terça-feira, 5 de janeiro de 2016

47
Manuela: Eu vou ao banheiro. – Foi a única coisa que me veio a cabeça pra sair daquela situação. Fui pro banheiro e lavei o meu rosto. Eu já via todo girando. Saí do banheiro e o Guilherme estava do lado de fora.
Guilherme: Sabe que o Felipe tem razão!? 
Ele segurou a minha cintura com uma mão e colocou a outra na minha nuca. Eu suspirei quando senti o corpo dele bem perto do meu. Era tarde demais pra sair dali, ele começou a me beijar. Coloquei as mãos no pescoço dele e me deixei levar. Como eu sentia falta do beijo dele, da pegada dele.
Eu continuei o beijo dele e ele puxou o meu cabelo bem de leve. Chupei a língua dele e fui pausando o beijo.
Manuela: Eu não devia...
Guilherme: Xiu... – Ele me fez parar de falar me dando um selinho. – Devia sim. Eu curti e sei que você também. Não estrega.
Ele me beijou de novo e eu correspondi mais uma vez. Eu queria beija-lo, ele me fazia bem e eu não tinha razões pra não querer beija-lo. 
Nós saímos da casa e voltamos a beber. O Samuel apareceu na festa e logo veio com a ideia babaca de fazer aquele jogo de verdade e desafio.
Manuela: Tu tem pacto com o demônio pra fazer esse jogo em toda festa, só pode.
Samuka: Mama me olhando, Manuzinha.
Ele decidiu a galera ir embora, pelo menos os mais novos e deixou o jogo mais pro final do open. Quando já estava quase anoitecendo, todos sentaram formando um circulo no chão. Eu estava tão bêbada que topei jogar e o Guilherme também. A Flávia e o Felipe sumiram e eu não fazia ideia de onde eles estavam. A Bruna decidiu voltar mais cedo pra casa do Gabriel pra dar de mamar pra Alice.
O jogo começou e em quem a garrafa caísse, além de dar e cumprir o desafio, as duas pessoas iam ter que beber uma dose de vodka.
Primeira rodada a Jack perguntava pro Samuel. Eles beberam as doses de vodka. Ele escolheu desafio e a Jacko desafio a dar um beijo no pescoço do Henrique. Foi muito engraçado porque os dois estavam constrangidos com a situação.
Na segunda rodada, o Gabriel perguntava pra Regina. Eles beberam a vodka e a Regina escolheu desafio. Ele desafiou-a a chupar o Henrique. Eu realmente acho que aquela guria tem merda de galinha no lugar de um cérebro. Ela foi na frente do Henrique e ele abaixou as calças. Ela chupou ele até que o pau dele ficasse bem duro.
Samuel: Pode parar! Ninguém disse que ele tinha que gozar. – Ele riu e o Henrique mostrou o dedo do meio pra ele.
O jogo continuou. Gabriel teve que chupar os peitos da Isabela. A Isabela teve que lamber o abdomen do Guilherme. O Henrique teve que masturbar a Regina. Quando chegou a minha vez, eu sabia que eles pediriam algo desagradável e os alvos seriam o Gabriel ou o Guilherme. Eu tinha certeza disso.
Pra minha incrível sorte, ou azar, o Gabriel ia ter que me perguntar. Nós bebemos as doses e eu escolhi desafio.
Gabriel: Beija o Guilherme.
Todo mundo olhou sem entender, porque eu já tinha feito isso um milhão de vezes até porque eu já namorei o Guilherme. Todo mundo já tinha visto a gente se beijando.
Samuel: Beijar? Po, assim é fácil.
Gabriel: É, beijar.
Eu não pensei duas vezes. Puxei o rosto do Guilherme e comecei a beija-lo. Era melhor beija-lo que ter que chupar o pau de alguém na frente de todo mundo. O Guilherme apertou a minha cintura e eu suspirei durante o beijo. Ele chupou a minha língua e eu pausei o beijo.
Manuela: Feliz!? – Eu disse irônica pro Gabriel.
O jogo continuou e eu já estava bem zonza. Pedi pro Guilherme me levar pra casa e ele concordou.
