sábado, 14 de fevereiro de 2015

A Lucíola moderna

Capítulo 8
Ao suas bocas separarem-se, eles foram surpreendidos por uma voz masculina. Quem falava era o garoto que contratara a Lua naquela noite.
“Você só pode estar de brincadeira! Eu pago à você uma tonelada de dinheiro para ter exclusividade, e ganho isso como recompensa?” Ele gritou, enfurecido.
Segundos depois, o menino partiu para cima da cortesã, intencionando machucá-la. Por sorte Arthur apartou a briga. A loira, por sua vez, olhou aos dois sérios e falou:
“Nenhum de vocês é meu dono. Eu não sou obrigada a ser fiel a você, na verdade, se o dinheiro lhe incomoda tanto, toma-o!” Falou Lua, olhando para o seu ex-amante e entregando-lhe as notas de dinheiro. 
Depois, virando-se para o Arthur, ela afirmou: “De você, eu não quero ajuda, solidariedade e muito menos o seu dinheiro.”
Chateada, sentindo-se ferida, ela saiu porta a fora e foi para casa. Só então, o moreno passou a perceber que Lua apenas rejeitara-o por ter se sentido comprada.
Arthur, sabendo aonde ela morava, saiu da festa e entrou em um táxi. Dirigiu-se à casa dela e tocou a campainha.
A loira, ainda magoada, recusou-se a abrir a porta.
“Vá embora, você não tem nada para ganhar aqui. Oferta alguma aceitarei!” Falou.
“Eu esperarei a noite inteira, o dia inteiro, o mês inteiro, mas só sairei daqui quando puder falar com você.” Afirmou Arthur.
A loira sumiu para dentro de casa, ligou o som, e pôs-se a chorar. Jamais havia sofrido por amor, e esse sofrimento era pior que a humilhação que sentia todos os dias. Passaram-se horas, e ela não abria a porta.
Foi então que uma chuva de verão começou, e Arthur, determinado, manteve-se imóvel na frente da residência dela.
Lua fingia não vê-lo, mas seu coração doía com culpa, pois ela deixava o homem que amava na chuva, sem proteção alguma.
Apenas quando o primeiro raio de sol apareceu, que Lua aparecera na janela, de camisola  e com uma cara cansada. Na frente da sua casa, Arthur ainda esperava-a.

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