terça-feira, 5 de janeiro de 2016

46


Manuela: Bobo! – A Alice estava no meu colo e ele pegou-a no colo. Ficou um tempinho brincando com ela.
Guilherme: Quer beber alguma coisa?
Manuela: Não to muito afim não. Obrigada!
Amanda: Vocês estavam onde que eu não achava?
Manuela: Eu não sai daqui.
Guilherme: Eu estava por aqui também.
Amanda: A Bruna trouxe mesmo a Alice? Que louca! O Samuel já a viu aqui?
Manuela: Não! E deixe-o sem ver. Ele não merece a filha linda que tem. Deixa ele.
Amanda: Não ta mais aqui quem falou.
Guilherme: Vou levar a Alice lá dentro pra Lua, ta!? – Ele falou pra mim. Eu assenti com a cabeça e ele saiu.
A Amanda sentou-se na minha frente e nós ficamos conversando.
Manuela: Tu viu a Flávia?
Amanda: Ela tava lá dentro bebendo.
Manuela: Vou matar ela depois, juro! – Falei brava, mas a Amanda riu.
Amanda: Tu é hilária, Manu...
Manuela: Nem tanto.
Amanda: Sabe, eu não queria te cobrar isso, mas mesmo eu me aproximando, tu não disse nada e eu to explodindo de vontade pra te "cobrar".
Manuela: Hã!? – Eu perguntei confusa.
Amanda: Lembra da promessa que tu me fez se eu te ajudasse a acabar com a Lua?
Manuela: Nossa! Eu realmente não me lembrava disso.
Amanda: Eu não queria cobrar, queria que rolasse naturalmente. Mas não to conseguindo mais me segurar. – Ela passou a mão na minha coxa.
Manuela: Eu vou pagar, mas aqui não... – Eu tirei a mão dela da minha coxa discretamente e ela sorriu empolgada.
Amanda: Que ótimo!
A festa seguiu. Eu vi o Gabriel saindo da mesma e voltando com uma frauda na mão. Depois eu o vi segurando a Alice e brincando com ela. Eu estava sozinha lá fora e não resisti, fui conversar com ele.
Manuela: Ela ta grande, né!?
Gabriel: Pois é... – Ele me olhou.
Manuela: Sinto falta de você.
Gabriel: Não começa, Manu.
Manuela: Não to começando nada. Eu só to dizendo que eu sinto falta de você, da sua amizade. Eu tenho o direito de ter saudade, não tenho!?
Gabriel: Não tenho certeza disso.
Manuela: Você nunca vai me perdoar, né!?
Ele não me respondeu porque não teve tempo, a Isabela apareceu e foi logo tagarelando.
Isabela: Ah, que ótimo que vocês estão aqui... Estava justamente te procurando, Manuzinha... – Ela sorriu irônica.
Manuela: Quer o que comigo?
Isabela: Tu não sabe da grande novidade?
Manuela: Que novidade?
Isabela: Tu não contou a ela, Biel? Poxa, que pena!
Gabriel: Isabela, não se mete nisso.
Isabela: Então, Manu, tu não sabia do novo casal do nosso colégio? – Meu coração disparou, eu logo pensei no pior. Vi a Bruna correr na nossa direção. – Gabriel e Bruna. Eles não são lindos juntos!? Fala aí, Manu.
Bruna: Isabela, cala a boca! – Ela gritou, mas foi tarde demais. A Isabela falou e eu desabei por dentro.
Eu não consigo descrever direito o que estava sentindo. Eu estava com raiva e com vontade de bater no Gabriel e na Bruna, mas ao mesmo tempo eu sabia que eu não tinha esse direito. Eles podiam ficar juntos se quisessem e eu não tinha nada a ver com isso, mas me atingiu, muito mais do que eu imaginei que atingiria.
Bruna: Manu, me ouve, não somos um casal. Tu me conhece, eu te contaria. Tu me ajudou tanto e eu jamais faria isso com você. A Isabela viu uma vez o Gabriel e eu nos beijando, aí concluiu que nós estávamos namorando. Por favor, Manu. Acredita em mim.
Manuela: Eu acredito... – Eu falei calma.
Bruna: Sério? Por favor, não fica brava comigo. Eu te considero tanto e tua amizade é tão importante pra mim. Eu nem sei porque eu beijei ele. Aconteceu, foi sem querer. Por favor, me perdoa.
