sábado, 2 de janeiro de 2016

40
Manuela: E se o Gabriel reagir assim? – Eu mal terminei de falar e meus olhos enxeram de lágrimas de novo. – Eu não devia falar disso com você, desculpa. – Eu me afastei um pouco dele e enxuguei as lágrimas.
Guilherme: Ei... – Ele me puxou pela cintura bem devagarzinho e eu me aproximei dele. – Você pode falar de qualquer coisa que quiser comigo, Manu. – Ele sorriu.
Manuela: Não acho que eu tenha o direito de falar do Gabriel contigo. Sei que vai te machucar e eu não quero fazer isso com você. Você não merece.
Guilherme: Sempre pensando primeiro nos outros, né!? Você ta desmoronando, caindo aos pedaços, precisando desabafar, mas nunca prioriza o que você precisa. Sempre coloca os outros na frente. – Ele colocou uma mão no meu rosto e eu só fechei os olhos.
Manuela: É... – Respirei fundo, abri os olhos e olhei pra ele.
Guilherme: Diz, Manu. Desabafa comigo. Eu sei que você ta precisando. Confia em mim.
Manuela: E se ele reagir como o Felipe? – Eu desmoronei de novo, ele me abraçou e ficou fazendo carinho na minha cabeça. Como ele sabia e sempre fazia, me deixou chorar. Era o que eu precisava e ele sabia disso. Sabia que nada do que ele dissesse, ia me ajudar. Ele estar ali, me abraçando era o suficiente. Eu fui parando de chorar e olhei pra ele.
Guilherme: Quer conversar ou só chorar?
Manuela: Vamos sair daqui?
Guilherme: Quer ir pra onde?
Manuela: Eu preciso fazer alguma coisa que me acalme.
Ele me conhecia muito bem mesmo, me levou pra uma sorveteria e comprou um sorvete enorme pra nós dividirmos. Sentamos um do lado do outro e começamos a tomar o sorvete, cada um com sua colherzinha.
Guilherme: E aí, quer falar agora ou só engordar mesmo? – Nós rimos.
Manuela: Aí, droga! – Eu me lembrei da gravidez e o que já não estava bom, ficou pior. Me refiro a minha mente, porque aquele sorvete estava maravilhoso.
Guilherme: O que houve?
Manuela: Lembrei da gravidez.
Guilherme: Queria falar contigo sobre isso.
Manuela: Eu não quero falar disso... – Eu falei e peguei um pouco de sorvete. Ele deixou a colher em cima da mesa e me olhou.
Guilherme: Só queria te pedir pra fazer o teste amanhã. Eu consegui o dinheiro. Tu só precisa estar em jejum amanhã de manhã. Eu vou contigo no laboratório. Por favor. Eu preciso saber.
Manuela: Ta... – Eu concordei, mas lá no fundo, não queria ir.
Guilherme: Obrigado.
Manuela: Acho que é o mínimo que eu posso fazer. Esse filho pode ser seu e você tem o direito de saber. – Eu disse pegando mais sorvete.
Guilherme: Você é uma pessoa incrível. O Gabriel vai ser um babaca se te deixar e reagir como o Felipe quando descobrir.
Manuela: Acha que ele vai reagir assim também? – Perguntei preocupada e olhando atentamente pra ele.
Guilherme: Isso eu não sei te dizer, mas eu espero que não. Você merece alguém que te ame do jeito que tu é.
Eu não respondi, porque fiquei sem graça. Eu peguei mais um pouco de sorvete e ele começou a rir.
Manuela: Que foi? Ta rindo do que? Minha boca ta suja? – Eu tentei limpar a boca, mas ele continuava rindo. – Para de rir. – Eu fiz uma carinha meio triste, queria saber porque ele ria tanto.
Guilherme: Não da pra te levar a sério com a boca toda suja de sorvete. – Ele ria e eu continuei com a mesma cara.
Manuela: Para de rir e me ajuda. – Ele foi parando de rir. Eu me virei complemente de frente pra ele. Ele segurou o meu queixo e limpou a minha boca. O momento foi totalmente estranho. Quer dizer, foi um momento que me deixou sem graça. Ele estava perto demais, eu senti que ele ia fazer alguma coisa e eu estava certa. Ele tentou me beijar e por frações de segundos, ele quase conseguiu. Eu virei o rosto. – Eu não posso, Guilherme. – Eu falei séria. – Desculpa.
Guilherme: Quem deve desculpas aqui, sou eu. – Ele se afastou um pouquinho de mim. – É complicado ficar tão perto de você ter que só te olhar. Sinto falta de você. Sinto falta de nós dois. Sinto falta de tu ser minha.
Manuela: Para, Guilherme. Por favor. Eu estou bem com o Gabriel e não vou magoa-lo e principalmente, não vou trai-lo.
