Quando eu abri, eu tive uma surpresa enorme. Estava todo mundo lá: Flávia, Jack, Amanda e até a Bruna, sentadinha no sofá, mas estava. Até quem eu não gostava, estava lá. Tinha muita gente, muita gente mesmo. Todos gritaram "surpresa" ao me virem entrando com o Gabriel.
Gabriel: Surpresa, amor. – Ele disse me abraçando por trás.
Eu sorria boba com aquilo tudo. Nunca ninguém tinha feito uma festa surpresa pra mim. Apesar de ter gente que eu não suportava, eu sabia que aquilo tudo era pra mim. Aquelas pessoas estavam ali por mim.
Gabriel: Achou mesmo que eu ia esquecer do seu aniversário? – Ele disse no meu ouvido.
Flávia: Parabéns, amiga! – Ela correu me abraçar.
Manuela: Eu não to acreditando ainda.
Bruna: Parabéns, gata! – Ela disse lá do sofá. Mandei um beijo pra ela.
Manuela: Obrigada, lindaaaa.
Eu fui abraçando todo mundo que estava lá. Até que eu não ia muito com a cara, isso incluía a Regina, Isabela e o Samuel. Eles tiveram a cara de pau de aparecer, mas são "arroz de festa" e com certeza, não perderiam um open bar por nada no mundo.
O Gabriel me deu uma corrente de ouro linda com um pingente mais lindo ainda. A Flávia me deu um sapato maravilhoso. Eu não tinha visto o Guilherme na festa ainda, mas disfarcei estar procurando por ele.
Todos começaram a dançar e a beber depois que eu cheguei. Estava conversando com a Bruna, o Gabriel e a Flávia no sofá.
Manuela: Eu jurava que vocês dois tinham esquecido do meu aniversário. Tava super triste já.
Flávia: Disfarçamos bem, né!? Eu tava morrendo de vontade de te dar um super abraço e o teu presente, mas consegui me conter até a noite.
Gabriel: Eu fui um ótimo ator, diz aí, amor... – Ele riu e me deu um selinho.
Manuela: Foi mesmo. A Bruna foi a unica que me deu parabéns, achei que só ela gostava de mim. – Eu dei risada, abracei a Bruna e todos nós rimos.
Bruna: Na verdade, eu fui a única autorizada a te dar parabéns. O Guilherme só deu autorização a mim...
Manuela: Pera aí, o Guilherme? – Eu perguntei com estranheza.
Bruna: É, ué. Ele que preparou essa festa toda.
Manuela: Sério? – Olhei pra Flávia e pro Gabriel sem entender muito bem.
Gabriel: É... – Ele respondeu meio seco.
Flávia: O Guilherme teve a ideia e nós ajudamos com tudo.
Manuela: Me diz quem ficou responsável pela convidados pra eu despedir. – Eles riram ao me ouvir.
Flávia: Era eu, mas aí eu passei pra uma menina do primeiro ano que acabou convidando gente até demais...
Manuela: Te mato. – Eu dei risada. – Gente, vou buscar alguma coisa pra comer, to morrendo de fome.
Flávia: Vai lá...
Eu fui até a cozinha, peguei uns salgadinhos. Na sala tinham uns caras servindo bebida. Quando eu estava voltando pra lá, o Guilherme apareceu na porta da cozinha.
Guilherme: Gostou?
Manuela: Eu amei. Obrigada.
Guilherme: Não fiz nada sozinho.
Manuela: Mas teve a ideia e isso importa pra mim. Obrigada, de verdade. – Eu cheguei perto dele, meio sem jeito, eu dei um abraço dele. Ele correspondeu e apertou meu corpo no dele. 
Guilherme: Tenho uma coisa pra tu. – Eu olhei curiosa, ele pegou atrás da porta um embrulho e me deu. – Abre mais tarde. – Ele disse no meu ouvido, eu sorri e assenti.
Manuela: Obrigada.
Guilherme: Não tem de quê.
Nós voltamos pra sala, ele pegou uma bebida e eu saí de perto dele. O Gabriel estava encostado na parede e a Lua estava conversando com ele.
Me irritei na hora ao ver aquela cena. O que aquela idiota queria com o meu namorado?
Manuela: Amor... – Eu disse abraçando-o e dando um selinho nele.
Gabriel: Loirinha, a Lua tava me contando que tu tem uma coisa pra me contar.
Manuela: Ah, tenho? – Perguntei brava olhando pra Lua.
Lua: Tem sim. Mas é uma surpresa, não é? Se eu não me engano, ele vai gostar bastante de saber. – Eu juro que só me segurei e não voei pra cima dela, porque tinha muita gente ali.
Manuela: É, amor, mais tarde eu te falo. – Dei um selinho nele. – Já volto. Juízo, amor. – Falei séria pra ele e saí dali. Fui até a Flávia que conversava com o Henrique e a Jack. – Tu viu a Bruna?
Flávia: Ela estava sentada no sofá até agora. Onde será que ela foi?
Manuela: Também gostaria de saber.
Flávia: Estranho. Mas ela deve ter ido pro quarto ou deve ter ido pegar alguma coisa pra comer, vai saber...
A festa estava bem animada, todos bebiam e dançavam muito. Arrastei o Gabriel pra dançar comigo e a Lua não tirava os olhos da gente. Aquilo tava me irritando demais. Beijei-o no meio de todos e provavelmente, ela deve ter ficado irritadinha, porque quando eu parei de beija-lo, ela não estava mais lá.
A Flávia já estava começando a ficar bêbada e dançava feito doida com a Jack que também já estava bêbada. Vi a Regina conversando com o Guilherme e confesso que não gostei muito de ver. Eu me sentei um pouco e o Gabriel foi pegar uma água pra mim. A Lua tinha sumido, a Bruna também e isso me parecia bem suspeito, mas resolvi ficar quieta na minha. Era minha festa, eu tinha que curtir.
O Samuel veio com a ideia ridícula de jogar verdade ou desafio.
Manuela: Nem pensar. Esse jogo toda vez?
Samuka: Vamos lá, Manuzinha. Vou te dar uma brecha, como tu é a aniversariante, vou ser mais bonzinho contigo.
Como todo mundo queria jogar, eu acabei "deixando". Formamos uma roda no meio da sala e o Samuel rodou a garrafa. Isabela perguntava pra Flávia.
Flávia: Quero desafio.
Isabela: Beija o Guilherme. – O clima ficou meio chato, porque a Flávia achava que eu ainda gostava dele e o Guilherme gostava de mim, e, por isso, não queria beijar a minha melhor amiga.
Flávia: Eu namoro, não posso.
Isabela: Para de mentir. Todo mundo sabe que o Felipe te colocou dois lindos pares de chifres.
Flávia: Cala a boca. – Ela disse irritada.
Isabela: Beija logo.
A Flávia me olhou meio que pedindo autorização, eu assenti com a cabeça bem disfarçadamente. Ela respirou fundo e chegou perto do Guilherme.
Flávia: Desculpa. – Eu a ouvi falando pro Guilherme e depois beijou-o. Eu não sei descrever direito o que senti, foi uma mistura de tudo. O beijo não durou muito, mas o suficiente pra confundir um monte de sentimento em mim.
O Samuel girou a garrafa de novo. Gabriel perguntava e a Jack respondia.
Jack: Verdade.
Gabriel: Verdade que tu já traiu o Henrique?
Jack: Como forma de vingança, sim. Mas ele me traiu primeiro.
Samuka: Vai rolar treta, assim que eu gosto. – Ele riu e algumas pessoas também.

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