Chegando lá, eu ia direto pro meu quarto, mas ele me puxou e me fez entrar no quarto dele com ele. Eu deitei na cama porque estava exausta e queria dormir. Fechei os olhos e eu pude ouvir o Guilherme tirando os sapatos. Ele sentou do meu lado na cama.
Guilherme: Você é linda... – Eu abri os olhos quando ouvi ele dizer aquilo.
Manuela: Mesmo com essa cara de bêbada? 
Ele riu ao me ouvir.
Guilherme: Ainda assim continua linda. – Ele abaixou o corpo e colocou os lábios colados nos meus. Eu segurei o rosto dele e beijei-o. 
O beijo começou a devagar mas quando eu me dei em conta, o Guilherme estava em cima de mim. Ele apertava cada centímetro do meu corpo e eu suspirei durante o beijo, fazendo o mesmo parar. Olhei pra ele e ele sorriu. Ele levou a boca pro meu pescoço e começou a beijar o mesmo. Fechei os olhos e fiquei aproveitando aquele momento. 
Ele começou a roçar o corpo no meu e em pouco tempo eu senti o volume na calça dele roçar na minha virilha. Voltei a beija-lo e ele segurou a minha coxa. Apertou a mesma e cruzou-as no quadril dele.
Foi nesse momento que eu senti exatamente o pau dele roçando na minha buceta. Mesmo com toda a roupa que nós vestíamos. Eu logo me excitei e ele já estava bem empolgadinho. 
Ele ergueu um pouco o corpo, o que me obrigou a parar de beija-lo. Ele começou a desabotoar os botões da camiseta dele eu ajudei-o. Ele jogou a camiseta pro lado e voltou a me beijar. Sentia as mãos dele dentro da minha camiseta e eu me arrepiei por completo. Ele subiu as mãos e a camiseta foi junto. Tirou a minha camiseta e deu beijos no meu decote.
Ele apertou os meus peitos por cima da sutiã e deslizou as mãos pelas alças do mesmo, fazendo com que elas caíssem. Eu ergui o corpo e abri o sutiã. Vi o mesmo cair e o Guilherme olhou por alguns segundos pros meus seios. Ele sorriu e caiu de boca em um deles.
Entrelacei os dedos no cabelo dele e alisava enquanto ele chupava e apertava os meus seios. Eu estava totalmente envolvida e não tinha intenção de sair dali, mas eu fui praticamente obrigada quando ouvi alguém bater na porta milhares de vezes.
Flávia: Eu sei que você está aí! Manuela, eu preciso te contar tudo. Sai logo daí.
Eu olhei muito aborrecida pro Guilherme, porque ela estragou todo o clima. Ele riu e me beijou devagar. Saiu de cima de mim e eu comecei a me vestir.
Manuela: É melhor eu ver o que aquela louca quer. –Eu disse na frente da porta. Antes que eu pudesse abrir ele apareceu na minha frente e segurou na minha cintura.
Guilherme: Me da um beijo antes... – Eu sorri pra ele e beijei-o. O beijo não durou muito e eu saí dali. 
Fui pro quarto e quase estrangulei a Flávia por ela ter atrapalhado. Ela pediu mil desculpas e logo foi tagarelando contando tudo que o Felipe tinha dito pra ela. Ela contou que ele pensou bastante antes de vir conversar com ela. Pensou em tudo que eles viveram juntos e concluiu que o amor que ele sentia por ela, era maior do que a prostituição e que ele ia fazer de tudo pra tira-la daquela vida o mais rápido possível.
Fiquei feliz demais por ela e era bom vê-la se acertando com o amor da vida dela. Ela era apaixonada por ele e vice versa.
Umas duas semanas se passaram e tudo continuava do mesmo jeito. Quer dizer, mais ou menos. O Guilherme e eu não tivemos mais nada, eu resolvi que eu tinha que me empenhar em sair daquela vida, não voltar a namorar alguém que poderia me prejudicar e prejudicar a sim mesmo. 
A boate estava cada vez mais movimentada e a Helen contratou umas meninas novas que eu não fazia ideia de onde vieram. Elas não eram de muito papo e não foram morar com a gente. Só iam trabalhar na boate mesmo. 