Manuela: Fica calma, Bru... Eu acredito em você. A Isabela ta longe de ser uma pessoa confiável pra mim. A opinião dela não importa e nem a fofoca dela.
Isabela: Você é uma boba mesmo, né, Manuela!? Todos te fazem de otária e tu passa a mão na cabeça apoiando. Otária! – Ela saiu rebolando e voltou pra dentro da casa.
Bruna: Amiga, desculpa! – Ela me abraçou e eu correspondi o abraço.
Manuela: Ei, relaxa.
Gabriel: Vou deixar vocês sozinhas e vou pro carro com a Alice. Depois tu vai lá, ta, Bru!? To afim mais de ficar nessa festa não e pelo jeito, nem a Alice. Ela ta pingando de sono.
Bruna: Ta bom. Eu já vou. Só um minutinho.
Ele foi pro carro e me deixou sozinha com a Bruna lá fora.
Manuela: Ta tudo bem, Bru. E outra, mesmo que vocês tivessem alguma coisa. Quem sou eu pra impedir, né!? Ele é meu ex, faz parte do meu passado e isso não vai mudar. Ele pode ficar com quem quiser e você também.
Ela não falou nada, só me abraçou forte e depois saiu da festa. Eu fui pra dentro da casa e vi a galera bebendo e conversando.
Flávia: Amiga, tu tem que provar isso. – Ela me entregou o copo. Estava tri bêbada e mal conseguia parar em pé.
Manuela: A gente vai pra casa agora. Tu já bebeu demais, cara.
Amanda: Ta na hora de tu parar, Flávia. Já deu!
Flávia: Parem de chatice! Eu quero beber mais. Ta legal aqui...
Depois de muito a Flávia lutar contra, nós conseguimos leva-la pra casa. A Amanda e eu demos um banho nela e ela capotou na cama em seguida.
Amanda: Caraca, que trabalho dar banho nela. Ta louco...
Manuela: Ela bebeu desse jeito por causa do Felipe. É foda.
Amanda: Vamos lá pro meu quarto!? A Jack ta na festa com o Henrique ainda. Queria conversar contigo e aqui a gente vai acordar a Flá.
Manuela: Pode ser. – Eu sabia o que ela queria e com certeza não era conversar. Mas ela já tinha me cobrado e tava na hora de eu "pagar" o que devia.
Eu entrei no quarto dela e sentei na cama dela.
Amanda: Eu gosto tanto de você, Manu... – Ela trancou a porta do quarto e foi se aproximando de mim.
Eu não estava nervosa, estava ansiosa. Quer dizer, eu nunca tinha transado com uma mulher a não ser que tivessem me pagado pra isso. Agora era diferente, apesar de eu estar "pagando" uma promessa, era por vontade, sabe!? Ninguém me pagou pra estar ali e a Amanda gostava de mim.
Amanda: Tu é tão linda... – Ela sentou na minha frente e sorriu pra mim. Ela colocou a mão no meu rosto e alisou o mesmo. Eu fechei os olhos e fiquei sentindo o carinho dela. – Tão delicada... – Mesmo com os olhos fechados eu podia senti-la se aproximando de mim. Senti o rosto dela bem perto do meu e quando abri os olhos, ela tocou os lábios dela nos meus. Ela iniciou um beijo e eu correspondi.
O beijo começou calmo, mas logo a Amanda aumentou a velocidade do beijo. Ela foi me deitando na cama e eu me ajeitei na mesma. Ela ficou por cima de mim. Sentia as mãos dela percorrerem todas as laterias do meu corpo. Ela me beijava aceleradamente e eu já estava começando a ficar sem fôlego.
A Amanda abaixou os beijos pro meu pescoço enquanto deslizava as mãos por todo o meu corpo. Ela colocou as mãos por dentro da minha blusa e alisou a minha cintura.
Eu coloquei uma mão no cabelo dela e entrelacei os dedos na mesma. Levei a outra mão pras costas dela e alisei a mesma.
Ela puxou a minha camiseta pra cima e eu ajudei-a tirar a mesma. Ela mordeu o lábio inferior quando viu os meus seios e apertou os mesmos por cima do sutiã.