Guilherme: Eu sei, você jamais faria isso com alguém. Principalmente, com alguém que você ama. – Ele me olhou meio chateado quando terminou de falar. – Acho que agora eu preciso ir.
Manuela: Aceita minha companhia?
Guilherme: Sei não. Não me parece uma boa ideia. – Ele disse rindo, levantou-se e me deu a mão pra me ajudar a levantar. – Bora.
Nós saímos da sorveteria e fomos andando pelas ruas enquanto conversávamos.
Manuela: As aulas voltam daqui uns dias. Não quero. – Disse meio triste e ele riu.
Guilherme: Também não quero. Férias é tão bom.
Manuela: É... – Eu parei pra pensar um pouco e lembrei de uma coisa. – Caramba!
Guilherme: Que foi? – Ele me olhou curioso.
Manuela: Meu aniversário.
Guilherme: O que tem?
Manuela: É daqui uns dias também. – Eu dei risada.
Guilherme: É verdade, po. Tinha até esquecido disso.
Manuela: Se nem eu lembrei, imagina tu. – Nós rimos.
Guilherme: Sou mais novo do que tu, isso é algo inaceitável. – Ele cruzou os braços e eu dei risada.
Manuela: Você tem que me respeitar, serei mais velha do que tu, pirralho. – Ao me ouvir dizendo "pirralho" ele fez uma cara brava e começou a correr atrás de mim. Eu não conseguia parar de rir, mas continuei correndo. As pessoas olhavam pra gente com uma cara super estranha, tipo eles deviam pensar "o que esses dois retardados tão fazendo correndo desse jeito um atrás do outro?"
O Guilherme finalmente me alcançou e me segurou nos braços dele. Fiquei cara a cara com ele, minha respiração estava acelerada, por ter corrido bastante e a dele estava igual a minha. 
Guilherme: Te peguei. – Ele não tirava os olhos da minha boca e eu não conseguia parar de olhar pros olhos dele. Ele inclinou o rosto e chegou com a boca bem perto da minha.
Os lábios dele estavam tão perto dos meus. Ele puxou a minha cintura fazendo com que o meu corpo se aproximasse dele. Meu coração estava muito acelerado. E mais uma vez, por frações de segundos, ele não me beijou. O rosto dele aproximou-se do meu, mas eu me afastei quando ouvi o celular tocar. Na verdade, eu assustei e saí o mais rápido possível de perto dele. Peguei o celular e o Gabriel estava me ligando.
Manuela: É o Gabriel... – Eu falei meio nervosa, com voz de culpa, como se tivesse feito alguma coisa de errado, mas eu não fiz. Foi por pouco, mas não fiz. Eu atendi o celular. – Oi, amor. – Disse pro Gabriel no outro lado da linha.
Gabriel: Oi, loirinha. O que acha da gente se ver?
Manuela: Agora? – Eu falei um pouco assustada.
Gabriel: É. Eu passo aí te buscar...
Manuela: Não! – Eu disse interrompendo-o. – Não dá. Não to em casa. Pode ser mais tarde?
Gabriel: Pode, amor. Me liga quando tiver pronta e eu vou te buscar.
Manuela: Ta bom.
Gabriel: Te amo.
Manuela: Eu também. – Eu desliguei o celular. O Guilherme estava com os braços cruzados, olhando pra mim. 
Guilherme: Salva pelo gongo. – Ele disse e abriu um sorriso. 
Ah, o meu sorriso. Não, para de pensar nisso, Manuela. Nada dele é seu, nada. Para de bobagem. – Pensei.
Manuela: Salva pelo celular. – Eu disse rindo, mas estava meio tensa.
Guilherme: Quer ir pra casa agora?
Manuela: Quero.
Ele não tentou mais nada depois daquilo. Pegamos um ônibus e fomos pra casa. O Gabriel passou me buscar um tempinho depois. Almocei com ele e passei a tarde toda junto com ele. A noite, eu fui pra boate.
No outro dia, o Guilherme me acordou bem cedo.
Guilherme: Manu, acorda. A gente precisa ir pro laboratório. – Eu me sentei na cama e olhei com cara de sono pra ele. Ele estava em pé na minha frente.
Manuela: Tortura ter que levantar tão cedo. – Eu reclamei e ele riu.
Guilherme: Bora, Manu. Vai ser rapidinho, depois tu dorme.
Manuela: Pera aí... – Eu disse despertando, depois de pensar numa coisa.
Guilherme: O que houve? – Eu levantei e fiquei em pé de frente pra ele.
Manuela: Eu vou ter que tomar injeção? Quer dizer, a mulher vai ter que por uma injeção no meu braço pra tirar o sangue, né!?
Guilherme: É, por que? – Ele respondeu sem entender direito do que eu estava falando.
Manuela: Ah, não. Não. Não. – Eu deitei na cama e me cobri. – Não vou. Não quero.