Eu nunca mais tive notícias da Lua. Nunca mais mesmo. Ela evaporou do mundo e as vezes me passava pela cabeça, que ela podia até estar morta. A Bruna continuava morando com o Gabriel e cada dia que passava, eles pareciam mais próximos e mais íntimos. A Marisa deixou escapar uma vez que eu fui lá que o Gabriel estava tendo algo com a Bruna. Mas não me disse direito o que. Eu resolvi não me meter. Não era da minha conta.
As investigações do crime que os tios da Gabriela tinham morrido tinham avançado. A polícia identificou uma testemunha do crime que viu alguém alterando alguma coisa no carro. Era a prova que a polícia precisava pra poder aprofundar mais na investigação. A Gabriela nos informava de tudo e a Helen ia cada vez mais ficando encurralada pela polícia. A polícia também achou algo que mudou totalmente a direção das investigações. A polícia achou uma fita de vídeo em que uma mulher saia do hospital com um bebê no colo bem no dia do acidente. A polícia começou a cogitar a possibilidade da criança ainda estar viva e começaram as buscas. Na mesma hora que a Gabi contou aquilo pra gente, eu cogitei a possibilidade da Helen ter roubado aquele bebê e ser o Guilherme. Mas por que ela teria interesse naquela criança?
Eu pensei muito sobre isso e nenhuma justificativa aceitável me veio a cabeça. Eu pensei então em botar a Helen contra a parede. Fazê-la confessar enquanto eu gravava. É coisa de novela das 9, mas eu não consegui achar outra maneira de incriminar aquela vaca. Ela ia ficar impune o resto da vida e o Guilherme podia não ser filho daquela cobra.
Em um dia na boate, eu combinei com a Flávia de irritar a Helen e fazê-la vir até o nosso camarim. Lá eu ia pressiona-la até ela confessar o crime. Tudo isso com um gravador no local.
O plano daria muito certo se fosse feito do jeito que a Flávia e eu imaginamos. Não atendemos vários clientes naquele dia e a Helen logo apareceu pra reclamar.
Helen: O que vocês estão pensando? Isso aqui não é a casa da mãe Joana não.
Manuela: Não parece... – Eu falei pra provocar. Ela estava fora do camarim e eu precisava que ela entrasse no camarim.
Foi exatamente o que ela fez e eu pude ver a Flávia fechando a porta do camarim com a chave.
Helen: Garota, você abusa mesmo da minha paciência, né!? Não ta cansada de apanhar não!? Porque eu posso te bater mais.
Manuela: Ah, cala a boca, Helen.
Helen: Calar a boca? Manuela, você trabalha pra mim. Você tem que me respeitar! – Ela disse dando um tapa no meu rosto. Eu coloquei a mão no mesmo e olhei com raiva pra ela.
Manuela: Trabalhar pra você? Isso não é lá bem um emprego, né!? Ta mais pra escravização.
Helen: Eu te pago, Manuela! E muito mais do que eu devia pagar por uma prostitutazinha de merda que tu é. 
Manuela: Mulher miserável! Você devia apodrecer na cadeia de fazer tantas meninas de prostitutas nesse lugar horroroso.
Helen: Você devia me agradecer.
Manuela: Mas não é só por isso que você vai presa não, Helen. Tem aquele crime, né!? – Ela me olhou sem entender.
Helen: Você ta falando do que, sua maluca?
Manuela: Do casal que você matou e do menino que você roubou. Menino esse que deve ser até o Guilherme, né!?
Ela ficou pálida na hora que eu disse aquilo.
Helen: Então foi você que roubou minha caixa, né, sua vadia!? – Ela me puxou pelos cabelos e me sentou no sofá que tinha no camarim. Ela não parava de olhar pra direção que o gravador estava e eu gelei. – Você é esperta, Manuela. É por isso que uma das únicas que me dão lucro de verdade nesse lugar. Eu sabia que você ia acabar descobrindo. Ou você ou uma das meninas. Já que você descobriu, eu vou te contar tudo... – Ela fez uma pausa, olhou pro lado e riu. Depois continuou falando: – Sabe o casal que morreu? Eu provoquei a morte deles sim. Eu cortei vários fios do carro e provoquei aquele acidente. Minha intenção não era matar o bebê. Nunca foi, mas naquele dia, eles resolveram sair com o menino e ao invés de deixa-lo na creche. Por sorte, o menino sobreviveu e eu peguei ele pra mim.