Eu voltei a beija-la, agora em um ritmo acelerado, mas sem que eu perdesse o fôlego. Ela começou a abrir o zíper do meu shorts e foi logo abaixando o mesmo. Eu levantei o corpo e ela tirou-o totalmente de mim.
Tirei a camiseta e o shorts dela em seguida. Ela ficou me olhando por alguns segundos e depois voltou a me beijar. Eu apertei a cintura dela e ela tirou o meu sutiã. Ela apertou os meus seios com vontade e depois caiu de boca.
Chupo, lambeu, mordeu e mamou os meus seios. Eu gemia baixinho, porque aquilo era bom demais. Ela sabia exatamente o que estava fazendo. Ela desceu beijando o meu corpo... Beijou a minha barriga, até que chegou bem perto da calcinha. Tirou a mesma e começou a pressionar dois dedos na minha buceta.
Ela ficou no meio das minhas pernas e enfiou dois dedos na minha buceta de uma vez só, eu inclinei a cabeça pra trás e gemi.
Ela continuou me masturbando e começou a dar linguadas na minha buceta. Aquilo era bom demais. Logo eu puxei-a e joguei-a na cama. Fiquei em cima dela e ela apertou os meus seios.
Amanda: Gostosa!
Eu tirei o sutiã dela e beijei-a. Nossos seios colidiram e aquela sensação era ótima.
Fiquei do lado dela e chupei os seios dela enquanto tirava a calcinha dela.
Nós ficamos em posição de 69, eu por cima e ela por baixo. Chupei-a enquanto ela me chupava.
Ela me chupou tão bem que eu não parava de gemer e nem ela. Gemiamos alto e não ligamos pra se alguém ia ouvir ou não.
Eu gozei e ela gozou em seguida. Ficamos um tempo deitadas juntas.
Manuela: A dívida está paga?
Amanda: Muito bem paga. – Ela sorriu e me deu um selinho.
Eu voltei pro meu quarto e a Flávia estava apagada. Tomei um banho e caí na cama também.
Uns dias se passaram. Eu estava estudando no meu quarto e alguém bateu na porta.
Manuela: Entra.
Guilherme: Tu ta muito ocupada? – Ele disse depois que abriu a porta do quarto.
Manuela: É importante?
Guilherme: Um pouco.
Manuela: Pode entrar, mas tranca a porta. A Flávia saiu e sua mãe me mata se te pegar aqui.
Ele trancou a porta e sentou na beira da cama.
Guilherme: Tu ta bem?
Manuela: Tô, por que? – Estranhei a pergunta dele.
Guilherme: Porque tu ta tão estranha nos últimos dias, ta me deixando preocupado.
Manuela: Na verdade, eu to um caco... – Ele estava virado de frente pra mim .
Guilherme: Eu sei, po. Te conheço suficientemente bem pra saber lá da esquina se tu ta feliz ou não. E faz um tempo que eu não te vejo bem. Feliz então, nem se fale.
Manuela: Tu vai me fazer chorar... – Eu disse respirando fundo pra não chorar.
Guilherme: Vem cá... – Ele aproximou-se de mim e me abraçou. – Quer desabafar?
Manuela: Quero chorar. – Eu apoiei a cabeça no peito dele e desabei a chorar. – To sentindo tanta culpa, tanto remorso. To com saudade. Saudade do Gabriel, de você... – Ele me interrompeu.
Guilherme: De mim? Po, eu to contigo. Eu sempre estive ao teu lado e sempre vou estar.
Manuela: É, de você. Mas mesmo você estando presente, antigamente era diferente. Eu não sei explicar... Tô com saudade da minha mãe. Ah, minha mãezinha... Eu nem sei como ela está e isso me preocupa tanto. Tenho medo de procura-la e a Helen descobrir. Eu queria tanto saber como ela está.
Guilherme: Você quer vê-la? Eu dou um jeito.
Manuela: Como você pretende fazer isso? – Eu fiquei de frente pra ele, encarando-o.
Guilherme: Minha mãe não vai nem sonhar que tu foi pra lá. Relaxa. Me da uns 15 minutos e eu já volto. Vai se arrumando aí e tinha essa cara de velório. Tua mãe não vai querer te ver assim.
Ele saiu do quarto e eu corri me arrumar. Em menos de 15 minutos ele estava de volta.
Manuela: E aí?
Guilherme: Consegui.
Manuela: Como?