Guilherme: Não me diz que tu tem medo de agulha... – Ele começou a rir e eu assenti com a cabeça. Me encolhi na coberta e ele riu ainda mais. – Ah, Manuela, para de bobagem. Bora tomar banho e fazer logo esse exame.
Manuela: Não vou! – Disse firme.
Guilherme: Vai sim.
Manuela: Quero ver você me obrigar. – Eu não devia ter dito aquilo.
Guilherme: Ah, quer? Se você não vai por bem, vai por mal. – Eu senti-lo me segurando pela cintura e me colocando no ombro dele, eu comecei a me debater e a bater nas costas dele.
Manuela: Me solta, Guilherme. Me solta. – Ele ria, eu batia nele.
Flávia: O que ta acontecendo aqui? – Ela disse acordando e olhando pra gente.
Guilherme: Sua amiga fazendo graça. – Ele disse abrindo a porta do banheiro.
Manuela: Amiga, me salva. Ele quer me obrigar a tirar sangue. – Ele riu ao me ouvir, a Flávia começou a rir também.
Flávia: Vocês dois não tem jeito.
O Guilherme entrou no banheiro comigo nos braços e fechou a porta. Me desceu no chão e eu fiquei séria olhando pra ele.
Manuela: Eu não vou, desiste.
Guilherme: Anda logo, Manuela. – Ele cruzou os braços e encostou na porta. – Não vou sair daqui enquanto tu não tomar banho.
Manuela: Haha – Eu disse irônica. – Mesmo que eu fosse, tu acha mesmo que eu ia tirar a roupa na tua frente? – Cruzei os braços também e fiquei encarando ele.
Guilherme: Ah, para com isso... Já te vi pelada um milhão de vezes e sei que se eu sair daqui, tu vai me enrolar e não vai tomar banho pra gente ir pro laboratório. – Ele tinha razão, eu ia enrolar até ele desistir de ir. Droga!
Manuela: Eu não quero ir. – Falei meio manhosa, na esperança dele desistir da ideia.
Guilherme: Não vem com essa vozinha pro meu lado não. Tu vai, tu me prometeu. Anda logo.
Manuela: Ta. – Eu disse irritada. – Então vaza daqui pra eu tomar banho.
Guilherme: Você tem dez minutos pra tomar banho, se demorar demais tu vai ver... – Ele disse me "ameaçando".
Manuela: Vou ver o que? – Eu disse rindo.
Guilherme: Demora pra tu ver... – Ele deu um sorriso irônico e saiu do banheiro. Eu tranquei a porta do banheiro, liguei o chuveiro e sentei na privada e enrolei o máximo que eu pude. Ele bateu na porta. – Desceu pelo ralo, Manuela? – Eu prendi o riso. – Vai logo, po.
Manuela: Já vou... – Eu menti. Eu não queria ir.
Guilherme: Tu nem entrou no chuveiro, né!? Deve estar sentada na privada... Po, Manu, vamos. Por favor. Eu vou estar junto contigo, não vai ser tão horrível assim. Eu juro.
Manuela: Mas eu tenho medo.
Guilherme: Por favor. Depois a gente pode tomar um café, do jeito que tu gosta.
Manuela: Chama cappuccino.
Guilherme: Esse treco mesmo. Vamos, Manu...
Manuela: Ta.
Guilherme: Toma banho logo. Não vou sair daqui enquanto tu não sair desse banheiro de banho tomado.
Manuela: Ta bom, já to indo.
Eu tirei a roupa, entrei no box e tomei banho. Foi um banho meio rápido, me enrolei da toalha e percebi que não tinha trazido roupa pra me trocar dentro do banheiro. Abri a porta e ele estava sentado na minha cama, olhando pra baixo. Virou o olhar pra mim quando me viu saindo do banheiro.
Guilherme: Finalmente.
Manuela: Agora vaza daqui pra eu trocar de roupa e me arrumar.
Guilherme: 5 minutos, a gente vai perder o ônibus se tu demorar mais que isso.
Manuela: Ta.
Ele saiu do quarto e eu comecei a me trocar.
Flávia: Vocês vão fazer o teste de DNA?
Manuela: É...
Flávia: Tu sabe como faz esse teste, né!?
Manuela: Não faço a menor ideia, só sei que tem agulha no meio e eu não quero fazer.
Flávia: É pela sua parede abdominal, vai precisar de sangue seu e do Guilherme. Bom seria ter o sangue do Gabriel também, né!? Mas como ele nem sonha com essa gravidez...
Manuela: Não me lembra disso que me da um aperto no coração. Ele vai me matar quando descobrir, ou por ter escondido isso tanto tempo ou pela bebê ser do Guilherme. Apesar de eu ter transado com o Guilherme antes de assumir qualquer coisa com o Gabriel, eu acho que ele não vai gostar muito. Tô com medo de perdê-lo. – Eu disse olhando pra Flávia.