Manuela: Você é um monstro! – Eu gritei.
Helen: Aquele bebê era meu por direito. Aquele homem que morreu no acidente era o amor da minha vida e ele preferiu ficar com a minha irmã, do que comigo. Preferiu se casar com ela, do que casar comigo. Eu só fiz justiça com as próprias mãos. Matei a vadia da minha irmã e ele junto. O bebê ficou comigo porque ele é sangue do meu sangue e ele devia ser meu filho, se aquela vadia da minha irmã não tivesse aparecido e roubado o meu amor de mim.
Eu nem acreditava que ela estava confessando tudo de bandeja assim. Eu estava enojada com tanta coisa ruim que aquela mulher já fez, mas estava satisfeita porque eu consegui gravar tudo e ela ia pagar por tudo que fez.
Helen: Você se acha realmente esperta, né, Manuela!? Pena que eu sou muito mais que você. – Ela bateu no meu rosto de novo, andou em direção onde o gravador estava, pegou o mesmo e pisou. Ela estraçalhou o gravador.
Manuela: Não!!!!! – Eu disse num grito longo e desesperado. A Flávia não fez nada, só olhou inconformada pra Helen.
Helen: Se cuida comigo, garota. Eu sou muito mais esperta do que você pensa. Não vai conseguir se livrar de mim tão fácil. 
Ela saiu do camarim e bateu a porta. Eu corri pra ver se dava pra salvar alguma coisa da fita, mas estava em pedaços, assim como o gravador.
Manuela: Amiga, ela confessou tudo e foi tudo por água abaixo. – Eu disse com os pedaços da fita e do gravador nas mãos. Chorava e a Flávia estava tranquila. – Por que você ta tão tranquila assim? Acabou tudo!
Flávia: Aí que você se engana. Eu percebi que ela tinha achado o gravador e o que eu fiz? Gravei no meu celular. 
Eu olhei surpresa pra ela.
Manuela: Você ta falando sério? Manda isso pra mim no meu celular e mando no meu e-mail. Manda pro Guilherme, pro Felipe. Pra todo mundo. Pra gente não perder isso... Mentira, só não manda pro Guilherme. Ele não pode descobrir assim.
Eu estava toda alegre e abracei ela com força. Ela mandou o áudio pra todo mundo que eu pedi e nós ouvimos o mesmo. Estava perfeito e era o que a gente precisava pra botar aquela maldita atrás das grades.
Eu marquei um lugar e encontrei a Gabriela. Entreguei o áudio gravado pra ela em um CD. Ali estava a arma que ela precisava pra prender o culpado da morte dos pais dela. Eu não tive coragem de contar pro Guilherme. Ele era muito apegado a Helen. Eu ia contar, mas precisava arrumar o momento certo pra contar aquilo. Era grave e pesado demais pra não contar com muita cautela.
O vestibular estava quase chegando e eu tomei a minha decisão pra qual curso eu ia prestar. Eu acredito que aquilo era o que eu mais me encaixaria e me daria melhor. Não contei pra ninguém também, seria uma decisão “surpresa” para todos.
As aulas no nosso colégio terminavam na primeira semana de novembro e nós já estávamos no começo de outubro. Tudo ia bem e eu não conseguia conter a felicidade por estar quase me livrando da Helen.
Junto com a investigação do crime, as meninas e eu fomos até a delegacia denunciar a Helen por prostituição de menores. Demos nosso depoimento e o delegado disse que não levaria muito tempo pra ela e a quadrilha dela ser presa. Fora os outros crimes que eles estavam investigando e que ela estava envolvida.
A Bruna pediu pra conversar comigo em uma lanchonete depois do horário da aula. Eu achei ela bem séria e assim que a aula acabou eu fui com ela na lanchonete. Chegando lá, nós pedimos um lanche e sentamos em uma das mesas. Começamos a comer e ela logo foi falando.