Guilherme: Longa história. Deixa de papo, vai. Ta pronta? Não temos muito tempo.
Manuela: To pronta já.
Guilherme: Então bora.
Nós fomos até o carro dele e ele dirigiu até a casa da minha mãe. Tudo pela vizinhança parecia estar igual. 
Eu fiquei um bom tempo no carro com o Guilherme esperando que meu pai saísse pra depois eu poder entrar. Ele saiu de casa bêbado, xingando a minha mão e socando o portão. Saí do carro com o Guilherme e entrei na casa devagar. Vi minha mãe chorando no sofá.
Manuela: Mãe!? – Prendi o choro.
Carla: Manuela!? Filha!? Eu não acredito... – Corri na direção dela e ela se levantou. Abracei-a com muita força. Eu estava morrendo de saudade dela. – Meu Deus, minha filha... Que falta você me faz.
Manuela: Eu estava morrendo de saudade, mãe.
Carla: E como você está, meu amor? Senta aqui,vamos conversar. – O Guilherme deu um beijo no rosto dela.
Guilherme: Tudo bem, dona Carla!?
Carla: Dona não, meu filho. Sente-se aqui também. Fique a vontade.
Ele sentou-se do meu lado.
Conversei bastante com a minha mãe e apesar de querer, eu não consegui esconder a gravidez dela.
Carla: Grávida, minha filha!? Meu Deus! De quanto tempo você está?
Olhei pro Guilherme e senti lágrimas escorrendo do meu rosto. Ele me abraçou de lado e beijou a minha testa. Minha mãe olhou pra gente sem entender nada.
Manuela: Eu perdi, mãe. Um carro me atropelou e o bebê não aguentou. – Eu falei com a voz de choro.
Carla: Ô, minha filha... – Ela me abraçou. – Sinto muito, querida. E o pai era esse menino bonito? – Ela olhou pro Guilherme e sorriu.
Manuela: Não. Era aquele todo tatuado, lembra!?
Carla: Ah, é!? E por que ele não veio com você?
Manuela: Ele não está mais falando comigo. Uma longa história, mãe. Eu te conto um dia desses.
Depois de um tempinho conversando com ela, o Guilherme me apressou porque não podíamos demorar muito ali. Me despedi dela e o Guilherme também. Entrei no carro do Guilherme e chorei muito. Ele me abraçou. 
Guilherme: Tu não tem noção do quanto eu fico fodido quando te vejo chorar desse jeito e não posso fazer nada pra mudar isso. 
Ele beijou o meu rosto e alisou o mesmo. Fiquei um tempo com ele no carro enquanto chorava. Ele ligou o carro e saiu com o mesmo.
Manuela: Não quero ir pra casa.
Guilherme: E quer ir onde?
Manuela: Encher a cara.
Guilherme: Tem certeza?
Manuela: Tenho.
Ele dirigiu até um barzinho que ele conhecia. Saí do carro com ele e entrei no tal bar. Ele pediu muita cerveja e vodka pra gente.
Guilherme: Misturar não vai fazer bem, Manu.
Manuela: Quem disse que eu quero sair daqui "bem"? – Sorri de lado pra ele.
Comecei a beber a vodka e ele ficou só na cerveja porque ia dirigir depois. Fiquei bebendo e depois do quarto copo de vodka já comecei a ficar bem felizinha.
Guilherme: Chega, Manu. Tu ta toda animadinha já. Já deu!
Manuela: Não! – Balancei a cabeça. Peguei um copo de cerveja e bebi de uma vez só. – Tô só começando.
Ouvi uma guria rir ao me ouvir.
Jéssica: Essa é das minhas. Que tal beber tequila? – Ela falou e veio na minha direção com a tequila na mão. – Senta aí. – Sentei na cadeira e abri a boca. Ela despejou a tequila na minha boca. Senti descer ardendo. Bebi mais uma duas vezes. – Gostei de você, sua doida. – Ela olhou pro Guilherme que está sentado do meu lado e diz: – E de você também. Ta afim de ir pro banheiro comigo? – Ela sorriu e segurou a mão do Guilherme.
Manuela: Coé!!!!!!!!!!!! – Levantei e me senti zonza. – Ele ta comigo e vai ficar aqui. – O Guilherme segurou na minha cintura quando percebeu que eu estou zonza. Acabei tombando pra trás e sentando no colo dele sem querer.