Flávia: Nem me fale em perder. Meu coração ta pequenininho e diminui cada vez que eu me lembro do Felipe. – Eu engoli a seco quando ela falou dele.
Manuela: Acho que ele não quer dar notícias, senão já teria dado... – Eu desviei o olhar, peguei uma bolsa e depois voltei a olhar pra Flávia.
Flávia: Você ta sabendo de alguma coisa que eu não sei? – Ela me olhou meio desconfiada.
Manuela: Claro que não. – Eu menti, mas como eu ia dizer pra ela que o Felipe não quer mais vê-la? Tinha que pensar em algo melhor e a melhor forma de contar isso pra ela.
Flávia: Ah bom... Se você souber de alguma coisa, não me esconda. – Eu assenti com a cabeça. Odiava mentir pra ela, mas eu sabia que a verdade a deixaria péssima. 
O Guilherme bateu na porta, me apressando. Eu saí do quarto e ele estava encostado na parede, com os braços cruzados.
Guilherme: Finalmente, hein!? – Ele reclamou.
Manuela: Tô com fome. – Eu disse e ele riu.
Guilherme: Agora me conta uma novidade – Eu dei risada ao ouvi-lo. Eu vivia com fome e depois da gravidez, isso só aumentou.
Nós fomos conversando até o ponto de ônibus, chegamos lá bem em cima do horário, logo o ônibus chegou e nós fomos até o laboratório. Pegamos uma senha e tinham umas 5 pessoas na minha frente. Quando chamaram a minha senha, o Guilherme foi até a secretária, tirou um cheque do bolso, preencheu e entregou. Eu fiquei sentada só prestando atenção em tudo. Ele voltou e nós subimos no segundo andar, onde nós faríamos o exame.
Sentamos na sala de espera e tinha bastante gente esperando. Eu estava com muito medo. Odiava agulha. Eu sei que é um medo de criança, mas eu nunca consegui superar.
Duas grávidas já haviam sido chamadas, só tinha mais uma na minha frente. Olhei com cara de medo pro Guilherme e ele deu um sorriso.
Guilherme: Ta morrendo de medo, né!?
Manuela: Tô... – Ele pegou a minha mão e entrelaçou os dedos nela. Fiquei só olhando e depois olhei pro rosto dele.
Guilherme: Vai dar tudo certo e não precisa ter medo. Eu to aqui contigo, pro que der e vier. – Eu sorri ao ouvi-lo, ele deu um beijo na minha testa e me abraçou. Nós ficamos um tempinho assim, mas voltamos a posição normal quando a enfermeira chamou a mulher que era antes de mim pra fazer o exame. A enfermeira voltou depois de uns minutos e me chamou.
Enfermeira: Manuela Bosi. – Eu me levantei e o Guilherme também, fomos atrás da enfermeira que me levou até uma sala com uma maca e uma cadeira, uma do lado da outra. – A senhorita pode deitar-se na maca. E o senhor sente-se na cadeira, por favor. 
Guilherme: Fica calma. – Ele falou baixinho. Ele sabia que a uma hora dessas, eu estava extremamente nervosa.


Eu me deitei na maca enquanto ele sentava na cadeira. Eu estava tremendo de medo. A enfermeira começou tirando o sangue do Guilherme. Ela era super simpática, ficou puxando papo enquanto tirava o sangue dele. Quer dizer, enquanto procurava a veia pra tirar o sangue. Quando ela virou-se pra pegar a agulha, eu tapei os olhos. O Guilherme estendeu a mão e segurou a minha mão que estava tapando os olhos. Ele segurou a minha mão, alisou a mesma. Eu fiquei com os olhos fechados enquanto a enfermeira tirava o sangue dele.
Guilherme: Acabou, Manu. – Eu abri os olhos devagar e ele estava olhando pra mim.
Manuela: Não quero tirar sangue. – Eu fiz uma cara de choro.
Enfermeira: Por favor, o senhor agora segure esse algodão bem firme no braço. Vou colocar um curativo. – Ele sorriu e assentiu. Ela colocou o curativo e ele levantou-se. – Sua vez, senhorita.
Manuela: Ai... – Foi a unica coisa que eu consegui dizer. O Guilherme estava sentado, mas se levantou quando a enfermeira virou-se pro balcão, pra pegar a injeção e tudo mais pra tirar o meu sangue.
Guilherme: Calma, Manu. Não vai doer. – A enfermeira ouviu ele dizer aquilo e virou-se de frente pra gente.
Enfermeira: A senhorita tem medo?
Guilherme: Pior que muita criança que vem aqui.
Enfermeira: Por que não me disse antes? Vou usar uma agulha mais fina, a senhorita não sentirá dor alguma.
Guilherme: Viu só, chorona?
Manuela: Não comecei a chorar ainda.