Bruna: Manu, eu te chamei aqui pra te contar uma coisa... – Ela me olhou e parecia envergonhada.
Manuela: Vai contar que está namorando o Gabriel, né!? – Ela me olhou espantada.
Bruna: Como é que você já sabe? Eu não acredito que já te contaram, era pra você saber por mim.
Manuela: Calma! Ninguém me contou, eu percebi. Estava claro que isso ia acabar acontecendo e eu dou o maior apoio.
Bruna: Você não ta brava comigo?
Manuela: Claro que não. Você tem o direito de ficar com quem quiser. O que eu tinha com o Gabriel acabou e não vai voltar.
Bruna: Ai, eu fico tão mais tranquila de te ouvir falar assim. Obrigada, ta!? 
Nós continuamos conversando e comendo. Depois eu fui pra casa da Helen e ela pra casa do Gabriel.
Aquilo tinha me atingido, não dava pra negar, mas não foi como eu pensei que atingiria. Eu levei muito de boa, porque eu sabia que o Gabriel e eu não tínhamos chance nenhuma de voltar. Ele mesmo deixou isso bem claro, tanto que nem conversar comigo ele quis.
Eu fui tomar água na cozinha e a Helen apareceu lá.
Helen: Você não abriu o teu bico pra contar nada pro Guilherme, né, garota!?
Manuela: Não. Apesar dele ter que saber, eu não ia contar desse jeito. Eu espero que você morra presa numa cela, mas eu não consigo contar pra ele o monstro que a mãe dele. Mãe não, né!? A tia malvada.
Helen: Sem ironia pro meu lado, Manuela. Fecha o teu bico, se não quiser sofrer consequências.
Manuela: Pode acreditar que você vai pagar por tudo que você fez pro Guilherme. E eu vou ajudar isso acontecer!
Helen: To pagando pra ver, vadia! – Ela riu e saiu da cozinha.
Eu bati na mesa com força e fiquei com dor na mão depois. Bebi água e o Guilherme apareceu na cozinha.
Guilherme: Ta fazendo o que aí sozinha?
Manuela: Só bebendo água.
Guilherme: Entendi. Xô te falar, o que tu acha da gente fazer alguma coisa pro aniversário da Flá? Aí eu falo com o Felipe e ele ajuda também.
Manuela: Pode ser! Ela vai amar. – Eu sorri de lado.
Guilherme: Por que tu ta com essa cara?
Manuela: Que cara? – Eu disse tentando disfarçar.
Guilherme: Mente pra mim não, Manu. Tu não consegue.
Manuela: Não é nada, prometo.
Eu saí da cozinha antes que ele me pressionasse a ponto de eu acabar falando o que não devia. Ele não merecia saber assim.
Liguei pro Felipe e combinei tudo com ele. Ele me mandou chamar a escola toda, se eu quisesse. E a festa ia ser na casa dele. Ele ia arrumar todo o resto. No outro dia, eu chamei a escola toda pra festa dela. O difícil foi esconder isso dela. Ela era muito desconfiada e esperta. Logo sacaria, mas eu espero que nenhum fofoqueiro conte pra ela.
A festa ia ser no sábado e na quarta geral já estava sabendo. Era o assunto da escola, por isso, foi difícil pra caralho esconder dela. Na sexta, eu fiz ela faltar do colégio e ficar comigo em casa. Inventei que não estava bem e pedi pra ela “cuidar” de mim. Ela acreditou e ficou em casa comigo.
No sábado, o Felipe começou a arrumar tudo bem cedo. Pela manhã, eu fui até a casa dele e ajudei-o com a decoração. Aquela casa enorme parecia uma discoteca de tão foda que ficou. A tarde, eu fui com a Flávia pro salão. Ela achava que nós íamos pra uma balada pra comemorar o aniversário dela. Fizemos a unha, o cabelo e saímos de lá uma hora antes de eu ir com ela pra casa do Felipe. O Guilherme foi mais cedo com a Jack e a Amanda pra casa do Felipe e ele ficou de me mandar uma mensagem me falando que eu podia mesmo ir pra lá que todo mundo já tinha chegado. Flávia e eu trocamos de roupa. Ela colocou um vestido colado até o peito e que depois tinha um caimento lindo. Eu coloquei um vestido justinho e um salto bem alto.