Jéssica: Ah, que pena! Então até a próxima. – Ela saiu de perto e no caminho pra fora do bar ela beijou um cara.
Olhei pro Guilherme e vejo tudo girar.
Guilherme: To contigo, é!? Me conta melhor essa história... – Ouvi ele falar no meu ouvido e senti ele alisar a minha cintura.
Manuela: Para, Guilherme! – Levantei e peguei mais cerveja. Bebi ainda mais.
Bebi muito e via tudo girar já. Fiquei rindo de tudo e abraçando o Guilherme toda hora.
Guilherme: Bora volta, Manuela. Sério.
Manuela: Ui, me chamou de "Manuela". Ta bravo mesmo.
Guilherme: Estou! Vamos logo. Senão eu vou te deixar aí sozinha.
Manuela: Saco! Eu vou, né!? Fazer o que...
Ele segurou o meu braço e me ajudou ir até o carro. Entrei no mesmo e vi o Guilherme dirigir o mais rápido possível pra casa. Ele estacionou o carro eu desci do mesmo. Ele me ajuda a chegar até o meu quarto.
Flávia: Caralho! Onde vocês estavam?
Guilherme: Manu decidiu encher a cara.
Flávia: Vamos meter debaixo do chuveiro. – Eles me levam até o banheiro. A Flávia começou a tirar a minha camiseta.
Manuela: Não! O Guilherme ta aqui. – Tentei impedi-la.
Flávia: Ah, para, Manu! Ele já te viu pelada um milhão de vezes e ele ta me ajudando. Fica quieta aí. – Não falei mais nada e ela tirou minha roupa toda. Eles me ajudaram ir até o banheiro e a Flávia me da banho. Ouvi ela falar pra ele: – Pega roupa pra ela aí no guarda-roupas.
Guilherme: Que roupa eu pego?
Flávia: Qualquer uma! – Vi o Guilherme sair do banheiro e a Flávia passar muita água no meu rosto. – Tu ama ele, né!? – Olhei séria pra ela e não respondo nada. Ouvi ela gritar pro Guilherme: – Cadê a roupa, Guilherme?
Ele voltou pro banheiro e entregou a roupa pra Flávia.
Guilherme: Vou ter que ir agora, Flávia. Depois diz pra Manu que eu preciso conversar sério com ela.
Manuela: Eu ainda to aqui.
Ele saiu do banheiro me olhando feio e a Flávia me enxugou. Ajudei-a a me vestir e fui pro quarto. Cai na cama e só acordei no outro dia. 
Senti uma dor enorme na cabeça ao acordar e uma azia no estômago. Fui pra cozinha e tomei três copos de água seguidos. Sentei na cadeira e fiquei tomando água.
Guilherme: Quero falar contigo.
Manuela: Pode ser depois que minha sede passar? Ta foda!
Guilherme: Não. Tem que ser agora. É sério.
Respirei fundo e acompanhei-o até o quarto dele. Sentei na cama dele e fiquei olhando pra ele enquanto tomava água.
Manuela: O que houve?
Guilherme: Queria saber onde tu achou isso? – Ele abriu uma gaveta e tirou a caixa que eu guardei as reportagens e tudo sobre o acidente que eu achava que a Helen estava envolvida. Engoli a seco quando vi aquilo. – Responde, Manuela.
Manuela: Por que você mexeu nas minhas coisas?
Guilherme: Eu fui pegar tua roupa ontem e vi isso.
Manuela: É coisa minha. Tu não devia ter mexido nisso.
Guilherme: Não devia por que? – Ele jogou a caixa em cima da cama e passou a mão no rosto. – Tu lembra de quando a gente namorava ainda e quando tu voltada da boate eu ainda não estava em casa?
Manuela: Lembro.
Guilherme: Foi nessa época que eu descobri sobre esse acidente, Manuela... A Gabriela me procurou e me falou desse acidente. Disse que... – Ele fez uma pausa. – Que a minha mãe pode estar envolvida nisso tudo. – Vi lágrimas escorrem dos olhos dele. Me levantei e fiquei na frente dele.
Manuela: Como ela descobriu isso tudo?
Guilherme: Ela é sobrinha daquele casal morto no acidente e os investigadores chegaram até a minha mãe depois de todo esse tempo. Eles não tem provas de nada ainda e por isso ela nem desconfia que está sendo investigada.