Enfermeira: Vamos lá... – Ela trouxe tudo em uma bandeja e coloca-a em cima da cama. – Com licença... – Ela disse pegando o meu braço direito, começou olhando as veias e só então colocou a borrachinha. Eu respirei fundo, o Guilherme estava do outro lado, segurando a minha mão. – Vai ser só uma picadinha... – Ela passou o algodão com álcool e antes de pegar a agulha, já me deu vontade de chorar. O Guilherme segurou forte a minha mão e me fez olhar pra ele.
Guilherme: Lembra daquele dia no metrô? Que a gente fingiu uma cena de ciúmes? – Eu assenti com a cabeça. – Meu amor por você começou a nascer ali. Quer dizer, o que eu sentia por você virou amor por você ali. Eu já era louco pra te beijar antes. – Eu sorri ao ouvi-lo e quando virei pra enfermeira, ela estava recolhendo o sangue. Respirei mais aliviada e algumas lágrimas caíram dos meus olhos. Doeu um pouquinho e eu ainda estava com medo, apesar do Guilherme ter me acalmado bastante.
Enfermeira: Prontinho... – Ela tirou a agulha do meu braço, soltou a borracha e colocou um curativo onde ela tinha colocado a agulha. Agora outra enfermeira virá pra fazer a punção na sua parede abdominal. Ela saiu do quarto e eu estava olhando pro Guilherme.
Guilherme: Tu ta bem?
Manuela: Tô. Acho que a pior parte vem agora.
Guilherme: Pensa em coisa boa, não deixa seu medo te dominar. Tu é tão forte, não pode se deixar levar por um medo por agulhas. – Ele riu e eu fiz uma careta.
Manuela: Para de me zuar.
Guilherme: Medrosa. – Ele disse rindo.
A outra enfermeira entrou no quarto. Ela me pediu pra ficar numa posição especifica, eu me deitei do jeito que ela pediu e senti passando um líquido no meu abdômen. O Guilherme não soltou a minha mão por nada, quando a enfermeira pegou a agulha pra começar a punção, ele fez carinho no meu cabelo.
Guilherme: Não olha, não olha. – Ele inclinou o corpo e ficou na frente da enfermeira, impedindo assim que eu visse qualquer coisa. Respirei fundo e fechei os olhos.
A enfermeira enfiou a agulha no meu abdômen e eu queria morrer naquela hora. Minha pressão provavelmente caiu, porque eu fiquei tonta. O Guilherme tentou me acalmar, mas não deu muito certo. A enfermeira terminou a punção e precisou me dar remédios pra minha pressão voltar ao normal.
Depois de meia hora naquele quarto, esperando a minha pressão normalizar, a enfermeira veio nos liberar.
Nós saímos do laboratório e fomos pra uma cafeteria, pedi um cappuccino pra mim e o Guilherme pediu um café expresso. Sentamos na mesa enquanto esperávamos nossos cafés.
Manuela: O resultado sai quando? – Perguntei.
Guilherme: Eles vão me ligar quando tiver pronto. Não deve demorar.
Manuela: Preciso logo saber.
Guilherme: Todos nós precisamos, Manu...
Manuela: É... Vou perder o Gabriel se o filho for seu. – Eu disse e os café chegaram. Agradeci a garçonete e tomei um gole do meu cappuccino.
Guilherme: Você gosta dele de verdade, né!?
Manuela: Ele é importante demais pra mim.
Guilherme: Saquei. – Ele não prolongou o assunto, era melhor assim. Terminamos os cafés e o Guilherme decidiu chamar um táxi, porque pegar um ônibus lotado agora, não seria uma boa pra mim. Entramos no táxi, o Guilherme falou o endereço pro taxista e eu fiquei quietinha no banco traseiro.
Chegamos em casa e eu estava morrendo de sono, dormi um pouquinho e acordei no meio da tarde com o Gabriel me ligando.
Gabriel: Alô, loirinha.
Manuela: Oi, amor... – Eu disse meio sonolenta.
Gabriel: Tava dormindo ainda?
Manuela: É... Acordei cedo e depois voltei a dormir.
Gabriel: Entendi. Será que a gente pode se ver hoje? To com vontade de ficar contigo.
Manuela: Claro, amor.
Gabriel: Que horas eu passo te buscar?
Manuela: Daqui meia hora.
Gabriel: Combinado. Te amo.
Manuela: Eu também, muito.
Gabriel: Linda.
Ele desligou o celular e eu fiquei na cama um tempinho pensando no quanto o Gabriel ficaria decepcionado quando descobrisse toda a verdade sobre mim. Eu odiava mentir tanto pra ele, mas como eu vou contar toda a verdade? E depois de ver aquela reação do Felipe, me deu mais medo ainda. Eu nem sei o que faria se ele reagisse como o Felipe.