O Guilherme me mandou a mensagem me mandando ir. Eu peguei um taxi e fui com ela quase perto da balada, mas antes de chegar eu falei pra ela que tinha esquecido minha carteira com o Guilherme. Ela sabia que o Guilherme estava na casa do Felipe e que eu iria ter que ir até lá pegar. Pedi pro taxi dar meia volta e ir até a casa do Felipe. 
Deixei-a descer primeiro e paguei o taxi discretamente. Desci do carro e fomos pra frente da casa do Felipe. Estava um silêncio só e tudo estava apagado. Toquei a campainha e a Flávia viu o táxi indo embora,
Flávia: Amiga, ele foi embora. Como assim, cara?
Não tive tempo pra responder. O Felipe abriu a porta e todo mundo gritou “surpresa” e ligaram todas as luzes e o som. Ela ficou bem emocionada com tudo e abraçou o Felipe.
Flávia: Vocês são os melhores amigos que eu podia ter.
Nós fomos curtir a festa. Estava muito foda. O DJ que o Felipe contratou era muito bom e só tocou musicas muitos fodas. Eu dancei muito e não quis beber pra não pagar mico. No meio da festa, o Felipe fez uma declaração linda pra ela e entregou um anel de compromisso, que por sinal, era lindo. Dancei com o Guilherme a festa toda e ele me beijou. Eu pensei em não corresponder, mas resolvi não ligar pra nada e nem pra ninguém. Não devia satisfação da minha vida pra ninguém pra ter que me privar de fazer o que eu quisesse.
Ficamos abraçados quando começou a tocar uma musica lenta. Ele ficou alisando o meu rosto e me beijando devagar.
Estava tudo indo bem demais pra ser verdade. Eu quase tive um ataque cardíaco quando o som parou e eu ouvi a voz do Otávio vindo das caixas de som espalhadas na casa do Felipe.
Otávio: Manuela!? Manuela!? Se manifeste. – Não demorou nada pro refletor me achar e apontar na minha direção. – Aí está ela! Ta linda, hein!? Como sempre. – Eu engoli a seco quando ouvi ele. – E esse aí que ta contigo? Já sabe o que tu faz da vida pra conseguir o que comer?
Meu coração parecia que ia sair pela boca. A escola toda estava naquele lugar e o Otávio ia contar pra todo mundo que as meninas e eu erámos prostitutas. Seria o fim das nossas vidas. Justo agora que a gente tava quase se livrando da Helen e que isso ficaria no passado. Que droga! Eu comecei a chorar enquanto o Otávio continuava a falar.
Otávio: Ou ele é o babaca que já sabe e mesmo assim continua namorando você!? Conta pra mim, Manuela... Ô judiação, ta chorando, é!? É pra chorar mesmo. Agora tu vai ter tudo que merece. Me humilhou pro colégio todo, me fez perder o emprego e agora tu vai pagar. Vadia!
Eu corri na direção dele. Ele estava na ponta da escada e eu subia os degraus o mais rápido que eu conseguia. Eu parei na frente dele e tentei empurra-lo, mas ele me segurou pela cintura.
Otávio: Sempre selvagem, né, Manuzinha!? – Ele me abraçou de lado e me obrigou a virar de frente pra festa toda. – Quer contar você mesma, ou conto eu!? – Eu só conseguia chorar e tentei me soltar dele, mas foi uma tentativa inválida. Ele era muito mais forte do que eu. – Conta pros teu amigos o que tu é, Manu. Conta... Conta que você é uma vadia! Ou melhor dizendo, uma prostituta.
Nessa hora, todo mundo ficou se entre olhando e não acreditando no que o Otávio dizia.
Otávio: É, meus queridos ex-alunos. A Manuela e todas as amigas dela são prostitutas! É isso que elas fazem pra pagar a “estadia” na casa da mãe do babaca do namorado da Manuela. Agora fiquem com essa notícia que eu vou embora. Claro que levaria a querida amiga de vocês comigo. – Ele disse rindo e me olhou. Eu tentei me soltar dele, mas foi impossível. Ele me segurou com muita força e foi me puxando pra alguma saída que eu não sabia onde era.
O Guilherme correu na nossa direção e começou a gritar pra ele me soltar.
Guilherme: Solta ela, seu merda! – Ele corria na minha direção e me olhava desesperado.
Otávio: Nem um passo a mais. – Ele disse bravo. Colocou a mão no bolso e apontou uma arma na minha cabeça. – Se você der um passo, eu encho a cabeça dela de arma.
Guilherme: Otávio, não faz merda, cara! – Ele deu um passo e o Otávio atirou pra cima. Todos os convidados da festa começaram a gritar e tentaram se esconder.
Manuela: Me solta, Otávio. Me solta. Você já se vingou, me deixa em paz agora.
Otávio: A vingança só ta começando, Manuzinha... – Ele tentou me beijar, mas eu virei o rosto e me debati. Ele andou comigo até a janela e foi descendo da mesma comigo no colo. Embaixo tinha uns caras esperando por ele que me pegaram no colo e me amarram. 
Eu não me lembro de mais nada depois disso. Eles colocaram um pano na minha boca com algo que me fez desmaiar porque eu não parar de gritar pra eles me soltarem.
Eu acordei em um lugar muito sujo e precário. Parecia aqueles barracos no meio do mato, porque tinham plantas nascendo na parede. Ainda estava meio zonza, por causa do remédio que eles me deram pra eu desmaiar. Eu estava deitada no chão, com os braços amarrados a um poste que tinha no canto do barraco. Minhas pernas também estavam amarradas. Eu senti um frio nas pernas e quando me olhei, estava sem o meu vestido. Eles me deixaram apenas de calcinha e sutiã. Eu me encolhi e fiquei desesperada.
O Otávio não demorou nada pra aparecer e eu comecei a chorar baixinho.
Otávio: Já acordou, Manuzinha? Que bom! – Ele se aproximou de mim e abaixou do meu lado. Eu estava de costas pra ele. – Olha pra mim. – Eu não olhei. – Olha agora, porra! – Ele gritou e me virou de frente pra ele. – Quanto mais desobediente você for, pior vai ser pra você mesma. – Ele segurou o meu rosto com força e ficou me olhando.
Manuela: Me deixa ir embora daqui, por favor. O que você vai fazer comigo? – Eu disse com lágrimas nos olhos.
Otávio: Por enquanto, nada. – Ele deu um sorriso estranho pra mim e colocou as mãos nos meus seios. Ele apertou os mesmos e eu fechei os olhos. Me passou o pior pela cabeça. Engoli a seco. – Se você for boazinha, capaz de eu ser também contigo. Só depende de você... Agora, você tem uma visita. Ela ta louca pra te ver. 
Ele afrouxou as cordas que me prendiam no poste e me ajudou a sentar. Eu fiquei nervosa quando vi a Lua entrando o quarto. Ela estava com a metade do rosto usando uma mascara muito estranha.
Lua: Surpresa em me ver? Achou mesmo que ia se livrar de mim e ia ficar por isso mesmo? Eu mal pude esperar por esse dia.
Manuela: Você se juntou com o Otávio pra se vingar de mim? Típico de você, garota babaca.
Lua: Cala a boca! – Ela chegou perto de mim e me chutou. Chutou a minha barriga várias vezes. Eu deitei no chão e me encolhi. Aquela dor era horrível, eu não conseguia nem gritar. – Cala essa boca. Quem fala sou eu. – Ela ajoelhou na minha frente e me olhava com ódio. – Ta vendo essa mascara aqui? Eu to tendo que usar por sua culpa. Você acabou comigo, Manuela. Acabou. – Ela foi tirando a mascara devagar e eu fiquei aterrorizada quando eu vi o rosto dela. Estava todo desconfigurado e cheio de cicatriz. – Graças a você, meu rosto está desconfigurado. Tudo por uma vingancinha ridícula que você quis fazer. Satisfeita?

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