Manuela: Eu sinto muito por você, Guilherme. Você não merece isso. – Abraço dele.
Guilherme: Onde tu achou isso?
Manuela: No quarto da sua mãe. Desculpa, por favor. Eu não tive coragem de te contar. Sabia que você ia brigar comigo.
Guilherme: A essas alturas, você é a pessoa que menos merece que eu brigue contigo. Ta tudo certo, Manu. Só deixa isso comigo. A Gabi me procurou esses dias e disse que vai fazer de tudo pra provar que minha mãe é a culpada. Eu to com medo, cara.
Fiquei conversando com ele um tempo e depois voltei pro meu quarto totalmente arrasada. Contei tudo pra Flávia e ela ficou tão inconformada quanto eu.
Flávia: Você tem noção que a Helen pode ser realmente a culpada desse acidente e se isso for verdade, a gente vai ficar livre dela? Que felicidade, cara!
Manuela: As coisas não são tão simples assim, Flávia. Se ela tiver alguma coisa com esse acidente, pra ela ser presa uma investigação terá que ser feita e até acharem provas que incriminem ela, pode demorar muito. Muito mesmo.
Flávia: Pensa positivo, cara. Pensa positivo. – Vi ela toda animada.
Deitei na cama e fiquei pensando não só em me livrar na Helen, mas no rostinho do Guilherme quando ele me contou aquilo tudo. Querendo ou não, gostando ou não, a Helen é a mãe dele. Eu tinhacerteza que ele ficaria arrasado se a Helen acabasse presa, mas ele ficaria ainda mais arrasado de saber que foi a mãe dele que causou um acidente como aquele. Eu me preocupei mais com ele, do que com a minha "libertação" da Helen e daquela vida.
Fiquei pensando também na minha mãe e como ela ainda sofria muito nas mãos do meu pai. Tira-la daquela vida era tudo que eu mais queria. Pensei no Gabriel, começando a ter algo a mais com a Bruna. Me revoltei a pensar naquilo. Ele sabia que ela era prostituta, assim como eu também sou e simplesmente parece não ligar pra isso. Acolheu ela na casa dele, está cuidando dela e da Alice. E pra mim, ele virou as costas. Não me deu nem a oportunidade de me explicar ou algo parecido. Não que eu ache que ele vá me perdoar por uma conversa, mas eu queria. Ele nem sabe ainda que o filho que eu perdi, era dele. Eu sei que agora isso não faz diferença, mas pra mim é importante. Eu ainda sentia a dor de perder aquele bebê.
Minha cabeça estava tão transtornada. Tanta coisa me passava pela cabeça. Como eu queria me livrar de todos esses problemas e ser uma adolescente normal. Como eu queria...
Os meninos do terceiro ano do colégio decidiram fazer uma festa open bar pra arrecadar “fundos” pra nossa formatura. Eu não estava nada empolgada pra isso, mas todo mundo confirmou presença e me deu vontade de ir. Tudo bem que eu repensei a possibilidade de ir quando descobri que o open bar ia ser na chácara do Gabriel. O Guilherme acabou me convencendo de ir.
O open era “temático” e eu achei isso bacana e criativo. O tema era “neon”. Tínhamos que ir com camisetas brancas pra brilhar na luz própria.
O Guilherme levou a gente e quando nós chegamos lá, a festa tinha acabado de começar. A Bruna veio logo me abraçar.
Bruna: Que bom que você veio, Manu.
Manuela: E a Alice, como está?
Bruna: Ta ótima e com saudade de você e do Guilherme. A Marisa ficou cuidando dela hoje.
Conversei com ela um pouco e logo a Flávia me puxou pra dançar. Eu precisei tomar um pouco de álcool pra me animar, confesso.
Em pouco tempo de festa já dava pra ver casais se pegando pra todo lado e gente bêbada. Muita gente bêbada. Eu estava alegre, mas ainda tinha noção das coisas que estava fazendo. 
Os meninos distribuíram pulseiras e objetos neons. A parte mais legal foram as tintas que eles deixam a vontade pra gente se pintar. A Flávia fez uns ricos no meu rosto e eu no dela. Pintamos os braços e tiramos muitas fotos. 