Eu me arrumei meio rapidinho e o Gabriel passou me buscar. Fomos pra casa dele e decidimos ficar um pouco na piscina. Eu estava grávida, mas a barriga nem tinha começado a aparecer ainda por sorte, porque quando ela começasse a aparecer, eu não ia mais conseguir esconder dele e nem de ninguém.
Coloquei o biquíni e ele já me esperava na piscina. Fui até ele e ele sorriu ao me ver, ele estava só de bermuda, o que valorizada aquele abdômen dele. As tatuagens deixavam-no com cara de mais velho e eu amava isso.
Gabriel: Tu é perfeita, Manuela. – Ele estava com os pés na água, fui até ele e sorrio meio sem jeito.
Manuela: Não sou. – Ele me deu um selinho e eu coloquei os pés na água também.
Gabriel: Quer beber alguma coisa? – Ele perguntou já se levantando e indo pra perto da geladeira.
Manuela: Não. To bem por enquanto. – Ele me olhou meio estranho, eu nunca rejeitava bebida, mas não podia ficar bebendo por causa do bebê.
Gabriel: Tem certeza? – Eu assenti com a cabeça. – O que tu fez com a minha Manuela? – Nós rimos.
Manuela: Depois eu pego alguma coisa. – Ele pegou um whisky pra ele. – Whisky, amor? Já?
Gabriel: Só um copo, eu prometo.
Eu só concordei, decidi entrar na piscina. Fiquei um pouco por lá enquanto ele bebia o whisky dele. Quando eu vi, ele estava pegando um copo e colocando energético junto.
Manuela: Ah, não, amor. Para de beber. – Eu disse saindo da piscina, peguei a toalha e me sequei. Cheguei perto dele e tentei tirar o copo dele, mas ele segurou o copo no alto, o que me impediu de pega-lo porque eu era menor do que ele.
Gabriel: Eu to afim de beber, amor. Pode não? Tu não quer cuidar de mim se eu ficar bêbado?
Manuela: Não é isso, Gabriel. Eu cuido de você, mas eu vim aqui pra ficar contigo, não pra te ver bêbado, poxa. – Falei bem chateada com ele, porque eu realmente estava.
Gabriel: Ô, loirinha, não fala assim comigo não... – Ele deu mais um gole no whisky e largou o copo em cima do balcão. – Então vem cá, fica juntinho comigo. – Eu me aproximei de ele e ele me abraçou. Ele já estava cheirando a bebida e isso me deu um pouco de enjoo. Me afastei um pouquinho dele e ele me olhou estranho. – Que foi, amor?
Manuela: Tu ta fedendo álcool.
Gabriel: Eu mal bebi. – Ele soltou um riso.
Manuela: Vem pra piscina comigo. – Puxei-o pra piscina comigo e nós pulamos juntos. Mergulhamos e ficamos um de frente pro outro.
Gabriel: Tu ta tão linda. – Ele me puxou pela cintura, fui indo pra trás até chegar na beira da piscina, onde encostei e ele se aproximou bastante de mim. Prensei as pernas na cintura dele e ele segurou as minhas coxas.
Manuela: To? – Eu perguntei sorrindo, dei um selinho nele e ele ficou me olhando.
Gabriel: Você sempre foi, mas agora ta diferente. Eu não sei explicar, ta tão linda... – Ele disse me olhando, parecia que estava me admirando. Eu fiquei apenas sorrindo enquanto escutava-o. – Fora que ta bem gostosa também. – Ele disse rindo, colocou a boca no meu ombro e mordeu devagarzinho.
Manuela: Safado. – Eu dei risada e abracei-o, puxando-o mais pra perto de mim.
Gabriel: Faz isso não, vou ficar excitado. – Ele riu ao dizer, mas estava falando sério. Eu já estava sentindo um volume na calça dele pela posição que estávamos.
Manuela: Ah, é!? – Enfiei a mão na água e coloquei a mesma em cima da bermuda dele.
Gabriel: Não provoca, to carente. – Ele me olhou e eu dei um selinho nele.
Manuela: Como tua namorada tem coragem de te deixar carente? Você é tão gatinho. – Eu dei risada e ele passou o lábio no meu pescoço, depois beijou o mesmo.
Gabriel: É que ela é má comigo. – Eu coloquei a mão no cabelo dele e fiquei alisando o mesmo.
Ele me beijou e eu correspondi. Segui o beijo na velocidade que ele impôs. Ele me beijava com vontade. A mãe dele não estava em casa, então eu não liguei que ninguém nos pegasse ali. Eu estava com vontade de transar com ele, podia ser ali na piscina mesmo.
Gabriel: Vem cá. – Ele parou de me beijar, subiu e me ajudou a sair da piscina. Ele deitou na cadeira e me chamou pra deitar em cima dele. Nós estávamos molhados, mas a essas alturas, isso pouco importava.
