terça-feira, 19 de janeiro de 2016

12
Bia Narrando

- Cadê seu irmão? - perguntei assim que encontrei Rafael.

- Por que quer saber dele? - ele me olhou.

- Quero companhia. - falei próximo ao ouvido dele devido ao som estar super alto.

- Não seja por isso. - Rafael me puxou pela cintura e começamos a dançar juntos.

Guto passou por nós e nem parou pra conversar foi direto em direção ao bar, sentou lá e ficou de cabeça baixa, eu queria ir até ele e perguntar o que estava acontecendo, mas o Rafael me agarrou e não deixou eu ir.

Gustavo Narrando

- Que merda. - falei abaixando a cabeça no balcão do bar.

- Aconteceu alguma coisa meu bebê? - uma voz irritante e conhecida perguntou, levantei a cabeça para ter certeza de quem era.

- Poliana. - falei desanimado.

- Eu mesma, sua ficante mais linda e A preferida. - ela sorrio.

- Ah, claro. - olhei pra ela sem animo.
- O que houve? Tem que se alegrar Gu, isso é lapa filhão. Vem! Vamos dançar. - ela me puxou.

- Não quero dançar. - sentei novamente.

- Ai credo Gustavo, você não era assim. - ela sentou no banco ao lado do meu.

- Eu mudei. - falei seco.

- É, da pra perceber. - ela revirou os olhos. - Mas tem uma coisa que você continua igual.

- O que? - perguntei confuso.

- Lindo e irresistível. - ela se aproximou e deu uma mordidinha de leve na minha orelha.

- Polly, hoje não. - levantei me afastando dela. Ela ficou me olhando
com cara de UÉ e eu sumi no meio da multidão.

Eu fiz mesmo isso? Eu rejeitei uma rapidinha sem compromisso? É, eu mudei. - distraído esbarrei em alguém.

- Olha por onde anda playboy. - o cara tatuado me olhou.

- Desculpa, tava distraído procurando uma garota. - falei desanimado. Eu definitivamente estava frouxo até pra brigar.

- Só não me diz que é a chaveirinho barulhento que daí vou pensar que essa mina é alguma espécie de ídolo dos garotos daqui. - olhei pra ele confuso.

- Que porra é essa de chaveirinho? - ele riu.

- Uma tal de Julie. - ele falou dando um gole na caipirinha.

- Ah não. - comecei a rir.

- Era ela que você estava procurando? - ele me olhou meio surpreso.

- Sim.

- Mas que droga é essa velho. - ele falou rindo. - Eu falei só por deboche, você tá zoando né?

- Não, estava justamente procurando ela.

- Que porra, todo mundo atrás da diabinha. - o cara falou todo sem jeito e eu fiquei mais ligado.

- Diabinha? - arqueei as sobrancelhas.

- É, deixa pra lá. - ele falou rindo. - Vou indo nessa. - o cara foi se afastando e eu fiquei meio UÉ. Por que diabinha? Quem era aquele cara?
Julieta Narrando

Mel e Bia chagaram de madrugada em casa, resultado? Não querem levantar pra ir pro colégio.

- Vai Mel levanta. - falei sacudindo ela na cama.

- Só mais dois minutinhos e eu já levanto. - ela falava animada e depois dormia de novo.

- Desisto, eu vou sozinha. - falei brava e sai do quarto. A divisão dos quartos era assim, eu dormia sozinha em um quarto e Bia e Mel dormiam juntas no outro, é que antes delas virem pro apartamento eu já estava naquele quarto, enfim. Coloquei uma calça jeans de lavagem clara, meu coturno e a blusa do AC/DC, passei o de sempre: maquiagem escura nos olhos. Baguncei o cabelo e pra mim estava bom.

Quando estava saindo de casa esbarrei no nosso novo vizinho. Sim, aquele do elevador. Eu estava tão mole hoje que nem falei nada, apenas entrei no elevador e ele entrou atrás.

- Vai pra escola? - ele perguntou me olhando.

- Não, acordei esse horário por puro prazer. - revirei os olhos.

- hahaha. - ele riu. - Você é hilária, me lembra muito uma garota que eu conheci quando era criança.

- E? - olhei para ele incrédula.

- Seu humor negro me atraí. - ele me olhou com um sorrisinho de canto.

- Deus, o que eu fiz pra merecer isso? Tem como eu concertar e o Senhor nunca mais colocar esses idiotas na minha vida? - falei juntando as mãos e olhando pra cima.

- Os outros idiotas quem são? Aquele boyzinho, o garoto com cara de favelado também? - ele me olhou e tirou uma barra de cereal de dentro do bolso.

- Não sei o que você está falando. - finalmente a porta do elevador abriu e eu sai com pressa.

- Vamos, eu te levo pra escola. - ele falou me olhando enquanto eu tentava abrir a sombrinha. Estava super louco o tempo esses dias, um dia fazia sol e no outro chovia, no outro maior sol a tarde e a maior chuva a noite. Estava chovendo muito forte. - Para de ser mala, vamos. - ele me puxou pela mão.

- Ei, espera. - falei tentando me soltar, o que foi em vão já que ele era mais forte e
bem mais alto do que eu.

- Shiu. - ele fez sinal de silêncio pra mim. - É cedo ainda, tem gente querendo dormir.

- Então me solta, se não eu grito. - falei puxando meu braço.

- Se você gritar eu te pego no colo e levo você lá na chuva, esse cabelo de chapinha vai por água baixo.

- Eu não uso chapinha. - revirei os olhos.

- Tanto faz, vai ficar molhada, isso que importa. - ele riu.

- Tá, eu não grito e eu vou aceitar a carona, mas me solta. - puxei meu braço com força e ele soltou, me fazendo ir com tudo pra trás e quase cair. - Idiota.

- Vai, entra no carro. - ele abriu a porta e ficou parado esperando eu entrar. Eu tinha achado alguém pior que eu e que não se importava em levar meus milhares de foras. É eu estava ferrada. - E ai vai ficar com esse bico enorme o caminho todo? - ele perguntou quando já estávamos a caminho do colégio.

- Tô com sono, me deixa em paz. - falei brava.

- Para de graça e conversa comigo, esse joguinho de menina marrenta não cola comigo. - ele me olhou.

- Joguinho?

- É ontem eu vi os carinhas perguntando por você. Já saquei seu estilo, é daquelas que se faz de difícil e deixa os caras tudo louco atrás de você. - ele falava todo na gíria e eu não aguentei e comecei a rir.

- Os meninos daqui gostam de ser desprezados e ignorados, tá ai o meu sucesso entre os trouxas. - olhei pra ele e sorri irônica.

- Que sem vergonha, ainda chama os maluco de trouxa.. eles deviam

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