Eu vi o Henrique com a Jack e eles pareciam cada vez mais firmes no namoro deles. A Flávia pegou um menino do outro terceiro que eu troquei umas palavras uma ou duas vezes. Ela enfiou o pé na jaca depois que o Felipe “abandonou” ela.
A Bruna ficou ajudando na organização da festa e não desgrudava do Gabriel um minuto. Toda hora estavam juntos. Quer dizer, sempre que eu olhava, pelo menos. A cena que mais me incomodou, sem sombra de dúvidas, foi a da Regina fazendo graças pro Guilherme. Ela abraçava ele e fazia carinho no rosto dele. Me irritou demais. Não sei exatamente explicar o motivo. Eu conversava com a Amanda enquanto via aquela cena. 
Manuela: Eu já volto. Rapidinho. – Eu disse pra Amanda e ela assentiu com a cabeça.
Eu fui até o Guilherme e segurei no cotovelo dele. Ele logo virou pra trás e me olhou.
Guilherme: Manu!? – Ele pareceu surpreso.
Regina: Vaza daqui, garota. Não ta vendo que tu ta atrapalhando? – Eu simplesmente ignorei a fala e a presença dela.
Manuela: Preciso conversar com você. Pode ser?
Ele concordou e sorriu. Trocou meias palavras com a Regina e começou a andar atrás de mim na direção que eu fui. Parei perto de um pilar e encostei no mesmo.
Guilherme: Aconteceu alguma coisa?
Manuela: Na verdade, eu te chamei aqui porque...
Não tive tempo de falar, mas eu estava prestes a assumir que estava morrendo de ciúmes dele com a Regina. Foi por pouco mesmo. O que me fez parar com a aparição do Felipe na chácara. Todo mudo parou o que estava fazendo pra olhar ele ali. Foi surpreendente ele aparecer assim. Sem avisar a absolutamente a ninguém.
Ele passou pelo Guilherme, cumprimentou ele e disse:
Felipe: Tu sabe onde a Flávia está?
Guilherme: Vi ela a ultima vez lá dentro.
Felipe: Valeu.
Ele saiu de perto e foi entrando na casa. O Guilherme olhou pra mim se entender absolutamente nada.
Manuela: O que ele ta fazendo aqui?
Guilherme: Essa é uma ótima pergunta.
O Guilherme fez gestos pra gente entrar e ver o que ia acontecer. Fomos até dentro da casa e o Felipe encontro a Flávia preparando um drink pra ela.
Felipe: Flávia... – Saiu como um grito, mas um tanto quanto mais baixo.
Ela ria e conversava com as pessoas que também estavam na cozinha. Ela virou o rosto quando ouviu o nome dela e parecia que tinha visto uma assombração quando deu de cara com o Felipe.
Flávia: Fe-felipe? – Ela gaguejou e deixou o copo dela tombar sobre a mesa e o liquido de esparramar sobre a mesma.
Felipe: Eu mesmo. – Ele correu na direção dela e a abraçou. Eles ficaram um tempo assim e ela me olhou sem entender completamente nada.
Ele disse algo no ouvido dela que só ela ouviu e eu decidi tirar todo mundo da cozinha pros dois ficarem a vontade. Sai da cozinha com o Guilherme também e fechei a porta. Fiquei na frente pra que ninguém entrasse.
O Guilherme pareceu que esqueceu o que eu tinha pra dizer pra ele. Confesso que fiquei mais aliviada por isso. Conversamos um pouco enquanto esperávamos a Flávia e o Felipe se revolverem. Eu impedia todo mundo que queria entrar na cozinha. Do nada, o Gabriel apareceu na minha frente.
Gabriel: Por que tu não ta deixando ninguém entrar aí dentro, Manuela!? – Ele falou bravo e com uma cara de raiva. 
Manuela: Porque a Flávia e o Felipe estão se resolvendo lá dentro.
Gabriel: Ha... – Ele riu e saiu mais como um deboche do que qualquer outra coisa. – E por isso tu empede que os outros peguem bebida?
Manuela: Eles tão a 10 minutos aí só. Não precisa desse drama todo.
Gabriel: Sai da frente, Manuela. Eu vou abrir essa porta.
Manuela: Vai ter que passar por cima de mim antes. – Eu cruzei os braços e fiquei na frente da porta da cozinha.
Gabriel: Manuela... – Ele respirou fundo. – Não abusa da minha paciência. – Ele chegou bem perto de mim e colocou as duas mãos nos meus braços. 
Guilherme: Solta ela! Não se atreva a causar um arranhão dela. Eu mato você. – Ele disse pronto pra pular em cima do Gabriel.
Gabriel: O namoradinho já está te defendendo? – Ele riu.
Manuela : Vai fazer o que, Gabriel? Me bater? Vai em frente... – Eu falei por falar, eu sabia que ele não me faria mal. Eu conhecia ele o suficientemente bem pra saber disso.
Guilherme: Vai, Gabriel. Vai em frente. Porque em quesito de machucar a Manuela, tu ganhou diploma no senac já. Fez tanta merda que causou a morte do teu próprio filho... – Ele disse com raiva encarando o Gabriel.
Eu não acreditei quando o Guilherme disse aquilo. Ele sabia que eu não queria que ninguém soubesse que o filho era do Gabriel, muito menos ele. Eu olhei com lágrimas nos olhos pro Gabriel e ele me soltou na hora.
Gabriel: Ele ta falando sério? O filho que tu tava esperando era meu? – Ele me olhou com uma expressão de inconformado.
Manuela: Eu não quero falar sobre isso com você. Não importa mais... – Eu saí de frente da porta e o Guilherme me abraçou. Eu estava com raiva dele por ter contado, mas eu queria chorar e precisava daquele abraço.
Gabriel: Eu preciso saber, Manuela. Eu tenho o direito de saber. 
Guilherme: Tu não queria entrar nessa cozinha? Agora entra e deixa a Manuela em paz.
Ele disse bravo pro Gabriel e me tirou dali. Ninguém ouviu nossa discussão porque o som tava muito alto e ninguém gritou com ninguém. O Guilherme foi pra fora da chácara comigo e eu comecei a andar de um lado pro outro.
Manuela: Você não devia ter se metido nisso, Guilherme. Eu falei mil vezes que ninguém devia saber. Ninguém. 
Guilherme: Desculpa, Manuela. Eu falei totalmente sem pensar. Foi um momento de raiva dele. Me desculpa, cara.
Manuela: Desculpar? Agora ele vai querer conversar sobre isso e vai me fazer lembrar de tudo que aconteceu de novo. Como se eu já não me torturasse o bastante sozinha e não lembrasse disso todos os dias. – Eu parei de andar e fiquei encarando o Guilherme. Ele se aproximou e colocou as mãos entre o meu rosto.
Guilherme: Eu sinto muito. Eu não queria te causar isso. De verdade. Eu jamais faria algo pra te machucar. Me perdoa. – Ele me abraçou forte. Eu segurei nos braços dele e chorei baixinho. Ele beijou a minha testa e ficou alisando o meu rosto. – Para de chorar! Ele não merece isso. Tu sabe que eu tenho razão. Bota um sorriso no rosto e vamos voltar. To afim de encher a cara hoje. Bora me fazer companhia?
Eu assenti com a cabeça e fui com ele pra dentro da chácara. Bebemos bastante e dançamos também. O Guilherme me fazia rir toda hora das palhaçadas dele e ele não perdia a oportunidade de me abraçar.
Vi o Gabriel de longe me encarando e logo vi a Bruna com ele. Eu não sabia de quem eu tinha mais ciúmes, dos dois juntos ou do Guilherme.
Eu puxei o Guilherme pra cozinha comigo e a Flávia estava lá ainda conversando com o Felipe. Eles estavam sentados um na frente do outro e ele alisava o rosto dela.
Manuela: Olá, gostosos! – Eu disse bem alegrinha.
Flávia: Alguém tem que proibir a Manuela de beber, cara. 
Manuela: Cala a boca, idiota! – Eu dei risada e abracei ela. – E aí? – Eu falei baixinho no ouvido dela.
Flávia: Estamos nos acertando, né!? – Ela olhou pro Felipe e sorriu. Ele deu um selinho nela.
Manuela: Já vi que tô de vela. Deixa eu sumir daqui!
Felipe: De vela porque quer... O Guilherme ta inteiro a tua disposição, é só lascar um beijo nele. Ele vai adorar.
Ele disse olhando pro Guilherme e depois olhou pra mim. Eu fiquei um pouco sem graça e apenas sorri.

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