Manuela: Essa cadeira não vai aguentar... – Eu disse olhando maliciosamente pra ele. Parei na frente dele e tirei a parte de cima do biquíni e ele não tirou os olhos dos meus seios.
Gabriel: Gostosa. – Fui andando até ele devagarzinho, fiquei em cima dele, mas sem sentar. Comecei a beijar o pescoço dele e levei a mão pro pau dele por cima da bermuda, apertei e ele abaixou a bermuda. Segurei firme no pau dele e comecei a masturba-lo devagar, pra provocar ainda mais. 
Ele abaixou a minha calcinha do biquíni e começou a me masturbar. Eu gemi baixinho e quando senti o pau dele bem duro, eu sentei no colo dele. Comecei a me esfregar nele, mas não deixei-o penetrar em mim. Fiquei provocando e então beijei-o. Levantei um pouco o quadril e ele penetrou o pau dele em mim. Parei o beijo pra gemer, comecei a quicar no pau dele e ele apertava os meus seios enquanto isso.
Manuela: Isso... Vai... – Mordi o meu lábio inferior e senti um tesão enorme quando quicava no pau dele. Coloquei a boca no ouvido dele e gemia gostoso pra ele.
Gabriel: Assim tu me mata de tesão... – Ele disse e soltou um gemido bem rouco. Eu beijei-o e senti que ia gozar, rebolei bastante no pau dele até que gozei. Ele ainda não tinha gozada, então eu saí de cima dele e sorri maliciosamente. Fiquei de joelhos na frente dele e passei a língua na cabeça do pau dele. – Me chupa gostoso, vai... – Eu segurei o pau dele, bati uma bem forte pra ele e depois chupei-o. Ele não demorou muito pra gozar na minha boca. Eu normalmente engolia, não tinha mais nojo, mas me deu um enjoo e eu fingi engolir. – Posso pegar mais bebida ou tu não me permite? – Ele riu, eu assenti com a cabeça e corri pro banheiro. Cuspi na pia o esperma dele que estava na minha boca e abri a torneira. Lavei a boca e continuava sentindo um pouco de nojo.
Manuela: Amor, pega uma cerveja pra mim? – Eu disse saindo do banheiro. Sabia que não podia beber, mas eu precisava tirar aquele gosto da minha boca.
Gabriel: Claro. – Fui até ele e ele me entregou a cerveja, ele estava com um copo cheio de whisky, olhei brava pra ele. – Se tu pode, eu também posso.
Manuela: Nossa, amor... – Eu disse brava. Dei um gole grande na cerveja e tomei.
O Gabriel bebeu muito, eu tentei impedi-lo, mas ele bebia mesmo assim. Fiquei brava, tentei tirar o copo dele mas nada do que eu fazia adiantou. Eu desisti de tentar e fiquei vendo ele se embebedar. Ele nunca tinha ficado bêbado na minha frente. Ele era realmente forte pra bebida e só depois de beber muito, ele ficou mal.
Ele já estava todo animadinho, a musica estava alta, ele cantava e pulava.
Gabriel: Vem, meu amor. Vem dançar comigo.
Manuela: Tu não ta dançando, ta pulando, amor.
Gabriel: Vem, vem, vem. – Ele disse todo animado, ria por qualquer besteira, eu escondi as bebidas dele e o copo que ele estava na mão era o último que ele ia beber.
A mãe dele apareceu na piscina e o viu naquele estado.
Marisa: Meu Deus, que animação toda é essa? – Ela riu.
Manuela: Seu filho que não quer parar de beber. – Eu esta a sentada numa cadeira perto da piscina, me levantei e fui perto da Marisa. A cumprimentei com um beijo no rosto e ela ficou rindo enquanto via o Gabriel pular e cantar.
Marisa: Filho, acho que já chega de beber, né!?
Manuela: Esse é o ultimo copo dele, escondi o resto da bebida. – Falei baixo só pra que ela pudesse ouvir. O Gabriel chegou pertinho da gente.
Gabriel: O que vocês estão cochichando aí?
Manuela: Que você é lindo, mas bêbado assim perde o charme. – Ele riu, passou um braço em volta da minha cintura e me puxou pra colar o corpo no dele. Ele caía toda hora, por estar muito bêbado. Logo me soltou e cambaleou. Ajudei-o e ele ficou parado na minha frente. – Viu, só!? – Marisa e eu rimos, ele fez uma careta.
Marisa: Bom, meus amores, eu vou lá pra dentro. Manu, da um banho gelado nele e depois pega doce lá na cozinha. Se precisar de ajuda, é só me chamar.
Manuela: Ta bom, Marisa. Obrigada! – Ela saiu dali e eu fui até o Gabriel que tinha voltado a pular feito louco. – Vem, amor. Vou te dar um banho. – Ele me abraçou por trás.
Gabriel: Vamos tomar banho juntos, é!? – Ele disse animadinho.
Manuela: Nada disso. Você vai tomar banho, só isso. – Ele fez um bico e parou de andar, olhei pra trás e puxei-o pelo braço. Ele me acompanhou, cambaleando até o quarto dele. Tirei a bermuda e a cueca dele que estavam ensopadas, entrei no banheiro com ele. Apesar dele tentar me agarrar toda hora, consegui enfia-lo debaixo do chuveiro.
Gabriel: Vem tomar banho comigo, loirinha. – Ele tentou me puxar, mas não conseguiu.
Manuela: Para. – Eu falei brava. – Para de graça. Toma banho direito, Gabriel...
Gabriel: Nossa, que brava... – Ele disse meio triste. Ele não fez mais graça e eu ajudei-o a tomar banho. Tirei-o do chuveiro e precisei ajuda-lo a se secar. Fui no quarto, peguei uma cueca e ele colocou. Depois puxei-o até o quarto.
Manuela: Deita aí, vou buscar doce pra você.
Gabriel: Não! Fica aqui comigo.
Manuela: É, rápido, amor... – Eu fui bem rápido pra cozinha, a Marisa tinha deixado um prato cheio de doce na cozinha, eu peguei o mesmo e voltei pro quarto.
Quando eu voltei, o Gabriel estava deitado na cama, com os olhos fechados, abriu os olhos ao me ouvir chegando.
Gabriel: Que demora! – Ele reclamou e eu ri.
Manuela: Não demorei nem um minuto, dramático. – Me sentei na cama ao lado dele, coloquei o prato em cima da cama.
Gabriel: Não quero comer. – Ele disse fazendo manha, ele estava meio bêbado ainda.
Manuela: Come, amor. Tu vai melhorar mais rápido com isso.
Gabriel: Só se tu me der um beijinho. – Eu fui até ele e deu um selinho nele. – Quero mais. – Ele fez um biquinho e eu selei mais vezes a boca dele.
Manuela: Agora come. – Eu abri um chocolate e entreguei na mão dele. Ele deu uma mordida. – Eu vou tomar um banho, que estou com cheiro de piscina, calma aí. – Tomei um banho meio rápido, coloquei minha roupa e voltei pro quarto. Ele ficou me olhando. – O que foi?
Gabriel: Posso te contar uma coisa? –Ele perguntou pensativo.
Manuela: Claro.
Gabriel: Tu me ama?
Manuela: Eu não estaria contigo se eu não te amasse.
Gabriel: Me ama como amou o Guilherme? – Eu olhei meio surpresa pra ele.
Manuela: Por que ta me perguntando isso? Não tem porque comparar. Vocês são diferentes e me causaram sensações diferentes.
Gabriel: Tu me ama mais ou menos do que amou ele?
Manuela: Que pergunta idiota.
Gabriel: Eu quero a resposta.
Manuela: Por que o tanto que eu amei o Guilherme importa agora?
Gabriel: Porque, às vezes, eu sinto que você ainda ama ele. – Eu fiquei estática quando ele falou. – Tenho muito medo de te perder. E se eu te perder pra ele, vai ser a pior forma de te perder.
Manuela: Eu não tenho mais nada com ele e não sinto mais nada por ele. No começo do nosso namoro, eu sentia muita dúvida, mas eu não sinto mais. Eu amo você e é por isso que eu estou com você. – Eu fiz uma pausa. – Agora come mais um chocolate, vai... – Ele comeu e ficou me olhando.
Gabriel: Posso contar uma coisa agora?
Manuela: Pode.
Gabriel: Promete que não vai ficar brava comigo?
Manuela: Prometo.
Gabriel: Uma vez me disseram pra não confiar em você. Disseram que você não era quem eu achava que era. Que eu amava uma Manuela que não existia. – Eu senti como se alguém tivesse enfiado uma faca no meu coração. Ele ficou me olhando, esperando alguma resposta e eu não sabia o que dizer.
Manuela: Quem te falou isso?
Gabriel: Alguém que provavelmente não devia saber o que estava falando.
Manuela: Quero nome, Gabriel. – Falei séria.
Gabriel: Eu não lembro. – Ele parecia estar mentindo, comeu mais chocolate e depois me olhou.
Manuela: Nem bêbado tu vai me contar? – Ele negou com a cabeça. Comeu mais chocolate.
Gabriel: Desculpa. Não devia ter te contado isso, eu não acreditei na pessoa. Eu acredito em você. Você é que eu amo e em quem eu confio. –Mais uma vez eu senti a facada no coração. Ele me abraçou e me puxou pra deitar no peito dele. Fiquei quietinha ali.
Acho que eu nunca senti tanto medo de perdê-lo como eu estava sentindo agora. Eu senti umas lágrimas escorrerem dos meus olhos, tratei logo de enxuga-las. Dormi ali nos braços dele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário